O Poeta e o Passarinho
Poeta...
É com enorme dor que escreve essas palavras
Pois em seu coração somente um vazio
Insiste em sufocar sua alma
Tirando-lhe a avidez de um sorriso.
Seus olhos tristes refletem a agonia
Não restando-lhe aquela calidez que o envolvia
Seus dias não tem alegria, apenas são acinzentados
Como as noites que passa em claro. Noites longas.
Sua pele não tem calor
Apenas arrepia na ausência de um abraço
Suas mãos sempre frias, não sentem calor
Pois nem mesmo um toque, há muito não sentem.
Suas palavras não saem, não existem ao mundo
Não insista em perguntar, não terá respostas
Lembranças, são apenas marcas em seu coração
Não queira partilhar sua dor...
Seu coração ainda sofre com o que houve
Lembrar, ainda o maltrata, seus olhos quase choram
Sua pele transpira e seu coração acelera
Mas nunca o verá chorar, nunca o verá chorando.
Por mais que tenha magoas e seu coração seja frágil
Ao seu redor existe uma blindagem
Tão forte, inquebrável, intransponível, impenetrável...
Que apenas uma pétala de flor é capaz de quebrá-la.
Fases de Minhas Poesias
Ainda me lembro de quando conheci aquele poeta...
Suas palavras eram inspiradoras
Suas poesias falavam de amor, romance, paixão
Palavras que brotavam de seu coração, de sua alma
Poeta que escrevia o amor em poesia.
O que aconteceu, poeta...???
Suas palavras começaram a perder a paixão
Não falam mais de amor, mas sim de tristeza
Seu coração parece estar morrendo
Sua alma está se entristecendo
Suas poesias já são melancólicas.
E agora poeta, o que foi?
Suas palavras estão mudando de rumo
Ainda falam de tristeza, não de amor
Mas é uma tristeza sentida, reprimida
Como se fosse sentida em carne viva
Sua poesia está ficando mais triste.
Do amor à tristeza.
O POETA
Sou o poeta que canta as lembranças de outrora
Como se o momento presente fosse apenas o começo
Dos longos caminhos que passei até chegar agora
Na mesma estrada que tive preso por vontade
Embora o que mais queria era viver intensamente
Cada dia como se fosse o último brilho da luz
De um sonho, de um coração que se manteve ausente.
Hoje sou o poeta, cantando as alegrias vividas
Mesmo que a lua e o sol não se cruzem jamais
E as estrelas não brilhem igual no mesmo ceu.
Mesmo assim sou aquele poeta que vê no amanhecer
A esperança de um novo dia, um novo sonho, um novo amor
Daqueles que deixa rastro por toda estrada que passa
Mostrando que muitas vezes ser feliz é não ter medo de arriscar.
Amanhã olharei para trás e verei o poeta que fui
Sonharei com cada momento que despertei em mim
A vontade de chegar ao fim da estrada da vida
Sem temer ou se preocupar com alguma ferida
Talvez ficada no passado viva sem cicatrizar
Depois de tantas loucuras que expus o coração
Que frágil e sem pensar, quase que teve seu fim.
Amanhã sim, olharei para trás com outros olhos
Daqueles que enxerga além do horizonte azul
E sabe que nada mais é melhor do que viver
Sentado na varanda olhando a vida passar
Como a rosa que desabrocha em meio aos espinhos
E embeleza a relva e os campos do pensamento
Para dizer que alí foram os sonhos de um poeta.
O poeta confuso – Rafael Rocha
Entre bilhões, estava um
Era este, um poeta confuso, como de costume
Era perdido em tudo que pensava
Mas, criara suas filosofias e convicções ainda cedo
Descrevia em sábias palavras
O que desejava que fosse verdade
E a realidade que tinha em sua mente
Enquanto algo sentia, havia paz e confusão
Seu coração era como bússola que oscila as direções
Como águia livre para voar, e se perder nos céus
Não sabia escrever segundo regras enquanto sentia
Era este, forte e frágil, sábio e ingênuo
De tudo conhecia um pouco e do pouco tudo sabia
E como os outros bilhões, nele havia sentimentos
Inexplicáveis, insistentes e duradouros
Era fortemente abraçado a quem o amava
E a tudo que admirava este lhe cortava o olhar
Contudo, era também superficial e de alta vaidade
Se acostumara a cuidar de teu corpo
Mas esperava milagres curarem seu interior
A cada dia, ele aprendia e isto escrevia com ternura
E por vezes quase sem querer, errava.
Este poeta ainda buscara quem o ame eternamente
E busca na eternidade um amor que dure toda sua vida
Percebes a confusão em suas buscas?
Este poeta tinha dentro de ti cacos deste mundo
E fortes influências de teu próprio universo
Este pequeno poeta fora crescendo devagar
Tendo o corpo envelhecido e a mente ainda sábia
Este poeta escrevera seus versos com seu coração
Em cada palavra traçada, havia a essência de sua alma
Será este poeta tão comum como este mundo
Ou bom demais para a normalidade errônea deste?
