Fado
Não te rendas, não cedas
ainda que o sonho te queime.
Aprendas a apagar as labaredas,
do fado. Insista, queira, teime...
A vida tem curvas e alamedas.
Veja a cor do por do sol, diversidades.
Adoce as frutas azedas.
Viver tem sempre possibilidades.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olhos d'agua cansados
Do destino que nos afasta
Num estar ambos magoados
Por um fado de vida madrasta.
É ter no peito uma guitarra
Que chora quando cantada
A sina que nos amarra
À distância que nos separa.
TUDO LONGE (fado)
Tudo longe, tudo vazio, tudo sem encanto
do teu canto, teu olhar, no peito no entanto
que se põe a suspirar... as tuas lembranças!
Que são lágrimas em rodopios e em danças
na minha saudade. Você está ausente!
Só o cheiro dos teus beijos nos lábios presente
Insistente: - num poema, num verso, num canto
uivando o acalanto, tanto, me jogando num canto
Nem o teu calor, o teu amor, aqui posso tocar
Você está longe... como nostálgico não ficar?
Ai está dor, este pranto, este manto, ai...ai... ai...
não me deixes tão distante, solidão... vai... vai...
A dor do amor sozinho, é tristura grande
que invade a alma, de quem é amante
Tudo tão longe, tão grande, tão emudecido
aqui neste gemido em sofrido alarido...
Me ponho ao vento por ti clamar:
- como é bom poder te amar!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
23 de agosto de 2019
cerrado goiano
Serei eu um eterno perdido
Uma andorinha sem ninho
Fado ao destino
De sonhar, sonhar e sonhar
Mas nunca se realizar.
Porque temos que amar
Se amargar com inalcançável
Viver em busca do nada
Ter esperança
Naquilo que nos dá mais segurança.
De um Deus que nos devolve o amor, a paz e esperança
Será a esperança a maior mentira do mundo
Estamos vagando como moribundos
Sozinhos nesse mundo
Acreditando que no futuro
Tudo fará sentido e será seguro.
Fado pecador
Sobre as asas de um poema sedutor
Uma sensação voando da inspiração
Trazendo em seu canto tanto primor
Paixão, agrado e a sorte no coração
Sobre as asas de um poema maior
A poética tão enroupada de emoção
Prosa que leva seu cântico de amor
Desbotando a saudade e a solidão
Ah! fado pecador: - perdão na falha!
Aquele escasso que sonhei e secou
Tal a aridez do cerrado acinzentado
Fez-se craquelado, versos na palha
Quebráveis, dum pouco que sobrou
Agora, sonhos se foram. É passado!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 fevereiro, 2024, 19’51” – Araguari, MG
FADO DA AQUARELA
Dos subúrbios, avisto
O arranha céu, um cata-vento
Inspiro e assovio, transcende cor
De norte ao sul,
A forjar, o quão escuro, descende
O espelho de narciso
Os tufões de já não haver,
Anistia, de cada engenho
Cobrir-se a névoa, deprede o espelho
O absinto, sobre a mesa, que reluz
Do inspiro,
Um arco-íris!
De outrora jaz.
Livro: 1.205 Folha: 251
"SÚPLICAS"
Fado das palavras....
Que dizíamos e já não dizemos
Palavras ditas, rimadas....
Amadas, odiadas tantas vezes
Onde floresce um jardim
De camélias que eu tanto amo
Jardim que está na nossa vida
Tão rica e perfumada
Cheia de encantos e desencantos
Por culpa nossa ou de outros
Alheios aos nossos sonhos
Á nossa vida, a tudo que é nosso
Fado que o vento varreu
As nossas horas que mudam de lugar
Poesia fingida dos olhos da alma
Onde morremos mesmo sem morrer
Chegamos a partir, mesmos sem partirmos
Mão noturna que escava o silêncio
Entre a singela chuva, que aldraba na lama
As brumas de um cavaleiro sem amada
Fornalha de pão quente no forno
Da imensa fome do impenitente mendigo
Entre segredos de amor já refletido
Surge o suplico e desprotegido
Da imperfeição que os nossos olhos
Nunca viram línguas no espelho
Queimados do impenitente tempo
Tantas vezes perdido por nós esquecido
Toupeira que escavava entre o silêncio
Dos nossos sentimentos impuros
Rasgados nas brumas
Do nosso inconsciente feito em súplicas
Fado das palavras de uma penumbra
Sombra chocalhada, abafada
Do nosso sangue que amadurece
Como as uvas morangueiro que bebemos
Já fermentado o liquido doce dos deuses
Branco, rosa, roxo néctar da perdição das almas!
CANÇÃO PRIMEIRA
Desse amor que agora vivo
No peito, que pulsa elevado
Que de perfeito em fado
Fez-se canto, amor, contigo...
E do distante que’u esperava
Fez-se flor nascido em rosa
Ao jardim que te rogava
Nos versos de paixão e prosa...
