Meninos de Rua
Caminhando pela rua
Achei uma pedra no meu caminho
Mas eu sei,
Sei que não estou sozinho.
Estou com uma multidão,
Multidão de pessoas
Que tentam se manifestar em solidão.
Vejo a alma corrompida,
A alma que sangra, que grita
Uma alma que por mais que se tentem
Sempre tem uma ferida.
Onde estão os sentimentos?
Se foram aos ventos,
Vejo pessoas pedindo socorro
Em pleno afogamento.
Eu sempre fui a garota chatinha da rua, a não me toque. A que chorava por tudo. Eu nunca tive nada bonita que não fosse o meu sorriso, ou os bonecos que minha mãe me dava pra me mimar. Filha única, sozinha, criada com pessoas mais velhas. Eu tinha que ter algum atributo pra ter amigos... dos 3 aos 11 foram as bonecas importadas , as panelinhas. Dos 12 aos 14 foram roupas, brincos, sapatos. "Amiga me empresta","amiga posso usar ?!" "vamos sair com ela, ela tem dinheiro e é gente boa". E eu sempre emprestava, dava, pagava ... porque a gente dá a vida pra ter um “amigo”. É triste ser ‘sozinha’. Ai eu cresci , e dos 15 ao 17 elas quiseram aquilo que eu conseguia conquistar sem precisar de pagar, emprestar ou dar (por um bom tempo foi sem dar mesmo). Homens. O meu primeiro namorado hoje é o namorado da minha ex melhor amiga. O segundo, o terceiro, o quarto, também virou ex dela... Eu sempre achei legal o fato de saber dividir as coisas, de não ser egoísta. Mas homem, queridos, homens a gente não divide. Não digo que devemos acabar uma amizade por causa de um namorinho de adolescência. Mas se sua melhor amiga, confidente, e bláblá se apaixona por todos os seus namorados. Ela é um problema na sua vida. A única coisa que me restou da minha fase infância/adolescência foram meus ex namorados bonzinhos que sempre quando me encontram me abraçam e me diz “como eu errei de ter te trocado pela aquela outra” e isso pra mim vale mais do que qualquer amigo de infância interesseiro ou amiga olho gordo. Sensação boa de saber que mesmo ela se esforçando muito não chegou aos meus pés.
"Tenho vontade de pegar a bicicleta e sair pedalando pela rua sem saída onde eu morava. Armar um pique-nique no jardim e dar gargalhadas com minhas coleguinhas. Correr atrás de uma bola nas aulas de educação física e comemorar um gol como se fosse final de Copa do Mundo. Chegar em casa toda amarrotada de ter brincado de pique-pega. Farda suja do molho da mini-pizza. Cair no chão e receber um beijo de meu pai. Eu queria que o tempo voltasse. Apenas isso. Mas infelizmente ele não volta. Aproveitei muita coisa. Deixei de aproveitar outras. E hoje sou apenas uma adolescente cheia de boas lembraças e cheia de sonhos."
DESPEDIDA DE UM HERÓI ABALROADO
Na rua desvairada o carro vem em alta velocidade
Ameaça me abalroar, pois me encontro no meio dela.
Dela não saio, quero impor respeito ao valor que meu bairro merece.
Dente de tigre olho de sabre.
Revoltam entre si.
Se revoltam entre os dissociados.
Cambaleia de agonia.
A pancada foi forte, mas nada como deixar
De ir pro inferno sabendo que lá estarei calmo
ao lado do senhor satanás.
Quem de mim sorriu, não sorrirá mais.
O inferno festeja minha chegada!
A vossa desgrassensa que à mim pertencia,
hoje chora.
Foi quase em uma velocidade de 250 quilômetros
que me atingiu.
Meu corpo alem do inferno foi parar 100 metros depois.
Morria ali, na presença de casas, valas, pedestres, veículos, crianças.
sobre o sol que de tão quente fritou minha mente naquele pincho ardente.
Morria no não morrer!
A minha morte não foi o suficiente para mudar nada no bairro
foi apenas o começo de uma grande guerra sem fim próximo.
No cair da chuva e no deslizar das águas nas corredeiras de valas a céu aberto
meu bairro se despedia.
Vivia a reivindicar.
Morri ao protestar.
[Sim, sei!!i O inferno agora tem paz]
Dobrei a esquina, olhei de lado, atravessei á rua, subi a escada, desci a ladeira, busquei novos caminhos, segui uma nova estrada...cavalguei na relva, pulei a cerca, escancarei a porteira, me aqueci na lareira, corri no campo, pulei no rio, dancei na chuva, escorreguei no mato, nadei com a correnteza, agarrei as ondas, andei com pressa, abracei o vento, senti a brisa, matei saudade, vivi lembranças, desejei passado, olhei pra frente, toquei presente, tentei correr, cair na rua, me vi sozinha...te vi ao longe !
