Eu sou tudo e nada
A cada suicídio de quem sou, me refaço, tornando este receptáculo cada vez mais cheio do que é realmente bom.
Ainda sou aquele vendaval
que por aqui passou
deixando marcas profundas
e incontáveis lamentos .
Ainda sou aquela asa
que no tempo se quebrou
Aquele pássaro
que na dor da vida se desalinhou
Aquela ventania
que na saudade ardente
in meu peito ainda não acordou.
Ainda sou aquele mar
de lágrimas que nunca partiu
Aquele brio de amor
que de brisa não me vestiu
Aquele lamento
que acendeu dentro de mim
um imenso vazio .
Ainda sou aquele coração
que ancorou sua vela no mesmo lugar
O mesmo cais estreito
que só pensa naquele olhar repousar
O mesmo barco
que não quis mais n'outro mar
de amor velejar .
Mas inda bem
que há tempo ...Acordei !
Remei contra a ferida
pus me a encontrar a saída .
Agora ando fazendo como
o vai e vem do mar
Deixando apenas o vento me levar .
E se vier tempestade ...
Ah! .... Eu espero !
Porque que sei que logo mais a
calmaria há de chegar.
Hoje apenas Vivo
E o que tiver de ser ...
Sei que Será .
Sou tapume, barulho, poeira.
Sou e tenho entulhos em cada canto de mim.
Sou uma completa desconstrução.
Um projeto em andamento.
Obra completa será o meu fim.
Ninguém me vê
Não sou invisível
Chamam-me desprezível
"Não temos o mesmo nível " diz ela
Sem saber que eu...
Já passei sub níveis
Sub níveis possíveis
E impossíveis
Sinto um aperto
Isto é dor, desespero
Já nada quero, nada espero.
Tenho medo, medo de não ser tudo
de ser negro, branco, amarelo...
Castanho, vermelho, surdo, mudo...
Cego, pobre, albino...
De ser doente, de ser impaciente
Tenho de isto tudo
Aliás eu sou o mundo
Até dos mais imundos
Aos abstratos
Tenho de tudo
Chamam-me desprezível
Não sou invisível
Contudo...
Ninguém me vê.
Sim, sou feita de fragilidades. Elas não me fazem menor, pelo contrário, me fazem ver o melhor que posso ser e sou.
Em passos incertos na vida
Calculo a fórmula da sorte
Em um vasto caminho só de ida
Sou a bússola que aponta pra morte
Vivo nesse mundo há 20 anos, mas ainda não aprendi, sou muito bonzinho, ao contrário de 90 % dos Humanos.
Sou assim cálida a todo vapor, não uso meios termos, me atiro logo em termos e meios e faço chover uma bagunça de gargalhadas quando minha única saída é me atirar diante o primeiro carro...
Não faço cena pra chorar, choro rios e mares sem preocupar em inundar a minha casa interior, pois eu sei que quando o meu tempo ruim passar vai estar tudo limpinho para um recomeço sem sujeira, sem o lixo dos perdidos e sem mágoas no meu cômodo mais extenso... O coração!
Simone Resende
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