Cordel
Um alguém, quando ferido,
Também pode machucar.
Quem com fogo fere alguém,
Com chama vai chamuscar.
Se pisar no calo alheio,
Depois vem um arrodeio,
E é você quem vai penar.
Atmosfera de amor
Um ambiente de paz
É assim o nosso lar
Lembre disso, meu rapaz!
Toda casa é refúgio
Não pode ser um dilúvio,
Faça o que for capaz!
IRACEMA
Na terra de Pindorama
A índia segura o arco
Virada pro oceano
Ela baliza seu marco
Do Brasil foi fortaleza
E também a realeza
Antes de zarparem barcos
Tem gente que só critica
E não vê o lado bom
Só enxerga o defeito
E não crê no nosso dom
O meu forte é escrever
O seu você vai saber
Bastar seguir o seu tom
Na estrada dessa vida
É preciso observar
Quando se é um bebê
Só se faz engatinhar
Mas o tempo vai dizer
Que se aprende a correr
E depois a pedalar
Pedalando, vou vivendo
Nas trilhas desse caminho
Não sei onde ele vai dar
Com Deus nunca tô sozinho
Na montanha vejo o mundo
Tiro força lá do fundo
Pra não ter um desalinho
Cai a noite, continuo
Sempre posso pedalar
Vem o frio da madrugada
Então penso em parar
Ouço a voz bradando forte
Só encerro com a morte
Sigo enquanto respirar
Então sigo nessa trilha
Vou curando as feridas
O pedal é que nem vida
A chegada é a partida
Tudo vai se repetindo
Quando chego já vou indo
Não existe despedida
MARADONA
Nos gramados foi lendário
Ídolo do futebol.
Porém abusou do álcool
De drogas foi usuário.
No Boca, extraordinário!
Na Copa, os dribles seus
Entortavam europeus.
Hoje fecha-se a cortina
Ele deixa a Argentina
Pra jogar bola com Deus.
DICIONÁRIO DE PERNAMBUQUÊS I
Cara chato é “cabuloso”.
Muito bom é “arretado”.
O bobo é “abestalhado”.
Tá em gangue, “galeroso”.
Se não presta, é “seboso”.
Tava ausente é “fuleiro”,
o mesmo que “farrapeiro”.
Tá por fora é de “borestia”.
Irado, “tá com a moléstia”.
Mau pagador é “xexero”.
VELHO CHICO
É um rio que nasce em Minas,
vem da Serra da Canastra,
ao Atlântico se alastra,
leva água pras usinas
e pra casa das meninas,
corta o Nordeste inteiro,
mata a sede do vaqueiro.
Esse é o rio São Francisco,
chamado de Velho Chico,
é o Nilo brasileiro.
Samba-enredo com escolas
na avenida, desfilando.
Gafieira, vou sambando
ao som do mestre Cartola.
Com cavaco ou viola,
componho samba-canção,
ou de Ary, exaltação.
De breque, partido-alto,
no morro ou no asfalto,
canto samba com emoção.
É dezembro natalino,
mês pra ser mais generoso.
Seja nobre, valoroso,
ajude velho e menino.
Na igreja toca o sino,
pra quem tem sua devoção
em Jesus, adoração!
E quanto ao Papai Noel:
é seu pai, Seu Manoel,
com presente pro filhão.
Alagoas, que beleza,
o Caribe brasileiro!
Mar e sol, altos coqueiros,
onde toco a natureza,
onde só vejo riqueza.
Pra ti, faço esse repente,
e te digo, eloquente:
ó, Estado de Alagoas,
és lugar de coisas boas,
és terra de boa gente!
MARCO ZERO
Onde o mar encontra o céu
Onde o céu encontra o barco
Onde o barco encontra o rio
Onde o rio encontra o marco
De onde contam as distâncias
Às cidades, às estâncias
E Recife faz seu arco
Muitos falam de amor
Fazem juras e promessas
“Caso, viajo”… um ator
Logo se desinteressa
Quem ama tem mais ação
Não fica na enrolação
Sai fora, não entra nessa!
Solitude é saudável
Faz bem para o coração
Isolar-se, voluntário
Bom pra ter reflexão
Estar só por um momento
No traz enriquecimento
Não é nunca solidão.
RIO ADENTRO
Até breve, meu amor,
vou seguir o rio adentro,
buscar peixe pra pescar,
garantir nosso fomento.
Vou sem hora pra voltar,
só pensando em retornar,
para ter nosso momento.
Da garota mais linda eu tirei um sorriso!
E tudo dela é rir do que digo.
O semblante dela é meu preferido!
Da minha pesquisa é ela que eu sigo!
Mais fazer oq se ela não tem irmã!
Ela é a minha varoa, cristã!
