Os Velhos Carlos Drummond de Andrade
Mulher-espetáculo
(Victor Bhering Drummond)
Pra você solto balões e muito mais
Só pra ver o seu sorriso e nada mais
Carrego Marias Alices
Só pra sentir sua energia
E pinto arco-íris dentro de minhas poesias
Só pra que que meus versos sintam sua alegria
Você nasceu festa, sons, seresta
Nasceu intensidade
Nasceu felicidade
É a irreverência em pessoa mais tradicional
Ao que realmente importa: aos velhos amigos
Ao amor, ao resgate das doçuras e simplicidades
Pra quê adivinhar a sua idade
Se carrega dentro de si uma infinidade de crianças
Uma porção de adultos
Com a energia de uma adolescente
Da risada mais contagiante e indecente
Ah! Se todas as indecências do mundo
Fossem iguais a você
Não haveria guerras
Frios, sinos que não soam.
As igrejas seriam coloridas
As noivas mascariam chicletes nas portas dos casamentos como você
E os noivos entrariam apaixonados
Por terem encontrado mulheres que transformam seus mundos, suas crenças.
As cortinas dos teatros não se fechariam
Porque você é o espetáculo em pessoa.
Então venha nos alegrar
Venha nos comover
Venha nos contar um pouco
Dos segredos de quem realiza o mundo com essa energia.
O resto, deixe com a gente.
A plateia que se comove e se enche de vida
A cada passo seu, a cada nova descoberta sua.
Suas palmas, louvores e amores estão garantidos.
E levaremos impressos na alma as cores deste seu circo, Fran mulher rainha coroada
De amores celebrada.
Novembro colorido de 2017
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Crepúsculo eucarístico
(Victor Bhering Drummond)
Sim; eu poderia cometer os pecados da carne,
A fúria da gula
Ali mesmo no pátio da igreja
Na sombra, no sol,
No sino sem tom,
Nos versos de Drummond
Ou sobre os livros apócrifos
Olvidados por santos e hereges.
Mas que pecado cometi
A não ser amar e devorar você
Como o doce vampiro de Rita Lee?
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(Poema inspirado na igreja e restaurante Santa Catalina em Buenos Aires, onde saciei a minha fila e alimentei o meu amor. Ouvindo e lendo Rita Lee)
Barquinho do amor
(Victor Bhering Drummond)
Peguei o barquinho do amor
Não adianta, marinheiro
Vou fugir desse pardieiro
Quero velejar o mundo inteiro
Me derreter de calor...
Fugi no barco do amor,
Longe de “tiros e assaltos”
Por favor não me pare
Só quero ser um amador
Bem longe da farra,
Da esculhambação
Deixo a ilha da gambiarra
Corro da perturbação
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Meu mar
(Victor Bhering Drummond)
Meu mar você me dá
Leveza à toa
Tirando a fantasia
Me desmascarando todo
Encharcado de suor
De tanto a gente se banhar
De tanto realizar loucuras
Nosso instinto faz amor
Envolto em maresia
Na areia, na choupana
É só harmonia
Sol que vem pra me benzer
De tanto a gente se amar
De tanto mergulhar
Em suas ondas
(De um sol e mar primaveris quase desertos em Jabaquara beach, Paraty)
Caminhos
(Victor Bhering Drummond)
Chegaram na encruzilhada
E escolheram o caminho do amor
A trilha da paz
O caminho da liberdade
Do sol, das cores
E nessa vereda
Tudo se refaz
Como diria Drummond
Vá ser gauche na vida
Desbravar o novo é tão bom
A estrada nascente
A partir de seus passos
Será desenvolvida
Rei Sol
(Victor Bhering Drummond)
Fim de tarde
Contemplo-te, Rei Sol
Não porque estás assentado
Em trono de ouro
Ou entronizado entre querubins.
Mas porque iluminas e colores
O princípio e o fim,
O Alpha e o Ômega
De meus dias
Com esse despudor inebriante.
Buenos Aires
(Victor Bhering Drummond)
Quando as tuas formas tocam o coração
E os sentimentos sobem para o teu céu
E é quando teus contornos acariciam minhas mãos
E estas degustam suas curvas, rios e sabores
Descobre-se o lugar perfeito
Para ali fazer abrigo aos meus amores.
Guindaste das emoções
(Victor Bhering Drummond)
Meu ninho repousa em
Direção ao Infinito
Apoia-se no vazio mais
Preenchido pelo nosso
Amor
Precisa de quase nada
Para elevar-se aos Céus
Ao mesmo tempo que
Inspira-se no guindaste
De nossas emoções que
Nos põe com os pés na
Terra e corações nas
Nuvens
como para Drummond,
há uma pedra em meu caminho,
e uma quadrilha na qual
sempre acabo sozinho.
quero ir embora como Bandeira,
para uma terra na qual sou amigo do rei,
onde por poetas e filósofos é guardada a entrada,
e o amor das mais belas prostitutas provarei..
