Os Velhos Carlos Drummond de Andrade
Almas em conchas:
Vivemos como almas,
dentro de conchas,
presos em bolhas,
cultuando velhos traumas.
Extremo
Um jeito certo de olhar significa tanto que apaga as dores da alma, enxuga velhos prantos, mesmo um olhar vindo de tão distante... tenho tanto gosto assim no seu olhar, esse dito olhar dos mais bonitos, e infinito, terno e verdadeiro atravessado minha alma, percorrendo o meu corpo inteiro, feito os ventos passando, soprando vida. De todo os olhares do mundo, quero somente o seu, valendo tanto quantopara as suas palavras vindas da alma, que me afaga, acolhe, ilumina,devolve a minha esperança, longe vai jogar a tristeza, e se aproxima... mesmo com esse sol daqui, tinindo, seja o mais forte desse mundo, nem assim eu deixo de sonhar, de desejar você em mim, de ter o seu calor. Extremo, também num frio por mais que fosse intenso, nunca resfriaria esse fogo, essa minha paixão por você, muito menos o meu amor, eu sempre quis ter você, tanto naquele passado bem distante, e quero, como agora, amo você demais, com toda ternura, pacientemente, os meus sonhos são seus, seu também é esse amor puro e verdadeiro, você foi, e sempre será em minha vida, o meu melhor presente, não quero lhe perder, sem você a minha alma chora.
Rabisco qualquer coisa no papel
Remendos de ideias que li em livros esquecidos e velhos,
Empoeirados pelo tempo
Reescrevo idéias que vejo nos meus dias
Idéias que coadunam com os dias de outrem
Se misturam nas diversas matizes
E assim escrevo com sentimentos alheios
O alheio que por uns instantes é meu
O alheio que vejo pela janela da vida
Sonho e sinto o toque em mente
O alheio que não será meu, mas sim nosso
Velhos gibis
Quanto os gibis me entretinham? Demais!
Histórias de um mundo distante do real
A realidade confundindo-se à fantasia
Toda história inevitavelmente tem final
Seu nome, inesquecível, remete aos meus gibis
Aqueles quadrinhos infantis, um tanto cômicos
Tanto quanto foste infantil, sem o meu aval
Sua turma é toda fria, como você, é natural
Os velhos gibis alimentam a minha fogueira
Criada por eles mesmos, ingratos que foram
Nem ao menos deram "adeus", então que morram!
Enganaram-me por meses, foram uma besteira
Hoje são apenas restos que o lixo renegou
Que decepção, então, a quem muito os amou.
- Na cabeça de algumas pessoas , fazer amigos novos é virar as costas aos velhos ... enfim -.- , e assim descobre-se quem são as pessoas na realidade !!!
Voltar a ser vizinhos novamente, brincar no parque como nos velhos tempos. Retornar à rotina de poder te acordar com gritos pela janela, convidando-lhe a tomar café comigo, porque minha mãe fez pão de queijo, e eu sei que você ainda gosta. Retomar às conversas de papel pelo vitro do quarto, as duas da madrugada, como se aquilo tudo fosse necessário. Todos aqueles planos que construímos na casa da árvore, onde fingíamos sua existência, e não passava de um banco embaixo de uma imensa arvore, na qual remendávamos com nossos trapos velhos, e era o suficiente para que nossos sonhos se mantivessem guardados e protegidos. Vamos voltar, vamos voltar, amor. Você se lembra de todas as vezes que disse em meu ouvido, baixinho, que nunca me abandonaria? E iriamos ficar juntos para sempre? E aquele feriado que minha mãe me deixou dormir em sua casa, e nos aconchegamos em sua cama pequena, com suas historias de terror me amedrontando, mas no fundo eu sabia que com você do meu lado, não existia perigo, eu sabia da sua proteção. Não vá amor, não vá. Lemba daquele toque de lábios debaixo das cobertas, nosso primeiro descobrir, e apenas, olhe apenas, com nove anos, ou eram dez? Tinhamos a mesma idade, mas eu sempre ingenua, e você sempre meu porto seguro, minha inspiração ao escrever aquelas bobagens no bloco de papel cor-de-rosa que você me deu no dia dos namorados, onde brincamos em ser namoradinhos por um dia, mas nunca me atrevi a mostra-lo aquelas palavras. Eu sei que foi demais, e chegou rápido demais, ou tarde demais, eu não sei, você sabe, e sabe bem que não quero que vá. Achei uns versos soltos no criado mudo da ''nossa'' antiga casa, quando tudo que era meu, o pertencia. E dizia assim:
''Quando chegar a hora de ir embora
lembre-se de não se esquecer
daquela velha história
onde fazíamos parte
até você partir.''
