Logo ali na Proxima Esquina
Era como se estivesse esperando por ela e, agora que estava ali, viveria apenas metade do que era antes, esperando eternamente se sentir completo outra vez.
É como se as paredes sussurrassem histórias antigas, lembrando-nos delicadamente que o tempo ali já cumpriu seu ciclo, e agora é hora de virar a página e embarcar em novas aventuras, onde novos capítulos aguardam para serem escritos.
De verdade, viver é incrível -
QUANDO A GENTE SE PERMITE A ISSO.
Olha ali ela, a vida, me olhando, misteriosa, ela quer me mostrar algo, será que vou até ela? Isso me amedronta. Eu quero muito ir mas aqui está tão confortável” - Esse é diálogo de muitos enquanto estão sobrevivendo, era o meu até me levantar e ir ver o que a vida queria me mostrar…
Efusiva, a vida, perspicaz, cheia de surpresas que nos desafiam a uma metamorfose e que nos desabrocha para voar como aquela lagarta que um dia rompeu o casulo em que a prendia.
No passado, eu era como uma lagarta, vivendo em minha zona de conforto, aceitando o que vinha e evitando desafios. Eu não tinha uma voz forte, deixava que o medo me paralisasse, e agradava a todos ao meu redor, mesmo que isso significasse esconder minhas próprias opiniões e autenticidade.
Mas a vida tem uma maneira engraçada de nos empurrar para fora de nossa zona de conforto… Eu enfrentei circunstâncias que me obrigaram a sair dessa casca de lagarta. Precisei de um momento de solitude, afastado de tudo e todos, para encarar meus maiores monstros. Foi nesse momento que comecei a observar tudo de fora, e a descobrir todo o poder que tinha guardado em mim, mas que nunca tinha observado.
A coragem se tornou minha melhor amiga, e a autenticidade tornou-se meu lema. Eu comecei a soltar as amarras que me prendiam a relacionamentos antigos e amizades tóxicas, porque percebi que a verdadeira amizade e o crescimento só podem florescer quando somos nós mesmos.
Ao longo dessa jornada, conforme eu me tornava mais autêntico, atraía pessoas que me valorizavam pelo que eu era de verdade. Amigos que me conheciam profundamente, que respeitavam minhas opiniões e que me amavam justamente pela minha autenticidade.
Assim como a lagarta se transforma em uma borboleta, eu também passei por uma metamorfose. Ganhei maturidade, sabedoria e ousadia. Descobri que a verdadeira beleza da vida está em ser você mesmo, em voar com suas próprias asas, em conquistar amigos que o amam pelo que você é de verdade.
Portanto, lembrem-se, que a vida é uma jornada de autodescoberta, crescimento e superação. Às vezes, você precisa ser uma lagarta, enfrentar desafios e medos, e buscar um momento de solitude para descobrir todo o poder que reside dentro de você para poder voar.
- Olha aqui ela, a vida, minha amiga, grato pelas asas
Permita-se recomeçar quando sentir que ali não é o seu lugar. É difícil dar um ponto final, mas deixar para trás é necessário para seguir em frente. Deixe-se amar novamente, renove suas esperanças e esteja aberto para novas oportunidades. Sempre que necessário, não importa se for mais de 100 vezes, reconheça a importância de seguir em frente e buscar a sua felicidade. Não permita que o outro retire a alegria do amor e não se prenda ao achismo da esperança de que as coisas vão mudar. Valorize-se e busque o que realmente te faz bem.
A vida é feita de tropeços; os fracos caem e ali permanecem, enquanto outros se erguem e se tornam ainda mais fortes
Eu pensei, sei lá
A gente podia se ver, se pá
Não sei bem, só ali conversar
Se rolar, a gente pula pra parte de se casar
Eu ouvi amém, e eu achava que eu era de gelo
E que o meu coração era pedra
Sua fragilidade tem força
Pois de alguma forma me quebra
Ela então deu seu último beijo, entregou-se ao vento e partiu...ali não era mais seu lugar, sentindo a dor queima-la por dentro, rasgou-se e saiu de sua pele, nas chamas das lágrimas e esperanças partidas, e sem rosto, pode enfim sentir seu coração.
