Poema de Amigo de Augusto dos Anjos
Eu tô ficando amarga.
Tô ficando meio mal-amada.
Abandonada.
Consigo acertar dois passos, mas regrido um.
Volto a estaca 0.
Quando melhoro, dou uma recaída e volto a ser como era.
Me isolo. Não me controlo e, de tiracolo me consolo com memórias do passado.
Eu me canso.
Fico cheia de fazer poesias para contrafazer o caos dentro de mim.
Caos.
Não rima. E, pra falar a verdade odeio palavras rimadas.
Já não sou doce porque apodreci os dentes de muitas bocas.
E, o que me sobra?
O ácido biliar que corrói o estômago alheio.
Em dias chuvosos
Eu corro para onde a chuvarada não alcance
Mas eu ainda desejaria voltar para casa
Mesmo que o vento continuasse a me levar de volta
Eu ainda desejaria
Mas não importa
Mesmo que eu o fizesse
Nunca voltaria para casa
As ondas batem nas rochas como se estivessem com raiva,
E pretendessem quebrá-las.
Por mais que agitado, o som do mar parece solitário,
Como uma moça inquieta esperando seu marido voltar da guerra.
A água é azul, um azul tão escuro que se você observar durante muito tempo,
Terá a sensação de que está submerso no fundo do oceano,
E que dali não conseguirá escapar.
Pro infinito
Uma lua me ilumina
Em meio ao céu
Em meio a multidão
No infinito deste além
No infinito desta vida
Que abre o formoso mar de sensações
Em comunhão ao meu tempo que pertence ao destino
Não sabemos oq nós espera
Pois ninguém sabe o dia de amanhã.
Escrito por: Guilherme (Guidsxs)
Ainda que o tempo passe...
Serei o vento,
Serei a brisa...
Serei o sopro!
Vereis - me passar e o ar...
Ah! Onde vereis-me passar?
Ali!
Lá!
Lá fora!
E dentro passou o vento...
Passou a brisa,
Passou o sopro...
E o ar ali, lá...lá fora a passar!
Reciprocidade
Eu vou aonde também vem, mando pra aonde também enviam, me dôo pra quem também se entrega.
Plante em terras que dão frutos de amor para você colher! Ficar esperando algo da onde não existe nada faz adoecer a alma, pela espera do que nunca virá!
Herbert Fraguas
sou inteira recordações
somos
aromas, palavras, toques
passeio por esses caminhos
passeamos
encontros, acasos, desencontros
o céu todinho em meu olhar
no nosso
estrelas, nuvens, aquele luar
o que faço com tanto azul?
o que fazemos...
E numa esquina do acaso
às vezes
avista-se o amor.
E então, inevitavelmente,
a alma emudece
o coração saltita
o olhar paralisa
as mãos se agitam
o corpo, em êxtase ,sorri.
O instante esperado
a certeza do achado
a emoção do encontro.
Como descrever em palavras
o que não cabe no infinito?
COISAS QUE NÃO PERDOOU
Eu perdoou muitas coisas,
como críticas infundadas,
desqualificadas, ignorância
sobre algum assunto que domino,
até dívidas posso perdoar!
Mas não posso perdoar
duas coisas, pois sou humano!
Não perdoo ingratidão
nem falta de respeito
para com a dignidade humana,
seja contra mim
ou contra outro ser humano,
isso nunca.
FASCINAÇÃO
Qual seria a causa
De tanta fascinação
que ela ao poeta traz,
efeito de inspiração?
Nos céus, feito miragem,
leva o pensamento a divagar.
Impetuosa é a tua imagem,
estampada nas águas do mar.
Seria a tua beleza
o que a ele agrada?
Ou a sua clareza
que na noite propaga?
Ou será que é a alegria
de ser a mensageira
que dos cálidos amantes
vive a testemunhar?
Oh lua! Tu és a própria poesia
pronta na caneta, a indicar
o que o poeta aponta, noite e dia,
em letras e versos, a te desenhar.
Enamorado, ele jamais se cansa.
Toma para si sensação tão melíflua,
misterioso, o poder que emanas.
Um encontro perfeito: o poeta e a lua.
Tinha tempo
Tento caducando
Levar a vida
Lançando rima
Parei de rimar
Parei
Agora vou escrever
Sem puxar rimas
Porque esse lance de poetisar
É um lance meio doido doído de ser cupido de ficar formando pares com as palavras
Vou acabar ficando sem tempo
RENASCER
Recomeçar...
Aventurar...
Sentir a emoção de viver.
Ter coragem de aprender.
Coragem no saber que vale
a pena começar de novo...
De fazer algo a mais!
Onde a sabedoria do ser,
consiste numa espécie
de renascimento...
Do conhecer-se, ter o poder
ante o tardio padecimento.
.
Objetivar um retroceder...
Mas jamais deixar-se render!
Oceano
São tantos os segredos
no coração de uma mulher...
Guardados, mergulhados,
e nem sempre encontrados.
A flutuarem na escuridão
como um emaranhado de coisas
obscuras, em momentos.
Noutros, tão límpidas...
Do que virá pela frente,
incertezas!
Um oceano tão profundo
cheio de surpresas.
Amores vividos,
momentos sofridos...
Sentimentos,
aventura de viver!
Terra enxuta
Chuva, chuva,
como força bruta
formou um veio
e caiu, como uma luva,
num momento,
em meio
à terra, por tanto
tempo enxuta.
Nas ondas do teu mar
Navegando na imensidão
do teu mar
tento me afastar
mas me incomoda a solidão.
Mergulho nas ondas do teu corpo
sem fazer esforço...
Refresco-me nas tuas águas,
um amor que não se acaba.
Enfim, descanso no te porto,
e dali não quero sair mais...
A tua sombra me acompanha,
já faço parte do teu cais!
Bálsamo
A poesia é como
um bálsamo
que traz o conforto
nos momentos difíceis...
Ela faz viajar,
caminhando nas palavras,
que deslizam leves
por sobre os dedos,
sem ao menos sair do lugar...
Acalenta o coração,
ilumina os caminhos
com sua luz reveladora!
Oh! A poesia...
Como ela me completa
fazendo parte da minha vida...
Ela me instiga,
quando, através dela,
consigo me conhecer melhor
e enxergar a vida
de uma forma diferente...
Que bom que ela existe!
Raio de sol
Entontece o amanhecer.
Um lindo raio de sol
que logo aparece,
e os pássaros, com seu canto
de paixão, vêm me endoidecer.
