Existencial
Nós somos o que somos e nossa luta pela liberdade necessariamente deveria passar pela dinâmica da lucidez mental.
A diferença na vida se dá, creio eu, na benevolência do Eterno Pai ao conceder ao ser criado, a oportunidade de viver eternamente, ante aos que estarão extintos para todo o sempre, apagados de uma oportunidade existencial eterna.
Gandhi continua o que o Buddha começou. Em Buddha o espírito é o jogo do amor isto é, a tarefa de criar condições espirituais diferentes no mundo; Gandhi dedica-se a transformar condições existenciais.
SOMOS FUMAÇA
Estávamos discutindo. Eu acho. Ela me olhava com uma expressão magoada e eu não expressei nada, não queria que ela soubesse como eu me sentia. Era melhor assim. Eu acho. A parte mais confusa é que eu não me lembro muito bem sobre o que estávamos discutindo. Alguma atitude minha ou dela que fora errada? Não... Creio que foi sobre o que acontecia entre nós dois. Ah, desisto. Não lembro. Só sei que estávamos discutindo. Sim, tenho certeza disso.
"SOMOS FUMAÇA!" ela disse.
Eu não entendi. Não fazia muito sentido dizer isso. Ela se virou e foi embora, eu nunca mais a vi. No dia seguinte eu pensei que ela voltaria, como sempre voltou quando brigávamos, mas algo havia mudado nela.
Ela não aturava mais minhas besteiras e passou a criticar meus erros sem medo. Ficou destemida, de repente. Mudou. Porque será? Eu fiz algo errado? Perdi minha melhor amiga, minha companheira, por causa de alguma ação mal pensada?
Levei dois anos para entender. Somos fumaça. Não somos fogo. Somos passageiros, bipolares sem perceber, depressivos e simpáticos. Sempre fomos instáveis. Nunca soubemos o que tínhamos e assim ela desistiu e eu também. Errei. Eu a amava. Juro que amava. Me preocupei tanto em ser enigmático que não percebi o quão difícil era para ela lidar comigo. Acho que ela se tocou que fazia papel de trouxa, mesmo eu não achando isso. Mesmo eu a amando de coração sem demonstrar direito.
Nunca tive jeito com relacionamentos. Eu tentei com ela. Tentei uma, duas, três vezes... sempre acabava. Sempre eu a magoava. No entanto, ela voltava. Sempre. Sempre. Não dessa vez.
Cinco anos passaram e eu me vi a beira do precipício. Somos fumaça. A voz dela ecoava em minha mente toda vez que eu acordava e toda vez que eu ia dormir. Eu pensava nela todas as manhãs e chorava por ela todas as noites. Meus pais começaram a se preocupar, sai de casa, arrumei emprego. Cresci. Amadureci. Não superei.
Eu queria mais um instante com ela.
Queria dizer que a amava e que ia demonstrar direito.
Perdi essa oportunidade.
Oh felicidade... porque tão temporária?
Eu sorri essa manhã quando tirei do correio uma carta com o nome e a letra dela.
Sorri.
Sorri como nunca.
Ela vai voltar. Pensei que ela voltaria depois de dez anos, mas a carta me quebrou por dentro. Ela não voltaria.
Eu li a carta devagar, incrédulo.
Querido Adam,
Se essa carta chegou até você é porque realmente o câncer me levou. Eu nunca tive a coragem de te dizer tudo o que eu queria naquele dia. Vou ser breve...
Eu te amo. Sempre amei e sempre vou amar. Não estou sendo romântica ou exagerada, como você insistia em me chamar, estou sendo realista. Não posso te esquecer e não quero. Eu queria mais um instante contigo.
Só um instantinho.
Uma eternidade pequena...
Prometo que iria ser suficiente. Um momento seria ótimo.
Ainda somos fumaça, meu amor, mas onde tem fumaça, sempre há fogo.
Amo você. Viva.
Doeu. Saber que ela estava morta, doeu.
Eu morri dois dias depois.
