Coleção pessoal de 1passo1historia

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⁠Na próxima primavera talvez o consciente coletivo viva para não morrer; como seus caças autônomos histéricos que existirão para contemplar o vazio sentindo saudade de quando olhavam para o alto mirando cada montanha e suas florestas que não foram abandonadas.

⁠O dia nasce em enormidade, antes dos homens degenerados amanhecerem atômicos; jogando quem perde vida mais rápido. Poderia ser apenas a chuva desgastando pedra que cantou rã, escorregou peixe, num expelir entendimento de um sonho estranho que, encontra-se escorado, esperando um senso comum juntar folhas escancaradas no tique-taque de todo barulho lá fora. Por enquanto aos nascidos nas águas de hoje ainda é aconchegante toda possibilidade.

⁠O Carubé-de-Pernambuco se foi e Ararinha-azul também não vejo mais. Lembram quando nas noites os vagalumes transitavam feito fagulhas estelares no céu?! Homens de concreto talvez não compreendam ou sintam essa ausência. Encontramos pairando nos galhos secos nenhuma explicação profunda de tudo que está ficando para trás. Adiante talvez mais tropeços de estômagos que simpatizam com mais grama; respirando qualquer porção de meias verdades que embrulham de ânsia todas páginas corridas no dedo e barcos navegando o lixo deixado para as gaivotas recolherem. Ah, os ursos clamam por uma história não soterrada; os macacos optam por não conversarem um idioma conhecido; do contrário, além de extintos poderiam ser escravizados, enquanto governos esclerosados empilham vagões até mesmo sem trilhos (como se isso fosse alguma vantagem em justificar outros meios) para nenhuma direção real, verdadeiramente alimentada. E na satisfação de caminhar por uma cultura consciente a Araucária mirabilis secou, como tantos outros nomes de uma lista que não será lembrada por nenhum acelerado atraso estúpido de um sinal verde dizendo: pare!

⁠A verdade destroça feito gole em garganta seca, percorrendo fendas sólidas onde mora a tolice e seus telhados tremulando orvalhos de tragédias. A verdade pode ser furiosa; não pensa olhos nem ouvidos, escorre saída de confusões encontradas. A verdade pode assombrar a alma, percorrer as órbitas pseudoentendidas e num suspiro cair no sono em batimentos da própria jornada. A verdade também sonha.

⁠Aquela manhã era derramada de azul, sem o excesso desgosto onde na noite um querer fatigado se esconde. Era uma garça ou simplesmente o divino manifestando de maneira diferente uma chegança, anunciando outra saída para a vida aqui de dentro?! O que escapava era a loucura silenciosa, entrelaçada às nuvens de sal que ornamentavam toda passagem transformada. O pequeno graveto calculava a distância de onde seria noite àquelas horas e dos olhos que adormeciam alinhados à grande lanterna dourada que ia desbotando as cores do amanhecer. Como um espichar barbante e tocar eloquente qualquer inutilidade que naquele momento crescia também em qualquer quintal... Qualquer azul que derramava sol ou caía púrpura num minuto que existia o mundo inteiro.

⁠Tenho fantasias abstratas e em alguns sonhos um amanhã abstrato também. A morte não fecha meus olhos ao adormecer, mas espreita o que minha vida pode oferecer. Liberto na dimensão dos sonhos é sempre alívio conseguir ser; ausente dessa condição minha própria posteridade vaga cemitérios de almas pêndulas diante uma realidade de pura ilusão. Meu coração não quer engasgar com nenhuma pobreza de sentido.

⁠O canto de um pássaro é dado ao vento do acaso, levanto na poeira notas de um espírito em glória; nesse Tempo deixo livre cada versão natural enveredar os tons na passagem sem a necessidade de entender ou questionar qualquer milagre que experimento ao nascer desse dia.