Fui mais perto, olhei em teus olhos, sentir tua boca...deitei em teu corpo, abracei teu rosto, marquei teu cheiro, tatuei teu toque, ouvir teu silêncio, gargalhei com tuas palavras, brinquei de esconde- esconde, cair no poço.
Rolei em teus braços, tropecei em teu rosto...cabelos em desalinhos, coração acelerado.
Paixão desenfreada, amor sem medida, desejo, vontade...
Chorei, não consegui.
Perdi você !
O Tênis Vermelho
Um garoto caminhava pela rua a caminho do colégio. Procurava obsessivamente muros onde pudesse se esconder e observar as pessoas que passavam. O motivo era a vergonha que então sentia pelo tênis que estava usando e que comprara com sua mãe havia dois dias.
A cor do calçado era vermelha e o menino se encantou logo que o viu pela primeira vez. A mãe elogiou e disse que o tênis ficava ainda mais bonito em seus pés...
O primeiro dia de uso foi na escola. Para a tristeza do garoto, o tênis não agradou aos colegas, que logo começaram a zorra. O menino escutou todos rirem dele calado, pois não encontrava força para reagir. Apenas uma frase ficou em sua mente, como um eco infinito:
- Você é mesmo muito esquisito!
Na volta para casa, as lágrimas eram maiores que seus passos. Quando a mãe soube do ocorrido, lamentou a tristeza do filho e teve que lidar com a situação de não poder fazer algo, afinal carecia de dinheiro e o tênis foi comprado depois de muita economia.
No dia seguinte, o menino não teve outra escolha a não ser ir ao colégio com o tênis vermelho, e foi daí que a história começou a ser contada. Entre um muro e outro, foi interrompido por um senhor sentado na calçada que tinha barba e cabelo bem grandes e brancos. O senhor perguntou o que se passava e o garoto desabafou. Comovido, o senhor se lembrou do seu passado, quando todos os colegas fizeram piada do boneco de pelúcia que ele carregava escondido dentro da mochila. Mas o que ninguém sabia era que o boneco era a única lembrança deixada por sua falecida mãe, que tanto fazia falta...
Na época, sua tristeza foi consolada por um morador de rua que ficava em frente ao colégio, dizendo que "o mal do homem é criticar aquilo que ele não sabe o motivo da existência". Por isso, o senhor se achou na obrigação de dizer algumas palavras ao menino, na condição de morador de rua que se encontrava. Então ele pensou por um instante e citou o pensamento oriundo de sua reflexão:
- Todos nós somos um pouco estranhos. A normalidade não existe, a não ser na mente iludida dos ignorantes. A vida é mais que os risos da crueldade, que os risos da escuridão. Esses foram os risos que você ouviu, risos sem luz; sem verdade. Pergunte a si mesmo: eu sou estranho ou os outros é que são normais demais?
O garoto pensou e em seguida respondeu com segurança:
- Os dois.
A resposta foi validada pelo senhor:
- Exatamente. Os outros são normais demais porque não se conhecem, porque preferem ser um padrão social. Já você é estranho porque eu também sou e porque todos somos, porém só alguns sabem e entendem esse segredo. Parabéns pela sua estranheza que te faz sábio!
O senhor então foi embora e levou junto a angústia do menino, que estranhou o sorriso que ficara em seu rosto...
Na rua quase deserta ouço gargalhadas, talvez vindas de festas, saltos batendo no asfalto duro de um dia que termina para uns e começa nos olhos do crepúsculo. São ruídos de quem nem sabe que eu existo.
E, então "moço"...
Um dia não muito distante,
te verei caminhando pela rua...
e vou dizer ao amor da minha vida: Olha, meu amor,
não faz muito tempo...
eu o confundi com você!!
..
A vida continua...
no alto da mais alta montanha,
no mais profundo vale,
no meio de cada rua.
E a vida continua
no silêncio da dor,
no calor do verão,
num grito de amor.
E a vida continua
segue sua lida,
seu seus planos,
segue por toda a vida.
Uma mulher me parou na rua e perguntou :
“Bom dia, qual tipo de mulher você quer?”
Me senti na BLACK FRIDAY.
Eu quero uma mulher, que não precisa dizer que vai ficar pra sempre.
Eu quero uma mulher, que vem para fazer bem, que é amiga, que não é o amor da minha vida, mas é bom, é leve. De dia menina, a noite mulher.
