Flor
Plante uma uma semente com amor
Ela vai crescer e te dar uma flor
Plante uma semente apenas por plantar
Ela também vai crescer e desabrochar
A única semente que até hoje não aflorou
É aquela que você nunca plantou.
Enquanto a Floralis Genérica representa todas as flores do mundo, ao meu lado está minha única flor no mundo.
O vendedor me disse que flor rima com amor. Então escolha com atenção, porque amor não é só para decoração e flores sentimentos são.
existe uma flor entre as rochas que vive solitária, de dia com a luz do sol e o orvalho do mar, a noite com o brilho das estrelas e a luz do luar.
FLORES BRASILEIRAS
Marco Aurélio Chagas
ORQUÍDEA
É flor de grande beleza.
É de clima tropical.
Ela é comum nas matas.
Tem valor comercial.
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BROMÉLIA
É de grande resistência.
Muito bela e popular.
De várias formas e cores.
Serve para embelezar.
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BEGÔNIA
É uma flor bem delicada.
Própria pra decoração.
As suas folhas sugerem
O desenho de um coração.
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PRIMAVERA
Chamada por buganvília.
Muito usada em sacadas.
Útil em decoração
Sendo muito empregadas.
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ONZE-HORAS
Durante o dia suas pétalas,
Com floração abundante,
Se abrem e a noite, fecham.
Em cenário deslumbrante.
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CAMÉLIA
De floração muito linda.
Forma um arbusto a folhagem.
Enfeita bem os jardins.
Embeleza a paisagem.
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JACARANDÁ
Colore a paisagem.
Ela deixa as estações
Do ano com muita vida
E despertando emoções.
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PAU BRASIL
Produz arcos de violino.
Corre o risco de extinção.
Seu extrato produz tinta.
Motivo de exportação.
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ALAMANDA
Com flores vistosas, lindas.
Uma bela trepadeira.
Cobre muros e treliças.
É de origem brasileira.
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FLOR-DE-MAIO
É cacto da Mata Atlântica.
Que conquista o coração
Dos amantes de jardins.
Farta polinização.
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IPÊ
Colorem a paisagem,
Florescendo com fartura.
Colaboram no equilíbrio
Do ar e da temperatura.
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CALIANDRA
Pelo exótico formato,
Suas flores são show a parte.
Com globos avermelhados.
É verdadeira obra de arte.
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LÍRIO
São flores bem populares
Na hora de ornamentar.
Muito usadas em buquês
Também pra presentear.
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Era divertido mas as horas demoravam a passar, o jogo de futebol terminava, cada um com a sua flor, elas eram muitas no nosso jardim, a escolha era facultativa, não eram lótus, silêncio, um mar de rosas, os olhos de todos aterravam sobre as pétalas da pequena flor, todos trémulos a palpitar a esperada hora H, é chegada a hora, são 6:00 e as pétalas feixam-se, as vozes sintonizadas gritavam; seis horas, todos para o terço. Era o nosso relógio, o motorista ia para casa do gerador pôr a máquina a trabalhar e iluminar as casas, as ruas e a igreja até o envelhecer da noite. A flor tem um nome e se chama Seis Horas.
Uma flor cor-de-rosa
Dá sentido no meu dia.
Quando a vejo fico diferente
Penso que a vida é mais do que vejo
Há uma beleza por trás de tudo
Algo que é eterno
Que perdura para sempre
Minha flor cor-de-rosa
Te guardo não numa caixa
Nem no baú
Te guardo no coração
Flor cor-de-rosa vira canção.
Remova as pedras de seu caminho, e em cada pedra que remover plante uma flor, quando você se cansar e achar que não fez nada, olhe para trás e veja o belo jardim que você plantou.
Perfume
Ela nunca foi flor que se cheire
mas fora a mais perfumada.
Bem soltos os cachinhos dos cabelos
E de silhueta colada.
Pisava com firmeza o solo
com a cabeça levantada.
Fazia cair o meu queixo
Aquela bundinha empinada.
Nunca foi de abaixar para reza
Mas quando se ajoelhava.
Me deixava com a boca bem seca
E com minha roupa molhada.
Perfume de menina, astúcia de mulher.
Tu essência que me embriaga fazes de mim o que bem quer.
Tal qual uma Sarracenia envolve meu corpo e me consome.
E suga toda minha carne faz-me de vida e o seu homem.
amor_in_versus
O caixão da alma
Presa em uma casca de dor,
Aprisionada em uma pele d’onde se transita flor.
Releio Augusto dos Anjos,
poeta preso em fantástico caixão alheio,
Sinto similaridade com a dor dele, hoje.
Dor, coração e um triste sossego.
Presa em teu sonho selvagem,
curto metáforas de Clarice Lispector,
repenso Antônio Nóbrega,
todos poetas que profetizaram a dor,
a morte, o caixão em badalado, triste e feio.
