Falsa Moral
Não confunda cordialidade com permissividade.
Não é porque fui legal, que dei moral.
Não é porque sorri, que consenti.
Não é porque sou mulher, que sou sua.
Não é não! E ponto.
Fazer o bem é mais do que um acto, é uma responsabilidade moral.
Por vezes, o ser humano deseja ajudar, mas não dispõe dos meios; noutras, possui todos os meios, mas falta-lhe a vontade. Assim, o bem não depende apenas das condições exteriores, mas sobretudo da liberdade interior que move a decisão de cada um.
Furucuto, 2025
"Na moral... você só nasceu na década errada. Está tudo certinho para mim: corpo, cabelo, sorriso, o olhar, inteligência e os passos que você dá... Tem uma mistura às vezes meiga, mas forte também. Eu admiro sua essência toda, que é incrível. Só o detalhe da década errada... se não fosse isso, eu acho que teríamos uma conexão ainda mais especial."
A democracia não é apenas um arranjo institucional de governo, mas um pacto moral entre cidadãos.
Sua beleza está em exigir que a vida pública seja sustentada pela honestidade, pela consciência ética e pela fidelidade à verdade.
Quando esses fundamentos se corrompem, não é a democracia que fracassa em si mesma, mas a ausência dessas virtudes que a esvazia e a transforma em ilusão.
Se a Bíblia não tem moral em matéria de ciência moderna por que haveria de ter em matéria de teologia moderna? Alguém poderia dizer que o foco da Bíblia não é ciência. Mas não é desse modo que muitos cristãos pensam. (...)
A moral é preocupação burguesa para afirmar-se perante o outro, diferente da realeza que nasce rica e reconhecida.
O direito, desprovido da moral compartilhada pela educação, torna-se um mecanismo vazio, incapaz de sustentar uma sociedade verdadeiramente justa.
O sentimento de justiça nasce da educação moral, fazendo com que a lei seja respeitada não pela imposição, mas pelo reconhecimento de seu papel na ordem social.
A arte está ligada à moral, diria eu. Uma das maneiras como se dá essa ligação é que a arte pode proporcionar um prazer moral; mas o prazer moral próprio da arte não é o prazer de aprovar ou desaprovar tal ou qual ação. O prazer moral na arte, bem como o serviço moral que a arte realiza, consiste na gratificação inteligente da consciência.
Nosso dilema moral: quando nossos filhos se portam de maneira inadequada, não a levamos a mal por serem crianças ou devemos puni-las para não adquirirem maus hábitos?
Cristo, a Plenitude da Lei
A Lei mosaica era mais do que um código moral: ela expressava, por meio de preceitos, o caráter santo de Deus e o propósito redentivo de sua aliança com Israel. No entanto, desde o início, o mero cumprimento externo — a letra da Lei — jamais agradou a Deus quando divorciado de uma resposta interna de amor, reverência e fé. A obediência mecânica, dissociada da essência — que é a justiça, a misericórdia e a fidelidade (Mateus 23:23) — tornava-se inútil e até condenatória (Isaías 1:11-17; Amós 5:21-24).
Jesus é o único que cumpriu plenamente tanto a letra quanto a essência da Lei. Ele viveu a justiça que a Lei exigia e encarnou o amor que a Lei apontava. Por isso, Paulo declara: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Romanos 10:4). E também: “Para que a justiça da Lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Romanos 8:4).
Cristo não apenas satisfez as exigências legais da aliança, mas também expôs sua verdadeira profundidade — não matar, por exemplo, não é apenas não tirar a vida, mas também não odiar (Mateus 5:21-22). A justiça do Reino não é uma justiça quantitativa, mas qualitativa — é superior, porque brota de um coração regenerado.
D.A. Carson resume com precisão:
“A Lei foi dada para revelar o caráter de Deus e a pecaminosidade do homem, mas somente em Cristo ela é cumprida em seu propósito final — conduzir-nos à justiça pelo Espírito, e não pela letra.”
É por isso que Paulo distingue claramente entre a antiga aliança da letra, que mata, e a nova aliança do Espírito, que vivifica (2 Coríntios 3:6). Cumprir a letra da Lei sem sua essência é repetir o erro dos fariseus: honrar a Deus com os lábios, enquanto o coração permanece distante (Marcos 7:6).
Portanto, os que estão em Cristo não são antinomistas — como se a graça fosse desculpa para o pecado —, tampouco legalistas — como se a justiça viesse da performance religiosa. São homens e mulheres habitados pelo Espírito, que vivem não segundo o rigor da letra, mas segundo a liberdade da obediência que nasce do amor.
Em Cristo, a Lei não é anulada — ela é superada, não em valor, mas em cumprimento.
O que antes era mandamento gravado em pedra, agora é impulso gravado no coração.
O que antes era imposição externa, agora é transformação interna.
Este é o escopo do Evangelho: não apenas perdoar transgressores da Lei, mas formar neles, pelo Espírito, a justiça do próprio Cristo.
