Poema sobre Longas Conversas em um Sofá
Sofá
Um lugar para amar
Seja no quarto, na cama
Ou em uma sala de star
Seja dois ou três lugares
Estaremos nos a levitar
Nos embriagando aos porres
Degustando flores e sabores
Da banheira, as cadeiras
Nada substitui à verdadeira
E velha armaduras de madeira
Este sim é o melhor lugar
Para beijar, abraçar e amar
Nos Amando ao som
E no tom de "sol fá"
Sempre que sentava no sofá
Começava a imaginar
O que fazer E Onde você está
Eu contava as horas pra te ver
Mas não respondia ao meu olhar.
Cada sorriso numa foto
Lembranças do meu coração
Sentados no sofá da sala
Falamos da nossa paixão
Eu digo as palavras certas
Eu canto a nossa canção
Memórias de um filme de amor
Que terminou em traição
Esta noite quero apenas deitar-me
No sofá e pensar na vida...
Pensar nos erros de ontem para
não o cometelos amanhã.
ESPERANDO...
esperando Godô
espero no sofá
espero sentada
espero de chinelos
espero ouvindo o Gil
espero ao lado do telefone
de pijama
escrevendo
espero sonhando
espero com preguiça.
esperando Godô
olho o relógio sem ponteiros
e vejo as horas no digital.
esperando Godô,
meu coração bate mais rápido
bate mais forte
reparo nos enfeites da sala
nos desenhos dos quadros
nos óculos na mesa
e na minha vontade
de telefonar
só pra parar de esperar God
Chamo de saudade, até os momentos em que você se levanta do sofá, pra buscar um copo d'água!
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Laura chegava cansada do trabalho em casa.
Jogava a bolsa pesada no sofá e ia pra janela espairecer.
Acendia o cigarro e odiava perceber
que tava dependendo daquela bosta pra viver.
Mas fumava, pensava, espairecia.
Olhava as luzes lá longe,
reparava como mundo é tão grande
e o seu coração até doía.
Angustiava não ter esperança.
Pensava em quanta coisa devia ter começado a fazer quando criança.
É tudo tão fácil de aprender na infância.
Não conseguia pensar qual caminho seguir pra continuar,
constantemente sentia vontade de chorar.
Não sabia andar de patins.
Não sabia dançar ballet.
Largou o judô que tanto gostava.
Não leu todos os livros que planejava.
Sempre planejou, sempre teve planos.
Mas nunca conquistou a maioria deles.
Hoje em dia, na janela com o cigarro aceso,
Era isso que mais doía.
Não tinha disciplina,
Não era organizada.
Nunca nem gostou de comer salada.
Parecia que fez tudo sempre tão errado que não tinha mais conserto.
E achava que por incapacidade nunca ia os seus defeitos.
Tava tão angustiada que nem percebia,
Que se olhasse mais para frente
o futuro lhe sorria.
O medo vem do céu covarde
Quando acordar pode ser tarde
O seu sofá parece um beck,
confortável atraente, mais acaba.
FELIZ DE QUEM DEU MILHO AOS POMBOS
Afunde seu derrière no sofá macio
Ajeite suas costas na fofa almofada
Conecte-se com o mundo lá fora
Enquanto passa indolente a sua vida
Feliz de quem deu milho aos pombos
Posto que viram os pombos em bandos
E ouviram seu revoar ao saciarem a fome
E viram o poeta fazer disso, canção
Agora, tudo isso acontecendo
E você aí...afundado num sofá
Teclando no seu celular
Conectado ao mundo inteiro
Protestando contra o sistema
Dos coxinhas e dos truculentos
Entre foices e martelos
Sem sair do seu lugar
Feliz de quem deu milho aos pombos
E viu que eles são reais
Hoje você voa tão alto quanto eles
No seu mundo virtual
Grita bem alto em seu perfil
Esse seu jeito de herói varonil
Enquanto do seu lado o silêncio
Afasta todos os seus amigos
Afunde seu derrière no sofá macio
E deixa morrer de fome os pombos na praça
Enquanto os tiros dos canhões disparados
Atingem seu alvo real
(Nane-19/05/2015)
Lar de chuva
Sabia lidar até você resolver chegar. Um desconhecido em meu sofá pra bagunçar a casa que parecia até então arrumada. No dia chuvoso bateu a dúvida, deixar-se molhar ou se confortar em baixo do telhado. Mas quem nunca se sentiu atraído pela água da chuva? Que caí sorrateiramente pelos cantos da parede pelas brechas que um dia deixaram, e não se pode concertar. São as marcas que toda casa carrega depois de tanto tempo que se mora. Uns batem a porta mais cedo, outros mais tarde. O que conta é a intensidade, de quem está por trás dela, quando a bate. Você bateu e eu abri. Me convidou apenas com um olhar, não tive dúvidas, e logo percebi, que me chamará pra nos molhar. O guarda-chuvas ficou. E eu fui. Apenas senti, as gotas da vida transpassar a pele. Não tinha mais sentido querer se enxugar. Por mais que tentássemos estávamos completamente encharcados de sensações. Olho pro sofá e você não está mais lá. Percebo a chuva cair, com mais intensidade, pelas brechas do telhado que agora pareciam maiores. Somente as marcas do conforto e das lágrimas que acompanhavam as gotas da chuva, inundando agora, a casa desordenada.
Uns Cortes
Começou primeiro a cortar mesa e cadeiras, sofá, televisão, depois raque, filtro de água, fogão, carros, em seguida árvores, e por fim animais e gentes. As lâminas vazavam tudo, sem dó nem piedade, a mando de uma mulherona mandona que observava de certa distância com fúria nos olhos.
