Escrever
Então me sentei de frente pra janela do meu 6° andar. Fui escrever a minha vida em um papel amarelado sem linhas. Lotei uma xícara com café e coloquei ao lado, por estar frio me enrolei em meu cobertor. Mas ainda havia algo que me incomodasse, não conseguia me concentrar. O barulho dos carros que passavam lá embaixo me interrompia, e a chuva fazia-me lembrar de cenas as quais eu já havia vivido, e como de costume os meus pensamentos se deslocavam para outras cenas ainda não vividas, mas imaginadas. E era como se eu estivesse lá. Se faria diferença alguma? Não sei.
Apenas voltei para aquele meu momento de escrita, entre o papel, a caneta e as meias palavras rabiscadas. Mas nada saía, as palavras permaneciam alojadas dentro de mim. Percebi que o café esfriava, e a chuva ainda caia vagarosamente e o frio me deixava mais gelada do que o normal. Apenas o triste frio lá fora e algumas pessoas tentando lavar a alma. Era a visão que eu tinha do alto do meu 6° andar.
Sei que pareço triste, minha aparecia não está sendo lá as melhores possíveis. Embora eu não esteja tão triste assim, digamos que é o cansaço da vida, afinal a vida estraga as pessoas. Ou talvez eu esteja bem? Digamos que não.
Posso dizer que me sinto confortável, se essa é a palavra certa. Sim, mas talvez não. Por mais que eu queira me sentir bem por toda minha vida, logo de manhã ou depois irei me desgastar com algo e não estarei tão bem quanto hoje. Mas logo as coisas se repetem, e eu estarei finalmente bem, e contente. E assim vai, é uma rotina! É a minha rotina.
E como eu me desconcentro fácil demais, sobre a minha vida novamente não saiu nada, apenas meias voltas na sala de estar, e vagas palavras expostas nesse papel amarelado. E olha. Enfim, a chuva parou de cair. E o café se esfriou novamente.
Quando escrevo algo que não senti mas percebi, sinto que tenho coração de poeta e consigo sentir pelo simples fato de escrever observando o sentimento alheio. Acho isso tão singular, cabível a um número tão pequeno de pessoas que me sinto privilegiada de ter recebido um coração tão sensivelmente capaz.
Não peça a Deus que vença a batalha por você, peça forças e armas para pelejar. Não peça a transformação do vendaval em sol brilhante, peça barco seguro para remar, não peça que sua vida seja um livro selado, peça páginas em branco para escrever e desenhar. O pedido determina a caminhada, o rumo e o destino da sua jornada.
Insta: @elidajeronimo
Como é bom ouvir a sua voz, a quanto tempo você apenas me escreve.
Percebi quando começou a rir aquela hora.
Seu cachorro latindo ao fundo também me fez rir.
Coloquei aquela banda que você gosta.
Me deu saudade.
Como é bom ouvir a sua voz, durante muito tempo você apenas me escreve.
O tempo que se "perde" a ler, nunca se desperdiça.
Acrescenta-nos.
Somos sempre mais... depois do último livro, lido
Há meios menos doloroso de encerrar um ciclo. Há aquele que não machuca muito... Mas, isso é quando nos importamos com o outro...
Quando eu não tinha nada o que comer, em vez de xingar, eu escrevia. Tem pessoas que, quando estão nervosas, xingam ou pensam na morte como solução. Eu escrevia o meu diário.
Escreve-se para não ser solitário e por amor aos outros; se você não tiver essa solidariedade, é bobagem escrever.
Certas situações confortáveis são desconfortáveis, e sendo o mundo literário de momentos de inclusão e exclusão, o jeito é ficar alerta. E isso significa o quê? Trabalhar.
Ler é ganhar asas . Hoje lemos as histórias contadas por grandes escritores. Quem sabe amanhã , seremos nós a escreve-las.
Escrevemos, sobretudo, com a vocação para uma revelação, para uma angariação daquilo que nos está vedado.
Muito da criança que era em nós, cresceu no momento em que os unicórnios tiveram que decidir se pediriam outro chifre ou arrancariam aquele. Como estavam não poderiam ficar, pois a magia havia ido embora.
O poeta é um ator
“O poeta é um fingidor”
Finge estar contente quando tem dor
Esconde amor quando é saudade
Mas alguém sabe o que é um poeta de verdade?
O poeta é um ser fingido
Finge ver a morte
Sem nunca ter morrido
Um verdadeiro poeta
Disfarçado tem de ser
De lápis ou caneta
Sem uma palavra escrever
O poeta?
É um fingidor de verdade,
Finge ser livre
Sem nunca obter a liberdade
Das palavras que se foram...
Já joguei cartas e poemas que o passado passou a limpo. Já rasguei tantas frases tolas escritas no calor da emoção. Já amassei bilhetinhos rasos e declarações exaltadas, rabisquei sobre o que já estava escrito, e disse tudo igual de um jeito diferente. As palavras dançam no papel, e por vezes dançam mal, mesmo assim seu ritmo é único, não há igual...Nas horas mais improváveis elas parecem bailarinas ao luar flutuando entre vaga-lumes, de repente caem e se misturam às folhas secas...O ritmo das letras não pausam, apenas diminuem...Enquanto puderem meus dedos bailar, danço. E com cada letra e sinal como se ao som de uma nota e ponto uma vírgula viesse a brilhar, vou escrevendo meus silêncios falantes, e meus risos secretos.Já perdi poema, poesia e texto sem fim, a cada letra perdida se foi junto um pouco de mim... meus pensamentos mais caros de graça os vi partir...Doei aos olhos que leem, e aos corações que podem sentir..
As palavras vão e com elas nossa energia, quem as leva distribui, esconde ou aprecia, mas no fim ...não há fim!
Dê um toque de recolher a tudo o que lhe causa mal;
Dê um break!
A vida é muito mais que isso.
Dispa-se dos adereços que não lhe cabem mais.
Jogue-os a um canto, fora dos limites do halo que lhe cerca...
Feche esse pequeno círculo e costure com a linha mais crua da sua razão.
Não permita a entrada, de nada, nem ninguém,
até que se veja puro e livre dos percalços.
A gente se acostuma à dor, tanto, que ela parece fazer parte de nós...
Mas não; viemos sozinhos e a dor é somente produto de nossas escolhas...
Não há como sabê-la; não há como evitar...
Mil nortes à nossa frente, tínhamos, pudera!
Mil saltos no escuro tivemos que dar...
Tivemos que escolher caminhos, que não sabíamos até onde iriam nos levar...
Não se culpe; apenas pare!
Apenas, dê o toque de recolher... [a todas as outras coisas...]
Agora é hora de cuidar de você...
Escrevo para ser quem sou, para entender meu eu, para esgotar de mim.
Escrevo para me descobrir ao me ler em palavras soltas nas entrelinhas no papel da vida.
Nada há de mais complexo que o ser humano... Difícil entender esse ser multifacetado e ancorado por suas máscaras em relevo brilhante entre plumas e paetês, como se estivesse no mais alto carnaval... Como se jamais houvesse as cinzas a lhe fazer cair na real, desfazendo seus deslumbres...
Desapegue do passado, guarde somente as boas lembranças e dos erros cometidos tire as mais belas lições, para fazer diferente e escrever melhor seu presente!
Só escrevendo é que eu consigo expressar, o que a minha mente pensa, o meu coração sente e a minha boca não consegue falar.
