Fugir
Já sentiu vontade de fugir? Claro, muitas vezes! Fugir de tudo, de todos. Fugir da realidade. Fugir de tudo aquilo que machuca, que estressa. Fugir. Sem destino, só fugir.
O tempo...
vai deixando marcas, vai apagando marcas
vai trocando tudo de lugar
vai passando e fazendo tudo com ele passar...
que sejam boas as marcas que ele deixar
que sejam as inúteis as que ele apagar
que sejam indiferentes as que ele de lugar trocar
que sejam desnecessárias as que ele fizer passar...
O tempo...
as máscaras tem o poder de arrancar
as mentiras consegue escancarar
toda verdade se põe a revelar...
tudo o que não é pra ser nem se esforça pra fazer acabar...
só passa e fica observando lentamente se desgastar....
uma coisinha ali... outra aqui... não adianta se iludir
tudo... mas tudo mesmo vai ruir.
Depois a gente começa a reconstruir
em outro espaço, em outro tempo,
com outra gente
é a vida.. nem adianta tentar dela fugir..
Sabe o que dizem? Que os homens inventaram o vestido e o salto pras mulheres não fugirem.
"Muitas vezes é necessário fugir para que nos alcancem; mentir para que nos acreditem e calar para que nos ouçam..."
A maior qualidade da confissão é a honestidade consigo, sem medo de expor suas vulnerabilidades. Se tiver que fugir, fuja dos mentirosos.
"Fraqueza é achar que evitar o problema é a solução.
A maior mentira é a que contamos a nós mesmos."
Fuja de respostas confortáveis de quem prefere flutuar na superficialidade, sem se dispor a enfrentar com coragem o mergulho que exige profundidade
Eu já quis fugir dos problemas, sumir no mundo, mas quando você tem que enfrentar algo, não tem pra onde fugir.
Foi quando me deparei: a realidade cobriu-me naquele instante, como um véu que cobre objetos e os reduz a nada, senão simples formas. Os vultos me cercavam, e um silêncio ensurdecedor ecoou nos meus ouvidos. A existência, antes anestesiada pela minha tentativa inútil de esquecer-me ou até fugir dela, penetrou-me aos olhos: já não enxergava mais nada. O breu tomou conta de minha visão, e ali já havia entendido — e, certamente, foi o estopim da fatalidade que me poderia ocorrer. Não poderia fugir; como conseguiria, se já não me havia forças para correr, muito menos direção para guiar-me? E, se os tivesse, alcançando o topo da colina mais alta e mais distante de todas, como poderia fugir de mim mesmo? Como poderia fugir da angústia que tomou completamente meu corpo naquele instante? A única coisa que poderia fazer era olhar fixamente para o nada, assim como olho para mim no espelho pelas manhãs. Sem escapatória, era apenas uma alma passando frio, ao lado de tantas outras vestidas, combinadas e esquentadas pelo calor de suas vestimentas: seus corações, que palpitavam ferozmente ao contato dentre tantas outras parecidas, enquanto o meu já não tinha forças para viver. Meu coração estava num imensurável inverno congelante, sem previsão de essência: espera-se, somente, a morte por hipotermia.
Flor amarela
Ela nasceu pequena, frágil,
um ponto amarelinho em meio ao verde,
sem saber que, um dia, teria força
para afastar quem não sabia receber amor.
Tão simples, tão delicada,
mas cheia de força para enfrentar o sol impiedoso,
a chuva que chega sem aviso,
e até mesmo mãos que não sabem segurar sem ferir.
Por dois dias, ela ocupou a mesa,
envolvida em gestos de afeto,
mas seus tons amarelos foram recebidos como afronta.
Havia quem não soubesse enxergar beleza,
quem temesse o toque leve da ternura,
quem não suportasse a simplicidade do cuidado.
A flor amarela, sem dizer nada, revelou tudo.
Fez fugir aquele que não sabia ficar.
E talvez esse seja o seu maior poder:
não apenas embelezar um jardim,
mas também separar o que floresce
do que nunca poderá brotar.
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