Consegues ver aquele destino à nossa frente? Ali é um lugar onde as almas são guardadas e preservadas, é ali onde está guardada a alma do teu querido pai. Ele foi assassinado, por um crime cometido por alguém a quem foi confiada autoridade, entre as sombras sem a razão e a colisão do abuso. Ele amava, sorria e falava o que quisesse falar e pronto, viveu, viveu, trabalhou e morreu.
Quando nos olhamos para o lado e não vê mais seu amor ali sentada do seu lado ou deitada mais você é uma sensação de vazio ou perda, mas tudo é destino da vida e devemos reconhecer isto mesmo que seja difícil para nós homens ou mulheres.
Dentro, bem no centro, é onde descobrimos o sagrado bento. Ali, a verdade se revela, imutável e resplandecente.
Ali mora a felicidade
Uma casinha branca
Ou de qualquer outra cor
O importante é que ela diz
aqui se vive na simplicidade
Aqui mora a felicidade
Casinha de campo
Meu reino encantado
Respirar o ar puro
admirar a natureza
faz acalmar o coração
Casinha sem luxo ,
sem modernidade
Mas tudo ali tudo é verdade
O encontro com meus amigos
Plantio prá eternidade
Ali o tempo não voa
Tudo a seu tempo acontece
A tarde corre lentamente
O anoitecer que chega de repente
enchendo o céu de estrelas
Envolvidas em mistérios calientes
Deitado na rede
Olhar perdido na escuridão
O cri cri dos grilos
cortando o silêncio da noite
Juntamente com o som do vento
vem de encontro ao coração
editelima 60
março/ 2024
Num instante, o olhar se cruzou,
E o coração, num pulso acelerado, gritou,
Um amor nasceu ali, sem palavras ditas,
Apenas os olhos se encontraram, fitas.
Foi como se o tempo parasse,
E o mundo ao redor desvanecesse,
Numa troca de olhares intensa e profunda,
O amor nasceu, numa conexão fecunda.
Assim é o amor à primeira vista,
Um encontro mágico que não se conquista,
Apenas acontece, num instante sublime,
E marca para sempre o destino que se estime.
TODO VERDE
Num respiro de dia passando por ali
O verde se pôs a cantar
Todo vento vinha soprando ligeiro
Num azul de céu clarinho feito azul de mar
Deixa a vida escorrer
Toda nascente carrega um espírito que seguirá
O dia não abandona nenhum sentido
Na folha está o vislumbre de mais vida continuar
As árvores guardam o Tempo
Diante a realidades dos fragmentos que escrevo
Enquanto os pássaros cantam
Os sonhos dessa manhã que não esqueço
Quanto tempo passara ali, entre idas e vindas de pessoas aguardando o momento de partir, ruminando pensamentos do que se foi e do que há de vir.
Envolta numa maré de rostos esperançosos, entristecidos, cansados... A rotina nos alcança todos os dias.
Encontramos durante as horas, porém, pequenas doses de alegria, motivação e encanto que tornam a batalha diária menos exaustiva. Que bom!
Esses pequenos momentos entre o embarque e desembarque, até durante a jornada, não são desperdiçados
Tudo pode acontecer, assim como o seu oposto é verdadeiro. Todo tempo é momento de reconhecer a vida.
Esse negócio de DÁ um tempo, ele pode-se traduzir da seguinte forma : "Vou ali comer ou DÁ para alguém. Se eu não gostar, eu volto para você." Então, fica esperando. Se voltar, é porque é melhor estar dando ou comendo ruim contigo do que pior sem você.
Ali na beira do mar
Vi o chão levantar pó,
Projeto ecoforró
Vai este mundo mudar,
Devemos continuar
Pegue papel e caneta,
Não precisa baioneta;
Basta ter humanidade
Para salvar de verdade,
A vida em nosso planeta.
O ANALFABETO POÉTICO
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Em meio à fauna amorfa dos que não sentem,
ali está ele – com seu ódio tão peculiar.
A Fome dos outros não o comove;
a Injustiça não lhe diz respeito...
