Insônia
Quem sou eu agora?
Além de um grito de desejo contido na imensidão da madrugada,
Em resposta o silêncio,
Tão profundo,
Que desaguar-me-ei,
Em transbordar-me
Ao meu próprio espectro,
Invenção de mim,
Sombra amargável,
Como o próprio amargo,
Opróbrio,
Fel,
Rasguei o dia,
Amanheci,
Leito frio,
Cama vazia,
Saudade da história infinda,
Nunca vivida entre você e eu.
Quando criança, passava noites sem dormir, as mãos trêmulas diante dos olhos, tentando desvendar os próprios pensamentos. Sentia-se um monstro. Não gostava de ninguém, não nutria nenhum afeto para sentir saudades: simplesmente vivia. Pessoas apareciam e ele era obrigado a conviver com elas. Pior: era obrigado a gostar delas, mostrar afeto.
Discussão de relação,
é como letra de música,
muitas vezes só se
entende quando
deixou de ser sucesso.
Derrepente tudo se vira, e você ainda sabe aonde quer ir mais não pode.
Derrepente tudo que você quer não tem mais força para acontecer.
Derrepente os teus sonhos te traem, e nem dormir mais é algo bom.
Quando você descobre que o pesadelo da sua vida é seu próprio passado, você sabe que é a hora de mudar!
Em meio a teus braços,
Me fiz mais humana.
Tornei-me veloz
Um agora feito de nós,
Epidemia profana
Coberto de luz,
Num suplico de dor
Teu brilho reluz
Por tal infiel amor
Me arrasto a teus laços
Na paz de perigos escassos
Desprenda-se do pudor
Desvanecida mergulho sem o menor rancor
Um lapso de memória,
Fadados ao fracasso
Tormenta notória
Total embaraço.
De vidas passadas,
Carrego tal história
Paixões transmutadas
Imensidão irrisória.
Pecado vendado
Te fiz de morfina
Dormindo a teu lado
Completo minha sina.
Percorrendo a estrada entre a vodka e a cafeína.
-Ela vira a noite com mil pensamentos, no quarto está tudo em silêncio mas em sua cabeça barulhenta não consegue dormir. Na manhã seguinte se levanta com olheiras denunciantes (olheiras lindas) mas todo mundo percebe que a noite não foi fácil, mesmo assim ela trabalha com um sorriso no rosto e trata todos seus clientes bem (sorriso apaixonante). Mulher sou teu fã saiba disso.
Interessa-me o que vai além de seus gestos.
Interessa-me o trejeito.
Interessa-me a dor pra curar.
Interessa-me o ex-amor pra exercitar - paciência
Cansa-me o descaso
Cansa-me o cansaço
Cansa-me casa sem casos
Cansa-me o ócio sem voz
Alegra-me o carinho
Alegra-me o sorriso
Já o amor me faz cócegas dentro do crânio
Insulta-me o mau-humor
Insulta-me a indelicadeza
Insulta-me? - silêncio!
Dizem que quando não conseguimos dormir, é porque estamos acordados nos sonhos de outra pessoa. Ok , alguém pode parar de sonhar comigo que eu quero dormir!
E é no silêncio da escuridão
Que se torna impossível distrair meu coração
Que durante os dias tem sido ludibriado
E esquecido por atividades e amigos
Mas o anoitecer é inevitável, e me encurrala
Um beco sem saída, deserto intrasponível
Onde só me resta pensar em você...
Repasso mil e uma vezes em minha mente
Perco o sono tentando entender
Como pude perder antes mesmo de ter
Sina, azar ou apenas pra confirmar
Que eu não levo jeito pra amar.
Misteriosamente tudo ficou estranho: as pessoas, as casas, as ruas, o mercadinho da esquina... Minha sombra.
"como está? Onde está?" perguntas sem respostas. Contento-me com o silêncio ensurdecedor; com a curiosidade obtusa e latente que tende a me atormentar todas as noites ao repousar-me - ou, pelo menos, ao tentar assim fazer.
Contento-me, então, com as suposições hipotéticas, fantásticas e lúdicas do meu pensamento que, exausto, peleja aquietar-se. Aquietar-me.
Mais um dia; menos um dia.
A lucidez é algo mais penoso ao homem que a loucura, pois atrás dela que ele esconde seus mais sinceros sentimentos, os verdadeiros. Os sábios tem insônia ao refletir sobre ela, os ignorantes a tomam como um orgulhoso escudo e os tolos assim com eu apenas sofrem...
PERDIDO
Quanto tempo perdido,
Num tempo que não voltará,
Quanto tempo esquecido,
Num tempo que acabará.
Quantas horas perdidas,
Nas horas do dia,
Quantas noites perdidas,
Quantas horas de insônia.
Quanto tempo perdido,
Falaria mais, mas seria perda de tempo.
Autor: Agnaldo Borges
16/11/2014 - 00:07
MALDITA SEJA!
Depois de um dia cansativo, eu já estava deitada.