Presa. E estar em cárcere machuca.
É um acordo feito consigo mesma.
É um contrato social a qual a gente olha e diz:
-Por que você está destruída?
-Se sou eu a única pessoa que precisa ser salva?
Ora, por que me fazes chorar?
Suas cicatrizes são minhas, sabia?
Presa na obra de um carpinteiro,
meu corpo lança um: “não te amo, mais”,
A alma na pele que habito,
tal como Almodóvar e seu percevejo.
Presa em uma cama fria,
Em um hospital onde a morte olha, vazia.
Aprisionada entre o sim e o não,
Entre a vida e o não.
Presa em um corpo de morte,
tal como preconiza Paulo,
presa, simplesmente aprisionada,
Rousseau já dizia que por todos lados
sigo acorrentada.
Presa. Simplesmente aprisionada.
À minha alma que segue inerte,
desejando que a dor galope e não me veja.
Mas, Clarice só me apontou a hora,
e “dos Anjos” me avisou da mão que apedreja.
Presa em muros poéticos,
onde o sonho e a morte dançam e combinam,
juntas, o seu mais próspero desejo.
Presa em um caixão d’alma,
aprisionada pelo karma, ancestralidade,
herança genética, por traumas e desejos.
Morta em um vivo caixão de peles,
de feles e méis. Simplesmente, presa.
(instagram: @claudia.valeria.kakal)
Arte
A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida, e que se desenvolve para suavizá-la.
Para lhe dar a verdadeira cor, a cor da liberdade.
A arte, nos ensina a valorizar o outro que é uma obra de arte divina.
A PIPA E A FLOR
Era uma vez uma pipa.
O menino que a fez estava alegre e imaginou que a pipa também estaria. Por isso fez nela uma cara risonha, colando tiras de papel de seda vermelho: dois olhos, um nariz, uma boca...
Ô pipa boa: levinha, travessa, subia alto...
Gostava de brincar com o perigo, vivia zombando dos fios e dos galhos das árvores.
- “Vocês não me pegam, vocês não me pegam...”
E enquanto ria sacudia o rabo em desafio.
Chegou até a rasgar o papel, num galho que foi mais rápido, mas o menino consertou, colando um remendo da mesma cor.
Mas aconteceu que num dia, ela estava começando a subir, correndo de um lado para o outro no vento, olhou para baixo e viu, lá num quintal, uma flor. Ela já havia visto muitas flores. Só que desta vez os seus olhos e os olhos da flor se encontraram, e ela sentiu uma coisa estranha. Não, não era a beleza da flor. Já vira outras, mais belas. Eram os olhos...
Quem não entende pensa que todos os olhos são parecidos, só diferentes na cor. Mas não é assim. Há olhos que agradam, acariciam a gente como se fossem mãos. Outros dão medo, ameaçam, acusam, quando a gente se percebe encarados por eles, dá um arrepio ruim elo corpo. Tem também os olhos que colam, hipnotizam, enfeitiçam...
Ah! Você não sabe o que é enfeitiçar?!
Enfeitiçar é virar a gente pelo avesso: as coisas boas ficam escondidas, não têm permissão para aparecer; e as coisas ruins começam a sair. Todo mundo é uma mistura de coisas boas e ruins; às vezes a gente está sorrindo, às vezes a gente está de cara feia. Mas o enfeitiçado fica sendo uma coisa só...
Pois é, o enfeitiçado não pode mais fazer o que ele quer, fica esquecido de quem ele era...
A pipa ficou enfeitiçada. Não mais queria ser pipa. Só queria ser uma coisa: fazer o que a florzinha quisesse. Ah! Ela era tão maravilhosa! Que felicidade se pudesse ficar de mãos dadas com ela, pelo resto dos seus dias...
E assim, resolver mudar de dono. Aproveitando-se de um vento forte, deu um puxão repentino na linha, ela arrebentou e a pipa foi cair, devagarzinho, ao lado da flor.
E deu a sua linha para ela segurar. Ela segurou forte.
Agora, sua linha nas mãos da flor, a pipa pensou que voar seria muito mais gostoso. Lá de cima conversaria com ela, e ao voltar lhe contaria estórias para que ela dormisse. E ela pediu:
- “Florzinha, me solta...” E a florzinha soltou.
A pipa subiu bem alto e seu coração bateu feliz. Quando se está lá no alto é bom saber que há alguém esperando, lá embaixo.
Mas a flor, aqui de baixo, percebeu que estava ficando triste. Não, não é que estivesse triste. Estava ficando com raiva. Que injustiça que a pipa pudesse voar tão alto, e ela tivesse de ficar plantada no não. E teve inveja da pipa.
Tinha raiva ao ver a felicidade da pipa, longe dela... Tinha raiva quando via as pipas lá em cima, tagarelando entre si. E ela flor, sozinha, deixada de fora.