Recordar.
Velhos piratas, sim, eles me roubaram;
Me venderam para navios mercantes,
Minutos depois eles me jogaram
no fundo do porão
mas minhas mãos foram fortalecidas
pelas mãos do todo poderoso,
nós avançamos nessa geração
triunfantemente
porta
passam velhos,
passam jovens,
passam felizes,
miseráveis.
passa a vida,
e ninguém nota.
abre, fecha.
fechadura seca,
chave de carne,
pulsa, sangra,
expulsa.
soleira, solitária.
passam mulheres,
ciganas, anjos,
feias, magras,
gordas, felizes,
miseráveis.
rangem
meus pecados nas
dobradiças inquestionáveis
da velha porta.
passo, tropeço,
nunca reparo
como algo
tão simples
e ordinário
meu batente
abre as portas
do meu peito
trancado.
butiquim enfer-
rujado
agora fecho.
maçaneta dura,
travada.
viro a chave,
cerro o quarto.
não vem,
não vai,
não leva,
não traz,
não volta,
não abre mais.
Prefácio dos Deuses
A dama nívea, sob umbra prece, ora.
Um cântico aos velhos Deuses
Sob o seu pranto, o legado umbra aflora,
com um apetite que não sacia
Consumida em pecado de outrora.
Da antiga profecia, eis a proa
O antigo Deus há de tomar forma
Da mácula de alvor que ecoa,
A vergonha de sua graça esquiva.
Ecoa das ruínas em língua arcaicozoa.
A seu reino a noite sempiterna ativa,
sob o véu de breu que tudo cobre.
Um ancestral tornar-se-á carne viva,
com cheiro acre de terra e sangue pobre.
A dama nívea, sob umbra prece, ora.
Cantiga dos Deuses celestiais.
No seu pranto, o legado umbra aflora,
Qual trevas no âmago dos olhos,
Torna turva a vista, qual névoa que devora.
Tal negror de seus olhos caíra,
Que lhe maculam o vestido alvíssimo.
A profecia dos Deuses já se cumprira.
Sob sua formosura, destoa o desespero.
O eco dos antigos hinos ressurgira.
Ainda que finde por amor infame,
um laço de dor e volúpia impura.
Ungirá com prece o berço do infante,
sob a névoa fria que perdura.
Embora as sombras o mundo sele,
Lavar-lhe a alma em sangue e culpa
Saudando o ser das rúnicas delecele. *
Vindo à terra a noite oculta.
Vagando de seu lar, tão apartada,
A dama nívea, jaz sob sangue e pecado.
Sua alma sobre o abismo jaz deitada.
Donzela nívea, sob umbra orando ao lado.
No encanto de seus olhos de cristal,
Ao menos santa sua esperança é alçada.
Cantiga dos Deuses de outrora, afinal.
Em seu último pranto, a escuridão selada.
A exclusão segue na sombra da indiferença e os velhos pioneiros do descaso construtores dos muros e escaladores de trincheiras das guerras sociais não assumem suas culpas e crimes às lançando as futuras gerações que arcam com as consequências de um passado escravista e preconceituoso a luz das suas prisões e sombras que assombram o futuro comprometido com os prejuízos de um passado horrendo
E o futuro jovem e também aquele que limpará o lixo acumulado pelo antigo velho e "concervador" passado que passou deixou somente seu pior...
O passado e sua futura culpa
CONSEQUÊNCIAS
”Agimos no automático condicionados por pensamentos antigos e velhos hábitos. A conscientização pode mudar toda esta negativa programação mental”.
"Busco nos mais velhos a sabedoria que o tempo molda, nos jovens a coragem que move o mundo e nas crianças o brilho que me lembra quem eu era antes de esquecer."
As pessoas se veem sem
saída dos velhos hábitos e aí adaptaram-se a certas normas.
E desconfio que estes citados venham buscando uma melhora como Humanos.
A adaptação ao meu ver, sob uma emergência ou catástrofe, soa mais com um tal de "salve-se quem puder."
Uma parte de nós seres Humanos, buscamos mais o bem estar e felicidade que esse tão mensurado Autruismo e gratidão ao outrem.
Somos mesmo uma mini caixinha de Pandora, mas é claro não é uma unanimidade.