Que haja, por Deus, mais destes poetas na terra
Para que, as vidas sigam a beleza dos sentimentos
E não a escória do ódio e preconceito
Este é meu pedido
Será este também o seu?
Sonho de poeta,
A letra irá me encontrar
E dai em diante...
Jamais me perderá
Sonho com Clarice, com Shakespeare,
Com Lennon e Adam Smith,
Grandes poetas, e pensadores.
Reis das letras e louvores.
Sonho de poeta, não é somente um sonho.
É uma ideologia, uma missão.
É mais que amor, é paixão.
É como respostas, para um sem noção.
Chega de sonhar em vão
Eu quero mesmo é escrever
Escrever sobre meus sonhos
É saber dizer e compreender
Sonho de poeta
A letra vai me encontrar
E mesmo se nesse poema não tenha acontecido
Eu não vou parar de sonhar...
Ele era um aspirante a poeta, mas tinha a alma suja das impurezas do mundo.. Nem as impurezas do mundo tinham lhe feito parar de sonhar..
Novamente o poeta sonhador
À sua velha rotina retorna
Criando poesias de amor
E também poesias de revolta.
Sofrendo e amando um amor
Amo um amor que também sofre
Sofre por um antigo e obsoleto amor
E muito nega aquele que é nobre
Porém, o poeta do amor
De você não desiste nunca
Embora carregue consigo a dor.
Esse simples indivíduo muito ama
E de tanto amar este amor
Cansa, enlouqece e inflama.
Adeus ao Poeta
Terça- feira, 16 horas.
Faltou luz no escritório.
Se fechar meus olhos, volto num instante àquele dia.
Abri a porta do escritório que emperrava no chão. Seu barulho rasgava o tecido fino do barulhinho de chuva que sussurrava naquela tarde.
Meu chefe se assustou. Ele estava sentado em sua poltrona que ficava bem em frente a porta.
Uma vela iluminava a sala repleta de livros.
Tudo estava delicado - olhos delicados, susto suave, respiração lenta, limpa e branca.
Senti uma ternura imensurável quando o avistei.
Pediu-me que sentasse ao lado de sua poltrona para que conferíssimos as cartas que seriam enviadas no dia seguinte. Peguei a vela para iluminar uma das cartas enquanto líamos.
Meu chefe, poeta, em meio aos seus 92 anos, era personagem principal daquela tarde cinzenta. Nela, ele escrevia, lindamente, o último parágrafo da sua história.
Tudo escuro em volta. A vela criava um mundo paralelo, onde só existia ele.
Tive a nítida sensação de estar sentada num imenso teatro. Ele no palco, em sua poltrona antiga. Escuridão - foco nele. Sua última poesia sem palavras. Sua última poesia, era ele.
Comecei a observar suas veias, sua pele fina e enrugada. Cada linha de velhice, me contava uma parte da sua história. Naquele momento, o Dr. Barreto me apresentava, sem querer, toda a sua biografia. Nos tornamos, assim, velhos conhecidos.
Quando terminamos, ele se levantou. Guardei algumas coisas em sua pasta. Ele pegou seu guarda-chuva e
foi saindo devagar. Como aquele dia cansado, porém, com o aspecto de missão cumprida, fazendo uma combinação perfeita com o poeta que tinha poesia até nas linhas de velhice das suas mãos.
"Até amanhã...", disse ele.
No dia seguinte, pela manhã, não havia mais Dr. Barreto. Só a poesia e o cheiro da vela no escritório. Poesia essa que, sem saber, ele escrevera para mim. Naquela tarde chorosa, que tanto chorava porque do poeta despedia-se em silêncio...
Essa é uma singela homenagem ao Poeta e Fundador do Movimento Poético Nacional, " Dr. Sebastião da Silva Barreto", que tornou nosso curto tempo de convivência tão grandioso que ficará eternamente gravado em minha memória.
O poeta do coração ferido de volta a sua função...
enquanto muitos pensaram que tinha morrido,
os versos me curarão!!!
Deixei minhas roupas de lado e me vesti pra guerra
porque por mais que o poeta morra, sua poesia será eterna!!!
Poeta das ruas
soldado do asfalto
seguindo em busca do meu objetivo deixando meu legado...
Porque no dia em que o poeta morrer, suas palavras em meus versos serão eternizados!!!!
SAMBISTA
Sidney Santos
Sou poeta partideiro
Vou atrás do bate-lata
Largo no toque do pandeiro
Sigo a ginga da mulata
Faço meu samba de roda
Improviso do som, um roteiro
Nada na vida incomoda
Quando o amor vem primeiro
E no meu canto de amor
Tem o tema principal
Você linhagem de valor
Rainha do Meu Carnaval
SAMBA SANTISTA
Sidney Santos
Sou poeta do samba
Nascido no querido Macuco
Terra de gente bamba
Da fruta, o melhor suco
Sou Brasil
Amarelo, verde, branco, anil
Magia da X-9
Bateria que comove
Padre Paulo, Mocidade
Sambistas de verdade
Aplausos verde e rosa, de pé
Imperial, União do Marapé
Festa, sem igual
Santos, viva meu Carnaval!
Fevereiro de 2013
Poeta Dos Sonhos