— Corto também essa carne podre pendurada nas suas costas? — perguntou-lhe o sujeito com a máquina na mão.
— Não, isso não. De jeito nenhum. Está louco?
E caminhando em direção a ele:
— Dá aqui essa máquina, você também já não me serve mais.
— Ziu!
Eu só quero uma tarde com você
Um sofá, um cobertor e uma tv
Te abraçar e esquecer o mundo lá fora
E é só você que eu quero agora.
Calado no sofá fiquei horas a pensar,
Pensamentos e ilusões que me fez acreditar,
Acreditar numa ingenuidade que sozinho um dia o mundo irá mudar,
Fique muito triste por saber que ninguém iria me ajudar,
Más nada me fez calar ,
Irei lutar até meu coração parar de pulsar.
Deitados sob o sofá - cama, assistindo um filme de velho oeste, ele se vira para a direção dela e subitamente diz: "eu vou te amar para sempre!".
Ela franziu as sobrancelhas e disse: "Jura? Não sei não, as pessoas sempre dizem isso e até falam de um amor para até depois da vida, mas aí terminam e dizem coisas como: "tô livre na pista!" Então faz assim, diz que me ama todos os dias, e a gente vai se amando até quando a vida quiser".
O rapaz olhou, primeiro espantado, depois rindo e disse: "Você é meio paranóica né?"
Ambos caíram na gargalhada até que ela falou: "Ok, eu me rendo. Vou te amar pra sempre também!"
E assim o "para sempre" foi feito.
Sala vazia
Ainda penso em você quando a sala está vazia
E te procuro no sofá vendo filmes aos domingos
E quando a sala está cheia, te procuro entre os amigos
Para ver aquele seu grande sorriso que me confortava
Aprendi com o tempo a viver com essa dor
Guardando as lembranças para momentos oportunos
Mas nunca deixando de declarar todo o meu amor
Mesmo que longe você esteja, nos meus momentos noturnos
Suas ações sempre me influenciaram a ser melhor
Através de seus ensinamentos me tornei o que sou
E com essa bagagem em busca eu vou
De encontrar-me e redescobrir-me.
Como poderia ser
Você no seu sofá aconchegante
Manipulado por autofalantes
Enquanto eu em minha rede
Aprecio pássaros cantantes
Como poderia ser
Você cercado por gesso e azulejo
Enquanto eu rodeada por verdes e relevo
Suas luzes de led te iluminando
E eu iluminada por celestes brilhando
O ar que me refresca não é condicionado
E sim, o vento que sopra livre para todos os lados
Pensando bem, até poderia ser
Se neste universo onde contrastam vaidade e simplicidade
Houvesse um querer na mesma reciprocidade.
Versos Para Acordar Alice
Alice, acorde!
Acabou a hora do chá!
há um chapeleiro no sofá,
ele disse que é seu pai, mas não parece com você.
Alice, acorde!
A hora do chá acabou!
Eu juro ninguém te dopou,
você quem escolheu assim.
Alice, acorde!
Há um chapeleiro na sala
disse que veio lhe salvar, reprogramar,
Alice! A hora do chá acabou!
Ele disse que a rainha é você!
-Alice sem tempo, Alice apressada!
É hora da retomada...
É tarde! É tarde! É tarde!
O chapeleiro não disse a metade!
Falou em toca do coelho...
Alice! O chá de canela!
Canela! Canela! Canela!
O chá acabou,
tem um chapeleiro na sala
disse que é seu pai,
mas não parece com você.
Alice! acorde Alice!
Acabou a hora do chá!
Feliz desaniversário!!!
A quanto tempo não somos família?
A quanto tempo não sentamos no sofá e conversamos sobre o nosso dia. Já faz muito tempo que não sentamos em uma mesa e jantamos reunidos ...
Quando foi, que deixamos de ser família? Foi quando a ganância falou mais alto que o amor? Foi quando o orgulho foi mais forte que a humildade?
Não sei quando, mas sei que deixamos de ser família, o mais triste nisso tudo é que eu sinto falta.
Sinto falta das manhãs de domingo em que a casa ficava cheia, sinto saudades de sair aos sábados anoite para tomar um caldo ou um simples sorvete, sinto saudades de compartilharmos as alegrias e não somente as derrotas, sinto saudades de ter um colo, e de ouvir histórias antigas contadas por vocês..
Sinto saudades da essência que perdemos, saudades de sermos família.
Ela atravessou a cozinha
até a sala improvisada
se sentou no sofá
e o cobriu com seu vestido rodado
de flores que parecia linho
e macio como sua pele
branca sem pó e sem enfeites.
trouxe consigo chocolates
a moda cortês e
gentilezas quanto seus olhos.
Ela parecia ter saído de um filme de Hollywood
mas estava ali
na minha sala
conversando coisas que eu estava encarregado de ouvir.
Minha Monroe
em sua versão castanha
e ela me deixará.
eu sei.
Antes mesmo d’eu pensar em abandoná-la.
Sentamos no sofá como enamorados dos anos 80.
Ela se encolheu no cantos de mim
me cobrindo com seus braços e panturrilhas.
Você viu o documentário dos heróis nazistas na tv?
Ela respondeu que não.
Pensei sozinho que sou como eles perto dela.
Altos,
Cheirados,
Nas nuvens.
Mas quando ela sai por aquela porta e tira as suas panturrilhas e braços de cima de mim, me sinto desolado.
Baleado pelo mínimo descuido.
Um soldado estúpido.
De rebordosa pelos cômodos.
Ele fala sobre os avanços farmacêuticos da época, respondi.
