Fantasia e carnaval

Cerca de 3826 frases e pensamentos: Fantasia e carnaval

⁠Me visto com retalhos de papel crepom multicoloridos, pois se vier a chuva consigo passar despercebido, com a pele de todas as cores.

Inserida por ricardovbarradas

Isso

Saio e aquela vida
(Mesmo assim)
Vi tudo se acabar
(O que não tem fim)
E por isso a minha vida
(Recomeçou)
Te conheço bem ainda
(Meu amor)
E por isso eu sempre lembro, mas nunca te entendo: o que quer?!
(O que quer?, o que quer?)
E por isso eu sempre lembro, mas nunca te entendo: o que quer?!

Inserida por VitoriaSofiaSantos

"Samba de um Coração Silencioso"

Naquela manhã de fevereiro, o Rio acordou coberto de purpurina. O vento carregava restos de serpentinas e risos embriagados, enquanto Clara caminhava pela orla de Ipanema, os pés ainda marcados pelo salto que abandonara na noite anterior. Tinha vindo à cidade para escrever sobre o Carnaval, mas o Carnaval escrevera nela uma história que não saberia terminar.

Foi no Arpoador, enquanto o sol nascia tingindo o mar de mel, que ela o viu pela primeira vez. Rafael estava sentado na pedra, dedilhando um cavaquinho como quem conversa com o vento. A música era doce e triste, um chorinho que se misturava ao barulho das ondas. Ele usava uma camisa aberta, a pele dourada como se fosse feita da própria luz do Rio. Quando sorriu, Clara sentiu algo desabar dentro de si, como aqueles prédios antigos de Santa Teresa que se deixam engolir pelo mato.

— Você é estrangeira? — perguntou ele, em um português arrastado que a fez rir.
— Metade. Minha mãe é carioca — respondeu, mentindo sobre o frio que sentira no peito ao ouvir sua voz.

Nos dias seguintes, o Carnaval os engoliu. Dançaram na Lapa debaixo de arcos iluminados, onde o suor e o cheiro de cerveja se misturavam ao aroma de pastéis fritos. Rafael ensinou-a a sambar, as mãos dele firmes em sua cintura, os olhos brilhando mais que as lantejoulas de seu cocar. Clara vestiu-se de baiana, rodopiou até perder o fôlego, e em cada esquina ele aparecia com um sorriso e um copo de caipirinha gelada.

— Você é minha estrela — dizia ele, enquanto subiam os degraus de Santa Teresa, vermelhos como um coração aberto.
Ela não perguntou quantas outras "estrelas" haviam brilhado para ele naquela semana.

As noites eram quentes, mas havia algo frio nas pausas entre um samba e outro. Rafael falava de Salvador, de um amor que deixara lá, com a mesma voz suave com que falava do mar. Clara ouvia, fingindo que as palavras não doíam. Escrevia em seu caderno: *"O Rio é uma cidade que ri até de dor. Talvez por isso eu me sinta em casa."*

Na terça-feira gorda, enquanto o Cristo Redentor se cobria de névoa, ele a levou a uma rua deserta de Santa Teresa. As máscaras de Carnaval penduradas nas janelas pareciam rir deles.

— Clara... — começou ele, segurando suas mãos como se fossem de porcelana.
Ela interrompeu-o com um beijo, doce e apressado, como quem tampa um vulcão com um dedo.

— Não — ele sussurrou, afastando-se. — Minha alma ainda dança com outra música.

O bloco "Cordão da Mentira" passou naquele momento, com seus tambores abafando o silêncio. Clara riu, porque no Rio até a tristeza tem que ser disfarçada de folia.

Na manhã seguinte, ele partiu sem avisar. Deixou apenas um bilhete no café da pousada: *"Até mais, estrelinha."* Ela rasgou-o, misturando os pedaços às pétalas murchas que cobriam a rua.

Na despedida, enquanto seu avião sobrevoava o Pão de Açúcar, Clara abriu o caderno. Escreveu: *"O Carnaval é um amor não correspondido. A cidade te abraça, te beija, te faz sentir única... e no dia seguinte, te esquece. Mas talvez seja assim mesmo: o Rio não é de ninguém. E alguns amores são como o samba-enredo — brilham por uma noite, e depois viram cinza."*

O avião virou, e ela jurou ver, lá embaixo, um vulto de camisa aberta tocando cavaquinho na praia. Mas era só a imaginação, ou o jeito que o Rio tem de nunca deixar ninguém partir inteiro.

Inserida por MatheusHoracio

⁠Coisas do passado, hoje distantes: era o encontro dos blocos de rua das Petequinhas e dos Piu-Piu, das meninas com os meninos. Um momento de alegria geral, lúdico, com todos a caráter e, no final, o bônus do amor espontâneo, com cheiro de cerveja e licor de anis.

Inserida por giuliocesare

Os Vassalos Ganham muito dinheiro enquanto os Pelegos são destraídos com circo e um pouco de pão. Dessa forma o povo vai vivendo anestesiado dos reais problemas e se alimentando de ilusão!

Inserida por joel_rocha_1

⁠⁠⁠Lá vão os mascarados, podem vê-los
de tantas formas, no seu mundo subumano;
levam caraças por debaixo dos cabelos,
mais os embuços que carregam todo o ano.

Vão prá folia, vão alegres, vão perfeitos,
como histriões dos artifícios mais bonitos;
folgam-se normas, repetidos preconceitos,
em prol dos cultos aos assuntos interditos.

São tão felizes, disfarçados e contentes,
pulam e troçam, nesses grupos a granel;
é Carnaval, deixai-os ir que vão contentes
como as estrelas que são feitas de papel.

