Paixao Perdida
Guerra perdida
(Em piegas confissão)
Eu tentei te esquecer, eu tentei.
Implorei uma trégua ao coração,
mas, em rebeldia, ele, tão atrevido,
bateu mais forte e me disse: – Não!
Eu tentei te esquecer, eu tentei...
Busquei outros lábios, outro rosto,
mas jamais consegui encontrar
o encanto e a doçura do teu gosto.
Eu tentei te esquecer... Ora, eu tentei!!!
Até em sonhos eu fugi de ti,
mas, contigo em meus pensamentos,
confesso que sempre amanheci.
Eu tentei te esquecer, sim, eu tentei...
Encarei como feitiço, doença, uma cilada,
mas a paixão de corpo era também de alma,
e então eu já não pude fazer mais nada.
Ah, eu tentei te esquecer, como eu tentei!
Mas não era pra ser, agora bem compreendo.
Admito: perdi a batalha, perdi essa guerra.
Em teus braços, eu me entrego. Eu me rendo!
Poema: Anne Mahin
Arte: Emilia Wilk
O Mistério da Chave Perdida
João adorava explorar o sótão da casa da avó. Entre caixas empoeiradas e móveis antigos, ele encontrou uma chave dourada com detalhes misteriosos. Curioso, começou a procurar pelo que aquela chave poderia abrir.
Perguntou à avó, mas ela apenas sorriu e disse:
— Algumas respostas só aparecem para quem sabe observar.
João passou dias explorando a casa até que, ao limpar uma gaveta antiga, encontrou um pequeno baú de madeira. Seu coração acelerou. Com as mãos trêmulas, encaixou a chave na fechadura e, com um leve clique, o baú se abriu. Dentro, havia cartas antigas e uma foto da avó ainda jovem.
Ele olhou para ela, surpreso, e a avó explicou:
— São lembranças de um tempo especial. Algumas chaves não abrem apenas baús, mas também memórias.
João sorriu, entendendo que, às vezes, o maior tesouro são as histórias que carregamos.
As horas se passam, me pergunto de onde vem esta angústia...
As vezes perdida, as vezes com ânimo de continuar
Sozinha , e de vez em quando acompanhada de um breve sorriso
Culpada de tudo , e ao mesmo tempo livre de todo o desconforto que alguém poderia causar...
Mente confusa , ideias de um amanhecer diferente , mas as lágrimas insistem em rolar ...
Não sei se causei mal ,
Não sei se fiz bem ,
Um conflito diário , essa questão de não conseguir ir além ...
Uma mão para encostar na minha, um respiro bem próximo , ou até mesmo umas palavras ditas lentamente ?!
Não , não sou digna de receber !
Querer o seu toque , seus lábios , seu sorriso, suas palavras, seu corpo , seu suor... enfim querer você , seria tão pecado assim ?
Não sei o que faço, para onde fujo , não sei se escondo ou te conto, só sei que está difícil...
É pensando em você que perco meu sono todas as noites ,
É por querer você , que eu te devoro com os olhos ,
Por sentir carinho , que fico triste com o seu mal estar ,
É por respeitar , que te pergunto que mal eu te causei ?
Por fim , se causei ...
É por estar sofrendo que peço dê-me seu toque , seu tempo , seus lábios , e deixe-me mostrar o quão diferente és o que eu sinto!
tempo e com os erros:
**Vidro Quebrado**
Nossa alma, como vidro sem direção,
Perdida na busca de um novo chão,
O tempo passa, e mal se nota,
Que o cristal da vida se despedaça, e aflora a dor na rota.
Caminhamos, sem saber,
Errando em passos, sem entender,
Os erros se acumulam, como cristais quebrados,
E o coração, por vezes, fica marcado.
Cada falha é uma rachadura,
Na estrutura da nossa alma, que se mistura
Com a dor e a saudade de quem fomos,
Mas a vida, em sua curva, nunca perdoa os gritos mudos.
O vidro da alma, em sua fragilidade,
Reflete a beleza e a crueldade,
Do amor, da perda, do passo incerto,
Onde o coração ainda busca um porto aberto.
E o que sobra depois do impacto,
São cacos que brilham, mas ao mesmo ato,
Mostram a dor e a superação,
De um ser humano que vive em reconstrução.
"Nas curvas do seu sorriso,
Encontrei a estrada perdida.
Nos seus olhos, um paraíso,
Que fez minha alma renascida."
Sim, eu desceria nas catacumbas do inferno para resgatar uma amizade perdida. E ai do demônio que se meta na minha frente. (Amigo de rocha)
Antes bailava ao vento turbulento
Hoje sou eu o vento que se deixa arrastar
Perdida no abismo procuro resnascer
Como fénix me deixar queimar para viver
Sentir! Ai a batida da vida que vem depois que as chamas vazam ao esquecimento.
A revelação de nossa força é como aquela minúscula formiga que se vê perdida quando a pata gigantesca de um elefante se abate sobre ela, e se descobre protegida por diminutos e imperceptíveis grãos de areia que evitaram fosse esmagada. Conclui então que, na vastidão de um universo em que tudo é possível, o que menos importa é saber-lhe a forma e o tamanho, mas apenas que ele está lá!
