Intervalo
Conflito
Tempos que se foram esquecidos,
Quando criança, intervalo adormecido;
Carrinho de roda descendo ladeira,
Atrás de caminhão muito poeira.
Outono passou, relógio atrasado,
Tempos que se foram anos dourados,
Inútil momento passado, pandemia longa espera,
Nem sequer vi abrir a primavera.
Horas que chega em meio ao conflito,
Perde-se o lar, houve-se grito,
Imenso tremor de terra;
Animais se espantam, coisa maldita,
Tanta crueldade, o mundo não acredita,
Senhor salve-nos dessa guerra
A Vida é uma música sem fim, quando há um intervalo fica a saudade de melodia que embalou nossos dias.
Vestir o hábito da reclamação demonstra incapacidade de apreciar o intervalo entre a aurora e o crepúsculo de cada dia.
A vida corre ligeira,
é um breve intervalo entre nascer e partir. O que vale é o trabalho. Família, amigos, ética, e o bem que se faz. Ame, perdoe, seja feliz; a vida é curta demais.
Livro: O respiro da inspiração
“O absurdo nasce no instante em que o ser humano encara que sua consciência é apenas um intervalo entre dois nadas — e, por isso, nada realmente importa.”
[sem título]
manhãs sem plateia também contam.
há um intervalo entre acordar e obedecer
onde ainda não se é função,
nem imagem,
nem ideia mastigada de beleza.
apenas corpo e respiração.
o que vem depois disso
é o que sustenta.
não o que produziu, entregou, agradou.
mas o que silenciou
o impulso de se esconder
no que já deu certo.
há dias em que o silêncio fede.
há dias em que a sombra
pesa mais que o vestido.
há dias em que nada encaixa.
e ainda assim, não se grita.
não se implode.
não se performa dor.
apenas se insiste.
não por heroísmo.
mas por uma espécie de pacto secreto com o próprio eixo.
o mundo não aplaude
quem não cede ao papel.
mas existe um tipo de vitória
que não sobe em palco:
aquela que acontece
quando o salto aperta
e, em vez de sorrir pra foto,
opta-se por tirar o sapato.
ninguém repara,
mas é ali que mora a liberdade.
no não contar.
no não provar.
no gesto pequeno de sair do personagem
sem pedir desculpa à narrativa.
não é sobre força.
é sobre não fingir mais leveza
onde se carrega concreto.
é sobre sentar-se reta na cadeira
sem torcer o corpo pra parecer menor.
é sobre encarar o espelho
e não ver projeto, nem fracasso,
só estrutura.
quando isso acontece,
quando já não se quer ser preferida, escolhida, notada
quando já não se mede valor pelo reflexo
quando não se escreve mais
pra ser entendida
mas pra não adoecer..
então sim:
há paz.
não como prêmio.
como consequência.
Juliana Umbelino
ENQUANTO ESPERO
Enquanto espero acontecer,
não sou espera,
sou intervalo entre o que não foi
e o que talvez.
Movo-me em silêncio,
como raiz que rasga a pedra
sem urgência,
sem alarde.
Derramo, sem intenção,
a febre dos meus ais,
como quem deixa escorrer
uma ausência antiga.
Mas há nisso algo que arde
sem consumir,
uma sombra que não escurece.
Vejo sem ver,
e, às vezes, sei.
Não porque me foi dito,
mas porque algo em mim
parece lembrar do que nunca soube.
Não caminho para chegar,
nem permaneço por abrigo.
Sou levado por algo que não escolhi,
mas consenti,
como quem ouve um chamado
sem saber de onde vem,
mas reconhece o tom.
E nisso,
como quem pressente sem saber,
na fidelidade que não cede,
este ser que se suporta e se recolhe
abriga, em silêncio,
um tempo que ainda não veio.
Porque é assim,
enquanto espero,
que me preparo
para, um dia,
ainda poder ir além.
Realizar um sonho custa dinheiro
e tempo, então, meu jovem, no
intervalo disso tudo,
viva o teu momento
Vida: intervalo de tempo entre o nascimento e a morte nos dado por Deus para crescermos pessoal, profissional e espiritualmente e sermos muito felizes.
A transição é confusa, dolorosa, pois é nesse intervalo impreciso em que algo está morrendo e o novo ainda não pode nascer, que se instala o apego, o arrependimento, a culpa, a angústia, a dor, o medo e não raras vezes, a saudade de coisas que nós nem tivemos.
O único intervalo de paz que me acontece é quando entro no meu carro para dirigir. É o único momento em que consigo trocar mensagens com o contatinho, sem que minha esposa ou marido desconfiem. E quando vejo o semáforo prestes a ficar amarelo e depois vermelho, já reduzo a velocidade para ter um tempinho extra com ele/ela...
Ah, sim, adoro quando me transformo em um ponto fixo de atraso para todos ao meu redor, afinal, quem não ama esperar impacientemente enquanto eu finjo ser uma âncora na corrente do trânsito? Ah, o prazer de ver os outros motoristas bufando de frustração enquanto eu me afundo nas profundezas de um debate de WhatsApp sobre qual é o melhor sabor de pizza.
Outro dia até aconteceu uma cena hilária: fechei um motoqueiro fazendo uma curva sem dar seta e ultrapassando uma faixa ao virar. Vi o coitado caindo pelo retrovisor, mas eu precisava concluir o áudio que estava mandando e acabei esquecendo de parar. Deus, tomara que ele não tenha anotado minha placa.
E não podemos esquecer aquele momento mágico em que alguém buzina impacientemente, fazendo-me perceber que tenho uma fila de carros atrás de mim que poderiam estar em qualquer outro lugar, mas decidiram se juntar à minha caravana do entretenimento móvel.
Ah, que sensação maravilhosa! Realmente, quem precisa de terapia quando se pode ter trânsito e celular?
Vivo no hiato entre quem fui e o que serei.
Sou um ininterrupto intervalo no meio da memória e o sonho.
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