Corpo
Dançando Negro
Quando eu danço
atabaques excitados,
o meu corpo se esvaindo
em desejos de espaço,
a minha pele negra
dominando o cosmo,
envolvendo o infinito, o som
criando outros êxtases...
Não sou festa para os teus olhos
de branco diante de um show!
Quando eu danço há infusão dos elementos,
sou razão.
O meu corpo não é objeto,
sou revolução.
As pessoas propensas a cólera muitas vezes culpa seu temperamento ao corpo e jogam assim a responsabilidade de seus atos para Deus o criador e isto é gerado por causa de seu orgulho que não o deixa assumir sua culpa.
O espírito quando é pacífico ainda que num corpo jovem e cheio de saúde e energia continuará pacífico, já um espírito violento mesmo que esteja num corpo doente e debilitado não será pacífico, apenas concentrará sua ira e achará outros meios de se expressar o que comprova que a ira vem de nosso espírito ainda imperfeito e não do corpo.
Nosso corpo não pode ser culpado por nossos acessos de ira e outros vícios, afinal todas as virtudes e defeitos são originados em nosso espírito.
Se na maioria das vezes não podemos modificar um corpo deformado, as vezes nem mesmo com a ajuda da ciência e medicina, por outro lado sempre podemos modificar nosso espírito se tivermos uma vontade forte, inclusive até os grandes vícios como a cólera.
Um corpo saudável e uma vida de qualidade, dependerá único e exclusivamente do que se armazena em dois reservatórios: o estômago e a cabeça.
Quando a cabeça não se liberta
Das frustrações, inibições
Toda essa força que te aperta
O corpo é que sofre
As privações, mutilações
Tudo na vida exige manutenção constante. A ideia de pagar para manter o ser ‘limpo para sempre’ não é apenas tosca: é sinal de uma imaturidade tal que colocará o ser diante de muitas decepções antes que possa se render à realidade da vida como ela de fato é. Se precisamos nos alimentar todos os dias para não deixar o corpo perecer, a alma também precisa de alimento constante para não se tornar enfermiça. E assim será por todos os dias de nossa existência.
Mãezinha, eu não estava lá para cobrir o seu corpo, e tenho apenas palavras – palavras de uma língua que você não entendia – para realizar aquilo que você me pediu. E estou sozinha com minhas pobres palavras e com minhas frases, na página do caderno, tecendo e retecendo a mortalha do seu corpo ausente.
Desnuda minh'alma se prostra perante os véus da materialidade
Fazendo tinir os mistérios do intangível que embriaga meu corpo.
