Criação
Quando ela chega, emudeço
é o silêncio sagrado da criação
rasga o véu de qualquer distância
rouba-me da própria distração
cinge seus lábios em meu peito
ancora-se sem pudores em mim
e tudo o que vejo, escrevo
quando ela chega enfim…
A Palavra de Deus estava presente no início da criação. Todas as coisas que existem vieram a existir por meio dela. Ela é a Vida e tem o poder de gerar vida.
A FANTASIA NAS MARAVILHAS DA CRIAÇÃO
Hoje viveremos o poder da imaginação
Onde o coração palpita a cada passo da ilusão
Pois neste mundo há portas
Que serão abertas pela força do coração.
E nesta estrada, quantas coisas vamos ver
Junto com Monteiro Lobato, a Cuca e o Pererê
Vamos numa corrente, vamos juntos torcer
Que o amor seja grande, e a vida um prazer.
E nos planetas como sonhos recheados
Que são sempre avermelhados
Um palhaço marciano vamos encontrar
E o Pão de Açúcar com ele saborear.
E na viajem, que beleza!
Os feiticeiros e a magia da natureza
Farão a nossa imaginação
Se refletir nas maravilhas da Criação.
Voltando nas asas da borboleta
Recordaremos com emoção e alegria
Que abrimos as portas de um planeta
E passeamos no mundo da fantasia.
3º Técnico.
Aquele que que patrocínia a criação dos filhos mas subestima a importância de sua presença, na velhice provavelmente terá patrocínio dos filhos num excelente asilo, mas aprenderá pela solidão que a presença e convivência é de fato o que mais importa.
"Hamilton Jr"
(criação)
até o que eu sentia
fui eu mesma que criei
é minha própria invenção
essa dor que sinto
no fundo da alma
do meu coração
Há entendimentos que só podem ser alcançados com a criação, a primeira vista pode ser superficial e, na verdade, não.
Ele é tudo
Do Altíssimo, da criação.
Aquele que tipifica.
Que justifica.
Princípio e eterno coração.
Do menor ao maior.
A humildade que fez elevação.
Misericordioso, poderoso amor.
Justiça, fé, da vida, que hoje vive, essa é a razão.
Jesus, luz, água, vida, o pão de toda nação.
É que meio a milenar constelação.
Sou fragmento insignificante.
Uma partícula fraca.
Um inquieto coração.
Tenho dado meus passos,
Procurado teus braços.
Sozinho, fui perdição.
Tua fé, que reina e impera.
És azeite e sal da Terra.
Gosto fértil, aroma de paz.
A natureza traz.
A graça, reina, impera, não há sangue, não há guerra.
Do próximo, como a ti, como a mim.
Que seja o teor de cada oração.
No lar, no altar, em cada coração.
Invoquemos, fé, nação, povo, gente.
Oh pai, reine, impere, alimente a fé em mim e em meu irmão.
Giovane Silva Santos
LADAINHA
Olhai por mim, inspiração querida
Criação do meu pendor, me escutai
Minha poética não sabe aonde vai
Nesta sensação de avidez perdida
Com alumiado bafejo me mostrai
O romantismo, a chance, o afeto
Minh’alma quer um verso secreto
O meu sensível horizonte, clareai
Este vazio no peito é um martírio
Perdão, se é agravo ou um delírio
Duma sede. Mas sou arrebatado
Arrancai-me a insatisfação furiosa
Que eu já conheço, dá-me prosa
Repleta de um amor apaixonado
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 janeiro, 2022, 15’23” – Araguari, MG
Uma coisa é a repetição da lógica opressora da segregação e a criação de guetos que não respeitam a diversidade.
Outra coisa é o radicalismo, por muitas vezes, necessários na luta por espaços e direitos iguais para população negra em nosso país, marcado por um racismo individual, institucional e estrutural.
O NARCISISMO DE DEUS
Desde as muitas teorias criadas para explicar a existência da criação do mundo e o homem na terra, uma em especial faz parte do imaginário da cultura de quase todos que foram atravessados pela cultura judaica-cristã, que é justamente o mito que deus criara o mundo em seis dias e no sétimo descansou.
Ora, se Deus criou o mundo em seis dias como diz nos escritos bíblicos, e se ele por si só é Deus, por que a necessidade de criar alguém que fosse sua imagem e semelhança? Pode-se pensar que a existência de Deus seria solitária, pois não se bastou existir.
Seria então Deus um ser Narcisista? Incomodado com sua solitária existência? Que criou um ser no espelho de sua face por ter se deparado com sua solidão projetada no solitário Adão? E Eva, veio em auxílio para tirar Adão do monótono paraíso e da solidão?
Se a psicanálise vai até onde há possibilidades de dúvidas, a religião começa a partir de uma crença, da ideia inquestionável de acreditar em algo maior que vem em socorro de nosso assombroso desamparo. No entanto, pensar a existência pelo víeis bíblico por si só nos faz em algum momento nos deparar com um Deus também desamparado. Que até as crenças humanas advêm do desamparo, pois o Deus cristão é a própria imagem de quem o criou, demandando um investimento narcísico de crer para existir. Pois não basta existir, precisa ser adorado por alguém que não existe sozinho.
Isso nos leva a raciocinar que o sujeito dentro de todas suas estratégias psíquicas está sempre em fuga daquilo que de fato é, um ser primordialmente só, desamparado e lançado ao mundo para viver a dialética do se encontrar em si e tentar se achar no outro.
Nascemos sozinhos e morreremos sozinhos, porém pensar sobre isso no campo do real é desolador, por isso buscamos viver e criar maneiras de nos relacionarmos socialmente.
Por outro lado, o ato de se relacionar com alguém deriva o sofrimento de deparar-se com o desejo do outro, e que esse desejo é impossível de controle. Eva sabia disso.
Então a angústia nos assola, pois ela sempre nos remete ao nosso próprio desamparo, ao nosso narcisismo.
O filósofo Arthur Schopenhauer, que por muito inspirou Freud, já usava o dilema do porco espinho para fazer menções às relações humanas, de como é sofredor para o sujeito se relacionar de qualquer maneira humana possível, até mesmo se pensarmos hoje em dia no surgimento das relações líquidas na modernidade, via redes sociais, quanto mais intimidade e aproximidade entre um sujeito e um grupo, mais espinhosa essa relação poderá se tornar. Radicalmente bloquea-se e silencia-se qualquer ameaça ao EU, fugindo daquilo que não é imagem e semelhança. No conto bíblico há um lugar próprio que é destinado aos hereges, aqueles que não se assemelham e devem ser castigados. Quem não me ama, não é digno do reino do meu céu, não é isso?
Essa ambivalência afetiva passa a nutrir as neuroses no mundo contemporâneo, pois o que se busca no outro, seria justamente o eco de sua própria voz.
Como disse Caetano Veloso, narciso acha feio o que não é espelho, pois paradoxalmente as identificações mesmo derivadas daquilo que possa ser diferente ao sujeito, ela serve para que o sujeito possa diariamente afirmar sua identidade de ser e sentir-se pertencente a algo, um grupo do qual é ele mesmo, que por ora, o faz perder contado com o outro ou mesmo em companhia de alguém, o sujeito buscar inconsciente manter-se sozinho dentro de sua bolha narcísica para preservar sua fantasiosa ideia que existir o basta.
Leivanio Rodrigues
Na fabulosa diversidade do Universo, na profusão de cores e formas da criação. É aqui que nós sentimos e vivenciamos a experiência terrestre. Vamos aproveitar com gratidão essa maravilha que é viver.