Um esplendor de sol tão cheio
Na noite casta, uma explosão
No sentir profundo coração
Nesse amor que te vivo e leio...
De perene um notar tão forte
De cânticos a canção primeira
Vejo em mim razão e sorte
Vejo em ti, de crescer roseiras...
Pétalas podem sem notar cair
Melodias podem ser em dor
Mas destino que provou de vir
É de eterno nesse meu amor...
Poesia é música de fado falado
que sai da alma encantando o coração
Poesia é um sentimento alado
que espalha iluminando a escuridão
mel - ((*_*))
O HOMEM FINGIDOR
Na síndrome da ausência de um coração
corre o pranto fado e imperfeito,
que não se ria nessa vida e tanto mais agora
deu todo o amor, que não deveria tê-lo feito.
Pois o homem quando ama tem de se tornar um fingidor
esconder o sentimento pura e aguar o seu coração
Na dúvida insana dos homens, que não podem parecer
eles mesmos, mas devem ser uma enganação.
Enganação para si mesmo, mentir para si é a pior de todas
antes não tivéssemos vindo a ter esnobe sentimento
Que nos transforma a vida, deixa mais leve e sonhadora
entorpece e transforma, nos faz ser divinos por um momento.
A ilusão do sentimento é um descontentamento que vale a pena
É melhor tê-lo vivido do que nunca ter sonhado, um sonho perdido
que passou em sua vida como um vendaval, arrastando tudo e
desafiando a sanidade, não compreendido por todos, mas por você sentido
Minha poesia
Minha poesia não é de fado
nem de medo, nem de tédio
minha poesia não é de hoje
aos que dela se alimenta
não trás culpa nem remédio
Minha poesia é riso ao que chora
minha poesia nunca foi despedida
minha poesia, inoportunamente fica
quando lhe pedem pra ir embora.
Minha poesia não é de angústia
nem de saudade dolorida
minha poesia vislumbrar o futuro
se agarra ao presente e dele suga vida.
FADO DA SAUDADE
Fado vadio, fado da saudade
Nesta noite fria bebemos um vinho
Um tinto maduro, amargo como a vida
Com o travo a alecrim, a rosmaninho
Ou talvez um bom vinho do porto
Na sala toca-se, canta-se o martírio maior
O fado de dor, da saudade meu amor
Choram as nossas dores ao som dos passos
Da vida feita em pedaços, melodia orvalhada
Refeita de felicidade, do passado, presente
Na sala o silêncio é total, nesta noite fria, já quente
O coração fala mais alto, segredos sem voz
Com o silêncio a tristeza cala-se, inibe-se de amor
Na rua escura ausente de pranto, não passa ninguém
Voz magoada, flor do deserto, de uma canção tão bela
Que nem às paredes caiadas, nem a Deus me confesso
Dos teus fixos olhos castanhos, já presos nos meus
Fado de lágrimas cansadas de quem já muito ama e amou.
Para onde quer que eu dirija os meus olhos tudo se transforma em nostalgia. Saudade e fado duas palavras verdadeiras para se descrever a minha condição como ser humano.
CORAÇÃO PARTIDO
Fado árduo e leve que carrego
Sem ao menos ter salário.
A lombar que me sustém
E também sustém
Meu lombo de dromedário.
Papa-léguas e o Coiote,
Tu me desde um boicote,
Deixando-me esmiuçado.
Portugal dos poetas do bom vinho e da boa conversa.Terra das conquistas e de muitas glórias.Do fado cansado exaltam guitarras é mais um dia na Moraria e o Tejo que leva a esperança de uma herança vazia, Portugal recanto de nostalgia.
O Fado e a Promessa
Te conheci na hora e no momento errado
Mas é mais forte do que eu mon amour...
Ahh como eu gostaria de deixar isso de lado
porém é mais incandescente que a luz deste abajur
Esqueci de me perguntar o por quê disso tudo
Me distraí com sua íris e o seu falar sisudo
me deixei levar pelo seu jeito harmônico
não consegui definir a sua cor, pobre daltônico
A sua cor me furtou toda a minha gélida ferida
Você foi a mais complicada e inocente vítima
e de todas as lembranças que eu trago na vida
você é uma das mais doces e a mais legítima
Eu não mereço tamanho amor vindo de você
sinto que deveria ter nascido seu irmão
por isso... o possível e o impossível vou fazer
para que não machuques este teu singelo coração
Há uma vela que tem por sina findar-se.
Há um pavio, que tem por fado, queimar-se.
- vulneráveis ao fogo, que inflama!
Em plena dor, em chama!
Pelo tempo consumida;
vida, vida, vida, vida!
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
Receba no seu WhatsApp mensagens diárias para nutrir sua mente e fortalecer sua jornada de transformação.
Entrar no canal do Whatsapp- Relacionados
- Frases de Fernando Pessoa