Senti a presença dela, meus olhos estatelados.
Ela, não sei como, conseguiu as chaves das minhas portas.
Eu já não aguentava mais trocar os cadeados e os segredos.
Andou visguenta e ardilosa até a beira da minha cama…
Eu não podia acreditar naquela visita, já madrugada.
Sentou-se na beirada, esticou sua mão e tocou meu corpo.
Estremeci, sentindo o seu toque aveludado e perturbador.
Ela fazia a minha cabeça girar, abarrotada de pensamentos.
Virei para o outro lado tentando ignorá-la.
Ela, não se dando por vencida, aproximou-se ainda mais.
Deitou-se ao meu lado e abraçou-me com toda força.
Quase sufocou-me com os seus longos braços e pernas.
Imobilizada, mal conseguia raciocinar; sentia o hálito quente.
Rememorei os remédios que tomei para livrar-me dela.
Com todo o esforço, consegui me mexer: tudo doía.
De um lado, para outro, e ela ali, feito parasita.
Alcancei o controle e liguei o televisor.
Ela queria atenção e começou a pular na frente da tela.
Levantei-me atordoada e circulei pelos espaços.
Ela ao meu lado, matreira, imitava os meus passos…
Abri a geladeira, peguei algo branco para beber.
E ela ali, sorrisinho sarcástico, não queria ir embora.
Decidi fazer funcionar o chuveiro na água morna.
Despi a minha roupa e senti aquela líquida carícia..
Ela avizinhou-se na porta de vidro e espreitou-me.
Então, trajei uma roupa bem mais confortável…
Toquei os lençóis do leito para ver se ela postulava.
Acendi um incenso forte para ver se ela enjoava.
Peguei o celular e ela, egoísta, o derrubou no chão.
O meu corpo pequeno e moído, eu não consegui mais lutar.
Asfixiada, abri todas as janelas para entrar o ar…
Mas ela sacudia as cortinas, sem parar, sem parar…
Abri um livro grosso, história fastienta, letras bem miúdas.
E ela se acomodou pegajosa no meu colo para ler junto.
Já era tão tarde, e eu tão cansada, madrugada adentro…
Eu não poderia ceder aos seus desencantos.
Tentei concentrar-me nos sons das ruas… Ela sibilava.
Liguei uma música baixinho, e ela tamborilou forte os dedos.
Eu quis morrer só um pouquinho naquele momento…
Juntei as forças que eu tinha e a joguei contra a parede!
Mas ela se levantou imperiosa como se nada tivesse acontecido.
Olhei para a janela e o sol, mansinho, já dizia “bom dia”.
E ela foi-se arrastando, de volta às profundezas das trevas…
Chorei, debatendo-me, abraçada aos travesseiros.
Gritei com todos os meus pulmões: MALDITA SEJA!
– Vá embora da minha vida, maldita INSÔNIA!
Correndo por dentro, dando voltas entre cabeça e coração, tropeçando nas emoções e levantado nas razões.
Olhando por dentro não vejo argumentos para explicar meus sentimentos, nesse momento parece que estou jogado ao relento.
Sem proteção, visão, sem uma escolha, sei que para andar preciso de um caminho, como não tenho um, contínuo correndo por dentro tentando encontrar saída.
Vida perdida, marcada por feridas.
O sonho de ser feliz com atitudes estacionadas, tudo isso não me leva a nada, a não ser permanecer acordado durante madrugada pensando...
Não sei o que fazer, a noite se aproxima e com ela o desespero, o medo em saber que mais uma vez não conseguirei dormi. São 4 horas da manhã e parece que o sono não vem me visitar hoje. O problema da insônia é que com ela vem junto os pensamentos, os pensamentos que durante o dia ninguém tem coragem de pensar, aqueles pensamentos que te fazem ficar triste pelo passado e ter medo do futuro, futuro esse que para falar a verdade eu não tenho coragem de imaginar. Mas logo amanhece e junto com o sol vem mais um dia, um dia que poderia ser diferente, poderia ser melhor. O problema que não importa o quanto melhor ele seja, a noite sempre vai chegar e junto com ela a insônia...
Ideias e fantasias que saltam do travesseiro,
Imagens que se retém do vaivém de um dia inteiro,
Num sono revigorante de um transeunte em devaneio,
São sonhos de um insone que de uma noite é prisioneiro.
O pensamento fala tão alto,
Que o sono se vai,
São 3:48 em Campinas,
Os pássaros já cantam lá fora,
As conversas na minha mente ainda ressoam,
Vigorosas,
Seria o som da minha cabeça?
Ou minha Alma que fala?
No diálogo da ansiedade,
Não importa a sonoridade,
Quem perde sou eu,
Deve ser bom ser criativo,
Seria um Karma ou Dharma?
Porque ideia não tem hora,
A arte pouco a pouco te toma,
Né transformo em versos,
Inversos,
Universos,
Sonho interrompido,
Semente plantada no ouvido,
Para outros florescerem.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp