Coleção pessoal de Umamineira

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⁠Refúgio de palavras sutis,
E asperezas proferidas
Por quem poeta se diz
La na frente cor e belo
Cidade de gente feliz
Por mais que seja belo
Surpreendente horizonte
Abriga rima e duelo
E as frases confortáveis,
De quem ontem escreveu.
Com típico lirismo cínico,
De quem já viveu no breu.
Poesias tão urbanas,
Forjadas na solidão,
Desviam, mas sem sucesso
Das ladeiras de desilusão.
Cafezinho misturado
Com aroma de cachaça aqui.
Passa gente, passa vida,
De tudo em BH vi.

É forte o cheiro de café,
Com história, clube e esquina
Mineirice contém fé.
Mineira é gente minha

⁠de amor ninguém vive
muito menos solidão
firme e forte me mantive
pois de mim já não abro mão

⁠⁠⁠esse amor rasgando ao meio,
lembra a falta de sentido,
de cicatrizes e histórias,
de quem um dia foi abrigo

casa que já foi refúgio
paredes tem o que era
resto de segredo guardado
ainda sorrio tímida
fé de quem ainda espera
apesar de tudo da vida
e do coração arrebentado

há dor que hoje é suave
há você em todo canto,
saudade quebra o silêncio
das sobras em desencanto

timidamente meu sorriso,
resistente, atentar
teimosia arde em chamas
forças para caminhar

vai sorriso, vem comigo
não some mais, por favor
tira tudo que não finda
e as sombras ilumina


nessas novas auroras
admitindo “sim, sou única”,
desde que me lembro
e me entendo por humana,
sou, afortunadamente,
mais sensível que o resto.


amar com uma fúria
que morde a carne,
e uma dor que é
de roer o osso.


amo as palavras
não amo ninguém
não amo homens
nem quem beijo



minha carne
é singular
meu amor
é raro e caro




o mundo necessitava
- obviamente -
de mais almas vibrantes
que amam tão profundamente
que não encontram a paz,
representando tudo, todos
e o que o mundo sente.



agora, entendo
que ninguém nasce em vão
há motivo de existência,
e vai além desse refrão



agradeça por ser poeta,
agradeça por sentir
até o que não se sente
agradeça sua poesia
que atravessa tanta gente
agradeça o que não sente
agradeça esse amor,
mesmo que dolorosamente.



ser um ponto de partida,
de alma rica e sofrida,
que a palavra acolha
até quem é da nossa laia
as poetisas sem escolha



se a gente nasce poeta
sem ao menos escolher
a sina é marcar a todos
com intensidade que há de ser.




esquecer o que não foi
e recordar o que não vi.
revolve estado fictício
de aflição que nem vivi.




maldito estado de ser tudo,
maldito estado de todas ser.
recomeça o ciclo resiliente
mais palavras para recolher




toda mente é solo vasto,
e nossa rima talvez seja
reflexo de tudo e nada
ou apenas devaneio gasto.

⁠costas curvadas
mãos apertadas
palavras não ditas
perdidas no ar


beijos desejados
por vezes perdidos
lembrando que a vida
é um presente que dói

⁠é que ela nunca foi uma dessas pessoas que buscam ativamente o sentido da vida e nem acha que encontrará esse sentido lá fora;

para ela, o propósito devia encontrar a pessoa, e não o contrário.


talvez por isso, creio eu, a sua existência seguia em linha reta, monótona, sem curvas abruptas ou subidas vertiginosas.


até aquele dia. sempre tem o dia que muda toda previsão de trajeto até de quem nação se perdeu.

⁠gosto da luz do fim de maio. ela entra pelas brechas, quebra tudo que não pulsa e traz beleza além do olhar. amor aqui na terra das Minas Gerais é mistério que escorre por calçadas e dança nos encontros tão poéticos, tão abertos por entre mercados - novos ou centrais - por entre clubes e esquinas.


gosto dos segredos guardados, das praças - talvez sete. aqui liberdade mora entre histórias erguidas tijolinho por tijolinho enquanto árvores imensas acolhem quem passa. minha gente é feliz debaixo de árvores que abraçam o céu.


por entre clubes, por entre esquinas, por entre falas e despedidas. por cheiro de café, correria e gente… marcas deixamos no mundo - e sem a pretensão de ser poema. há lirismo na expressão da gratidão do povo daqui.


não falo de mim, não falo de ti. falo de tudo e nada, falo de Belo Horizonte.

as estrelas são lembrete diário de que mesmo nas noites mais escuras, há luz.


- posso não ver agora mas a luz está logo ali.

a falta que você me faz me trouxe dias de febre e poesia.
nada, nem a ausência é em vão, se parar para observar bem. acho que você não entenderia pois sempre se deu bem com excessos.
do exagero, de tanto ocupar espaço a sua ausência deixou um buraco imenso nos meus dias. e mesmo assim consigo ver beleza, por mais irônica ou colérica que seja.
sua falta faz verso e saudade, é verdade. pego caneta e registro notas sobre sua ausência. notas sobre o tanto de mim que há pra explorar.
eu sou gigante também.
eu sou quem ocupa minha vida.

⁠ruas, palcos de coincidências,
ladeiras cheias de acaso
dançando e flertando
criando as consequências.

ecoa nosso “não é não”,
eco que sempre afirma

Moça! vaga sem rumo
apenas nessa noite
e tome muito cuidado,
ainda há perigo na esquina

Menina! descansa a alma
por hoje, só hoje, silencia
quietude é o que te falta
pois pausa também inspira

Segue mesmo, moça
mantém os passos conscientes
firme, esperta e forte
com seus ritmos resistentes.

cê é chama que incendeia a noite
cê ensina tanto sobre a gente
apesar de tudo, apesar do que sente

quer ser livre por direito
sempre ergue essa bandeira,
liberdade tão sua e minha
ontem, hoje, a vida inteira

⁠Somos versos soltos, escritos no vento.

⁠Somos versos soltos, escritos por dentro, patinando no vento. Existimos em corpos, além da capa. Além da obra. O que somos eu não sei.


Mas parecemos páginas de um livro aberto.

⁠no carnaval somos todos
poetas em desatino
escrevendo muita história
por esquinas do destino.

não se engane com o que falam dela.
nem se ofendam com o que te apontam.

no fim de muito relacionamento
são sempre elas as que são loucas.

não importam as perdas
não importam as cores.

⁠descompassso é o agora
nem o relógio marca hora
só conta palavra não dita
só mostra que você não volta.

é difícil traçar novas rotas quando quem nos acompanha insiste em encarar apenas o retrovisor, sempre de olho no que está lá atrás.

⁠e então,
percebo que sou única,
desde que me entendo por humana,
sou, afortunadamente,
mais sensível que o resto
incluindo mar de gente
hoje sei que amo com uma fúria
que morde a carne,
e uma dor que queima e arde.

agora, entendendo
o motivo de minha existência,
agradeço, escrevendo
por amar, mesmo na incoerência.
sou um ponto de partida,
minha alma rica e sofrida,
não tenho escolha
senão marcar a todos
com a intensidade de quem sou eu.
para esquecer o que nunca foi
e recordar o que jamais vi.
revolver um estado fictício
de aflição que não vem de ti
reconheço minha singularidade
desde os primórdios da minha humanidade
compreendo que, quiçá,
sou afortunadamente
mais sensível
do que qualquer entidade.
hoje, consciente de que
amo com mais intensidade

⁠não nutria afinidade
pela matemática
mas buscava precisão
no amor