Grito de Protesto
Comandanta Ramona
Como se fosse um grito de liberdade
Vós de mulher,olhar de guerreira
Sua vós corta ruínas
Pela América Latina
Sempre com uma cheiro de flor
Construindo a primavera
Força e resistência
Mulher indígena camponesa
Comanda muita gente
Com fuzil, foice e facão
Mas sempre com a flor na mão
A flor da revolução
Seu olhar de comandanta
Pela América ouviu falar
Sempre com um grito forte
Para o povo libertar
DESTINO OU FATALIDADE
E quantas vezes eu só quis soltar o grito aprisonado na garganta?
Chorar as lágrima de quem canta,
e por aí, libertar meu pranto, que em um canto qualquer se aprisiona, se acalanta.
Muitas vezes, eu quis gritar ao mundo a minha dor,
que se esconde por tras de sorrisos disfarçados.
Entretanto, ainda sigo com um sorriso esboçado.
Pois a dor que trago no peito, só pertence a mim.
Esta dor, companheira que arrasto por toda a eternindade.
Será destino, ou fatalidade?
Ou apenas o grito desesperado de quem ainda não se encontrou?
Será utopia, ou realidade,
esta dor de quem tanto sofreu, amou e chorou?
Destino, ou fatalidade?
Sonhos, ou realidade?
São simplesmente o caminho perdido de toda uma eternidade.
Jô Bessa
Há um grito de socorro em cada alma que se esvai. Há um grito de socorro em cada fala negativista. Há um grito de socorro em cada alma que se mata. Há um grito de socorro em cada lágrima que escorre. Há um grito de socorro em cada tentativa de demostrar. Há um grito de esperança em cada alma que se mata. Havia uma vontade de viver em cada corpo morto. Cada pessoa que se mata, sente vontade de viver, e nunca de morrer. Cada pessoa que se entrega, sente vontade de amar, mas não pode. Cada alma que se entrega, sente vontade de viver, mas não a deixam!
Ó ARVORE
- Ó grito que rasgas de dor o ventre
Nas masmorras das trevas subterrâneas
- Ó trovão que ecoas o infinito
No sangue dos inocentes humilhados
- Ó abutre insaciável mercenário
Cheio de ódio, de hipocrisia
- Ó cavaleiro de espada de ferro
Exterminador da mentira
- Ó muro de arame farpado nas árvores
De poderosos ramos do universo
- Ó labirinto escondido de pedras entre ervas
Que esvoaçam folhas já de papel
- Ó galhos que sufocam a luz
Que criam raízes sem brotar esperança
O grito que ecoa da quebrada
Na periferia, da periferia, da periferia...
Bem longe da (cidade) perfeita da zona sul
onde o descontentamento faz vítimas todos os dias
e trucida os sujeitos um a um
vivem as pessoas de mente livre
que mesmo e apesar de enclausuradas pelo ódio do sistema
seguem livres pelas ruas sem asfalto ou iluminação
caminhando alertas pelos becos estreitos e vielas escuras
margeados por córregos sem saneamento ou boulevard algum.
Seguem refletindo a falta de tudo e ainda com brilho nos olhos
alegres, sorriem por dentro, sem lamentar problema sequer
felizes por não serem tão vazias por dentro
ou esvaziadas de sonhos qualquer.
Olham para o futuro cheias de esperança
seguem seu rumo na vida sem encontrar o tédio
esperam ver chegar as praças e toda estrutura moderna dos bairros chiques
elegantemente dispostas nos cardápios da especulação imobiliária
que cerca e segrega os mundos, erguendo altos muros, altos prédios
cravados de vidro anti-vizinhança, arame farpado e cerca elétrica.
Enclausurados em seus condomínios (cidades), os ricaços
impactam a vida do bairro, encerrando as liberdades individuais
rapidamente o sentimento ( antes coletivo) feito as minas d'água, se desfaz
desfaz-se os sonhos milionários e os milionários sonhos de paz.
A segurança e a insegurança orbitam em um mesmo plano
os manos logo criam asas, aprendem a voar e voam por sobre as muralhas
na periferia nada é de graça, até o respeito é conquistado
ou descobre-se cedo o respeito e respeita-se o outro
ou vive-se como se tudo fosse um grande pecado.
O preço da periferia é o respeito, não esse preconceito disfarçado
que finge erguer as mãos ao aperto, como se tudo estivesse acertado
ou que pensa poder comprar tudo com dinheiro sujo de sangue
da violência existente em um carreira de pó ou em um cigarro de baseado.
Você que cheira e fuma é também quem espanca e mata
a violência que crava a faca na costela da sociedade ao meio dia
é também financiada por você.
As balas perdidas que matam crianças e interrompem futuros
é também sua responsabilidade.
A causa morte do sistema é também sua culpa.
Você também é responsável por tanta violência gratuita nas ruas das periferias
com repercussão direta em toda cidade.
Você que não investe em cultura e desvia as verbas aprovadas
é culpa sua toda essa barbaridade.
Garotos de nove anos roubando, matando, fumando crack!
É culpa sua que não governa direito (a porra) da cidade que te elegeu.
Mais respeito, por favor!
Esse é o grito que ecoa dos guetos marginalizados.
Esse é o grito que ecoa dos guetos que vocês marginalizaram.
Mais respeito, por favor.
Liberta a tua mente e segue, vai em frente
vai ver quem é a gente que você olha atravessado
quando para no semáforo e ergue o vidro apressado
observa com cuidado quem é o pretinho que tu olhas desconfiado
e aperta o passo quando ele passa ao seu lado
com a barriga vazia, com os sentidos embaralhados - de tanta fome.
Enxerga o estilo dele e entende de uma vez por todas...
Que esse é o estilo que faz sucesso por lá.
