Menino e Menina

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o menino me ensina
como um velho sábio
o quanto sou menina

Era um menino tão mau que só se tornou radiologista para ver a caveira dos outros.

Não sei o que possa parecer aos olhos do mundo, mas aos meus pareço apenas ter sido como um menino brincando à beira-mar, divertindo-me com o fato de encontrar de vez em quando um seixo mais liso ou uma concha mais bonita que o normal, enquanto o grande oceano da verdade permanece completamente por descobrir à minha frente.

O menino que sofre e se indigne diante dos maus tratos infligidos aos animais, será bom e generoso com os homens.

Pegamos o telefone que o menino fez com duas caixas de papelão e pedimos uma ligação com a infância.

Como a senhora explicaria a um menino o que é felicidade?
Não explicaria. Daria uma bola para que ele jogasse...

arco-íris no céu.
está sorrindo o menino
que há pouco chorou

O brinquedo mais simples, aquele que qualquer menino é capaz de fazer funcionar chama-se avô.

Velho pássaro, este mundo
dorme como um menino
e se renova cada manhã.

Doze anos em flor!
A linda menina ainda
não pensa no amor.

o pato, menina,
é um animal
com buzina

menina muda,
convertida em mulher
já se perfuma

Céu de primavera
no jardim dorme a menina.
Qual a flor do sonho?

A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos.

Manoel de Barros
BARROS, M. Poesia Completa. São Paulo: Leya, 2011.

Menino quando morre vira anjo; Mulher vira uma flor no céu; Malandro quando morre vira samba.

Quando eu era menino, os mais velhos perguntavam: o que você quer ser quando crescer? Hoje não perguntam mais. Se perguntassem, eu diria que quero ser menino.

Todo homem traz dentro de si o menino que foi.

Em minha casa reuni brinquedos pequenos e grandes, sem os quais não poderia viver. O menino que não brinca não é menino, mas o homem que não brinca perdeu para sempre o menino que vivia nele e que lhe fará muita falta.

O Menino Azul

O menino quer um burrinho
para passear.
Um burrinho manso,
que não corra nem pule,
mas que saiba conversar.

O menino quer um burrinho
que saiba dizer
o nome dos rios,
das montanhas, das flores,
— de tudo o que aparecer.

O menino quer um burrinho
que saiba inventar histórias bonitas
com pessoas e bichos
e com barquinhos no mar.

E os dois sairão pelo mundo
que é como um jardim
apenas mais largo
e talvez mais comprido
e que não tenha fim.

(Quem souber de um burrinho desses,
pode escrever
para a Ruas das Casas,
Número das Portas,
ao Menino Azul que não sabe ler.)

O menino é o pai do Homem