Memória
Quando não se tem a voracidade de registrar o que se vê, vê-se mais e melhor, sem ânsia de guardar, mostrar ou contar o visto. Vê-se solitária e talvez inutilmente, para dentro, secretamente, pois ninguém poderá provar jamais que viu mesmo. Além do mais a memória filtra e enfeita as coisas. Até hoje não sei se aquela Ciudad Rodrigo que vi pela janela do ônibus, envolta em névoas no alto de uma colina no norte da Espanha, seria mesmo real ou metade efeito de um Lexotan dado por meu amigo Gianni Crotti em Lisboa. Cá entre nós, nem preciso saber.
Tudo fica guardado: o relâmpago, a fome, o sonho e mesmo o desejo escondido. Tudo fica guardado até que o corpo os liberte em cor, canto ou palavra.
O para sempre, sempre acaba.... Exceto em nossos corações é aí o único lugar onde o para sempre existe, porque embora o tempo passe e com outros me encontre, estará sempre na minha memória aquela história que não pôde ser, aqueles momentos que não vivemos, os instantes de alegria, que o seu final não foi de fantasia, na memória do coração sempre ficará, mas só lá, em nenhum outro lugar.
Me vejo como um criador de memórias. Muitas das coisas loucas que eu faço é simplesmente para me recordar no futuro.
Percebi que conforme a idade vai avançando, três coisas em nosso corpo começam a ficar muito ruins, a primeira é a memória, e as outras duas são..... esqueci.
Olhando pelo retrovisor vejo um passado acenando para mim.
Vejo nada além de fantasmas, de faces borradas e enevoadas; pois já não são o que foram.
Vejo amigos de escola que nunca foram meus.
Miro os amores impossíveis que tive, daqueles que nunca se estabeleceram.
Fito os fantasmas dos quais peguei carona, um a um...
Ficaram perdidos no passado, esquecidos em uma curva ou jogados ao limbo em uma parada qualquer.
E com o passar do tempo, resolvi que amar era bobagem. Bobagem tamanha que; Oh, Deus! Quantas infindáveis vezes me apaixonei.
As metas que tinha ficaram num canto esquecido, oculto, ou quem sabe se foram com um sopro, ou num suspiro, tal como um fantasma que sempre fui.
Um fantasma sem rosto, sem forma e sem raízes.
As metas que tinha se foram com o vento, provavelmente por estarem pessimamente presas num varal qualquer, estendidas num quintal que nem ao menos lembro-me qual era... Talvez porque, no fundo, rábulas não tenham memória. Rábulas não tem passado.
O que sobra-me, afinal? O que fica?
Pois olho no passado e, fixando-me nele, não vejo nada dele refletido no que sou. Nada além de um borrão.
Porque meu passado, minhas metas, meu anseios... Se foram... Todos levados por um vendaval.
Esses poemas nascentes do nada,
vindos do além, mal-me-quer
Só pode
Não me dão tempo para pegar papel
E lá se vai o poema,
memória tão bela quanto fel...
Faz tempo que não te sinto assim...
Creio eu que a muito perdi, que por pouco achei...
Te amo, e amo sentir-te aqui.
Voz de trovão, presença avassaladora que me esmaga em meus conceitos, me arrebenta por dentro, me destroça e atrofia vontades vãs.
Por quê? Por que deixei de sentir-me assim?
Onde estava com a cabeça?
Que insanidade tomou-me?
Que faço eu para não perder?
Como faço para conquistar mais?
Pra que faço?
Pra que não faço?
O que falta?
O que está sobrando e precisa ser aparado, lapidado?
O que colocariam na minha lápide caso eu mantivesse tal curso? (Horrendo por sinal)
Agora, respiro... Ufa
Voltei a possuir a dádiva sentir, mas com esta volta veio também o sentimento de dor... A dor da tua ausência...
Me leva pra casa?
Não quero ficar aqui...
Aqui sou alien, sou peregrina e aqui não quero ficar...
Apaga rostos da minha realidade, eu te peço. Apaga histórias que não devem se concretizar. Apaga o que quiser apagar.
Faça-me perder a memória... Porque te amo, e não suporto mais ficar aqui... Ficar sem ti...
Ainda não estou pronto
Ainda não estou pronto para escutar o silêncio que grita aos meus ouvidos
Por mais que os ventos o anunciassem, não podia ouvi-lo, estava cego.
Ainda não estou pronto para poder sentir o gosto amargo do doce
Por mais que minha boca um dia já tivesse experimentado.
Ainda não estou pronto para me lembrar de esquecer
Por mais que nunca fosse ruim da memória.
Ainda não estou pronto para o começo
Por mais que só restasse o fim.
Ainda não estou pronto...
Com o tempo você aprende que não existe felicidade, e sim momentos felizes. A Felicidade é coisa de momento, e depende de inúmeros fatores minuciosamente combinados, mas sem planejamento nenhum, me atrevo a dizer que é obra do acaso. Sorte a nossa... Tal complexidade a torna impossível de ser criada, ela é uma mulher mimada que só aparece quando quer, que sorri pra vc só uma vez... Aproveite... Ela pode não voltar mais...
A impermanência de certas coisas e a permanência de outras, é um algoz que nos desperta os sentidos e nos transporta pela vida.
A vida pode ser metodicamente entendida em certos pontos, se manipularmos as razões para o nosso sentido, entretanto, esse sentido não é necessariamente o que chamamos de destino, ou de forma genérica, a razão para todas as coisas, talvez surja uma eminente dúvida de que por que tudo faz sentido como se houvesse um roteiro antes prescrito, e ao mesmo tempo não ter certeza de nada, que essa razão seja apenas pessoal e específica entendida por apenas nós ou mera coincidência. E para aqueles que não veem sentido em nada, isso não significa ausência de sentido, e sim a não observância para determinados momentos e coisas, se a memória é responsável por isso, então temos um decodificador do tempo, que marca pontos na vida como panorama que pode ser explicável depois com a observância racional, porem, a vida para alguns não é marcada na memória,logo é arquivado no subconsciente deixando margens para que as memórias passem a ser como pós varridos pelo vento, não lhe cabendo sentimento ou sentido algum.
"A felicidade está em conseguir deixar o passado no lugar dele e se permitir viver uma história de amor com o presente."
Por mais posses, talentos e honrarias que uma pessoa possua; nada disso poderá ser comparado, nem superar a grandeza de ser um bom pai.
"Querido pai, continuas vivo em minha memória, em meu sangue.
Sua felicidade é relativa, a distância que você está, nem sempre o que está perto é bom, as vezes o que está longe é mais bem quisto pela memória.
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