ALMA PERDIDA
Caiu-me a alma.
Não sei se dentro de um rio,
Ou na turbulência do mar.
Talvez na montanha
Tamanha de frio,
No calor do estio,
Quente de enregelar.
Será que ela fugiu de mim
E se esconde na cidade imensa
À espera da recompensa,
Numa espécie de arlequim
De rir pelas ruas
Sujas e nuas.
O que é que minha alma pensa?
Fartei-me dela, tão tensa
E cada vez mais pretensa
Gozando comigo sem par,
Que não perco mais um minuto
Em absoluto,
Para a encontrar!
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 23-09-2022)
VINDIMA DE ESPERANÇAS
Quando se ama ou se volta a amar
A natureza perdida,
É sinal que a própria vida
Mesmo que dolorida
Tem esperança noutra saída
Rumo a um nova vindima.
Afagam-se os cachos com carinho
De baixo para cima
Como numa rima.
Provam-se as uvas coloridas
Prenhes de doçuras convertidas
Em álcoois depois amadurecidos
Em madeiras velhas consentidos
E fatalmente domados,
Aconchegados odores de bom vinho
Em toneis anciãos embriagados.
Era o Douro da Pesqueira em braços
De mulheres e homens de desembaraços
A soltar da cepa mãe, os filhos maduros
Naqueles socalcos pedregosos e duros.
Alguma lágrima vertida ao arrancar
Em doloroso transe de despedida,
A uva néctar fadada a uma nova vida.
Eram os bagos gordos e mimados
Pela natureza sol e solo vividos,
Que logo na prova primeira,
Fazem da minha amada Pesqueira,
A mãe do vinho dos meus sentidos.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 13-05-2023)
LUZ PERDIDA
Tantos anos na escuridão,
Procurei um dia a luz
No túnel da ilusão,
O brilho que me seduz.
Fiquei cego na minha cruz
Da vida,
De tanto olhar sempre em vão,
A luz da minha partida.
(Carlos De Castro, in Há Um Livro Por Escrever, em 28-11-2023)
Enquanto uma única vida for perdida em Desastres, todo o sistema de Proteção e Defesa Civil terá fracassado miseravelmente.
Eu não me importo mais,não tenho mas pena a esperança e perdida a partir do momento que você faz planos e eles dão errados.
É neste vasto vazio que me encontro perdida nessa fúnebre solidão. A qual me fere cruelmente, sem trégua nem clemência, deixando-me prostada ao chão.
O Encantamento
A princípio, ele pensou que ela fosse Ariadne — uma ninfa perdida entre os mitos e as constelações. Pensou que sua mente fosse um milagre oculto dos deuses, uma peça rara entre os destroços do caos. Via nela o brilho do improvável, como se cada gesto carregasse um segredo antigo.
Mas com o passar dos dias, ela foi se revelando... comum.
Pessoa binária — presa na contemplação medíocre entre o sim e o não, entre o bem e o mal. Uma alma regida por manuais. Uma mulher como tantas.
E ainda assim, ele a desejava.
Não por aquilo que ela era, mas por aquilo que ele imaginava que poderia ser, se ela aceitasse se lançar com ele ao vazio. Ele queria a vertigem. Queria sair do chão com ela, voar — não sobre nuvens, mas sobre abismos. Queria perder-se e, no fundo da queda, encontrá-la.
Ele era um homem subterrâneo.
Habitava no silêncio, na contramão do tempo. Carregava na alma uma solidão antiga, quase mineral. Tinha feito do abismo seu ateliê, seu altar e sua casa. E nela enxergava a possibilidade de dança, de salvação, de ruína bela.
Queria levá-la para esse mundo, onde a arte não tem preço e os gestos não pedem permissão. Queria que ela ouvisse o som da vertigem, o canto obscuro que move os artistas quando amam.
Mas ela tinha sonhos —
Sonhos com raízes, não com asas.
Queria se casar, ter filhos, construir uma casa com varanda e cortinas. Queria um homem estável, domingos tranquilos e filhos com nomes decididos muito antes de nascerem.
— E se não houver futuro? — ele perguntou, numa madrugada em que ela falava de imóveis e certidões.
— Então a gente inventa um — ela disse, sorrindo como quem jamais compreendeu a pergunta.
Ela não o entendia.
Achava bonito o que ele dizia, como quem acha bonita a chuva ou a música triste — mas não desejava se molhar, nem chorar.
Ele queria que ela rasgasse o destino e ardessse com ele num fogo sem nome. Mas ela dizia:
— Você precisa crescer.
E ele sentia que era exatamente o oposto: precisava desaprender.
No fim, ela partiu.
E ele ficou — com a ausência dela, com a vertigem não vivida, e com a verdade que o tempo traz como um veneno lento:
não era ela quem havia sido pequena —
era ele quem havia sonhado grande demais.
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