Poemas a um Poeta Olavo Bilac

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Crepúsculo eucarístico
(Victor Bhering Drummond)

Sim; eu poderia cometer os pecados da carne,
A fúria da gula
Ali mesmo no pátio da igreja
Na sombra, no sol,
No sino sem tom,
Nos versos de Drummond
Ou sobre os livros apócrifos
Olvidados por santos e hereges.

Mas que pecado cometi
A não ser amar e devorar você
Como o doce vampiro de Rita Lee?

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(Poema inspirado na igreja e restaurante Santa Catalina em Buenos Aires, onde saciei a minha fila e alimentei o meu amor. Ouvindo e lendo Rita Lee)

Inserida por victordrummond

Ver, de Verônica

Nem só de aleatórias combinações vive a poetisa, mas de toda sobrecarga que lhe é imposta. Doloridos tendões, quanto mais nos atendem, mais tendem a latejar. Propriocepção exagerada em nós. Coloridos vasos pulsantes sanguíneos, atarefados, florescendo veias dilatadas, senhoritas ritmadas, gingam joviais, perfumes orgânicos de ti exalam. Talento para olhar e ver, não somente lar, muito mais que isso, o porto quase sempre inseguro, acolhimento em parto, aconchego em partes, invólucro, lúmen inteiro expandindo, teus diâmetros, nossos perímetros, dilatam intuitos, estásativa, tuésmística, alternativa, grandezavetorial, peregrina, intuitiva, nativa, provavelmente em magnitude e possivelmente com direção, uterina. Cafeína achocolatada, alerta em repouso, extenuante, muito bem nutrida e pós avaliativa, fadigada, (des)enfadonha. Chegou tão alto com o empuxo, que nem mesmo a gravidade pôde se justificar, rotineira singularidade. Canto propensão a estridentechamativo-arrepiante do emudecimento, microfonia que tilinta e repica, batevolta-quica-escorrega-quintuplica. Tchuca-propulsiva-curiosa-assídua-in-finita. Simples-ser para ter, articular, parecer e parati, printei uma foto tua com baton escarlate, contra o vidro e a selecionei cuidadosamente, como meu fundo de tela, para sentir e então... Ver, de Verônica.

Inserida por michelfm

Florida Idiotice Alada na Era dos Rasos

Insanos Púberes,
Adagas de papelão, evolucionários,
Tirando retratos no elevador.

Teus cruzados certeiros,
Teu discurso inflado,
Um corte tendência pro conquistador.

Pigmentos descolados,
Alastrados na epiderme,
Nenhum sentido.

Perfumes, loções,
Cheiros importados,
A briga não cessa em rede social.

Cartões estourando
Sem arrependimento,
Teu ringue é a noite,
À prova de personalidade.

O desprezo total pelo que respira,
Tua mania geral, tua ciência e guia.
Um salva de nadas,

Nobre inconsistência,
Atraentes, perfeitas anomalias.

Inserida por michelfm

Subatômicos

Nunca tive nada na vida,
Só tive a poesia.

Eu tinha ela, ela me tinha,
Jamais me decepcionou.

Como um brilho no telescópio,
Olhar pra pia limpa e ver o bule cheio,

Após o buraco de minhoca,
Na nebulosa bumerangue.

Minha Canis Majoris,
Sou Eta Carinae.

Neste berçário de estrelas,
Só tive a Poesia.

Corpúsculos diminutos,
Nano-elixir-microscópico.

Subatômicos.
Eu tinha ela, ela me tinha.

Inserida por michelfm

No Mesozóico,
Entre Cretáceo e Cretinos,
os Répteis da Pangéia,
trocaram Gondwana por Laurásia

Eu lhe pergunto,
O que mudou entre nós ?

O cara comprava
Seu espaço na caverna,

Com carne salgada
E peles de animais.

Hoje, o troglodita,
Habita um arranha céu,

Ocupando seu espaço,
Com poder e papel,

Ainda vive impunemente,
Procurando paz.

Ainda vivo livremente,
Perseguindo a paz.

Inserida por michelfm

Barquinho do amor
(Victor Bhering Drummond)

Peguei o barquinho do amor
Não adianta, marinheiro
Vou fugir desse pardieiro
Quero velejar o mundo inteiro
Me derreter de calor...

Fugi no barco do amor,
Longe de “tiros e assaltos”
Por favor não me pare
Só quero ser um amador

Bem longe da farra,
Da esculhambação
Deixo a ilha da gambiarra
Corro da perturbação

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Inserida por victordrummond

Estamos tão distantes
Da felicidade irretocável,
Que quase podemos tocá-la.

Inserida por michelfm

Aysha

Ainda em sonolência, sentei-me à mesa; emaranhadas mechas ou cachos (impossível determinar com exatidão a essa altura); pálpebras grudentas, rouquidão laríngea, voz mais grave que o habitual; obstruídas vias aéreas, maquilagem em borrões; com tornozelos congelados, contorcida sem edredom, próxima de não sentir os pés, dedos anestesiados; descascando esmalte. Mas o faro apurado, capturando aguçado toda e qualquer molécula de café, pairando sobre o ar resfriado pela estação que mais me agrada. Na cozinha, elevei minha caneca ao status de brinde e brindei, sozinha, ao arrojado inverno, que a primavera repouse agasalhada e confortável, pelo quanto puder, pois nem mesmo meteorologia, astronomia ou horóscopo, juntos, poderiam prever, ainda que nublado, quão fulgurante seria aquele dia.

