O Velho Poema
Certa vez um velho me mostrou esta fotografia e disse-me assim:
- Caminhei durante anos por esta estrada vazia e longa, algumas vezes de tão cansado que estava, repousei-me em algum acostamento e ali descansei até recuperar-me e poder seguir em frente.
Sem entender, perguntei-lhe para onde esta estrada levava.
Por um instante seus olhos encheram de lagrimas, mas o velho, acho que de tanto que já sofreu aprendeu a segura-las, e não as vi cair, respirou fundo e meio confuso disse-me:
- Não descobri ainda, e acho que não vou conseguir descobrir, estou velho e já não tenho mais folego para seguir em frente, acho que ela só dá até aqui, pelo menos, pra mim.
Indignado e ainda sem saber o que significava aquela estrada para o velho, fiz minha ultima pergunta, esperando saber porque para ele a estraga acabava aqui, se ainda havia muito a percorrer sobre ela, e confesso que sua resposta me tirou literalmente os pés do chão.
- Qual é nome desta estrada? O senhor me entende, toda estrada tem um nome dado pelo homem para distinguir umas das outras.
Desta vez, com um olhar firme e convicto do que estava prestes a me dizer, colocou sua mão sobre meu ombro e disse:
- Ela se chama vida meu jovem.
E ele ainda continuou:
- Não faça como eu, que apenas tentei chegar ao fim dela pra saber onde ela terminava, mas curta cada passo que der sobre ela, pois todos são importantes para te levar ao final.
O velho me deu as costas e continuou sua caminhada, eu nunca mais o vi, mas ainda guardo esta fotografia, e faço valer cada paço que dou nesta estrada chamada VIDA!
Loura à Recantar
Vontade de ir,
vontade de rir.
Não posso!
Fico sério.
fico velho.
Cê balança o cabelo,
eu as pernas.
eu pareço breve,
Cê eterna.
Passa um caminhão em nossa frente
(intervalo de saudade),
quando ele acabou de passar,
sensação de eternidade.
São uma e quatorze.
Nós em horário de almoço.
e não pára de trabalhar,
o coração deste moço.
Híbrido
Ando entre multidões escutando enigmas e pensamentos
Num velho que me observa nas diagonais em estranhas separações
Aplicando doces doses de excrementos. Minha misantropia
Pisando em espinhos sou libertino, alcalino. Subtil abstração
O assombro no canto do quarto espantado com sua própria imagem
Refletido em calúnias, ontogenias e falsos milagres
Catatônico em inércias ouvindo The Great Jig In The Sky
Famigerado causando metástases em débeis corpos que caem
Não é o que é. Sempre existe uma forma diferente
Material, voluptuoso, vulgar e demente
Não cabe no tempo ou espaço. É espinho que já nasce com ponta
Prefere arrancar os olhos como sinal de afronta
O ontem e o póstumo regurgitando contratransferências
Acometido pelas maldições dos malditos
Esperando o soneto perfeito, a palavra que salva. O que não tem salvação
Seguindo minhas sombras nos escarros por dedução
E ele continua a me olhar numa nudez dissimulada
Sabe que me conhece, me faz silencio em agonias gritantes em minha psique
Acolho-me na criança perfeita bondades e maldades homeopatas
Sou mago, magoa, esperança tempestuosa seu animus anima
Rascunhos de sinônimos e rascunhos de rascunhos
Um rosto moldado no instante da respiração
Sofridamente maquiavélico preenchendo lacunas
Um feto, um velho, um cão leproso a pétala perfeita. Ilusão
Resultante de misturas para além. Sou Híbrido
Eita meu velho, já se passou um mês desde aquela noite em que recebi a pior noticia da minha vida, o tempo passa muito rápido, o que não passa é a saudade e o desejo de ter você aqui conosco. Naquela noite do dia 21/05, às 23:24, logo após receber a ligação do hospital eu pensava triste e comigo “Morreu o homem que me fez homem”
Mas deixa eu te dizer, aqui em baixo tá tudo indo, minha mãe ainda tá bastante abalada, na verdade, todos nós estamos, ainda choramos sempre, parece que nada disso é real, ainda penso que isso é só um sonho triste que acaba jaja, assim que a gente acordar. Estamos fazendo tudo do jeito que você gostava, organizando as coisas que você nos deixou e seguindo os conselhos que você nos disse serem importantes
Com toda essa ansiedade dos últimos dias tenho amadurecido bastante, mudei meu modo de ver o mundo, parece até que estou pensando parecido com você, rs.
Eu sou forte, encaro racionalmente tudo isso, mas tenho os momentos de fraqueza onde só me resta lamentar o fato de não te ter mais. Fico triste por não ter dado o ultimo adeus, um ultimo abraço, mas foi melhor assim, isso significa que em momento algum eu pensava que poderia te perder.
A vida segue, a saudade aumenta e os dias passam. Um dia a gente se encontra e mata a saudade, enquanto isso, vai arrumando as coisas aí do jeito que tu fez aqui na terra, prometo te dar orgulho e ser homem que você sempre quis que eu fosse.
Sempre te amei, porem, nunca expressei. Nunca disse isso pessoalmente, nem por mensagem, nem por ligação, nunca disse mesmo. Mas no fundo você sabia, eu não dizia, mas amava.
Hoje falo que te amo mas já não sei se você pode me escutar. Mas sinta meu velho, onde você estiver, que seu “menino” tá com saudade. Perdi um pai, mas ganhei um anjo.
Eu Te Amo
Até um dia, meu querido, meu velho, meu amigo.
Eu me sinto sufocado pelo velho invisivel, não o vejo em lugar algum, sinto apenas o ar jugir de meus pulmões, sinto a chuva salgada escorrer em meu rosto, mas nada cai.