- “Se a pipa me amasse de verdade não poderia estar feliz lá em cima, longe de mim. Ficaria o tempo todo aqui comigo...”
E à inveja juntou-se o ciúme.
Inveja é ficar infeliz vendo as coisas bonitas e boas que os outros têm, e nós não. Ciúme é a dor que dá quando a gente imagina a felicidade do outro, sem que a gente esteja com ele.
E a flor começou a ficar malvada. Ficava emburrada quando a pipa chegava. Exigia explicações de tudo. E a pipa começou a ter medo de ficar feliz, pois sabia que isto faria a flor sofrer.
E a flor aos poucos foi encurtando a linha. A pipa não podia mais voar.
Via ali do baixinho, de sobre o quintal (esta essa toda a distância que a flor lhe permitia voar) as pipas lá em cima... E sua boca foi ficando triste. E percebeu que já não gostava tanto da flor, como no início...
Essa história não terminou. Está acontecendo bem agora, em algum lugar... E há três jeitos de escrever o seu fim. Você é que vai escolher.
Primeiro: A pipa ficou tão triste que resolveu nunca mais voar.
- “Não vou te incomodar com os meus risos, Flor, mas também não vou te dar a alegria do meu sorriso”.
E assim ficou amarrada junto à flor, mas mais longe dela do que nunca, porque o seu coração estava em sonhos de vôos e nos risos de outros tempos.
Segundo: A flor, na verdade, era uma borboleta que uma bruxa má havia enfeitiçado e condenado a ficar fincada no chão. O feitiço só se quebraria no dia em que ela fosse capaz de dizer não à sua inveja e ao seu ciúme, e se sentisse feliz com a felicidade dos outros. E aconteceu que um dia, vendo a pipa voar, ela se esqueceu de si mesma por um instante e ficou feliz ao ver a felicidade da pipa. Quando isso aconteceu, o feitiço se quebrou, e ela voou, agora como borboleta, para o alto, e os dois, pipa e borboleta, puderam brincar juntos...
Terceiro: a pipa percebeu que havia mais alegria na liberdade de antigamente que nos abraços da flor. Porque aqueles eram abraços que amarravam. E assim, num dia de grande ventania, e se valendo de uma distração da flor, arrebentou a linha, e foi em busca de uma outra mão que ficasse feliz vendo-a voar nas alturas.
Flor Serena
Amo, você é bela como a rosa
Sua pele tão cheirosa atrai-me feito um beija-flor.
Beijo os seus lábios bem macios,
você pede meu carinho
e me dá o seu amor.
Uma linda moça meiga
Restaurou o meu sorri
Me atraiu com sua seiva
No seu colo fez dormir
Foi um encontro de almas gêmeas
Como naquela canção
Deu sentido a minha vida
Preencheu meu coração
Amo, você é bela como a rosa,
sua pele tão cheirosa
atrai-me feito um beija-flor.
Beijo os seus lábios bem macios,
você pede meu carinho
e me dá o seu amor.
Das flores dos jardins é mais bela
Um cheiro de amor exala
Pintura de uma aquarela
Textura macia que me acalma
Te amo minha flor Serena
Me diz que seu corpo ainda me chama
Eternamente seu minha pequena
Se tu confessar que me ama.
Amo, você é bela como a rosa,
sua pele tão cheirosa
atrai-me feito um beija-flor.
Beijo os seus lábios bem macios,
você pede meu carinho
e me dá o seu amor.
Doce e rara flor,
Teu nome é poesia que encanta,
Nos versos do tempo, eterno amor,
Tua presença, alma levanta.
Teus olhos, estrelas a brilhar,
Faróis no mar de minha existência,
Teu sorriso, aurora a iluminar,
Cada momento, pura essência.
Nos livros, mundos desvendados,
Refletem tua mente, tão bela e vasta,
Em teu olhar, sonhos guardados,
De uma vida plena, rica e casta.
Teu jeito amável, um suave vento,
Acaricia o coração com ternura,
Em teu abraço, encontro alento,
Refúgio seguro, paz e candura.
Musa dos meus dias,
Culta, gentil, és inspiração,
Contigo, florescem poesias,
quero te amar além da imaginação.
São Paulo, 18 de julho de 2024
Margaridas não tem espinhos.
Em nome de meu jardim, lhe declarei flor. Uma margarida, a sua favorita.
Aparei todas as ervas daninhas que se alastraram em seu arredor, reguei-a para que crescestes bela e saudável.
Você deixou com que eu escorresse lágrimas em suas pétalas, absorveu e mesmo com o gosto salgado fizestes delas uma dádiva.
Porém, mesmo com todo cuidado e carinho, no final, tu não pudeste pertencer ao meu jardim, não pode ser a minha flor.
Afinal de contas, margaridas não tem espinhos.
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