Esquecido
VELHO VIOLÃO
Autor: Farley Dos Santos.
Numa cabana abandonada
Com um grande porão escuro
Lá está ele
O velho violão esquecido
Jogado a anos em meio a poeiras
Imóvel, ele fica em silêncio
Suas poucas cordas que lhe restam
Já não trás mais melodia
O sucesso que fazia
Virou memórias inesquecíveis.
Os dias passam lentamente
E ele fica alí, parado
Pois nada pode fazer
Já é tarde demais
Desafinado e enferrujado
Ele lembra dos aplausos da platéia
Cansado e sem mais esperança
O velho violão descansa.
O X da questão de quem sempre foi esquecido, é que chega num determinado momento da vida, não faz questão de ser lembrado.
O segredo das grandes fortunas sem causa aparente é um crime esquecido porque o serviço foi bem-feito.
Quando o passado é esquecido, então ele pode retornar. Só quem se lembra dele tem a chance de evitá-lo. Pois a escuridão nunca vai embora de verdade. Ela só espera que o mundo esqueça, para que possa ressurgir.
Sabe por que não termino minhas histórias? Porque quando as pessoas ouvem o fim, o resto da história é esquecido.
O amor é uma promessa. O amor é uma lembrança. Uma vez dado, jamais é esquecido. Nunca o deixe desaparecer.
Lembra quando se sentiu tão esquecido
A depressão te afastou dos seus amigos
E nem forças você tinha pra orar, mas escute o que eu vou te falar
É Deus te escondendo
Brinquedo Esquecido
Todo mundo quer perder seus medos
Deus me livre eu perder os meus
Te arranquei de dentro do meu peito
e confesso que doeu
Parecia tudo tão perfeito
Nada igual jamais me aconteceu
Eu me sinto um velho brinquedo
Que a criança esqueceu
Que a criança esqueceu
Eu não sou o teu brinquedo
Trás de volta o que é meu
Já te arranquei do peito
e confesso que doeu
Invisível
No mar de rostos, sou a sombra esquecida, um eco perdido, sem voz, sem vida.
Mas em meu silêncio, encontro a beleza, a força de ser invisível, uma sutileza.
Nas entrelinhas da multidão que passa, eu me escondo, observo sem ser visto.
É nos detalhes que encontro meu encanto, na solidão, sou livre, um ser em pranto.
Não ser notado é uma dádiva secreta, um refúgio para a alma que inquieta.
Pois na quietude encontro meu abrigo, e na invisibilidade, sigo meu caminho.
Não busco aplausos nem olhares atentos, prefiro a paz dos cantos mais desertos.
Sou o verso esquecido nas páginas do tempo, um segredo guardado no vento.
Então sigamos na sombra do anonimato, descobrindo a magia do ser ignorado.
Pois é no silêncio que encontramos a luz, e na singeleza do invisível, somos conduzidos à cruz.
Nada tem sentido, a morte não há de ter sentido, a vida não há de ter sentido... Os seus sonhos, as suas angustias, o próprio nada não há de ter sentido. E as palavras, tentando dar algum sentido para este não sentido não hão de ter sentido. E mesmo assim vivemos, pensamos e refletimos, para que na próxima cena já esteja tudo perdido, esquecido, destruído... Não fez sentido e nunca fará. E mesmo assim vivemos. Mesmo assim refletimos e nos esquecemos. E mesmo assim vivemos.
No inconsciente, nada pode ser encerrado, nada é passado ou está esquecido.
AMIGO ESQUECIDO
Queria voltar a ser jovem,
jovem e despreocupado,
queria voltar a viver como um tempo.
Queria correr ainda com os outros até perder o fôlego, gritar alto com toda a minha força.
Roubar o mosto e bebê-lo, recém fermentado....
Pisar na espuma que o mar liberou.
Pescar ainda apenas para soltar os peixes. Confidenciar-me com o amigo, hoje esquecido.
Queria beijar ainda como a primeira vez, descobrir ainda o gosto de tudo o que amei.
Sentir e irritar-me, depois acreditar e tentar, Sentir ainda e ainda conhecer e amar. Queria inventar um viver livre para sonhar.
Desejo... Fortíssimo... Louco... Desesperado...
Perdoe-me. Perdoe-me, pois sou um ser confuso e ingrato. Tanto amor recebi de quem amo e ainda assim tenho dificuldades em demonstrar esse amor para quem tanto fez por mim.