Quando a vi pela primeira vez!
Eu falei é ela que eu quero talvez?
Ela apareceu do nada, mas Deus escolheu ela pra ser minha namorada.
Por trás de um belo sorriso, tem um cisco!
De lágrimas talvez?
Uma pessoa tão legal.
É com ela que eu me sinto especial!
Mensagem de bom dia, eu mando!
Todo santo dia, ao acordar.
Só sei de uma coisa, é com ela que eu quero me casar!
Certo dia imaginei
A vida num carrossel
Traduzi aquele sonho
Com um verso no papel
Fiz a rima com ternura
Rabisquei xilogravura
Fiz nascer o meu cordel
-Sou migrante, sou nordestina, e na minha pele marcas grossas e finas.
-Sou mulher, sou feminista, sou a força imperativa.
-Sou às vezes de aço e no meio do percurso eu me rasgo…
-Sou mestiça embora ninguém o diga pois tenho a epiderme branca e fina, por onde passo, causo às vezes furor e embaraço.
-Sou premiada por ter sobrevivido a um acidente nas articulações condilares, articulares. E o que eu não sabia era que tudo isso causa ainda imensa agonia.
-Que diria eu de meu povo nordestino, que não tem pão mas sobrevive sem fazer sermão.
-Sou escuridão que alumia na maior ventania.
-Sou o grito no silêncio sem as minhas crias.
-No meu abrigo eu me agito, sou causa e sou conflito.
Não acredito em destino
Penso que cada um faz o seu
Mas este encontro inusitado
Confesso: me surpreendeu
Eu havia bebido em excesso
Meu Deus, quanto retrocesso
Depois nada me rendeu
Estava eu de mudança
Cuidando de tudo sozinha
Precisava de internet
Aqui na minha casinha
Combinei um horário legal
Nove horas não estarei mal
Eu vou estar boazinha
Depois de tudo combinado
Vieram aqui trabalhar
Às nove horas em ponto
O porteiro ligou pra avisar
Estava em estado vegetativo
Meu corpo já tinha morrido
Sem forças nem pra levantar
Preciso abrir a porta
Pensei com zero energia
Fui lá atender o povo
Com nada de simpatia
Eu só queria dormir
Ou tomar algo pra reagir
E sair daquela agonia
O povo ficou sozinho
Pensei comigo: Oh lasqueira!
Estava deitada e ouvindo
Aquela conversa maneira
Queria ter sido solícita
Mas a desnutrição era explícita
Dormi a manhã inteira
Depois que tudo passou
Pensei em me redimir
Comentei o status dele
Mas logo me arrependi
Apaguei o comentário
Fui arrumar meu armário
Se precisar estou aqui
Respondeu ele do outro lado
Desculpa: mandei sem querer
Fiquei toda atordoada
Sem saber o que ia dizer
O papo foi logo fluindo
A ficha também foi caindo
Meu Deus! O que vou fazer?
Do nada ele sumiu
Parou de me responder
Fiquei foi logo com raiva
Espera que tu vai ver
Apaguei foi logo o contato
Igual a bicho do mato
Nunca mais você vai me ver
Mas a situação se transformou
E com ela voltei a conversar
Entre encontros e desencontros
Senti medo de me apaixonar
Mas depois me tranquilizei
E com outros olhos á avistei
Agora somos dois a sonhar
No sertão do Ceará, Aurora viu o sol nascer, E entre campos verdes, um mestre a florescer. Afonso Cesário, o nome a brilhar com louvor, Hoje completa 76 anos de sabedoria e amor.
Nas veredas do conhecimento, ele sempre trilhou, E aos jovens gerentes, seu saber entregou. Com maestria e paciência, ele os ensinou a liderar, Guiando-os pelo caminho do sucesso a trilhar.
Mestre Afonso, com sua voz empostada e serena, Fez a educação a sua grande arena. E nas salas de aula, sua luz a brilhar, Iluminou gerentes, fez o saber prosperar.
Comemoramos hoje, com alegria e fervor, Sete décadas e meia de um grande professor. Que a vida lhe sorria, que a saúde continue forte, E que continue a brilhar, como uma estrela do norte.
Parabéns, Afonso Cesário, mestre de grande estimativa, Neste dia especial, que sua jornada culmina. Que o tempo siga, com vitórias a tecer, E que cada aniversário seja motivo de renascer.
Nossos votos de felicidade, com toda gratidão, Pelo legado que deixou em cada coração. Que a vida lhe traga ainda mais inspiração, E que siga iluminando novas gerações, com dedicação!
Assim, comemoramos seu aniversário com fervor, Afonso Cesário de Sousa, mestre com tanto valor. Completando 76 anos, sua luz a resplandecer, No coração do Ceará, um mestre a florescer.
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