Eu quero uma mulher, que não acredite em contos de fada, mas acredite em amor a primeira vista.
Eu quero uma mulher, que tenha paixão, e não planos futuros.
Eu quero uma mulher, que ao sorrir, provoque uma linda covinha.
Que me tire sorrisos sinceros, que se ame, que não é mais ou menos, é inteira.
Eu quero uma mulher, que goste mais dela do que de mim.
Eu quero uma mulher, presente, para conquistar todos os dias.
Eu quero uma mulher, que seja independente, mas que peça para trocar o chuveiro.
Eu quero uma mulher, que seja perfeita, nas suas imperfeições.
Eu quero uma mulher, que entenda, que erros serão cometidos.
Vamos deixar claro, erros honestos.
Traição não é erro, é escolha.
Eu quero uma mulher, que o amor, seja maior que a necessidade.
Eu quero uma mulher, que traga cor para os dias em preto e branco.
Eu quero uma mulher, que não chore quando eu me atrasar, mas que sinta a minha falta.
Eu quero uma mulher, que os seus valores, sejam o seu maior charme.
Eu quero uma mulher, igual a você, que é diferente, de todas que já tive.
Eu quero uma mulher, que me faça sentir no fim do dia, que é tudo por ela.
Liberdade de expressão não existe e nunca existiu, se você acredita nela, saia na rua gritando o que você pensa depois me fala se estou errado...
CAMINHO ESTREITO
Ferido, atormentado
caminhando pela rua estreita
tenta se endireitar mas não consegue
Chora e lamenta
condenado pelo abandono
sem rumo assumiste a sua “vida utópica”
Com o verdadeiro intuito de achar sua sombra
perdida na escuridão
não acha
aliás a única coisa que achaste é o vazio coração
O retorno é longe
nem pensas em retornar
segue a trilha de olhos fechados
cansado de beber água que passarinho não bebe
para no meio do caminho.
Aqui toda rua tem nome de passarinho
e toda pessoa que a gente encontra
tem olhar de muito carinho...
( em Bertioga )
mel -((*_*))
Vamos botar esse bloco
na rua e esticar esse cordão...
Acreditar que podemos amar
e puxar uma corrente de emoção...
Eu quero é cair na folia,
porque sou um folião...
Quero é aproveitar, porque
a vida não pode ser séria , não...
Não sou padre nem sou freira
e retiro é coisa pra budista...
O meu zen é na avenida, só acaba quarta feira
e eu quero é brincadeira...
Sair pelas ruas puxando samba
que me leve a um lugar de verdade...
Que é dentro do seu coração...
Muitos tem irmãos(ãs) e outros não, mas graças a rua, podemos conhecer pessoas diferentes e "montarmos a nossa própria família".
Antigamente as pessoas se separavam por arrumar um amante real na rua hoje em dia elas se separam por ter vários amantes virtuais na internet.
RUA DA MINA
A fonte termal
de água alcalina
Hidrata as mulheres,
hidrata homens
A favor de todos
Para a boca com sede
Onde as que bebem,
pedem mais
Sou rua de mina
Sou a Rua da Mina
e um parque de águas minerais
Sou salutar
Sou Salutaris
Nos lábios das africanas
e dos africanos
Molhando a seca do Brasil
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Homenagem à Paraíba do Sul, Bairro Lavapés, ou seja, Rua da Mina!
Rua 22
Quero olhar pra cima, mas não dá.
Quero cantar, mas ele me obriga a me ajoelhar.
Já é 9 horas e eu, perdido nessa rua,
Não sei o que eu fiz, meu amigo, me perdoa.
Passei a noite toda no boteco do seu Odilo,
Já não reparei as cores — parece que saí de um hospício.
Já faz tempo que ando nessa rua que eu me criei,
A rua tem 22 becos, e 22 anos sou eu.
Já vejo a lua tão grande no céu,
E, ao mesmo tempo, vejo o sol...
Parece carnaval, na Bahia.
Vejo as portas das casas arrombadas,
Vejo imensos dias que passaram rápidos.
Vejo a Bíblia sagrada.
Peço a Deus que me perdoe,
Que me expulse e me abençoe,
Pra poder trilhar sozinho essa caminhada.
E, nessa estrada, eu quero perceber
Que, nessa rua escura do dia,
Não quero ter noite — ousadia.
Ousaria temer?
Mas, toda vez que eu choro, eu me lembro
Que, quanto mais choro, mais eu me lamento.
Pra perceber, meu amor, pervertida, hora válida,
Vem sem merecer.
