O Poeta e a poesia

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ENTRE POESIA E MISÉRIA

Extirpa-me a língua, os olhos,
Mas não peças que me cale!
Impossível calar-me a alma!

Nas entranhas dessa História
Vi beleza e barbárie!
Eu vi as rosas...
De Hiroshima
E também de Nagasaki.

Vi a luta de Zumbi
Das senzalas a Palmares.
Anjo preto nunca vi
Nos adornos dos alteres.
Vi Revolta da Chibata
Contra nossa força armada.
Entre os "muros do apartheid"
O sussurro de Mandela
Implorando igualdade.

Entre poesia e miséria
A palavra é o que me resta!
Então não peças que me cale!

Extirpa-me os ouvidos, os dedos das mãos,
As cores e o pincel, a pena e o tinteiro!
Mas não peças que cale.
Impossível calar-me a alma.

Temos telas de Monet
Os telões de Charles Chaplin.
Castro Alves e Pessoa,
A lírica poesia.
Não me fujam
Beethoven e a 5ª Sinfonia,
O Bolero de Ravel
E o tango de Gardel.

Entre poesia e miséria,
A palavra é o que me resta.
Então não peças que me cale!

Extirpa-me a liberdade!
Mas não peças que me cale.
Impossível calar-me a alma.

Eu vi os trens de Auschwitz
Holocausto e massacre!
Então não peças que me cale.
A palavra ainda me resta.

Dualismo Colossal!
Do mesmo orginal
O mais absoluto extremo de bem e de mal.

Jamais peças que me cale.
Mas se um dia me faltar
O esplendor das coisas belas;
Se faltar-me o espanto das barbáries,
Arranca-me do peito esta alma!
Pois de nada mais ela me vale.

Marcos Profanus

Inserida por MarcosProfanus

⁠A frase lúdica que ele repetia,
Não era música, não era poesia,
Mas a enfática que ele pretendia,
Era sua voz rouca quem transmitia.

Inserida por michelfm

Sou como uma tela que só de falar
não há como descrever!
Sou feito de poesia,
Que não há
como pintar!

PauloRockCesar

Inserida por PauloRockCesar

TRANSCRIÇÃO

Toda a poesia acumulada na alma de André
há de ser expelida.
Ainda que ela seja inútil e nunca seja lida,
resta-lhe a esperança de que em uma folha de caderno
seus sentimentos se tornem eternos.

Tem urgência em escrever
- ainda que sem inspiração-
pois, tem medo da morte,
de enlouquecer ao ver o seu amor partir,
de que a saudade aperte e não suporte,
de que a tristeza leve, como em uma correnteza de lágrimas, as palavras que sussurrou aos ouvidos de Estela.

Nunca quis ser poeta.
Considera o fardo muito pesado para um funcionário público, burocrata e tão racional.
Se fosse em sua adolescência, embriagar-se com versos não lhe faria mal,
mas já tem seus trinta e poucos anos,
é considerado um cara sério...
Foi um descuido amar tanto!

E agora, justo nessa hora, pensa em escrever o que sente.
Pensa que se Estela não o compreendeu, o mundo o compreenderá.
Quer desabafar com alguém,
Quer chorar em forma de versos, como seus poetas e compositores favoritos sempre fizeram.
Alguém, alguém há de compreendê-lo!
Alguém há de lhe dar razão!

Quer morrer, mas não deseja que esse amor morra junto.
Não quer levar para o túmulo algo tão bonito.
Só lhe consola a ideia de que alguém chame de poesia o que escreve tão desorientado.
Está convicto de que todo poeta desiludido já nasce modernista.
Desconhece a métrica, a rima pouco importa...
Para ele todo desabafo é poesia.

Mas como já eram três horas da madrugada,
a poesia permaneceu na alma de André,
sem transcrição.
Adormeceu o poeta,
adormeceu a poesia.
Trocou a ideia de escrever pela ideia de sonhar.
Amanhã não se sabe se terá ânimo para recomeçar,
parece que está mais a fim de implorar que Estela volte
do que continuar com a tola ideia de torna-se poeta.