Tanta alegria, tanta farra neste Entrudo,
tanta folgança, tanta cor, tanto brilhante;
riem-se as almas, as tenções e quase tudo,
das zombarias deste enlevo extravagante.

Inserida por AntonioPrates

E quando a festa ia se aproximando, como explicar a agitação íntima que me tomava? Como se enfim o mundo se abrisse de botão que era em grande rosa escarlate. (...) Naquele carnaval, pois, pela primeira vez na vida eu teria o que sempre quisera: ia ser outra que não eu mesma.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Nota: Trechos do conto Restos do Carnaval.

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Inserida por jaqueabreu_4_1066360

⁠Sob a máscara cor de rosa jogada em um canto da cama havia sonhos, que silenciosos voltaram a dormir na quarta-feira de cinzas.

Inserida por ednafrigato

⁠Ainda persistem a falta de centros de cultura no Estado do Rio de Janeiro. A exemplo disto podemos citar, da cultura do carnaval, da cultura do folclore
fluminense e da cultura indígena dos tamoios e tupi e seus diversos desdobramentos que conviveram com a sociedade carioca desde sua fundação.

Inserida por ricardovbarradas

⁠O que é irreparavelmente profano para Deus não pode ser santificado. Se o poder de santificação pertence exclusivamente a Deus, como, então, o homem, desprovido desse poder e sem o aval divino, pode realizar tal ato e ainda apresentar a ele o que ele claramente abomina?

Inserida por iptdv

FCarnaval trás desgraça !⁠


Os que desceram a sepultura,
já não são mais lembrando.
O que interessa para os governantes é que outros sejam sepultados.

Carnaval trás desgraça, mas também trás dinheiro.
Agora às portas se abrem, pra receber os estrangeiros.

Depois que a festa passar, vai haver lamentação, pois o vírus vai atacar,
sem dó e sem compaixão.

Eu lamento carnavalescos, pela grana que ganharam, mas o povo que hoje choram,
é porque foram otários.

⁠"Me dê mais"
Eu já vi luas mais bonitas em dias mais normais
Amores mais infames em dias racionais
Vazios enormes em dias de festival
Prostitutas mais baratas no carnaval
Você sabe qual é a próxima rima

Inserida por Twiekz

⁠E na avenida, fui além
Meu ser, em sua espera,
Morreu num terremoto
Estrondos, escombros, estilhaços
Neste móvel, só há poeira
Poesia de beira
Esfarelou-se feito um fato
Fatídico, faminto, farto
Figuras de linguagem,
Assim como blindagem,
Fazem toda diferença
No carnaval

Inserida por Patu

⁠Sentada às margens da vida isonsa que levava, ela viu o bloco da alegria passando numa manhã ensolarada de Carnaval. Como se tivesse acordado de um pesadelo ela rapidamente vestiu seu melhor sorriso, misturou-se aos foliões e foi ser feliz.

Inserida por ednafrigato

E um dia, afinal,
Tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia
Que se chamava Carnaval

Chico Buarque
Trecho da música Vai passar.
Inserida por pensador

O trio é elétrico, mas quem o move é pobre coitado.

Inserida por reconceituando

A cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, agoniza a vários anos por falta de bons administradores.⁠ A capital da cultura brasileira, tem a original vocação da festa, logo o remédio eficaz é um só, a politica publica do " C ", do Carnaval e dos Cassinos, ambos interligados geram inúmeros trabalhos diretos e indiretos para todas as periferias o ano inteiro como também uma arrecadação milionária para investimentos na educação, saúde e segurança.

Inserida por ricardovbarradas

⁠Renovação
A Páscoa é um tempo de renovação,
Mas que renovação é essa afinal?
Se a vida é só sofrimento e aflição,
E a morte é inevitável e fatal?

Entre a luta do bem contra o mal,
Não há esperança de paz e união,
A vida é um eterno carnaval,
Onde impera a dor e a desilusão.

Mas eu não me curvo ao desespero,
Nem desisto da luta interior,
Acredito que há um caminho certo,

Através da nossa evolução,
Podemos alcançar a nossa redenção,
E transformar a nossa vida em luz e amor

Inserida por AugustoGalia

Já vivi muitos carnavais
e não aprendi como usar máscaras.
Ainda...⁠

⁠CAR NA VAL

A CARne NAda VAle numa percepção materialista nos leva a aceitar algumas concepções menos felizes diante do mundo de valores invertidos.

Existem duas visões que nos permitem analisar este momento social:

1 - Os ascetas - que vivem para o detrimento dos prazeres do corpo em louvor da alma.

2 - Os Materialistas que vivem para negar a alma em valoração dos prazeres corpo.

Duas idéias antagônicas mais que não define o molde do comportamento humano em suas escolhas, pois existem um número muito grande dos indiferentes, que agem de acordo com as sensações, aceitando uma postura laissez-faire diante de valores morais e imorais...

Se perde nas noites dos tempos a origem das bacanálias primeiro na Grécia e depois em Roma, na adoração dos deuses Dionísio e Baco, deus do vinho, da ebriedade, dos excessos, especialmente os sexuais... E nestas festas se enaltece que A CARNE NADA VALE...

E afirma Bezerra de Menezes que hoje mesmo como antes...

" ... A festa é o vestígio da barbárie e do primitivismo ainda reinantes, e que um dia desaparecerão da Terra, quando a alegria pura, a jovialidade, a satisfação, o júbilo real substituírem as paixões do prazer violento e o homem houver despertado para a beleza, a arte, sem agressão nem promiscuidade.”

Assim, nossas escolhas nos define...

E não devemos trocar a paz que nos vivifica como ser integral por momentos fugidios de prazer que nos leva a desesperança por longos períodos de reajuste.

Viemos da Luz e na luz nos consubstanciaremos em Deus...

Paz e bem

Inserida por sidneylourenco