Eu Desculpo Voce
O meu coração sente em comunhão com a minha alma.
Vivo o agora e permito-me abertamente caminhar, sem receios, para receber, com humildade e amor, o que preciso, de acordo com as minhas experiências e percepções, sentindo, percebendo e fluindo.
No meu sonho corria de mãos dadas e julgava-me criança. E quantas vezes quis descrever o que sentia, encontrar o beco com saída, a janela aberta na escuridão, a chave esquecida, e mergulhar no abismo da tua imensidão.
A bola ressaltava uma e outra vez, num movimento contínuo e perfeito, molhada pela chuva miudinha que pingava sem fim.
O silêncio recortava-se no horizonte e o calor era tímido, molhando-me o corpo, ao qual a roupa já aderia como uma segunda e profunda pele.
De sorriso molhado, soltei a gargalhada, os lábios húmidos e quentes, em uníssono com o ladrar do meu imprevisível cão.
O ribombar de um trovão passou por mim e, algures, bem longe, ouvi o zipar do relâmpago azul e branco cortar o ar e cair.
Todo o mundo recolhido e eu aqui, louca como eu só, deliciando-me na chuva.
Enquanto procurares, em outras metades, metades de mim, nunca me encontrarás.
Procura-me inteiro. E só a mim. É assim que te quero. Inteiro. E só a ti.
É que o melhor de mim eu guardei, não deixaria o meu melhor exposto pra qualquer um fazer o que bem entender.
Eu homem, menino alma.
Nasci, talvez que por engano,
em uma tal cidade grande,
feita de concreto armado,
cheia de caras e portas fechadas,
mas, meu nascer mesmo, é no campo,
no mato,no torrão do interior.
Nunca vou esquecer,
como é bom, o prazer,
de subir na goiabeira,
pra comer fruto no pé,
ir até os galhos mais altos,
pra namoradinha assustar,
e na hora de descer ?
e pra tremedeira esconder ?
pra vergonhar não passar...
...vou descendo acanhado,
pra baixo todo santo ajuda!
penso eu, atrapalhado, penso também na mamãe,
junto com os carões, que de certo vou levar,
se caio daqui, e não morro,
minha mãe me mata,
e mesmo que não me mate,
triste será meu castigo,
não vou poder ir a praça,
ver televisão com meus amigos.
Balançar muito e bem alto,
numa rede armada,
no caibro do nosso alpendre,
ouvindo minha mãe, afirmar perguntando,
``vai cair daí ô inteligente!.´´
Coisas assim,
só se vivem no sertão,
o cheiro da terra molhada,
olhar da janela a passarada,
a chuva forte chegando, depois,
brincar nas poças de lama,
assim que chuva se foi.
Também não posso esquecer,
dos banhos de rio, cedinho,
antes de ir pra escola,
ficava feliz quando via,
Tânia, minha melhor amiga,
mulher grande,
mas com alma de menina,
vinha logo assuntar,
com uma voizinha mansa, dizia,
pra eu sempre lavar, as zunha e zurêia,
senão chegando em casa
podia, se preparar, pra entrar na ``peia.´´
Acho muito respeitoso,
um filho aos pais dizer,
bença pai,
bença mãinha,
tá aqui, acesa a lamparina no chão ,
pertinho da santa Maria,
enquanto a mãe de joelhos,
pedindo à todos os santos,
rogando à Deus por seu filho,
nunca cair em tentação.
Tenho respeito e amor,
tudo que Deus criou,
do pouco que tenho,
ao pouco que sou,
do pequeno ao maior,
mas me custa muito aceitar,
deixar minha alma lá,
no meu amado interior.
Colares Filho.
Quando olho para ti, vejo-me a mim, lapidada num sonho que só eu sonhei.
A meiga ternura e o eterno encanto, sussurrando no silêncio que só eu abracei.
Senti sempre, sem ver, a deceção no teu olhar. Cada vez que errei. Toda a vez que falhei.
E eu fiquei. E ficaria. Até ao fundo. Até ao fim.
Sei que és um homem bom e que só a ti pertencem as lições da tua vida.
Ainda não compreendo muito, mas podes dar-me a mão e eu caminharei contigo a tua jornada.
Não olhes para mim assim. A tua equação é o afago que deposito em cada nó dos teus dedos e levam os meus braços a abraçar os teus.
Olhei na direcção do horizonte.
Franzi o nariz e ri-me.
As circunstâncias sempre mudam.
Depois de ter superado tanta coisa, de ter conseguido chegar onde estou e de ter entrado em mim, a minha consciência absorve um universo múltiplo como um espelho, clara e poderosa, e é desconcertantemente suave.
Se sou um holograma de mim mesma, onde estarei verdadeiramente?
Nada do que escrevo é total, apenas um ínfimo das minhas emoções. Tudo o resto é tão delicado… instintivamente tranquilizador.
O poeta não é frio, nem é quente
Não é bicho, nem é gente
Não é louco, nem normal
Não é singular, nem plural
... O poeta é o que ‘deverasmente’ sente.
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