Falecimento
Na volta das idas e vindas,
Na pista despida e partida,
Revoltam as reviravoltas da vida.
Envolta em pistas perdidas,
Volta ao ponto de partida.
De volta, de alma despida.
Amor, como é ambivalente,
O jeito que te entregas na partida!
Tua alma fala bem alto, incontida...
E me fazes querer viver eternamente...
De despedida em despedida.
PARTIDA
Quando eu te deixei aqui
Eu mais fiquei que saí,
Na mão direita uma rosa
Tirada de onde eu nem vi.
Quando eu te deixei aqui
Eu nem fiquei nem parti
Na mão uma rosa molhada
Medo que nunca te vi.
E o meu coração
Escorava as mãos
Segurando a porta
Fechando as saídas.
E um grande avesso
Sentiu pela vida.
E a lua me apontou o dia
Como se não queria,
Testemunhar, tardia
Me dava as mão.
Pixando a imaginação
Encontrei-me na flor, num botão
O ponto de partida é chegada
Na hora do clarão na escuridão
Aí no seu tom, no seu relógio
O tempo se escondeu da confusão
Nas cores sua voz já clareava
Era o toque do meu violão
Ou então do seu coração…
Joaquim Maria
Azevedo limão mel cana caldo aposta carneiro
Brasa coalho João partida dado dinheiro
Suzana cafuza lava prato avental farinha paliteiro
Chega Chico facão pé quente escarra bigode brejeiro
Dança do lado Joana seu macho toca Dedé Tonho sanfoneiro
Zé cochila baba madruga na barca pesca robalo inteiro
Fiado de novo Santana busca Manél bebo queda levanta ligeiro
Seu Joaquim balcão caneta casa no fundo poço terreiro pato cercado galinha poleiro.
Reza no quarto Maria seis filho estante retrato santo padroeiro
Chegada e partida
Chegou querendo partir
Partiu querendo voltar
Voltou sem saber ficar
Ficou tentando pensar
Decidiu partir sem saber seu lugar
Voltou confuso deixando o tempo explicar
A vida é uma longa caminhada que se faz,
Uma jornada,
Um desafio,
Uma partida,
Com uma distância indefinida,
Sem saber onde se pinta a linha de chegada,
Onde se centraliza o Pódio ,
Quando se comemora
A vitória,
O perdedor não sabe onde
ou quando vai ser derrotado
onde cometeu o fracasso.
A Partida!
Descarno os abraços
que me deste
Embebida numa raiva profunda
que me desnuda a alma
Cuspo com discernimento
o medo de não mais
sentir o teu beijo e...
Parto...
Criança, ó criança minha,
não chore com essa partida,
não se esconda...
sei que tu só queria um lar,
mas está tão frio lá fora...
talvez você não encontre abrigo algum nessa escuridão,
só lhe peço que não chore...
a porta...ela foi trancada por fora,
não há luz, nem oxigênio aqui,
rezarei por ti, ó criança minha...
escute a melodia quem vem lá de fora...
e apenas durma, durma em paz...
Um homem terá pelo menos dado a partida para a descoberta do sentido da vida humana quando começar a plantar árvores frondosas sob as quais sabe muito bem que jamais se sentará.
Motivo. Partida para o alcance da realização.
A vida é o tempo todo isso. Alcances. Motivos.
Celebrar os motivos. Todos os motivos.
Sem pintar as alegrias que trazem algumas realizações.
Agradecer os motivos. Todos os motivos.
Qualquer deles é o seu merecimento.
Viver os motivos. É o caminho.
COBIÇO O SOL NESSA MINHA CARA DE CHUVA
Ponto de partida.
Eu e os meus contrapontos, nas suas complexas conexões.
Entre o branco e o preto, ilógica e incoerente minha alma navega em estado apocalíptico nos debates íntimos do paraíso perdido.
Sentimentos escondem-se em narrativas cifradas por suas rochas subterrâneas.
Uma forma crua de acesso aos sons desafinados dos desejos e anseios estanques revelados no universo onírico de minha alma alarmada diante de mim mesma.
Na ordem desordenada do abalo sísmico do abismo que me guarda e me amedronta, me debruço e invoco a calma.
Quero uma calma mediática, harmônica e voraz.
Quero pensamentos mágicos roubando-me desse isolamento que me prende, com uma âncora, às esquinas de meus medos e às zonas de turbulências.
Minha urgência reflete-se no visível, no grito da alma, nos sentimentos bailarinos de minhas veias, no cansaço da tristeza, nos sonhos caídos por terra, nas distâncias insanas, nas sintonias dessintonizadas.
Coração está asilado. Sufocado. Sentimentos no avesso.
Cobiço o sol nessa minha cara de chuva, porque a vida não peguei emprestada.
Bem-aventurado aquele que viu partir o verdadeiro amor,
pois este jamais perceberá a partida de qualquer outro amante...
me acostumei tanto com a dor latente da sua partida...que adormeceu...No entanto, eu nao esperava que o amor tambem adormeceria com todo resto...
Nunca olhe para o passado tentando construir um futuro, pois o seu ponto de partida está no presente!
Tentei me conter quanto a partida. Mas vou dar um sorriso logo quando amanhecer...Vou lembrar dos momentos, enquanto eles não saem voando como um pássaro sem rumo e sem destino. Enquanto eles não vão embora como a neblina que cai numa manhã ensolarada, num gramado bem verdinho. é isso que ficará na lembraça enquanto ouver a despedida.
Eu continuei escrevendo textos e mais textos sobre a partida do falecido. De tanto que eu amava blablábla. E não adiantou nada, ele não voltou, eu apelei feio e fim de uma relação bonitinha que havia ainda.
