ROBERTO MASSANOBU NISHIYAMA

O BRASIL DA CORRUPÇÃO
A águia da cabeça branca,
Que acolá voa soberana
Sob as asas da justiça,
Cá se rende ao seu rei
Que também se curva ao peso
De malas e malas surrupiadas,
À luz de uma verdade,
Do sangue e suor de seu povo,
E que como câncer se alastra,
Amordaçando a sua deusa
E fazendo o seu pêndulo
Sucumbir à sua força.
Quem são os teus deuses
Que fazem cobiçar riquezas do alheio,
Que apagam o sol que te aquece
E que fazem do dia a sua noite
E carregam a sua prole
Para um destino incerto
De valores morais
Que as tuas benesses
E as malas irão afrontar?
E o povo sem rumo
Também não se esquece das migalhas
Servidas igual lata de sardinha
Por um ser que, como curupira,
Sorvia o seu líquido
E simulava discursos
Que não valiam um tostão,
Mas amealhavam milhões
Que hoje afrontam uma nação
Dos sem tostões,
No país da corrupção.

MULHERES DE TODOS OS SEGREDOS
Mulher nova!
Mulher mãe!
Mulher sem compromisso!
Mulheres de todas as graças!
E de todos os credos!
Mulher fácil em vida difícil,
De encontros mil
E de várias combinações.
Faz da vergonha a sua coragem,
E, da coragem, a imprudência,
Vendendo emoções,
Sem cabresto e sem afeição.
Cobre com o véu da penúria
As incertezas de uma vida
Cheia de espinhos
E segredos mil.
Guarda a tristeza,
E segue em frente,
De sorriso em sorriso,
Driblando as emoções,
Confrontando com
As vicissitudes de um ofício,
Sonhando, quem sabe,
Almejar uma nova vida
E encontrar em um novo amanhã
Um novo alicerce,
Uma nova luz,
Na certeza
De quem com o manto
O céu já cobriu.

A DESCANSAR NO SONO DOS JUSTOS

No navegar da quietude dos justos,
Uma mente a se levantar sempre para o alto,
Para alegria do Senhor.
E no regozijar do aconchego dos protegidos,
E flutuar no remanso do esteio a prole,
Na valorização do espírito, e desapego ao material,
Caminhar sob a luz divina,
Em direção à verdadeira sabedoria.
E em meio às tentações
Do fomentar da ira e da discórdia,
Um espírito a se levantar,
E uma voz a se fazer sempre presente,
Ao indignar de uma paixão fugaz,
Os atos a contrariar,
E a resistir com a indiferença dos iluminados,
Fazer acalmar coração e mente,
Da tristeza, do ódio e dos ressentimentos,
A voltar-se sempre para o bem,
E a suscitar calmaria e paz,
E então, lograr digno repouso,
No sono dos justos.
E depois de terminado o ciclo da existência,
E a deixar somente valores morais e afetivos,
Poder, enfim, caminhar sem temor algum, em direção à morada do Senhor.

A PEDRA PERDE A SUA MAGIA

Tão dura que nem pedra,
Instrumento maior,
De prazer e loucura,
Perde a sua magia
Quando o elo se rompe
E o líquido que jorra a vida
Teima em se libertar,
Pela força da mente
Sem a energia da pedra.
De nada adianta
O atrito com pedrinhas coloridas,
Se a pedra não renasce
E faz morrer na praia
Tentativas vãs,
Ao quebranto de um frenesi,
Por força de um tempo
Que ficou esquecido
No passado.

A CHEGADA DE UM ANJINHO

Um anjinho a pousar novamente,
Nos braços protetores da nova mãezinha.
Sensação de puro êxtase, dádiva a vir do alto,
A lembrar que a vida é bela e o Senhor existe.
Corações a enternecer
E a jubilar no deleite da nova mãezinha,
E a alegrar o coração da mãe.
A exuberar de ternura na suavidade
De um abraço tão prazeroso,
E a contemplar tanta inocência e delicadeza.
Emoção pura,
Momentos de pura magia
A extravasarem de amor
Pela chegada de mais um anjinho.
E que a memória desses momentos sublimes
Nunca se apague, e acompanhe a todos,
E que possa perdurar
Em todas as mentes indefinidamente,
A direcionar os nossos atos
Em um propósito sublime,
A lembrar que todos somos criaturas de Deus.

HOMEM NÃO É DEUS!

O rio vai sangrar
E o pecado vai se revelar,
Quem viver verá.
Não vai mais demorar,
Os sinais estão aí
Em todos os lugares.
E quando as trombetas soarem
E o céu se abrir em chamas
E as estrelas caírem,
A sombra da morte
Vai alcançar os pecadores
E os incautos e descrentes
Acreditarão novamente
Que Deus não é homem
E o homem não é Deus.