Inserida por GabrielEfraim

A poesia é um gemido da alma não precisa que os verbos concordem.
Quer ser vista a todo custo e faz barulho para incomodar.
Nem gosta muito de rimar.

Inserida por TYMonteiro

⁠Ilógico

Minha querida menina
Ilógico seria
Ser assim, lógica, a poesia.
E não óbvio talvez
Como não se supõe ser
O poeta é louco, e....
Logicamente consente
O que não sente...
E o que sente, desmente
Insistente...
Das suas vidas, contadas no papel
Seu único real confidente.

Inserida por EduardoChiarini

⁠O mundo sente o furor
do feitiço da navalha,
como antídoto da dor
a poesia não falha.

sob o cenário de morte
resiliência é a seta
por sapiente consorte
entre o lutar e a meta.

Que não falte valentia
no cortar da minha fala,
sou voz que não silencia
porque poeta não cala!

PedrO M.

Inserida por pedro_monteiro_2

É preciso tirar a Poesia das prisões intelectuais. O claustro deve ser abolido. As “igrejas”, os “monastérios”, os “colégios”, as “academias”, são todas elas formas de prisões que transformam
e manipulam o poder de imaginação do poeta. Poesia é sinônimo de liberdade plena.

Inserida por joao_batista_do_lago

⁠FEIÇÃO DA POESIA (soneto)

Amo a poesia pelo que é a poesia
Pela ilusão que há no teor a dizer
Sem importar com a reta simetria
Se tem paixão e na prosa a dor ter
Amo a imaginação, a vária surpresa
O deparar, quando sentimento há
Enchendo o versar com gentileza
Sem se preocupar de como será

A poesia é bela, só saber cantá-la
Pois, a sua soada na alma badala
E a sedução se põe a nos arrastar
Pôr a chorar se o pesar atormenta
Sorrir, caso a magia se apresenta
Afinal é provar, apreciar e delirar...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21/07/2025, 16’21” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Sintoma

Ela não era poesia,
Isso era ordinário demais,
Era clichesco demais,
A Ela cabia mais que isso.
Ela era Alergia.
E a irritação
Vinha seguida de prazer.

Inserida por michelfm

⁠21 De Março - Dia Mundial Da Poesia

Sem poesia o mundo é cinza
Um lugar triste e sofrido
Cemitério do amor
Doente e dolorido
A poesia traz a calma
É a música da alma
Torna tudo colorido

Inserida por RomuloBourbon

⁠Poesia Pandêmica

Teu sorriso esfacelou,
Tua esperança esfacelou,
Teu sonho esfacelou,
Ela não vai voltar.

Não foi o vírus que a matou,
Foi o desprezo pela vida,
De quem nem mesmo a conheceu.

Não conheceu os teus amores,
Não conheceu as tuas dores,
Os teus temperos e sabores,
A tua chama lutadora a flamejar.

Tua missão esfacelou,
Teu projeto esfacelou,
Tua presença esfacelou,
Ela não voltará.

Não foi o vírus que a matou,
Foi a tolice desmedida,
De quem negava o inegável.

Quem a matou não se deu conta,
Que a negligência contamina,
Não há vacina, pra estupidez.

Ele nem mesmo a conhecia
E suas inofensivas idas e vindas,
Ceifaram vidas, arruinaram vidas.

Não me recordo dos teus nomes,
Nomes demais pra recordar,
Nomes demais pra mencionar.

Mas conheci os teus amores,
Eu conheci as tuas dores,
Os teus temperos e sabores,
A tua chama, lutadora, a flamejar.

Inserida por michelfm

⁠Minha nova namorada me disse:
-Odeio poesia, coisa de gente triste...
...o negócio hoje é matemática,
computador, impressora!-
Não tive dúvidas, ao invés de amor,
dei-lhe uma calculadora.

