Intervalo
Fragmento de Mim
Não começo.
Não termino.
Sou o intervalo entre o que passou e o que nunca veio.
Carrego pedaços —
ecos de vozes que já não me chamam,
calafrios de toques que o tempo apagou.
Já me entreguei inteiro a quem não ficou.
Já ardi por dentro sem que ninguém visse a fumaça.
Aprendi a amar no escuro,
com medo da luz mostrar demais.
Hoje, caminho com mais cautela.
Não por medo, mas por memória.
Há ternura no gesto contido,
há desejo no silêncio que não grita.
Não procuro mais sentido.
Procuro abrigo.
Um canto onde eu possa não explicar.
Apenas ser — sem enredo, sem promessa.
Tenho um mundo dentro que ninguém visita.
Um vazio que aprendi a conversar.
Às vezes, só preciso que alguém escute
o que nem eu consigo dizer.
Sou feito de pausas,
de tentativas,
de páginas rasgadas que nunca viraram história.
Mas ainda estou aqui.
Mesmo que em pedaços.
"" É preciso ser poeta antes da poesia, depois dela, ninguém mais o é , mas no intervalo dá para se revelar....""
“” Sabe aquele amigo de infância que pedia um pedaço do seu lanche no intervalo das aulas e dava uma mordida que ia mais da metade..Ele ainda está por ai...””
PORTO ALEGRE
Ampulheta a passos de lebre
Na busca de um Porto Alegre
Nesse intervalo que a vida segue
Ser útil e cuidar o que negue
É preciso estar sempre pronto
E feliz com aquilo que monto
Nessa alegria é que encontro
Um vibrar nas conquistas dos outros.
SENILIDADE PRECOCE
Nesse intervalo que sobre
Talvez a vida te cobre
Que teu esforço redobres
Por uma causa mais nobre
Não deixes tua alma pobre
Que na ação tua língua dobres
Nisso é bom que te afobes
Pois aí a régua sobe
Grande experiência ao jovem.
Somos infinitos, e nessa jornada corpórea o nascer e o morrer é apenas o intervalo entre o anoitecer e o por do sol
INTERVALO
Te digo que da saudade que tenho
Toda a agonia para assim trovar-te
Entendas, então, foi só por ama-te
Que neste soneto chorar-te venho
Agora é só o suspiro que detenho
O afeto não é mais doce encarte
No coração, apenas parte a parte
Dum vazio que no olhar contenho
Noutro tempo era muita fantasia
Desfez em engano solto ao vento
Escorrendo pela sofrente poesia
Dor, também, doeu no sentimento
Provando do amor puro de magia...
Aí, notei que não era teu momento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04/01/2021, 13’33” - Triângulo Mineiro
As idas e vindas nos dão o intervalo para que possamos crescer, evoluir e retornar mais fortes para uma próxima jornada.
Nossa vida está entre um passo à frente e um a trás. É neste intervalo, que a consciência procura manter o equilíbrio que nos sustentará a seguir em frente.
O tempo tem uma história de vida o qual nos mostra a sua capacidade de entendermos o intervalo entre o antes e o depois. Este, é a medida exata que precisávamos para a tomada de uma decisão precisa.
Haverá sempre um caminho indefinido. A vida silenciosamente nos revela que no intervalo entre o passado e o futuro há uma linha invisível nos revelando segredos sobre os mistérios envolvidos.
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