Poeira
Seguimos em viagem, lançados nesse universo infindo.
Somos átomos aglomerados, da poeira cósmica fomos formados. Estamos inseridos numa existência, completamente interligados. E não há nada e ninguém independente.
Somos partículas de um todo, muito bem ajustados.
Como nos desligar desse plano existencial, se dependemos uns dos outros e de todos os astros?
Cada ser celestial tem sua função no cosmo expandido. São bilhares de galáxias existentes.
E nada é injustificável. A perfeita maestria do universo, intriga nossa mente limitada. E a verdade diante de tudo isso, nós humanos não somos nada.
E você aí cheio de vaidade, achando que é muita coisa dentro da comunidade. Mas não passa de um sopro de vida, de apenas um instante. Diante da grandeza desse universo. O que é a sua vida perante as eras estelares? Ou as incontáveis gotas existentes no oceano? A vaidade passa e bem ligeira, Como a chuva que escorre na vidraça. Ou como as águas de um intenso temporal. Que vai e vem nos tempos determinados. Quero ter serena e mansa ombridade, reconhecer que não sou nada. E adorar o Eterno Criador, por tua graça em minha vida alcançada.
Não somos nada, realmente nada além de poeira amontoada. Somos partículas atômicas agrupadas, somos barro com arrogância exacerbada. Somos um sopro e mais nada. Qual barro na mão do oleiro, que amassa e refaz sua arte animada, que molda ao seu bel prazer e como lhe apraz ser adornada.
E essa liberdade tem o artífice criador, moldar o barro para desonra, ou faze-lo para o encher de honra e louvor.
Um dia você será honrado, não importa a poeira de inveja que caia sobre ti. Respire, Deus costuma enviar a chuva para fazer a limpeza.
Quando um dia eu for poeira e for a minha despedida, tratem-me da mesma maneira que me trataram nesta vida.
Gente: um pinguinho de poeira das estrelas, perdida nas próprias ideias e sentimentos, que se sente capaz de mudar um universo.
Em nossa composição química corporal somos todos constituídos por restos de poeira estelar e, feito elas, devemos ser luz a brilhar neste palco da vida terrena.
A criatura humana foi formada por resíduos de poeira estelar, logo somos todos um pouco de estrela neste Universo também.
Eu sou o complexo da existência que seus olhos podem ver, e você só vê a poeira do meu rastro, precisamente porque eu sou o hidroavião, o raio e o trovão que nivelou exclusivamente sobre o rio primitivo onde você é meu suave espelho trêmulo.
Expansão
Do Cosmos vir
Pro Cosmos voltar
Fui cometa, fui astro
Sou poeira em pleno ar
Me dissolvo pelo espaço
Com todas as coisas quero estar
Sou a magia do presente
Transbordando com o mar
Com o Sol quero nascer
Com os pássaros cantar
Com as ondas crescer
Em toda parte poder te amar.
E mesmo que o tempo seja veloz...
Me prometa que vai passar de mansinho?
Quero olho no olho
Quero romance de livro
Quero a nossa história
Quero escrever nosso caminho
E não pense você,
que quero um amor sério...
Quero é um amor divertido
Do tipo que conta piada sorrindo
Do tipo que perde a hora
quando está comigo
Quero o cantar o dia
Quero as tardes de domingo
A vida já séria demais,
não vou dar ouvidos.
Poema dueto poético: autores _ André M.Dewes & #Andrea_Domingues ©️
Todos os direitos autorais reservados 05/11/2021 às 19:30 hrs
Manter créditos de autoria original _ André M.Dewes & _Andrea Domingues
alguns acontecimentos
só provam o quanto
somos poeira
se o vento bater em nossa direção
podemos nunca mais existir ali.
Palavras são como pó, grão
Todos os dias nos invade do cosmos
Uma duna de poeira espacial
Para pagar as palavras escritas
e não deixá-las ao esmo,
Sem correspondência
Com algo que exista
E não precisar apagá-las.
Por isso, saber o peso do que se fala
e, mais ainda, do que se escreve
é de suma importância.
Mesmo as estrelas, que parecem tão numerosas, são como areia, são como poeira – ou menos que poeira – na enormidade do espaço.
A beleza ás vezes pode vir da poeira suspensa no ar
Mas ver poeira se tornar um quadro a cada dia é um dom
Deixe a beleza que há em você sair
E descobrirá como a vida pode ser maravilhosa
Daniela Cristina Fernandes Souza
Algumas coisas valem a pena você lutar para conquistar outras não. Dependendo do contexto poeira e sol pode ser mais prazeroso que birô e água.
''O tempo é eterno, o universo é infinito, mas você é apenas uma poeira nesse mundo em que está perdido.''
Filho do deserto
Eu sou o árabe, filho do deserto,
Já comi poeira nessa árdua caminhada,
Estive longe e hoje estou perto,
Gratidão,ao lembrar da fria madrugada.
Durante o dia,sob um sol escaldante,
E as noites, eram longas e geladas,
Com um sofrimento frio e degradante,
Estava eu e minha consciência de mãos dadas.
Vivia em constante preocupação,
Com as insistências do vil inimigo,
Eu,embrenhado naquela solidão,
Procurando ajuda ou apenas um abrigo.
No deserto impera a lei do forte,
Onde bestas feras vivem à torturar,
A vida,briga com a morte,
E os pesadelos, conflitam com o sonhar.
No deserto há muito medo,
Há também a sonhada alegria,
Um grande e eterno segredo,
Envolto numa eterna magia.
No deserto também se purifica,
Há encontros e desencontros,
Onde a alma se sacrifica,
Em um duro e demorado confronto.
Deserto do aprimoramento,
Deserto dos bravos e dos fortes,
Onde há dor e também o sofrimento,
Tem nascimento e também morte.
Lourival Alves
Sob a poeira do tempo, jaz imóvel tudo que outrora reluzia, imponente. Lembranças esparsas ao vento, epopeias submersas na lama do esquecimento. Quantas batalhas, derrotas e vitórias, espargidas ao vento. Agora, sozinho no obrigatório isolamento social e familiar, meu lamento é por tudo que deixei de fazer. Imperdoável adiamento. A locomotiva ficará imóvel, os vagões permanecerão estacionados, mas os trilhos continuarão por muitas décadas.
(Juares de Marcos Jardim - Santo André / São Paulo - SP)
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