E por falar em amor e em Drummond, lembrei-me daquele outro poema que diz: "Quero que todos os dias do ano/todos os dias da vida/de meia em meia hora/de 5 em 5 minutos/me digas: Eu te amo".
Tão eu! Eterna carente, segundo minha filha adolescente... Cobro amor de Deus e do mundo! Deus eu tenho certeza que me ama demais, temos uma relação de amizade muito próxima. Falo com Ele a toda hora e sinto que me ouve... Meus outros amores, procuro dizer que amo com palavras, com atitudes, com o olhar... às vezes até com uma repreensão, quando acho que estão errados. Não sei até que ponto me compreendem, acreditam, duvidam... A grande questão é que, eu, bichinho carente que sou, (in)conscientemente fico esperando que todo mundo seja igualzinho a mim!
E AGORA, DRUMMOND?
A FESTA VAI COMEÇAR
A PEDRA ME BEIJA
A BRUXA DA VASSOURA
ABRE ASAS DE ANJO
E VOA!
ELA DIZ QUE ESTÁ LOUCA
PASSA BATOM VERMELHO
E MINHAS PERNAS ME NEGAM
A FESTA VAI COMEÇAR:
ELA ESTÁ LOUCA, EU ESTOU BROCHA!
E AGORA DRUMMOND???
Poema das faces ocultas
(Baseado no poema de Drummond)
Quando nasci, minha vida mudou
Disseram-me para ser qualquer coisa
Ou qualquer pessoa.
Uma vez pedi a Deus
Para não deixar-me
Mas não posso deduzir
Que ele viva minha vida
Me senti sozinha
Abandonada
Vendo muitos olhares
Menos o meu.
Há uma menina
Séria, simples e forte
Que nunca se esquece de uma conversa
Tem pouco, raros amigos
Atrás daquele olhar.
Desejos são momentos excitantes
Meu deus, Por que rimar não resolve?
Mas vasto é meu coração
Rimarei até achar uma solução.
Eu já não leio mais Drummond
Eu não escuto mais Tom Zé
Não vou mais ao Cine Odeon
Pra quê andar a pé?
Se eu já não te dou mais a mão
E nem te faço um cafuné
Você já não me acorda mais
Eu tomo chá pra não tomar café
Quem dera Drummond ter me escutado
O nosso coração é sim maior que todo esse mundo
muito maior que todo esse universo
A diferença é como nós tratamos os sentimentos
amamos as nossa diferenças
cantamos poemas
que contam, que cantam e que confessam
amar de mais não explode corações
apenas cria versos.
Eterno Drummond
Um dos maiores da nossa literatura
O maior poeta nacional do século XX
Nascido em Itabira nas Minas Gerais
Este é o grande Drummond
No modernismo brasileiro
Trouxe sua visão do cotidiano
Numa linguagem corrente e livre
Refletindo sobre política e sociedade
A solidão nos seus versos
As memórias de uma poesia
De ontem tão presente no hoje
Retratando a vida e suas relações
Reflexões existenciais profundas
Destacada em suas composições
Questionando a si e seu modo de viver
Seu passado e seu propósito
Grande Drummond, eterno Drummond
Imortalizado na praia de Copacabana
Sentantado e reflexivo em seu banco
Reverenciado por um país inteiro
(...) Ainda prefiro sapear o momento cético do poeta Drummond que com sapiência dizia: " tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo", a parafrasear como um jurista dizendo: "tenho em minhas mãos sofrimento do mundo" apenas para integrar sofrimento a valores humanos...
eu não sou um Drummond
e nem tão pouco um Pessoa
mas gosto de fazer semi-poesia
mesmo sem rimas
assim à toa
não importa é a maestria
com que o semi-poeta
descreve :
o que sente
o que pensa e
o que ver
e apesar das batalhas
no meio disso tudo
EU NÃO ME CANSO
Do livro E5PELHO5 POEMAS
DE CINCO AUTORES
ESTA SEMI-POESIA
É De : Lúcio Cleto Paiva Uchôa
Para a coleção lúcius éon
Essas minhas retinas, que, ainda, não estão tão fatigadas como estiveram as de Drummond, surpreende esse coração bobo que mora aqui dentro. Surpreende porque quando há o pensamento de que nada novo surgirá, vejo que tem gente que se parece tanto comigo.
Não conto o tempo pelas ciências exatas de Pitágoras, conto pela ciência abstrata de Drummond.
Charles Valente