A Guerra? Não lhe tira sono.
Mas a Poesia, isto sim...
Como o incomoda!
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O Analfabeto Poético
diz que só quer viver a vida,
mas não percebe que a vida viva
depende crucialmente da poesia.
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Vaidoso, ele estufa o seu peito esnobe,
orgulhoso de sua pretensiosa racionalidade;
sem impedir que se inflame a barriga infame,
deixa à vista o seu vasto vazio de sentimentos.
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Lá vai ele, vestindo o rosto com seu riso bobo,
suspenso por um fio fino, e tão previsível.
Sempre pela mesma estrada!
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Zomba dos que sentem,
despreza os que fazem versos,
e nunca amou as mulheres
(no máximo,
intrometeu-se entre elas).
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O Analfabeto Poético
admite a Política, mas não a Poética;
Não sabe que a verdadeira Política
nutre-se intimamente da Poesia.
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Ele pretende mudar o mundo
com pequenas operações cirúrgicas,
a golpe das mais descuidadas marteladas,
ou com a triste frieza das canetas tecnocráticas;
mas não tem a sensibilidade poética para perceber
o que precisa ser mudado.
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O Analfabeto Poético, bem armado e mal amado,
reconhece a Ciência, mas não a Poesia.
Não compreende que não há ciência
sem que esta tenha em si poesia.
(Em sua matemática rústica,
ele confunde ciência
com tecnologia).
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Sabe talvez ganhar dinheiro, o Analfabeto Poético.
E o reverte para ganhar ainda + mais dinheiro +.
O que tem tudo isso a ver com a Poesia?
Ele pergunta, sem desejar resposta...
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Pede o prato mais caro, sem capacidade de saborear.
Compra um sistema de som de alta fidelidade
sem ter nenhum gosto para a Música.
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Ouviu falar das mulheres belas
e por isso deseja comprá-las
para exibi-las a outros como ele.
Quando sucede aparentemente tê-las,
não consegue extrair delas um simples sorriso
realmente verdadeiro.
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Ele não percebe que, para que a luz do sol adentre
a inexistente janela da sala de pregões da Bolsa de Valores,
é preciso ter capacidade poética para perceber a luz, para além da luz.
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O Analfabeto Poético declara-se um homem prático...
Por sua vontade, seriam abolidos os livros
que não fossem tratados ou manuais.
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Por ele não haveria música,
não fluiria o pranto,
não transbordaria o riso...
que não fosse mero deboche.
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Munido de algumas frases,
para dizer nas horas mais erradas,
lá se vai ele para a sua ruidosa festa.
Nela, o Analfabeto Poético dissolve-se
em meio a todas as banalidades.
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(1990. Dedicado à genial obra poética, dramatúrgica ensaística e política de Bertolt Brecht).
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[BARROS, José D'Assunção. Publicado na revista Cronos, vol22, nº1, 2021]
Sou o tipo de pessoa que sente e que cuida,
que se você adoecer, vou querer estar ali,
trazendo o conforto e o carinho que só a presença de alguém que verdadeiramente se importa pode dar.
Sou aquela que anseia por flores fora de datas marcadas,
por um "você é importante pra mim" ao acaso,
por um "como foi seu dia?" vindo de um interesse sincero.
Eu sou do tipo que faz planos, que acredita,
que quer fazer dar certo, mesmo com as marcas do cansaço,
com o peso de esperas e promessas ainda não cumpridas.
Mas, ainda assim, eu espero…
espero o grande amor, aquele como nos filmes,
onde adormecer ao seu lado se torna o refúgio perfeito,
onde, ao acordar, seus olhos me dizem "não vá,
eu te procurei tanto, e agora que te encontrei,
não posso te perder."
Um amor como o de uma bela e sua fera,
onde o olhar transforma, o toque cura,
e o amor, em sua essência mais pura,
é tudo o que precisamos para acreditar de novo,
mesmo quando tudo parece apenas sonho.
E talvez um dia, alguém veja a beleza
no jeito como eu me importo e cuide,
e sinta a mesma vontade de ficar,
de fazer o amor ser real, de verdade.