Inserida por NSJUNIOR

A essência da poesia

Está nas rochas

No som que o mar revolto produz

No silêncio falante da natureza

Naquilo que só o coração sensível o suficiente consegue perceber.⁠

Inserida por AnaScuro

⁠Diálogo Divino

O sopro do mar ao pé do ouvido;
Inspira poesia de ondas sonorizadas pelo criador.
E me percebo magicamente sagrada;
Ouvindo da natureza palavras inaudíveis aos céticos.
O poeta é destinatário do sagrado!
E em um diálogo de mão dupla com o criador;
Torna-se porta voz dos prazeres divinos.
Quem disse ao homem que o sagrado é sofrimento?
Pobres homens, péssimos intérpretes!
O sagrado não é pranto, nem desalento.
De verdade, traz no vento o som inebriante do silêncio!
É que quando o vento bate na pele;
Traz calafrios reflexivos!
E na mente do poeta alegre e acolhedora;
Floresce devaneios do AMOR divino!

Inserida por Vanessafontana

⁠'O PODER DA POESIA'
Nao sei de onde saiu
Mas a poesia veio ao meu encontro
Me lembro bem como foi...
Estava eu inquieta
acabou se a espera quando
Quando te encontrei
Numa bela primavera !
... Sentir poesia, é a vida de um poeta !

É um sentimento que não se descreve, por mais que escreve um poeta se enche de letras todas embaralhadas ,
As vezes desalinhado
componhe suas linhas com rimas sentindo se extasiado,
*Um poeta é
simplesmente um ser pela vida apaixonado.
poeta um ser sensivel que nao escreve
Apenas sente a poesia e escreve com fé alma e coraÇao !
A poesia as vezes é uma grande oraÇao
Ao se lembrar de um amor , amigo, ou a propria naÇao !

A poesia
Nao tem como elucidar
Na alma de um poeta
Tao grande amor e imensa alegria,
Segue o silencio da vida...
Mantendo dentro de si sempre viva a poesia.
Mas ...
O que faz forte um Poeta é o
Não é a fantasia mas o poder da poesia !

Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a lei - 9.610/98

Inserida por mariafrancisca50leit

Poetismo

Fria, cálida, soturna e pálida, letras que destravam, palavras que afagam. A poesia fere, sara, mata e outrora, clara.
As cousas muito mais que vivas, ainda se descrevem, no entardecer da fala. Doce, surrado, elas vem como beijos, e neles se desfazem.
Na poesia, não necessita o verbo, o gesto, nada, só nos resta a poesia que reside em nós, e da gente, o poeta fala, esbraveja, cala, mas nunca, nunca se acaba.

Inserida por PauloHenriqueBatista

Dentro da minha poesia eu sinto total liberdade em ser eu.
Lá eu estou segura quando estou fraca ou forte, alegre ou triste,
tranquila ou inquieta, romântica ou brega, eu amo a forma que
a poesia me completa,
Deus derrama muito amor na minha alma de poeta.

Inserida por silmaranogueira

⁠Em José Lins do Rego a poesia faz-se
presente como em poucos escritores nacionais, permeando grande parte de sua obra, de maneira surpreendente como as cheias do rio Paraíba, que ninguém mais do que ele soube narrar em nossa literatura, descrevendo sua força recriadora de cenários, modificando a paisagem seca do Nordeste brasileiro em mata ciliar florida, verdejantes pastos, e
um mar de lavoura de cana de açúcar, que se estendia viçosamente, dançando ao vento, embandeirado pela umidade das várzeas. Mas a poesia na obra do autor de Usina não é apenas um mero recurso estético, utilizado para o embelezamento do texto literário, mas uma ferramenta indispensável para ênfase de seu realismo lírico, destacando-lhe, não apenas como um proeminente escritor regionalista da geração de 30, mas como um dos maiores prosadores da literatura em língua portuguesa.

Inserida por Antonio_Costta

⁠O Matador Miserável
de Relacionamentos Concretos

imploro a ti,
que não odeie a poesia,
por causa do poeta.
ela não é culpada
pelo que ele é.

a obra não merece
os erros do criador.
não é tua incumbência
como criatura,
submeter-se
a quem te gerou.

nenhuma realização
desejou existir,
desprovida de escolha
ela veio à tona
pela vontade de um outro.

então aqui, te imploro,
que por causa do poeta
não odeie a poesia,
ela jamais foi culpada
pelo que ele é.

(Michel F.M. - Trilogia Ensaio sobre a Distração - 03/11/23)

Inserida por michelfm