ODE AOS FORMANDOS


Vara do conhecimento
Com o poder da transformação
Que transfere emoção e conquista
No estandarte de uma realização maior,
De uma luz que não se apaga
E ilumina um caminho a seguir,
E como cajado resguardará
O seu detentor,
Interagindo com o seu interior
Na formação da verdadeira sabedoria,
Revelando valores e sentimentos
Ao confrontar com os desafios da vida
No caminho do Senhor.
Vara do conhecimento
Como o martelo de um Deus,
De um único dono,
Na força de uma conquista
Que não se desgasta
Nem se rouba,
Seguirá pela vida
Colhendo os frutos
Na razão maior
De um amor sem limites.

VIDAS ABENÇOADAS

Ela se engraça por alguns
Que, mesmo na bênção
Tornam-se sempre um tiquinho.
Muitos se foram
Sem nem terem ficado,
E outros se vão
Sempre com o gosto de quero mais,
Uma sede que nunca se aplaca
Em continuar sorvendo o seu líquido
Que lentamente se esvai
E vai ficando somente nas lembranças.
E mesmo quando se arrasta à deriva,
Agora sem a energia
Das braçadas de outrora,
Faz findar mais um ciclo da vida,
Um retornar às origens,
Ao se deixar levar
Igual criança
Nos braços de quem já embalou,
Quem de uma cumplicidade mútua,
Como quem carrega o seu rebento,
Faz preservar nos atos
As nossas maiores virtudes.

HERANÇA ETERNA

Nenhum legado
Deveria semear a discórdia
Ou permitir o assento para o mal,
Facultando à mola da cobiça sucumbir
Ao fascínio do acaso
E se render aos valores afetivos.
E, na penumbra da morte,
O espírito se enleva,
Ensejando a paz nos corações,
Em solo fértil e duradouro,
E mantém o seu brilho,
Iluminando vidas
E eternizando as lembranças,
Vagando em todas as mentes,
De geração em geração,
A ditar um mundo mais justo,
Despertando o melhor de todos nós.

vidas cruzadas nas lembranças

O velho e o novo,
Vidas distintas!
Que fazem cruzar nas lembranças
Em um só tempo,
Um só lugar,
O passado e o presente.
O amor é o mesmo
A viver nos corações,
Vencendo o tempo,
Rompendo barreiras,
E perenizando o afeto.
Pura magia,
Magia do amor,
De uma cumplicidade mútua,
A reviver nas lembranças
Instantes mágicos outrora vividos,
Uma estrada que faz parecer longa,
Mas cheia de compensações,
No galardão de uma existência,
Em que vidas se vão
Para uma nova prosperar,
E um novo ciclo ser reiniciado
Para regozijo e glória do Senhor.

EM BUSCA DO CRIADOR

Adiante o relógio da vida,
E conceba a verdadeira sabedoria
Em que o mundo a ser alcançado
Encontra-se nas coisas simples da vida
Onde o ódio, o rancor e a maldade
Não encontram morada no coração,
Carreando conforto e direcionando vidas
Em um propósito sublime,
Distante da criação de inverdades pós-morte
Desaguadas aos borbotões na casa do Senhor,
A confundir mentes
Em busca de respostas,
Para justificar a própria existência
E que levem ao Criador,
Sem saber que a verdade não se busca
Em um mundo de falsos profetas,
Quando pode ser vivida e sentida
Em todos os momentos de nossas vidas,
Ao viver simplesmente para o bem.

SENTIMENTOS

No desejo de criar asas,
O tempo passa
E a liberdade grita.
É o pensar voar
Quando a fraqueza domina,
Mas o coração sente,
E o voo para a liberdade
Teima em não chegar
Mesmo contra a vontade própria.
A liberdade se distancia
Uma vez mais,
Persistindo em criar asas
Sem saber o porquê.
A vontade vai ficando para trás
E sentimos, então,
Com a paz no coração,
Que o propósito de Deus,
Enfim, está sendo cumprido
Ao servirmos de âncora para a vida.

PRECE PARA UM GRANDE AMOR

Carrego comigo
A dor de uma saudade
Ao lamento de minha amada,
Quando parti sem sentir dor,
De passado ninguém vive,
Mas o que importa o presente
Se os pensamentos
Sempre me levam a ti,
E o passado sempre evoco,
Pois você, minha flor querida,
É a vida que ficou para trás,
Mas seus passos o tempo apagou,
E nem marcas restaram,
Deixando na memória
Sua imagem derradeira,
De lágrimas que hoje me atormentam,
De um destino incerto,
Que assombram o meu passado,
A luz de uma verdade,
Que a emoção que sentia
Só existia em você.
Não dá para esquecer!
A tua imagem comigo levarei
Até o meu último suspiro,
Sabe-se lá, meu Deus,
Ao encontro de minha amada.