A morte é meu menor problema, e o sol agora á branco e tem um foco no centro ligado a energia.
Estou apenas ocioso, aguardando o dia que isso vai acabar minha curiosidade sobre o fim de tudo.
Estou com um velho encarangado do lado,
navegando no azul celeste céu e mergulhando no mais terrivel e violento inferno na tempestade de cometas sobrevivo ao bombardeio,profético e esquelético do defunto defumado e morto que ainda conta mentiras celestiais para os comicos ancestrais.
Ouço suspiros pirados e perdidos no ar da chuva maligna entorpecida e ácida,adrenalina quente e ruim do dia frio lindo e profundo na poesia do mar me afogo agora...
ah,que dia ruim!
Uma nova noite escurece o dia
O velho dia que esclareceu a noite
Um novo dia clareia a noite
A velha noite que apagou o dia
Um velho conselho
Às vezes pensamos em mudar nosso jeito de ser, porém não podemos prever que o pior pode acontecer, pois se não conseguirmos e se logo desistimos caímos na desilusão e é uma confusão e não sabemos o que fazer
Mas um conselho lhes dou quando isso acontecer e toda fé você perder procure a força em Deus pois só ele o ajudará a encontrar o caminho da reconstrução onde podemos recomeçar sem jamais desanimar.
Ao Patrão
Te fostes patrão velho
Te fostes meu velho pai
Em todos os dias te lembro
Em cada lembrança, sinto mais
Sempre que lembro; lamento...
Mas confio que ele sabe o que faz
Quando morre um gaúcho
Se diz que no campo nasce uma flor
Quando te fostes, assim como eu
A pampa sentida: chorou
E brotou fertilizada pelo lamento
Orvalhada pela esperança
Assim é a vida;
A peleia nunca tem fim
Se ele te solicitou la em cima
Sabendo que faria falta pra mim
É porque decerto precisava
Prefiro pensar assim...
És agora peão na estância grande
Ou talvez , o capataz do céu
Contando causo pra aqueles que também se foram
Pra gauchadas eternas
E mateiam unidos nos rincões e taperas.
- Ceva o mate, meu patrão!!
Nos encontraremos um dia
Pra orgulho deste peão
Deixaste aqui muita saudade
Ficaram poucos dos bons
Te digo por verdade
Poucos da tua Qualidade!!!
Saudade meu pai.
Quero navegar no meu velho coração para me ver à flor da pele quando estou tão cansado de procurar com minha doce obsessão o seu amor;
E mesmo quando eu caminho contando meus passos andando com certos beijos de algum filme me faz chorar por tão pouco, buscando meu porto seguro;
Me trague para seu mundo, ando perdido esperando o seu olhar tão curioso e descobridor para entender meus carinhos tão carentes;
O Velho Sentimento de Orgulho
A velha frase sendo posta em ação “ o orgulho te prega peças, que machuca o coração”
Nunca mais foi a mesma, nunca mais pude ver o sorriso ou a ouvir gritando o meu nome pelo corredor, eu amava sua amizade, como isso pode ter tido fim?
Mesmo hoje nos falando, sei que nossa amizade não era assim, éramos tipo irmãos, o erro abriu a porta pra magoa, a magoa deu inicio ao orgulho, o orgulho foi devastador, a amizade resistiu com o tempo, mas acabou o amor. . .
aquele velho álbum. Várias vidas em uma vida. Eu, Angélica, oitenta e nove anos com uma vida inteira e com uma vontade de viver mais oitenta anos. Ou voltar todos eles para vivê-los novamente. A vida é assim, não é? A gente nasce morrendo já. Eu não sei exatamente o que fiz, só sei que meu tempo é chegado. Não sei, apenas sei que está chegando. Não sei se existe vida depois da morte, mas eu sei que minha valeu a pena. Amo viver, e lamento por ter que morrer. Lamento mais ainda não poder deixar um legado tão grande. Eu lamento. Mas eu vivi minha vida. E você? Vive a sua?"
Angélica sobre sua morte três dias antes dela chegar.
Queria eu ser velho
mais ou menos velho
uns dois ou três anos.
Tempo suficiente de
aprontar alguns fios
de barba seca e desbotada
Alguns centímetros de barbas ruivas,
agora,
grisalhas.
Queria eu um dia,
urgir dessa batalha,
apenas um botão.
apenas um botão,
que se corta fácil a linha,
sem pra isso
precisar
de afiada navalha.
O tempo urge e o leão ruge
Pensamentos do velho Oscar
Poeta louco a delirar
O que espera o amanhã?
Uma forte turbulência
Um momento de inconsequência
Um avanço da ciência
Um simples gesto de amor
Amor que não envelhece
Aquele que até a alma se aquece
um lindo sorriso que enaltece
O começo meio e fim
Mas o que a vida espera de mim ?
Num novo amigo,
Encontro um velho amor,
Este apenas diferente,
Porque amores vêm e vão,
E amigos ficam para sempre,
Coloquei numa caixa e guardei
Num baú velho agora está
Quem sabe outro dia um novo olhar
Quem sabe um dia reencontrar
Mas reencontrar doutro modo
Talvez com um novo par de óculos
Talvez com um novo sorriso
Talvez...
E assim tudo caminha
E assim tudo termina?
Não, tudo só começa.
Tudo se renova
Tudo só muda
Tudo vai e fica
Tudo é eterno e efêmero
Mas tudo não termina
Tudo...
Voltar agora seria renunciar
Renunciar sonhos e desejos
Voltar seria sangrar
Voltar seria te machucar mais
Voltar seria não voltar
Volte...
Velho sonho esburacado, velho filme acabado.
Velha dor de te perder, velho caso a acontecer.
É o desdenho de te querer, é a dor de envelhecer.
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