Luana María

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Da retina ao coração

São os teus olhos
verdes claros
Eu sei que são
Mas também tem o sorriso
Que me desmonta de ponta a ponta
É uma aflição
Não me faça falar do coração
Em uma canção vou te contar
Que quero me afastar
Só pra evitar
Esse turbilhão de emoção
Que o meu coração
Sente ao te ouvir falar

Dona Maria


Maria de Jesus, Maria José, Maria Helena, Maria Caetana, até mesmo eu, Maria. De todas elas, tu és a que possui mais sabedoria.
Seja pelo tempo de vida, seja pelas experiências vividas, por tudo que passou e ultrapassou. Jovem ainda, quis se casar pra se criar na vida. Era o Severino da Maria. Onze sairam de seu ventre, e se criaram com enchada e feijão. Pra ela, era o que tinha mais de precioso, sua família, guardava no coração. Casa grande, pra muita gente. Sempre cabia mais um. Tinha netos, e agora bisnetos. No auge da velhice, sempre forte e resistente, nunca deixou de pegar no batente. Se de todas as coisas que mais gostara que aqui posso citar, era passar a manhã na cozinha, pra mais tarde a família reunida, junto se sentar. O sofá de frente ao jardim, passava horas a apreciar, falava das histórias e do que podia lembrar. Apontava cada planta e pronunciava os seus nomes com amor, observava o céu, e alimentava os pássaros. Com o tempo, a força foi se perdendo. E as plantas não podia mais agoar. Mas Deus sempre foi bom, e a água não deixava faltar. E agora, cadê a tua força, Maria? Há dias não mais cê vê, nem plantas, nem pássaros, nem família. Pra quê? Se a memória também se vai, e a gente que aqui fica, sente também a tua fraqueza. Quem contará as histórias, das quais não me lembro mais. Quem dirá os nomes das plantas, agora, tanto faz. E o sofá, que não abriga mais ninguém e não ouve mais, teus risos. Ninguém pode cobrar, não agora, o teu esforço. Teu corpo pede repouso, da vida tão sofrida. Mas fica tranquila, que os teus tão crescidos. E mesmo os pequeninos, vão ter quem cuidar. Dona Maria, dona da minha vida. Não sei quando será a minha última a benção.

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I. Sobre quadros e amor

Na noite estrelada sobre o Ródano
Estávamos lá, no lado direito do quadro
Que Van Gogh um dia pintou
E demonstrou o nosso amor
Ao observar as estrelas

II. Sobre quadros e amor

Nem os quadros do Van Gogh
poderiam expressar
através das cores
as impressões que você
chega a causar em mim

O dia entardeceu. Nuvens brancas a passar, a ausência de quem nunca se foi, faz do meu coração um céu azul sem estrelas.

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Ministério da saúde adverte:

misturar razão e amor pode não dar bons resultados. Nessa balança um lado sempre penderá mais que o outro. Apresentando várias reações dependendo do coração de quem ousar utilizar. Recomenda-se quando tratar-se de um "nós" escolher apenas uma das substâncias, e de preferência o amor, porque o resto, o teu coração vai saber pra onde te levar.

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Olha lá, duas mulheres descendo a rua de mãos sobrepostas e de coração compartilhado, misturam-se os lábios e chamam a atenção dos que não tem coração.

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Por mim eu vou viver. Serei mulher de mim. Dona do meu nariz. Senhora de si.

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Lar de chuva

Sabia lidar até você resolver chegar. Um desconhecido em meu sofá pra bagunçar a casa que parecia até então arrumada. No dia chuvoso bateu a dúvida, deixar-se molhar ou se confortar em baixo do telhado. Mas quem nunca se sentiu atraído pela água da chuva? Que caí sorrateiramente pelos cantos da parede pelas brechas que um dia deixaram, e não se pode concertar. São as marcas que toda casa carrega depois de tanto tempo que se mora. Uns batem a porta mais cedo, outros mais tarde. O que conta é a intensidade, de quem está por trás dela, quando a bate. Você bateu e eu abri. Me convidou apenas com um olhar, não tive dúvidas, e logo percebi, que me chamará pra nos molhar. O guarda-chuvas ficou. E eu fui. Apenas senti, as gotas da vida transpassar a pele. Não tinha mais sentido querer se enxugar. Por mais que tentássemos estávamos completamente encharcados de sensações. Olho pro sofá e você não está mais lá. Percebo a chuva cair, com mais intensidade, pelas brechas do telhado que agora pareciam maiores. Somente as marcas do conforto e das lágrimas que acompanhavam as gotas da chuva, inundando agora, a casa desordenada.

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Teus olhos são oceano
mergulho profundamente,
até mesmo sem querer
observando-os,
na grandeza do teu olhar
Deixo-me sem pensar
me naufragar

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Poesia resiste em tempos caóticos!

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Cores pesadas
Cores marcadas
De todas elas
Na mente passam.
Observo atentamente
Cada passo dado teu
Com o olhar.

