Em meio a Fumaça
Da solidao
Um vício
A cada trago
Uma lagrima (?)
Da noite
Um sorriso na fumaça
Leve degustação
Uma distração
Uma fuga
Um refúgio
Um cigarro.
A fumaça que amanhã atravessará o pico mais alto da montanha deixará apenas como lembrança o apito do trem.
Uma Xícara de Café
O cheiro me alucina,
A fumaça me fascina.
Sou o preferido em várias casinhas.
Sou aquele que é servido,
Na manhã na tarde,
Até mesmo na noite.
Sou apreciado pro todos,
Não importa cor ou gosto.
AGRURA
Tanta fumaça!
Nesse quadrado de lembrança...
enquanto a ausência se faz alvo
A saudade chicoteia o presente.
As lagrimas por certo...
Tentam em vão um aclive reto
e, em deslavo dos pensamentos,
o umedecer do incrível deserto.
E, essa flecha de pontiaguda lembrança
mira em tudo que esta longe
transferindo e ferindo tudo que esta perto.
Nesse ínterim...
O oásis é apenas, miragem de sentimentos
e os sonhos vagam por...
trote desgovernado de ferraduras
e por pedregulhos íngreme de pesadelos.
Por mais uma vez, o encharco do ser
é a única maneira de alvorecer
para logo, despencar no esquecido
e ver a cabeça doer sob o amanhecer.
Antonio Montes
A luz se apaga, fumaça se mistura com a neblina
Noite fria, mas nosso calor transforma o clima
Menina, me guia e não deixe que isso termine
Logo vem por cima a magia do amor que ela imprime
Na epiderme, trocas de fluído, injeção de alívio
Sem juízo as coisas que cantas no meu ouvido
Me sinto na porta do céu, dentro do paraíso
Gosto do mel na boca com a resposta em teu sorriso
Eu sou refém dos teus desejos
escravizado por teus beijos
Guardião das tuas vontades, amo até os teus defeitos
Minha eterna rainha, minha cama é o seu trono
De camiseta e calcinha é fácil de eu perder o sono
Por favor não pare, pode ficar até tarde
Prazer é sentir energia nos poros da tua carne
E quando o dia nasce não é o sol que admiro
E nem as estrela do céu somam teu brilho
Neblina dos meus pensamentos
A fumaça perdida se dissipa
Sem rumo, sem rua
Sem trilha, tampouco avenida
A pedra no caminho faz as certezas serem açoitadas e mentiras estimuladas pelo vento da fumaça, farfalham dúvidas irriquietas no labirinto da mente.
Vai, fumaça
diz pra ela que o tempo
já não passa
já não passa de tortura
caminhando reto
pra loucura
diz pra ela
enquanto finge
que não passa de vexame
esse amor que não se finge
e virou cerca de arame
diz o que quiser
mas não esquece
de dizer que o amor padece
se ela não vier
diz que amor é flor
que se não rega, morre
que se não cega
escorre
pela bochecha
pela camisa
pela alma
pela brisa
pela fronha
que virou a cara medonha
da saudade
que virou altar de quem sonha
de verdade
Diz pra ela que eu guardei
os copos que beijei
e que os dela
queimei
de tanto beijar
diz que o silêncio dela me ensurdece
que o calendário dela me entristece
e que já esqueci de rezar
Diz pra ela que fui eu
o autor do céu que escureceu
e das ruas paralelas que se perdeu
diz que fui eu
o menino que morreu
e todos que morreram
por falta de amor
diz que eu sou fraco
em nome do senhor
e que eu sinto frio
quando falam de calor
Diz que fui eu
quem gritou na janela
do quarto
e do peito dela
e que eu to rouco
louco
e oco
sem ouvir resposta
Diz que tu é pedaço de mim
que me gosta
e mostra
pra ela
que ainda fumamos os mesmos cigarros
diz que guardei
os cigarros
da sorte
que ficam por último no maço
que tenho muitos maços
guardado pra ela
Diz o que quiser
mas não esquece
de me contar o perfume dela.
Me perco
me perdendo na fumaça
do tempo
e caminho só
só o que não sonhei
Deixei tudo ali
alimentado por amor
amortecido de ti
e morri
dentro de ti
entretanto, de nós
nós perdidos nos pés
eu perdido nos pós
tu perdida na voz
tu sofrida em ré
eu choroso em dó
lava-te o rosto
que resta
que sobra e presta
lava-me o ombro
do escombro
da festa
que te conheci
Culpo o tempo
tentando argumento
nenhum
culpo o centro
sentado no vento
comum
mas a culpa é nossa
talvez mais minha
que vossa
mas
nossa
Não ouça
nem toque mais
nessa bossa
de anos atrás
não mais
por favor
por-ter-sido amor
não mais.
Aqui jaz
eu.
Jazz
nós.
FUMAÇA SECRETA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Era um dar sem pedir, mesmo assim ter de volta;
dar aos olhos, aos sonhos, permitir o cheiro;
cada um num canteiro a cultivar o outro
com levezas, miragens e cenas remotas...
Uma troca de gestos, posições e aprumos,
gentilezas de pele, contornos e pontos,
mas os rumos mantidos, o bom senso em forma,
mesmo tontos e gratos por nossas sessões...
Sobretudo era dar a colher confiança;
não havia esperança pra ser posta em jogo;
só fumaça discreta e de fogo inviável...
Fomos culpa que nunca se rendeu ao dolo;
pés no solo apesar dos instintos no espaço;
cada um em seu laço e sua consciência...
Meu gosto misturado com bebidas
Meu cheiro misturado com a fumaça
Minha mente misturada com sentimentos e emoções. Misturada com lembranças de você. Mas quero esquecer você, esquecer essa noite vivida. Quero dar um tempo a minha mente, talvez o sono me ajude. (Se você não aparecer em sonho, é claro)
O Trem!
[...] lá vai o trem...
Levando a solidão
do entardecer!
Deixa fumaça
de sonhos...
E canta,
venha viver...
Venha viver!
A seda que queima espalhando a fumaça de uma viagem,aonde não existem fronteiras...Brisa leve, traz um louco consciente para a mais pura calma,sorrisos e gargalhadas...Puxa prende e solta o que a sociedade te condena em seguir regras e ilusões de perfeição... calmante de neurônios fragilizados!A fumaça no ar vai levando com ela toda negatividade e o que sobra é o efeito colateral de uma sensatez insensata.
Sujeira, sangue, vermelho.
Poeira, fumaça, cinza.
O que está acontecendo?
Vida, viva e o valor?
Crença, crente e a Fé?
Medo, rancor, ódio e o amor?
Humano, Humana, SERES e existe diferença de gêneros?
Vivemos ainda em um mundo sem valores, porque não nos importamos mais com nada disso.
Por que?
Pra que?
Em troca de QUE MESMO?
Em falar nisso...prefiro nem falar...pelo simples fato de que se você fala você se expõem e você se expondo; você é julgado.
Prisioneiro de minha própria ingenuidade, ao longo de um corredor de fumaça, observo a malicia em poder das chaves de meu cárcere.
E, da mesma forma como é inútil tentar apagar o fogo assoprando a fumaça,
também é inútil tentar mudar as condições de vida pela crítica da religião. A
consciência da fumaça nos remete ao incêndio de onde ela sai. De forma idêntica, a
consciência da religião nos força a encarar as condições materiais que a produzem.