Inserida por michelfm

Esplendorosa,
A vertente talentosa,
A dissolver,
Com a Tristeza Oculta num Sorriso Púrpura.

Inserida por michelfm

Na Savana o Selvagem

A Zebra, graciosa,
Velocidade listrada,
Bicromática em P&B;

O Elefante,
Grande paquiderme simpático,
De memória gigante;

A Hiena risonha, gargalha,
Mordisca e abocanha;

O Guinú pasta, corre,
Se agrupa, debanda da manada;

A Cobra rastejante vai coreográfica,
É esguia, escorregadia
E se vira como pode;

O Leão, monarca supremo,
Impõe sua posição
Num rugido ecoante,
O território lhe pertence;

E o Homem, detentor da razão,
Único animal que pensa,
Ser existencial,
Sempre vivendo grandes dilemas.

Inserida por michelfm

Extinguiu espécies a esmo,
Matou tudo o que anda, salta, nada,
Flutua, mergulha, voa ou rasteja.

E sendo um humanista,
Ainda lhe sobrou tempo,
Para escrever poemas.

Inserida por michelfm

Para Além da Extensão de Meus Atos

Temo, que não possa viver de outra maneira,
Se não na forma de combustível fóssil,
Sou insustentável por mim mesmo.

Só ajo por combustão
E meus derivados são nocivos,
Minhas fontes que não são renováveis,
Tem se exaurido com velocidade alarmante.

Em meu cartel particular,
Promovo commodities especuladas,
Que monopolizam meus recursos,

Em prejuízo daquilo que tenho de melhor,
Causando estragos, irreversivelmente permanentes,
Que abalam o egosistema.

Em meus escombros,
Me escondo
De mim.

Conquanto,
Sou eficiente
Em denunciar-me.

Inserida por michelfm

O pior, é que com uma única fagulha,
Pode-se facilmente, gerar a reação catatônica,
Para a extinção final.

Por sorte,
A umidade é elevada
Do lado de cá.

Inserida por michelfm

Elma

Uma tarifa salgada, novos reajustes, aumentos, mas não por isso ela seria menos doce. Separava com zeloso cuidado os centavos de troco, cafeteira carregada com elixir poderoso, abaixo de sua janela. Aquela cabine era uma sauna e se mantinha abafando, hoje o dia amanhecera ameno, projetava-se um princípio de primavera, brisa massageando a fronte, o caixa há algum tempo vinha emperrando. Na rádio tocava algum lançamento internacional, de algum artista, cujo nome ela não pronunciaria com clareza, a cancela desregulada motivava um cansaço extra. O expediente seria longo naquela réstia dominical, mas a amazona veterana, determinada, mantinha-se concentrada no resumo da ópera. alerta, Tinha feito promessa pras crias, quando chegasse jantariam pipoca com suco de polpa e enfim, quem sabe, terminariam aquele quebra-cabeça de duas mil e trezentas peças.

Inserida por michelfm

Primeiramente saiba,
O que vem a seguir é irrelevante.

Deixe as quedas serem catastróficas
E as perdas revelarem-se abundantes.

Inserida por michelfm

O UNIVERSO ME FAZ LEMBRAR VOCÊ
AS COISAS MAIS LIDAS QUE VI POR AQUI
O CANTO DO PASSARINHO
O AZUL DO CÉU
O VERDE DO MAR
AS BELAS MONTANHAS
O SOL VIBRANTE
AS MAIS BRILHANTE ESTRELA
A NATUREZA SE FAZ POR VOCÊ, TUDO SE TRANSFORMA POR VOCÊ.

Inserida por bemmaisqueumaflor

Pois quem vos fala é torto,
Deslocado, repulsivo e indigesto.

Chega de preparação,
Basta de embrulhos e embalagens,
Daqui pra frente, só quero a polpa,
O recheio e a cobertura.

E uma única vez,
Ser a Cereja.

Inserida por michelfm

Olhava as crianças brincando
com os pássaros na calçada
e não conseguia distinguir
de quem eram as asas

Inserida por taekwonmaster

Cresci ,
o tempo que nem notei
levou-me, leve e quieto,
parece no entanto
que nunca, nunca passou,
a poesia que percebia
permaneceu comigo
um abrigo,
ao coração sempre adolescente,
amor primeiro,
sexto sentido
que cada vez mais forte,
grita, desafina, melodia sem receio
porque n'alma
se escreveu
o que a vida ditou.

Inserida por neusamarilda

Por vezes em muitas palavras,
Até se transforma em canção,
Entre as linhas rabiscadas,
Informa amor, saudade ou a solidão.

Nas floresta, nos bosques, no jardim,
Nas flores que ao leve toque perfumam o ar,
Na melodia, nas cifras, no jeito simples de cantar,
Tem poesia na vida, tem poesia em você e em mim.

Palavras soltas, que vão e vem, embalam os olho de um singelo leitor,
Amar, encantar e ser encantado, descobrir-se poeta,
Apertar o coração, e em meio as lágrimas compor,
Sorrir, abraçar e se deliciar na descoberta.

É sonho, flutua, descreve utopia,
É viagem, é prazer, a noite, ao dia,
Nas entrelinhas o delírio da poesia,
Ser poeta é descrever verdades e fantasias.

Inserida por bimquintino