Memória e História
Procura na história a tua nobreza devastada em memória despedaçada na história procurando a tua história.
Ascende a chama
na memória
Faz acontecer
a nossa história
O que ficou retido
anos atrás
Vem aos poucos
e se compraz.
A história nunca contada, a vida nunca vivida, a arte nunca revelada e a memória nunca esquecida. Se uma dia quis que verdade fosse, porque real não seria? O que são as vontades do meu consciente inconsciente de um relato sem cor com detalhes ao vento mas que tem tanto sabor que me deixa ao lamento. Nunca existiu, jamais deu certo, triste do poeta que vive memórias em aberto.
Se as lembranças estão presas na memória, sua cela, dentro da história dos outros, é de que cor?
Esta pergunta levanta questões interessantes sobre como as nossas memórias são mantidas e compartilhadas com os outros. É como se uma parte de cada um de nós estivesse em uma cela em que as nossas lembranças são mantidas, e que esta cela está situada dentro da história de outras pessoas.Quanto à cor da cela, pode-se argumentar que ela é de uma cor diferente para cada pessoa que tem uma lembrança de nós em sua história. Dependendo da natureza dessa lembrança e do sentimento associado a ela, a cor da cela pode mudar. Pode ser uma cela escura e sombria, para lembranças tristes ou dolorosas, ou pode ser uma cela aconchegante e luminosa, para lembranças felizes e reconfortantes. O ideal seria que, independente da cor, a nossa cela estivesse sempre aberta para novas lembranças e experiências positivas que pudessem adicionar novas cores e tons a essa história, mas sabemos que isso não é possível... Nos resta então, estar atentos para determinar o rumo e a cor que serão base de novas jornadas.
"Em cada esquina, uma história. Em cada rua, uma memória. Por onde passamos, enxergamos a verdade; o mundo de verdade. Onde se encontra o desassistido, desorientado; abandonado pela insensibilidade dos homens. A história deles desaparece; inexiste, por conta da realidade do mundo onde “tanto faz". Se não é comigo, finjo que não existe. “Isto não é problema meu"
O mais fácil é colocar a culpa dos problemas nos homens que vivem os problemas, ou em qualquer outro homem. O problema nunca é nosso. Nossos olhos andam fechados para a realidade que nos cerca. Quem não busca conhecer a verdade, ou se nega a enxergar a verdade, se torna culpado da realidade, mesmo que inconscientemente.
“Não sou o culpado pelos problemas ambientais”; “não sou o culpado pela corrupção”; “não sou o culpado pela violência contra as mulheres”. Se eu não me importo em descartar o lixo adequadamente, eu sou, em parte, culpado pela degradação ambiental. Se eu não me importo em vender o meu voto, eu sou, em parte, culpado pela corrupção. Se eu vejo uma mulher sendo violentada e não denuncio às autoridades, eu sou, em parte, culpado pela violência contra as mulheres, e assim sucessivamente.
Devemos assumir nossa parte da culpa, mesmo que na realidade não sejamos os principais culpados. Se cada ser humano confessar a sua parte, daremos enfim, um passo importantíssimo para a tão sonhada transformação social."
'Culpa social: estamos todos responsáveis pelo estado atual da sociedade'
São Paulo, 22 de Julho de 2023.
Às vezes, essa história de "tenho memória curta pra ressentimento", "perdoo com facilidade", "esqueço rapidinho" e outros tipos de amnésia me assustam. Parece que sentir virou crime e essa positividade tóxica vai se alastrando em nossa vida. As pessoas querem pasteurizar as dores e colocar até os sentimentos nessa onda de instantaneidade em que vivemos onde tudo é descartável e dura pouco. Me deixem sentir em paz. Eu não guardo ressentimento pra sempre, não fico remoendo dores eternamente, mas não esqueço rapidinho, não perdoou com facilidade e não tenho memória curta. As minhas dores são intensas, meus sofrimentos são legítimos, minhas decepções são profundas, depois de apanhar eu não ofereço a outra face, se for embora eu não quero de volta e se me trair, seja de que forma for, nada vai voltar a ser como antes. Eu tiro da minha vida, tiro do centro da minha atenção, na hora certa deixo pra lá e mesmo com o coração dilacerado eu sigo minha vida. Não em paz, porque onde há dor não há paz. A vida é perfeita eu sei, o próprio tempo se encarrega de afastar a dor. Agora dizer que eu esqueço é no mínimo um desrespeito com meus sentimentos, só se eu tivesse amnésia e não é o caso. Dizer que esqueci sem ter esquecido seria enganar a mim mesma e eu não ganho nada com isso.
Parem de minimizar a dor dos outros. O luto, o sofrimento faz parte do processo de cura. Se você esquece rapidinho, parabéns pra você, só não esqueça que nem todo mundo é igual.
No seio
da Floresta encantada
Não existe nada
No meio desta história
Existe
na minha memória
um triste sorriso de fada
Que apagou-se
e que se foi
Não existe mais encanto
Nem fada, nem nada
Esta história se acabou
antes do fim
Hoje, pra mim
Mais nada resta
Nem Floresta.
Eu já cansei de viver a mesma história.
Já sei toda de memória.
Cansei... as páginas arranquei,
me revoltei... e não voltei.
Novos sonhos no ar,
borboletas a bailar,
lírios no campo a perfumar,
eu um novo amor amar.
O coração aberto
perfumado, arrumado,
todo de novo com tudo novo decorado...
pra um novo amor... meu novo amado.
As mágoas não guardei,
pra bem longe as joguei.
Um novo recomeço - tudo perdoei -
tudo perdoado -
isso sim é que não tem preço.
E eu... eu sei o que mereço :)
Minha história é isso, uma colcha de retalhos emocionais onde fé, dor, memória, solidão e lucidez coexistem como os fios que sustentam uma alma ferida, mas viva.
Olhando a fumaça da História
que te deu o seu nome,
assim escrevo a sua memória.
Eu te amo, Morro da Fumaça!
Recordo que teus fundadores
vieram da Bielorrússia
para a gentil terra
do Sul de Santa Catarina.
Eu te amo, Morro da Fumaça!
Depois vieram os italianos
e assim foi se erguendo
esta gentil e amorosa cidade.
Eu te amo, Morro da Fumaça!
Te amo com um amor tão lindo
que por nada neste mundo passa,
o teu povo tão querido tem uma
hospitalidade que com o coração
sempre quem chega ele abraça.
Eu te amo, Morro da Fumaça!
Mistura de corpos, gingas
e ritmos na memória,
Não me esqueci a Lambada
da História e não preciso
deixar de gostar mesmo
que tenha saído de moda,
Quando você chegar
mesmo sem saber dançar
é bom você saber que
vou dançar Lambada contigo.
O som da Congada da Lapa
ainda soa na memória,
O doce da infância ainda
guardo na História,
Os heróis ainda vivem
em mim também,
O velho teatro não
saiu do coração,
Algo me diz que
vamos juntos até lá,
Só não sei quando,
Eu só sei que nós vamos.
