Óbvio
...
Nossa história não tem simetria.
Somos reais, leais e à margem do óbvio.
De dentro para fora e ao contrário.
De cara lavada, sem receios e âncoras.
Nossa glória requer liberdade.
Somos ócio quando o criativo aflora.
Sócios quando a responsabilidade deflagra.
Corais sem recifes inertes.
Nossa memória instiga valores.
Somos bom senso sem senso comum.
Enamorados do ofício sem cordas.
Amantes do ônus com bônus.
Nossa fé não é compulsória.
Somos cristãos sem doutrinas e templos.
Desviados do que catequiza.
Escudeiros do livre arbítrio.
Nossa banca prioriza a vitória.
Somos descrentes do apocalipse.
Otimistas do que é merecido.
Comungamos o mesmo propósito.
Estamos no Porto sem ancoradouros.
E do Porto, podemos virar best-seller.
Há de se ter, um pouco disso, e daquilo, mulher que passa. Além do obvio do dito.
Um pouco do não dito, dito e feito.
E um pouco de uma graça, na taça.
E também de um perfume, sim, mas não tanto que repila, nem tão pouco que nem instiga, mulher tem que ter, a média do equilíbrio, para levitar.
E tem aquele algo também, é como assim, dizer sem nem falar. É feito a suavidade de uma brisa, que chega. Silenciosa. Com uma escuta fina de vento. E um olhar de tempestade.
Nuance, um lance, uma mulher quando encontra a si, se vislumbra assim, devagarinho, sem pressa de fazer sentido, sendo uma coisa dela, livro escrito, com páginas em branco, espaços, janelas… e esconderijos indecifráveis.
Eu acho curioso saber que o guarda-chuva não guarda chuvas. E é óbvio que eu não estou falando de proteção, mas de gratidão pela perfeição da chuva.
Só pode ser desperto quem já acordou. Apesar de parecer óbvio, o verdadeiro despertar espiritual vai além do mero conhecimento intelectual.
Quando verde e verdade vão além do óbvio, ver de verdade emerge, sem cor, sem conceito, apenas o eco sutil do sentido não dito sem preconceito.
É óbvio que ali dentro se esconde amor. O valor do presente não está na embalagem, mas no sentimento. A embalagem e o material custam tão pouco em comparação com a intenção e o carinho que o acompanham, revelando a verdadeira essência do gesto.
Aquilo era óbvio, agridoce e destinado a acontecer.
Aquilo era muitas coisas.
Mas aquilo, não era muito mais coisas.
Apenas um tolo,
para se encantar
diante de algo tão tentadoramente
destrutível
Não temas a escuridão
Pois nela também podes ver
Não o obvio, muito além
Quando não tens opção
Só confia, segues teu coração
O medo irás superar
Se no escuro podes caminhar
Serás um encantador guia
Na luz ou na noite sombria
Por onde precisares passar.
Eu que sempre defendo a filosofia de dizer o óbvio, agora estou no dilema entre meus desejos, receios e minhas convicções. Eu já revelei o que sinto em muitos sinais, gestos, sinônimos, recitei quase todas as palavras, falei cantando, mostrei cuidando, flertei brincando... Eu disse tudo, menos o óbvio. Agora eu entendo que o óbvio por mais simples e correto que seja, ele dá medo. Ele assusta porque é uma variante... ou ele cria um ponte ou ele levanta uma muralha... Ou ele une, ou ele sempara. O óbvio tende a ter resultados distintos, seu delta nunca tende a zero e por isso dá medo, uma vez na equação o óbvio sempre resulta em transição. Nosso medo não é do óbvio em si, mas da mudança que ele pode provocar. Por isso, reformulo minha teoria: O óbvio deve ser dito sempre que sua mente estiver preparada para perda na mesma intensidade com que anseia pela conquista e independente do resultado, seja fiel aos seus princípios!
Tratar ao outro como gostamos de ser tratados... tão óbvio, mas parece que está se tornando tão difícil. Desafio diário de quem busca se conhecer e trilhar o caminho da sabedoria.
Quando novidades surgem naquilo que não passa do óbvio, rio da insciência daquilo que eu achava saber, e sigo o curso natural deste meu rir, que sempre deságua no rio de minhas emoções.
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