Mesmice
Mesmice
Que vergonha!
Antes que o sol se ponha
Tenho que admitir
Fiz tantos planos
Ao longo dos anos
Que não incluíam estar aqui
Achei-me preparado para o que desse e viesse
Tentei me blindar contra o tédio e o estresse
Desdenhei das expectativas que punham em mim
Transformei em começo o que supunham ser fim
Julguei-me capaz de contornar qualquer aperreio
Forjei desculpas que justificassem meu devaneio
Alimentei meu ego
Deixei subnutrido meu coração
Então me vi cego
Vendado e iludido pela razão
Lá estava eu...
Cheio de si...
Imbatível...
Testando meus argumentos
Protegido pelo breu...
Eu me senti...
Insensível
Alheio aos meus fragmentos
Quer mesmo saber?
Falhei
Neguei a atenção que me foi requerida
Ocupei-me demais
Perscrutando oceanos abissais
Ignorando as riquezas da superfície
Cansado de ver sempre a mesma mesmice
Quer mesmo saber?
Flagrei-me
Ao tentar convencer-me que assim é a vida
Preocupei-me bem mais
Ao dar-me conta do quanto é fugaz
Pra se perder tempo com idiotice
Pois tempo não é coisa que se desperdice
Quadras
Qual passarinho em sapequice
pulando de galho em galho
assim segue na mesmice
fingindo um amor, alho com bugalho
Não se atem a nada que seja real
faz-se presa fácil e sem noção
não escapa de apelo virtual
em nada se fixa o seu coração
Nunca terá aquilo que deseja
se continuar assim esta saga
não conquistará de verdade o que almeja
é vulgar, leviano, a tudo estraga !
Não adianta...
Não leio
Não escuto mesmice e nem o óbvio.
Tenho encanto mesmo...
Pelo profundo
Pelo inusitado
Pelo mistério
Pelo etéreo.
Talvez a gente precise de mais Poesia, flores, cores, amores...
Porque de mesmice, hipocrisia e inveja ...
O mundo já basta!
O que me mata é a mesmice. É o que não me impulsiona. Busco constantemente o novo e o que foge do meu cotidiano.
Ao observar a mesmice do cotidiano, o que dizer? senão; Olha o que eu tenho sofrido na minha vida que não é pouco.
"O mundo em minhas mãos tenta se libertar da mesmice,
Pareço um gigante perante a liberdade, e perto do céu
Fica impossível ver tudo que esta acontecendo..."
A mesmice
sempre a mesmice de ser o que sei, sempre a mesmice de ter o que sei que não vou ter, sempre a mesmice de ver o que já vi como o que seca o mundo, sempre a mesmice de tristeza que me cobre por inteiro, sempre a mesmice de pensar que algum dia ocuparei um lugar no espaço sabendo que agora sou só um vácuo, sempre a mesmice de ler um mesmo livro da mesma prateleira, sempre a mesmice pra querer o que tenho de ser, sempre a mesmice a mesma comida ás 11:30h só pra ter satisfação, sempre a mesmice do ver ouvir falar, sempre a mesmice de respirar.
“A vida em uma nota só”
Pode ser tolice o que tenho a dizer, mas a mesmice certa vez, pode sim ser fonte para uma grande inspiração.
Atropelo meus anseios quando procuro agir mudando a direção, não entendo o lisonjeio, meu simples pensamento evita andar na contramão.
Tenho desejo de ultrapassar o muro, meu cativeiro é frio e sem compaixão, mas não é desconhecido e traiçoeiro quanto à decepção.
Não faço apologia à rotineira jornada, não sou sábio e não aprendi a lição, a vida permanece inalterada, bobagem insistir em emoção.
Os anjos esqueceram-se de mim, tenho lampejos de quando soltei suas mãos, viver em uma nota só não é sorteio, digo isso sem o dom da persuasão.
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