Descobre a palavra de ordem dos (marginalizados)
que você marginaliza ao julgar
e grita alto aos quatro ventos quando descobrires
da sua varanda ou de seu terraço milionário invocado.
O grito que ecoa da periferia é...
Mais respeito, por favor!
Pois já estamos cansados.
Sou atrevida sim, não sei ficar calada ao ver uma injustiça. Grito aos quatro ventos, solto o verbo e se preciso for, vou pra cima. Não tenho medo de falar o que penso, muito menos de escrever. Meu único receio é das pessoas que se acovardam perante as injustiças cometidas no mundo.
O sistema do SISTEMA
Grito... Grita, grita alto, mais alto, mais alto ainda!
Não que o teu grito não seja alto o suficiente
para ser escutado por todos.
É muito mais alto do que tu podes imaginar.
O sistema é que se cala, finge-se de morto.
O problema não está no teu grito e sim na deficiência do sistema,
que finge não haver qualquer problema em seu engenho magnífico.
Que finge não ouvir o quão alto e desesperado são os teus gritos
e o de todos que gritam, mesmo que gritem por dentro, em silêncio
silenciados, inauditos, sob interdição.
O sistema é a máquina mais perversa e controversa já criada.
Mais até que a bomba atômica - que só é utilizada em ocasiões especiais.
O sistema é uma máquina criada para operar na dimensão do perverso
sua função não é trucidar os sujeitos, nem moê-los feito insetos
nem mesmo criar monstros sociais totalmente adaptados à sua incoerência.
Isso é deficiência humana mesmo!
Provocada por mal caratismo, ingerência e incompetência ao manuseá-la.
Em seu modo cotidiano mata, estripa, dissimula...
Inaugura placas de cobre com letras douradas, estátuas e totens
em homenagem a seus feitos incríveis.
Por fim, ostenta em praça pública toda essa maldade.
Bebo porque tenho sede
Choro porque tenho vontade
Rir é uma contradição
Grito por não ter opção
Não sou uma cobaia de laboratório
Não me meça, comensure e nem me avalie
Me explore, violenta com vontade
Me coma e me vomite
Me consuma, me explore
Mas não me entenda
Não me explique
TEMPESTADES
Quero gritar para o vento
Nesta imensidão de emoções
Grito com todas as forças
E liberto-me desta solidão
A mágoa que persegue-me
E as minhas lágrimas que
Caem pelo rosto, lavando-me
A alma, deixando-me mais leve
Não vejo nada, apenas esta imensa
Escuridão, que apoderou-se do
Meu coração Quero fugir
E libertar-me destas amarras
Que prendem-me de sentir esta
Dor imensa, que leva-me para o fundo
Deste poço escuro que é a solidão
Que apaga a esperança que tenho
Por dentro da minha alma perdida
Quero sair daqui e ser feliz
Encontrar a alma que perdi
Ela quer, ser encontrada, para voltar
.........A sentir brisa do vento.
EM CADA NOTA
Em cada nota...
Uma lágrima
Uma dor
Uma luz
Um riso
Um grito
O amor
A esperança
A viagem
A raiva
O carinho
E eu mesmo, de vez em quando...
Abra seus olhos
Eu grito!
Sorria para mim, vai?
Deixa disso, por favor
Eu preciso de você aqui
Cuidando de mim
Não me deixe tão triste assim
Estou tão só!
Volta para me abraçar apertado
Preciso do seu calor
Onde você está?
Porque me deixou agora?
Não consigo caminhar sem você
Meu jardim está sem flor
Onde escondeu seu perfume?
Onde escondeu nosso amor?
Onde escondeu meu sorriso?
Existe mesmo o paraíso?
Estou desprovida de sonhos
Componho versos soltos
Pensamentos loucos
Cadê você, meu sonho, meu sono.
sentimento bonito o amor é um grito que palpita no peito querendo sair, sair à procura de um aconchego que nao chega que nao sacia o grito que remete ao infinito ecoando na alma vazia, vazia de gritos vazia de ecos vazia de aconchego vazia de amor.
Sinestesia da Saudade
Ensurdecem-me os olhos e grito você
Mas não tão perfumado para tocá-la
Cega-me a boca e respiro você
Mas não tão perto para escutá-la
Cala-me o nariz e agarro você
Mas não tão barulhento para vê-la
Entope-me a pele e ouço você
Mas não tão colorido para chamá-la
Isola-me os ouvidos e enxergo você
Mas não tão gritante para cheirá-la
Ah! Essa saudade me perturba
Sem você não escuto, não vejo
Não falo, não inalo, NÃO VIVO!
Salvador
Grito forte, grito alto na cidade baixa
E os verdes amores dos tons das flores, eu esqueço, mas tenha piedade de mim, Deus
Nas noites frias dessa cidade
Pego o elevador e vou até os teus museus, os olhos dos velhos, a pele negra
O segredo do teu povo está escrito nas paredes, a sede, a fome
Amanhã eu era, ontem não fui, vim parar aqui, onde não entendo
A morte vem fardada sobre os trilhos de sangue nas ruas, e os cachorros latem a noite me assustando
O vento nas árvores, a lua me constrange, eu minto sobre o sol
Mas não me escondo da lua, ela não me julga, não me queima os pés descalços quando piso o asfalto
Nada é como ontem, que pena.
E as moças dançam para os moços
Que não ligam para as moças, a morena o leva a cama, mas só a branca ele ama, e a branca o levará a morte, se por sorte.
Ou o fará vagar pela cidade como covarde.
Como sem vida na ida, como sem corda na volta, se enforque, se mate hoje, assim é o ontem
Nosso sacrifício diário, suor e sangue sem valor
Os senhores da alta nobreza na cidade baixa desfilam riquezas, riquezas da vida
Mas a vida é terrena e pequena
