O Poeta e o Passarinho
Musa nunca fui nos frios ocasos
nem nos amanheceres em dias de sol
vou passando pela vida apenas por acaso
em direção ao meu incerto arrebol
Existe vários tipos de poetas, os que escrevem por hobby, os que querem dinheiro, alguns atenção, e tem eu. Escrevo para expulsar a solidão que não possui gratidão. Escrevo oque sinto pois não sei demostrar como todos, já as palavras saem de mim como um perfeito refrão.
Nunca aceite a opinião de quem está no topo.
Lembre-se, quanto menor a concorrência melhor para quem está no topo.
Pragóra
Templo Edificante do Conhecimento - Bradou o Andarilho. Há de ser assim, sapiência vindo de onde se espera. Mas não exagere no uso do verbo esperar, a sabedoria é pra agora.
Rima sobre Rima
(ou a Monografia Senil
de um Inovador Ultrapassado)
Do barulho infernal,
Ao brilho cegante,
Energia estridente,
Dissipada em instantes.
Nós somos as massas
E as minorias,
Saboreamos o bônus
E as consequências.
Fomos barbárie em harmonia,
Trouxemos uniformidade e conflitância.
Regamos os buquês floridos da melancolia,
Eufóricos desenfreados, anatomistas.
Portamos as causas e as epifanias.
Éforos da argumentação,
Baboseiras intimistas,
Infinitas.
Estratagemas, pilherias,
Ardis e trapaças,
Emboscadas, astucias,
Arapucas, ciladas.
Não fazemos ideia
Dos porquês,
Ocupamo-nos
Apenas, do aroma dos buquês.
Que restem penas,
Cheiros, perfumes, odores,
Penachos, farroupilhas.
Que restem arenas,
Termas, gladiadores,
Pomares, pantomimas.
Que seja esta nossa sina.
Que reste apenas,
Rima sobre Rima.
Crepúsculo eucarístico
(Victor Bhering Drummond)
Sim; eu poderia cometer os pecados da carne,
A fúria da gula
Ali mesmo no pátio da igreja
Na sombra, no sol,
No sino sem tom,
Nos versos de Drummond
Ou sobre os livros apócrifos
Olvidados por santos e hereges.
Mas que pecado cometi
A não ser amar e devorar você
Como o doce vampiro de Rita Lee?
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(Poema inspirado na igreja e restaurante Santa Catalina em Buenos Aires, onde saciei a minha fila e alimentei o meu amor. Ouvindo e lendo Rita Lee)
Ver, de Verônica
Nem só de aleatórias combinações vive a poetisa, mas de toda sobrecarga que lhe é imposta. Doloridos tendões, quanto mais nos atendem, mais tendem a latejar. Propriocepção exagerada em nós. Coloridos vasos pulsantes sanguíneos, atarefados, florescendo veias dilatadas, senhoritas ritmadas, gingam joviais, perfumes orgânicos de ti exalam. Talento para olhar e ver, não somente lar, muito mais que isso, o porto quase sempre inseguro, acolhimento em parto, aconchego em partes, invólucro, lúmen inteiro expandindo, teus diâmetros, nossos perímetros, dilatam intuitos, estásativa, tuésmística, alternativa, grandezavetorial, peregrina, intuitiva, nativa, provavelmente em magnitude e possivelmente com direção, uterina. Cafeína achocolatada, alerta em repouso, extenuante, muito bem nutrida e pós avaliativa, fadigada, (des)enfadonha. Chegou tão alto com o empuxo, que nem mesmo a gravidade pôde se justificar, rotineira singularidade. Canto propensão a estridentechamativo-arrepiante do emudecimento, microfonia que tilinta e repica, batevolta-quica-escorrega-quintuplica. Tchuca-propulsiva-curiosa-assídua-in-finita. Simples-ser para ter, articular, parecer e parati, printei uma foto tua com baton escarlate, contra o vidro e a selecionei cuidadosamente, como meu fundo de tela, para sentir e então... Ver, de Verônica.
Florida Idiotice Alada na Era dos Rasos
Insanos Púberes,
Adagas de papelão, evolucionários,
Tirando retratos no elevador.
Teus cruzados certeiros,
Teu discurso inflado,
Um corte tendência pro conquistador.
Pigmentos descolados,
Alastrados na epiderme,
Nenhum sentido.
Perfumes, loções,
Cheiros importados,
A briga não cessa em rede social.
Cartões estourando
Sem arrependimento,
Teu ringue é a noite,
À prova de personalidade.
O desprezo total pelo que respira,
Tua mania geral, tua ciência e guia.
Um salva de nadas,
Nobre inconsistência,
Atraentes, perfeitas anomalias.
Declives severos
Nessa nossa investida,
Um passo atrás,
A cada novos passos,
Florida Idiotice Alada Na Era dos Rasos.
Que nossos olhos físicos vejam a beleza, onde quer que esteja e creia, sempre há algo de belo para que vejamos.
Que nossos olhos de alma, se encantem mais ainda e deixem nascer dentro de nosso interior, a imensa paz e a fé, sempre acreditando que nada é em vão.
Caso todas as explicações fossem alcançadas e todas as perguntas respondidas, na realidade, de qualquer forma, eu jamais saberia, o que fazer de mim.
Subatômicos
Nunca tive nada na vida,
Só tive a poesia.
Eu tinha ela, ela me tinha,
Jamais me decepcionou.
Como um brilho no telescópio,
Olhar pra pia limpa e ver o bule cheio,
Após o buraco de minhoca,
Na nebulosa bumerangue.
Minha Canis Majoris,
Sou Eta Carinae.
Neste berçário de estrelas,
Só tive a Poesia.
Corpúsculos diminutos,
Nano-elixir-microscópico.
Subatômicos.
Eu tinha ela, ela me tinha.
Roí a unha, passei um café e adormeci inquieto. O que eu mais queria aquela noite era poder me vestir do seu cheiro.
Somos suntuosos borrões,
Corajosos apavorados,
Expostos assim de repente,
Na vitrine um vapor dispersado.
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