Acidente de carro.
Cinco minutos depois de minha morte eu encontrei Luana.
Ela estava linda. Perfeita. Usando um vestido branco e com os cachos loiros marcando seu rosto angelical. Enfim unidos.
Ela estava ali.
“Somos fumaça”, ela disse.
Eu sorri.
Me aproximei.
Tomei ela em meus braços e suspirei.
“Nós fomos fumaça, hoje somos só nos dois mesmo, sem analogias ou metáforas... Só nos dois.”
Beijamo-nos.
A Oniomania traz consigo questões subjacentes de cunho psicológico que são deflagradores preditivos de comportamentos de adicção os quais se configuram como mecanismos de defesa para lidar com a carência afetivo-emocional, a baixa autoestima, a necessidade de autoaceitação, de inclusão social e do vazio existencial que norteiam nossa atual sociedade hedonista, descartável e imediatista.
Quem sou eu?
Eu definitivamente não sei. Me pergunto isso todos os dias e não acho a resposta, não consigo nem ao menos vê-la.
Muitos me dizem, "Ah, você é tão linda e alegre", é isso o que sou? Resumida a beleza e sorriso?? Não! As pessoas, todo mundo cada um de nós, o ser o humano é complicado, não tem como resumí-lo a nada, nem mesmo a uma criatura feita de carne, somos muito mais do que isso e também somos diferentes dos outros animais. Se eu for me explicar aqui, esta folha de papel não será suficiente, por que aí eu teria que explicar como eu eu me comporto com quem moro; com pai, mãe e irmão; tios, primos, avós; amigos de trabalho; amigos de faculdade; amigos de escola; desconhecidos; e principalmente, como eu me comporto comigo mesma.
Chega de preocupações limitadas, não aguento mais tanta exposição do interno sendo que em poucos caso algo vá se resolver.
O amor é o antídoto do medo, pois se faz acompanhar da fé e da esperança, portanto é a cura de todo e qualquer pavor existencial.
Consumo Transparente
Do interior de um restaurante,
No interior de um Shopping Center
Meu olhar perpassa o vidro transparente.
A clareza vitral revela a obscuridade no olhar de muitos transeuntes do consumo,
Que apesar da claridade límpida do templo do consumo;
Permanecem entenebrecidos pelo vazio de suas existências.
"No silêncio da noite, pensamentos ecoam a voz da consciência de que a vida é efêmera semelhante as
Flores que desabrocham, eternizando momentos efêmeros,enfrento a
solidão do vento existencial sussurrando segredos do passado ao presente e a lembrança de que momentos mais simples eram o mais felizes.
- Ninguém me entende.
- Por quê?
- Por que o quê?
- Por que ninguém te entende?
- Não entendi sua pergunta.
A sensação de desamparo do ser humano é, para mim, uma discussão muito ampla e fundamental em nosso tempo. Acredito que por trás de discursos e comportamentos violentos há um grande medo da vida, uma profunda insegurança existencial.
O mundo vive um processo tão delicado; que dar opiniões unanimes sobre assuntos de relevância existencial virou motivo de risos, mesmo sendo bom ou sendo ruim.
Solidão no Peito
No peito, a solidão tece sua teia,
Uma sensação de vazio e desamparo,
Como uma sombra que nunca se esvanece,
A solidão se torna um constante amparo.
Nas páginas da vida, um capítulo solitário,
Caminhando por estradas desconhecidas,
A solidão é um verso triste no diário,
Um eco de saudade em noites esquecidas.
Cada um nasceu para enfrentar os próprios dragões, as próprias tempestades e as suas próprias erupções.
Amo o pensamento de Friedrich Nietzsche quanto sua opinião sobre a existência. O filósofo (dizem ser bipolar) não acreditava que éramos alguma coisa, mas que estávamos em constante transformação. O verbo ser então não cabia para designar a existência, não somos bonitos ou feios, tristes ou felizes, doentes ou saudáveis, apenas estamos de algum jeito em relação a um determinado momento.