O que se passa na tua mente
E que cê esconde e não conta
Pra gente, quem sabe, surgir por nós
Do que fica e do que se esvai
Prefiro acreditar no que está sendo

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Sonho
Ela era cheia deles
Os carregava em uma pequena sacola
E adorava compartilha-los

Memória
Onde guardava as suas lembranças
com sabedoria
Até mesmo as que não tinha
O hábito de recordar

Saudade
Não podia (ainda) lidar com a tal
Mas aprendeu a conviver
Com o vazio no coração
De algo que ainda não havia vivido

Amor
Não fazia ideia do era,
Contudo, já tinha ouvido falar
Algumas vezes por outras pessoas.
Essas, acreditava a moça,
Também não tinham noção nenhuma
Do que era

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Ela dançava de mãos dadas com a alma
Não se importava de tropeçar
Pois sempre recomeçava a dançar
Nada podia interromper, Maria
Quando se movimentava pela casa,
Do quarto para a cozinha
Em um simples passo
Que acabava de criar

Não entendiam porque mesmo sem música
prosseguia com o seu bailado
uma vez que só a moça podia escutar
as batidas do seu coração

Dançava o ritmo do bater
Da sua existência,
Movimentava-se com a música da vida
Que partia de dentro.

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Parecia ultrapassar o tempo
Ao observar o céu
Admirava a Lua
Pois assim como ela
Maria tinha lá as suas fases...

Via, ao olhar na beira mar
O seu reflexo, refletindo junto
com o brilho do luar
E imaginava como não poderia
Ser tão sua

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Nada aflige um coração que clama por justiça.

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Nem da laranja quero a metade. Nenhuma pessoa merece ser o "quase" ou "talvez" de ninguém. Se tem fome, não se come meio prato. Se tem música, não se dança meio passo. Se tem o alfabeto, não se escreve apenas com consoantes. E se tem amor, é amor e pronto.

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Sou mar de palavras. Ondas de poesias. Naufrágios de sentimentos. E barcos que flutuam por medo de se deixar molhar de amor. Um mar que nunca se finda com um horizonte incerto de alcançar.

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O que se come quando se tem fome de amor?

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"O amor a não ser o próprio, é para dois."

Ela estava sempre de prontidão!
Pronta para amar,
Para realizar algo de extraordinário
Ou até as coisas mais simples.
Porém não compreendia
Que em um ato que exigia dos dois,
Ambos deveriam estar prontos,
E que não podia carregar sozinha
O peso do amor.

Menina,
Quando colocado na balança
E dividido por dois ele se torna muito mais leve!
Há um equilíbrio que quando os dois se encontram
Ele se torna inteiro novamente.
Isso se chama reciprocidade, Maria!

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Conselhos para Maria

A vida não se parece nada com um bolo,
Maria, ela não tem receita.
Então use os seus próprios ingredientes.
Misture tudo nessa grande vasilha
Que é o teu próprio corpo e vá viver,
Sem se preocupar com o ponto.

Afinal, nunca saberemos quando se está pronto
Para sair do forno.

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A voz de Chico

Enquanto Maria caminhava,
Chico atravessa a calçada,
e desde lá dizia:

"Anda, Maria
Pois eu só teria
A minha agonia [agonia do amor descorrespondido]
Pra te oferecer"

Vai, alegria
Que a vida, Maria
Não passa de um dia
Não vou te prender [nem se quisesse]
Corre, Maria
Que a vida não espera
É uma primavera
Não podes perder [os prazeres da vida]"

Chico sabia que o coração de Maria era caxeiro viajante,
Mas o cupido foi traiçoeiro
E num tiro certeiro
Escolheu o sujeito desatento
Que vive no desalento
De amar outro alguém.

Maria não sabia escolher,
Até parece indecisa
Mesmo sendo tão decidida
Nessa vida.

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Do amor de Maria

É o que a mente pede:
Guarda com carinho as coisas boas.
E o coração, responde sempre com saudade.
É a grande guerra que enfrentamos todos os dias.
Entre o sentimento e a razão.
Entre o ficar e o ir embora.

Maria levava sua vida assim,
Não amava por metade,
Mas por inteiro.

Já sabiam quando Maria estava amando,
Ela só sabia transbordar
Pelas ruas por onde passava.

Era euforia da moça de coração atado
na alegria de gostar do outro,
Mas com a infelicidade de não pode ser um só.

Um imparce tão grande
Que tinha dia que a moça não aguentava
De tanta gritaria que saia de dentro de si.

Ficava confusa,
A coitada,
E pensava consigo mesma:
"só queria amar,
sem fórmula,
nem regras,
somente pelo gostinho de sentir."

Mas não compreendia
Que as outras pessoas
Não pensavam da mesma forma que ela.
E que pros outros o amor não bastava.

Não desanima, Maria.
Um dia, alguém há de te amar
Na mesma intensidade.

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Como está você?

Ao invés de "como vai você?"
Ela sempre perguntará:
"Como está seu coração?"
Maria não queria saber
Do que ela podia ver,
Mas sim do que estava por dentro.
Gostava mesmo dos sentimentos,
Do bater do coração,
Era o que lhe dava a vida!

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Quem era Maria

Maria cheia da saudade
Caminhava descalça pelo parque
Esperando um amor.

Era bela feito o céu ao entardecer.
A julgavam pelos seus inúmeros amores
A coitada não era a culpada.
Se gostava de namorar, o que importava?
O que valia pra ela era os prazeres que eles a proporcionavam
Os sentimentos inusitados, as alegrias...

E as dores?
Essa parte ela não fazia questão de expor
Guardava pra si.
Sorrateira consquistava os corações dos rapazes.
Se fazia feliz.

Desperdiçava,
Diziam as más línguas
O seu tempo com esse "tar de armô".

Ah, mas não era Amélia não
Parecia com a Capitu do Machado.
"Com olhos de cigana obliqua e dissimulada".

Maria era mulher,
feita de poesia cantada.
Mas poesia do que mulher.

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