Da Solidao Cecilia Meirele
"Muitos reclamam de solidão... Mesmo sabendo que existe alguém que está presente à todo momento...
Deus..."
A solidão não é ausência de companhia: é a superabundância de um eu que já não cabe no próprio peito.
A solidão é o único deserto capaz de restaurar, aquele que, longe de ser uma condenação, se apresenta como um espaço sagrado de reinvenção.
Chuva
Chuva que alaga minha casa, meu olhos e aumenta meus devaneios de solidão.
Por mais nociva que pode ser para mim, sinto como se fosse o universo debulhando em lágrimas comigo.
“A solidão seria na primavera, a estação mais linda do ano. As flores desabrocham, mas minha alma não. O mundo está belo, o clima é agradável, mas meu eu interior está abalado, incapaz de admirar a estação. A solidão é bela, mas dolorosa.”
Solitude
É difícil andar só, na solidão do caminho,
Mas amar também fere, mesmo quando há carinho.
Essa é a armadilha de todo viver:
Precisar de alguém e, ao mesmo tempo, temer.
Buscamos afeto, calor no abraço,
Mas há dor escondida em cada laço.
Quando nos damos, perdemos o chão,
A entrega vira prisão da emoção.
E se, no fim, for tudo ilusão?
Se aquilo que vemos for só projeção?
Será que essa pessoa é quem acreditamos,
Ou é só um espelho do quanto amamos?
Viver é um jogo de fé e incerteza,
Entre o medo da dor e a busca por beleza.
Amar é humano, mesmo sendo ferida,
É risco, é sonho e faz parte da vida.
Tem dias que tudo que eu preciso é estar comigo mesmo.
Não é solidão, é refúgio.
Às vezes, o mundo pesa tanto que o silêncio vira abrigo
e o isolamento, proteção.
Solidão
Aquele momento em que você se sente sozinha
Deslocada
Desamparada.
O frio chega devagar e toca alma
Arrepia os poros.
Tristeza.
Não há ninguém e você quase não se reconhece
Se perde de si mesmo
E nada faz sentido.
Talvez um abraço ajudaria, mas quem abraçar num momento solitário?
Não há ninguém.
Tenho a mim e tento me convencer de que é suficiente.
Minha necessidade de amar deveria ser direcionada apenas a mim,
Mas confesso que ainda não consegui essa proeza.
Tristeza
Como é difícil viver na solidão,
Ter as tristezas desta vida,
Incertezas e injustiças.
De um esforço e sacrifício,
Que até parece, que não tem solução.
O que não posso é mais sofrer,
Preciso achar o meu caminho,
Deixar de ser tênue como as rosas,
Esquecer dos pequenos espinhos,
Olhando sempre para o horizonte, contemplando o que está por vir.
E mesmo que seja dificultoso o caminhar,
E aconteça de eu cair de algum lugar.
Será necessário eu me erguer.
Ainda que esteja sangrando por dentro,
Preciso resistir e vencer!
Com o coração vazio, vou de encontro a solidão, pouco a pouco os sentimentos vão embora e apenas o vazio me resta, vou buscando a dor afim de sentir alguma coisa, marcas cobrem a minha pele, pensamentos rodeiam a minha mente, minha mente é uma bomba prestes a explodir, gritos no silêncio me tiram a paz, coração dispara a cada segundo,tentando esquecer a dor busco formas de não sentir,a cada dia me torno mais frio, entre choros calados e palavras não ditas vou me destruindo aos poucos, já não sei mais quem sou e quem eu fui não importa mais, eu aguardo os dias se passarem, a minha vida já não tem proposito, no filme da minha vida já não sou o protagonista, a solidão me corrói, os pensamentos me afogam, pouco a pouco vou perdendo o ar, me encontro preso dentro de mim mesmo, numa prisão que eu mesmo criei, já não vejo saída, se há esperança não a vejo mais, vou observando os dia passarem e a vida me deixar.
Exacerbadamente me protejo da solidão, procurando em lugares longínquos o amor em contra mão, o amor das mulheres moças, dos velhos enjaulados e dos moleques que já cresceram mas permanecem infantilizados.
Às vezes, na brisa da manhã depois de uma boa noite em companhia da solidão, sinto-me vivo, percebo o mundo, de repente, quando me sinto provavelmente feliz, percebo que esta, a felicidade, não existe por impressão e sentimento, ele depende de carnes e ossos, e estes... ...brisa nenhuma carrega!
...Me...
desejo ausente sem palavras....
no abraço imaginado...
o grito de solidão...
isolamento social...
que sofrimento...
calado... a dor eleva a tristeza.
no caos do mundo.
presumo muitos atos.
assim é a sensibilidade...
no desfrute no horizonte da vida...
o sol da glamour no frio da alma...
sob o teor fluente no marco das nuvens,
um abraço e um beijo...
respeitando a vida como ela é com sua beleza.
COBRA CEGA (soneto)
Era a saudade, saudade crua que vela
A solidão. Com a impostura do pranto
Que sente falta, partida em um canto
Do coração, que se veste da dor dela
Era a lembrança! Curvada na janela
A esperar que se quebre o encanto
E no horizonte desanuvie do manto
Da noite vazia, e se torne leve e bela
Era a angústia com a sua tristura cada
Era o seu silêncio e o seu tempo lasso
O desespero na negrura da madrugada
Que brincam, com o desanimo crasso
De olhos vendados, e a ventura atada
De cobra cega com o prazer escasso...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/04/2020, 15’11” – Cerrado goiano
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