O PRIMEIRO AMOR

O tempo passa,
A idade chega,
Os cabelos embranquecem,
Mas o primeiro amor permanece na lembrança.
Amor que acontece na flor da idade,
No tempo da imaturidade,
Das descobertas e da inocência.
Sentimentos que fazem o coração disparar,
E a dor da saudade existir,
A adoração acontece,
O ciúme mostra a sua força,
Lembranças de um amor que nunca aconteceu,
E que insistem em permanecer vivas e a se questionar,
Como teria sido se tivesse acontecido.
Oh! Doces lembranças de um tempo que não volta mais...

UM GRANDE AMOR NÃO MORRE!

Um olhar brejeiro,
De um jeito sem jeito,
Jeito inocente,
Em um olhar de descaso,
O amor vai brotando
Bem de mansinho,
Em um tom de brincadeira,
E docemente me envolvendo
Na ternura de um lânguido olhar,
Que faz suspirar e sufocar
Ao enlevo suave do despertar
De um turbilhão de emoções
De corpos a se entrelaçarem
Em um movimento frenético,
Vibrando de paixão!
Primazia também inigualável
De deleitar-me da dádiva
De um doce sorriso,
Aprisionado sem querer ao meu coração,
E poder contemplar em forte emoção
Sua face pálida nas madrugadas,
E sentir o tremor de teu corpo
Palpitando e delirando de prazer
E a exalar doce perfume do amor
Ao alvorecer de um novo dia.
Emoção sem fim
De uma luz que um dia brilhou para mim!
E ao fulgor de uma verdade,
Que de toda chuva que cai,
Ao romper de todo orvalho,
Nas madrugadas sem fim,
Somente a tua estrela
Permanecerá cintilando em meu peito,
Na primazia de minha alma,
Até o fim de meus dias.

CAMINHANDO EM TODO CÉU
A verdade que sustenta
A chama do Senhor,
Na razão de toda vida,
Não sucumbe a cada sopro
Que surge de toda escuridão
Que desafia a alma
E finda sempre
Em um ponto de interrogação.
A luz que ilumina
E direciona um caminho
Reacende a cada sopro,
Renova e se eleva
De uma verdade que nunca morre,
Ao resgatar a própria essência
Para uma escuridão que não ostenta uma verdade
E que teima em mudar
O curso de toda história,
Ao negar uma premissa
Para justificar a própria vida.

SONHAR!
É conceber a própria vida
No devaneio de um desejo
E adulterar uma realidade
De uma dor refletida
De vida passada
E vida presente,
E ser o não ser
Sendo não sendo,
E possuir sem ter
Emoção não vivida.
É vida curta em vida longa,
É vida sem vida
É morte na vida,
E vida na morte,
E fazer da vida
A própria vida
E amar sem ser amado,
Para ser feliz só em pensamento.

EM BUSCA DE UMA NOVA ESTRELA

De repente, não mais que de repente,
Da certeza fez-se a dúvida
E o que parecia visível fez-se polêmico
E do clarão se fizeram as trevas
Impotência!
E não mais que de repente,
Do eclipse fez-se a luz
E na quietude de minha nave
Nasce a esperança
De encontrar outro mundo.
Acelero com emoção
Ao clarão de uma nova luz
Com a sensação da emoção vivida,
Da inquietude e do pioneirismo de grandes exploradores,
Em busca de novas descobertas
Em um novo horizonte.
Viajando à procura de um novo céu
E, quem sabe, enfim, encontrar
Uma nova estrela,
Um novo luar,
Um novo amor,
Ou uma nova despedida
Em um mundo ainda a ser explorado:
O cosmo infinito de nossas mentes,
Brotadas de uma árdua batalha,
Na busca incessante
Da arte de reinventar a vida
De um universo que nos cerca,
Fazendo surgir, quem sabe,
Ao lavrar de toda a terra,
Um novo astro.

AMOR VERDADEIRO

Não tem credos, cor ou raça,
Não encontra fronteiras,
Atravessam os tempos,
Não envelhece,
É feito de renúncias e não deixam marcas.
É capaz de se abalar, se refaz e logo se levanta,
Não deixam vestígios ou lembranças
De mágoas Ou ressentimentos,
Sofre, torce e vibra com as conquistas do outro,
Sente falta,
Venera,
Não fica indiferente,
Cuida,
Traz ansiedade,
Traz angústia,
Traz preocupação,
Traz alívio,
É desejar estar próximo,
É o querer bem,
É chorar, sorrir e se alegrar junto,
Não encontra barreiras ou limites,
Porque tudo se justifica,
Tudo se explica.
É paternal,
E maternal,
E fraternal,
E carnal,
Tudo isso é o amor verdadeiro,
Verdadeiro amor.