Outono
Daqui da minha janela me despeço de setembro. E curiosamente busco os prenúncios de outubro. Que venha logo o mês das folhas bailantes, dos seres pensantes, e da escrita, amantes.
Mistura de calor, frio, seco, molhado, verde, marrom...
Cochicho de folhas que se desprendem, se soltam, sem a preocupação de onde pousar.
Árvores despindo-se num silêncio gostoso, sem a preocupação se a primavera há de voltar.
Nesse ar, o cheiro do café, do chá e do chocolate são mais saborosos.
Sim, o cheiro tem sabor, e dos bons.
A cama dificilmente arruma-se e o sofá sempre possui um travesseiro.
Se eu fosse uma estação, seria Outono de carne, ossos e sangue!
O BANCO
O céu era claro, nem nuvens mostrava
o infinito chamava os idos passados
o vento frio soprava, o outono findava ...
O olhar alheado assistia o tudo e o nada
o bem-te-vi pipiava seus cantos rimados
e no leque das asas alçou seu voo rasteiro.
Meu olhar deliu-se no distante horizonte
o silêncio soturno expressou a cruel solidão
restou-me a saudade, folhas secas ao chão!
O tempo mudou para valer
o vento bramindo até grita
o ouvido chega a doer
e o friozinho nos visita
Para não congelar
e para o dia acontecer
algo quentinho vamos tomar
precisamos nos aquecer!
Venho então vos oferecer
um chocolate quente ou café
está bom, sim, botem fé!
e aceite quem quiser
O impossível
O impossível
O meu coração
Não vai derreter
Como gelo,
Você não vai
Embora no outono
Espere ao menos
As minhas flores
Que tenho para
Lhe dar.
Se estivermos
Juntos não
Morreremos
No inverno.
Nos dois juntos
Se refrescando
No gelo
Em um verão
sem fim.
Ambiguidade
Dias com o azul limpo e quente do verão. Crepúsculos e manhãs que permitem um cappuccino ou cachecol.
Frio e calor, chuva e sol, luz e sombra, folhas verdes e galhos secos...
Outono é estação. Estação é lugar de passagem, de chegada e partida.
Um Bosque Díspar
O Bosque d'Assunção
é um deslumbramento.
Com sua paleta de cores,
é poesia em movimento!
-- josecerejeirafontes
Não há como, num dia como este, em que a manhã já vem pejada de sensações indescritíveis das coisas mais intensas já vividas desde as mais antigas lembranças, decerto tangidas pelos mistérios deste clima de outono em pleno começo de janeiro, não há como, repito, não sentar e escrever a respeito.
(Ar polar, 2013)
De mim para os meus botões,
Digo-lhes que sei que o Inverno és tu,
Que quando faz vento corres o mundo,
E que quando chove talvez te sintas um pouco triste.
Também sei que és a Primavera,
Que as flores mais bonitas têm a tua cor,
E o arco íris o teu reflexão,
No Verão,
És a aragem morna que beija a pele,
Um calor que arde,
Mas nunca em demasia,
Inevitavelmente o outono,
Assim como as cores tu partiste com ele,
E se amargosamente nasceste caduca,
Era inevitável o teu partir.
A Folha
Aquela folha amarelada e já castigada por pragas não veio trazida pelo vento, foi o meu cão quem trouxe. Na face da folha já moribunda os buracos feitos pelas lagartas e a marca de ferrugem gravada em sua pele devido à ação do tempo. Sinal da vida se esvaindo por entre os dedos e da morte se aproximando e se fazendo perceber. Em minhas mãos a percepção da dor e do lamento na alma, por entender a importância daquela simples folha e às inúmeras fotossínteses a que ela se prestou ao longo de toda a sua vida. É mais uma estação que se encerra e mais uma folha que cai e ao sabor do vento é levada. Nos olhos do meu cão o pedido de socorro: Salve-a, por favor!
Assim como as estações precisam se retirar para entrada de outra, assim é o Homen e seus ciclos de Renovação e transformação.
A natureza pinta como ninguém
Meus olhos miraram-te com demora,
nessa correnteza de folhas em valedoiros tons,
ainda que à terra presos...
-- josecerejeirafontes
Árvores
quando -beijadas- pelo vento
chovem folhas dos galhos,
que se plantam no solo, como
flores na erva fresca...
-- josecerejeirafontes
Essa é a adorável e bela vida
Sempre com ousado vestido
Cuja beleza nunca é repetida
No inverno é denso o vestido
Costuras rígidas, é cansativo
Quente, com suor escondido
No verão já se veste despida
P*** é a vida - é o que dizem
Coração bate, uma estúpida
Primavera e vestido risonho
Flores mortas são vendidas
Buquês de vida, é um sonho
Outono, tempo de mudança
De cantar no sol, queimar-se
Dançar na chuva, molhar-se
Todas estações são diárias
Intensas, sei que você sente
É a moda da vida visionária
Eu quero o teu canto,
Tua asas devolutas,
Tua casa de vento,
Teu repouso matinal,
Teu banho de sol,
Tua incólume elegância,
Raios de uma simplicidade incobrável,
De todas as manhãs outonais,
Ruivo (s.m)
Eu conheci alguém com a alma doce e quente
Intensa e incandescente
Que expressa o outono pelos fios
e que levou do meu peito embora todo frio.
Minha mente remoe a exaustão de ter folhas não ao lado mas sim no caminho,
Mas você mostra que melhor do que estar mal acompanhado, é estar sozinho.
E que folha que cai aduba,
Que se for para ficar a folha renasce e cresce feito muda.
Você foi quem não deixou eu me perder no escuro frio da solidão.
Foi como uma vela, aquecendo e iluminando,
Queimando a amargura que ficou das folhas que foram secando.
Foi um ponto de luz e cor em tamanha escuridão.
Você foi o calor mais doce que já senti,
Porque tu levou embora a amargura.
E eu não seria quem eu sou hoje sem ti,
Se eu não soubesse que seu amar cura.
E por isso meu peito faz teu calor de morada,
já que você mostrou que eu não precisava acabar com essa jornada.
Tu me salvou de todo e qualquer perigo.
Obrigada por estar sempre comigo.
Moverei montanhas
sem atacar ninguém,
toneladas de terra
sem o braço erguer,
pedras serão plumas
sob a força da mente,
o céu tocarei num segundo
e o fundo do mar me espera,
tudo através de minha pena
pois a poesia é quimera
Quimera e sentimentos,
imaginários ou reais
quero que meus versos
sejam apenas linhas
em bandeiras brancas ao vento,
tremulando em busca da paz
Ter a paciência de observar a folha que se desprendeu do galho é um exercício de compreensão daquilo que somos de verdade: frágeis, finitos e levados por uma força e lei acima das escolhas feitas.
As Estações.
Que a vitalidade da primavera, encontre a energia do verão e caminhando com a nobreza do outono, se deslumbre com amor do inverno.
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