⁠As máquinas são impertencentes do verde abundante; o amanhecer pode revelar qualquer sagacidade inclinada do homem e sua vaidade não encontrar palavra que justifique o final do dia. O verde do contrário segue extraordinário infiltrando sozinho uma doçura a qualquer hora da vida.

TODO VERDE


Num respiro de dia passando por ali
O verde se pôs a cantar
Todo vento vinha soprando ligeiro
Num azul de céu clarinho feito azul de mar

Deixa a vida escorrer
Toda nascente carrega um espírito que seguirá
O dia não abandona nenhum sentido
Na folha está o vislumbre de mais vida continuar

As árvores guardam o Tempo
Diante a realidades dos fragmentos que escrevo
Enquanto os pássaros cantam
Os sonhos dessa manhã que não esqueço

⁠Revi a teia do grande mistério; não pela metade mas, por inteiro. Dona Aranha não anda nos trilhos, não anda em bandos, existe seu simbolismo paciente para além dos limites. Em cada fio um outro passo na jornada, sem esconderijos, apenas a narrativa da própria existência nessa viagem.

⁠É como o correr das águas que a existência procura sentido, ou talvez simplesmente significâncias tardias no caminho. A chuva quando cai, não parece liberta para a salvação dos que sonham o verde frágil de seu encolhimento?! Água não tem barreiras; quando inquieta translada um novo começo, num instante revoluções para outras vidas. E nós, quanta água permanece adormecida? Quantos mergulhos mais precisamos para não recuar dessa sobriedade restaurada que não hesita e nem dormirá outra vez?! Água é lançamento imediato de momento nascido que nunca encontra estranhamento; como de um tempo antigo que vive em nós o entendimento de não pensar, apenas molhar a vida e sonhos num provável respiro de existir água.

⁠Joaninha, ensine o percorrer da jornada para além da ilusão; como seu pousar escorrendo pela vida a sua maneira. Quem sabe um imaginário é despertado e de corpo inteiro possamos compreender sua intervenção divina ao iluminar o dia que continua muito escuro em tantos lugares onde o sol ainda não foi embora.

⁠Porque na floresta as histórias nunca foram sobre o mundo dos homens.

⁠Há muito concreto esperando ser. Ser qualquer coisa; um respiro, qualquer pingo de cor.

⁠Amanhã teremos mais árvores?! A chuva deixará o ácido distante para que nosso corpo mergulhe o profundo iluminando o submundo do nosso próprio ser?! a evolução não é retrógrada; não adianta afastar nenhuma resposta. Quero aprender mais com o escorpião; ser mais água incisiva na consciência que, embora possa se perder em vapor também cairá em água outra vez.

⁠Quem sabe num adormecer mundo o despertar do amanhã seja sobre um pensamento lúcido das crianças no próximo século brincando todas suas histórias em galhos de um tempo que sempre existiu... Quem sabe!

⁠Corpo aberto para você ler; sorriso estendido, olhos molhados, forma inseto na permissão de ser. Sou meu próprio respiro, a viagem, o caminho irrompido... A orquestra começou e nos relâmpagos deixarei meus cantos no socorro daquilo que for ... e que seja... por amor.

⁠Subitamente o digno alvorecer começava sem nenhuma hesitação; típica habilidade natural de tudo que não requer tentativas para existir.

⁠Aquela manhã abriria seus resposteiros no encontro daquele desejável sonho?! Seria essa história reveladora de merecimento todo azul?! Não sei, talvez nunca saiba e nem queria saber. Basta a verdade não estar escondida; minha observação é o instrumento perceptível diante o que é.

⁠Cantarei todo caminho indicado na apreciação da consciência que relega classificações desejáveis por qualquer um; tipo canto de acontecimento para acalmar dúvidas enganosas. No abismo onde o silêncio fora lançado ver a vida com sua capacidade em desdobrar todo lugar desabrochando um ensaio significante de toda minuciosa circunstância com vigor das aparições de tudo que falta diante a mínima constatação de preenchimento. Cantar o contínuo aproximando-se de qualquer exemplo vivo.