Contexto da Poesia Tecendo a Manha
VELHO VINHO
Afaste de mim, esse vinho, esse sangue
esse cálice cheio de demência...
Essa flecha gananciosa, essa brecha aberta
sem sol, esse falso blue, esses fanks gêmeos
... Essa terra vendida, a burrice do milênio!
Afaste de mim, esse véu vermelho de Venus.
Afaste de mim, esse lixo com lagrimas...
Essas lagrimas gagas, esse zoom da esperança
essa fé viciada, afaste de mim esse elo, essa
corda, esse olhar sem rumo, esse nó que nos incomoda...
O fogo sobre esse verde, a velha
poluição a falta d'água, essa sede, a pedra
cega... Desse duro coração.
Afaste de mim, esse vão troglodita, essa dita
editada, o sonho do sonho, essa emenda
assassina, essa sina esfarrapada! Afaste de
mim... O mundo que se diz mundo, no mundo
mudo dos rumos, mudando p'ros mundos
sem fundos, afaste de mim, esse time sem jogo,
esse rogo em desuso, esse fuso sem pena, essas
crenças homogêneas com a prensa que não pensa.
Afaste de mim, esse fim sem começo, o inicio
sem preço, esse meio sem pago, esse pago sem
endereço... Afaste de mim, tudo aquilo que eu
caduco esse trilho maluco essa dor que eu padeço.
Antonio Montes
JUVENTUDE
Um guarda-chuva no tempo... Goteiras
sobre o cume da cumeeira, pingos
d'água sobre os ventos... Enquanto
o pintor faz seu patinado em sua parede...
O menino patina pela chuva das tardes
dos seus dias, patina, escorrega sobre a
lama, uma vez ou outra, cai, cai abraçando
a poça d'água... Tudo é vida! A juventude
tem lá, seus meios de felicidades, e vive
os efeitos de suas saúdes e suas alegrias.
Mãe... Estou adentrando no meu casulo,
quem sabe se um dia eu possa quebrar
os cascos da minha armadura e voltar
a viver aquilo que não vejo, sob a
lamina fria do meu espelho.
Antonio Montes
Aquela esquina
(Victor Bhering Drummond)
Dobrei aquela esquina
Deixando pra trás todos aqueles
Que não souberam fazer poesias
Que não entenderam o que é sorrir pra simplicidade
Encontrei telas em branco esperando retratos de uma nova vida,
De novos sonhos,
De quimeras que deixem as ruelas,
E as ruas de meus livros mais calmas
E repletas de flores e lindas melodias.
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RESSUSCITO
Alua, caiu n'água...
Caiu n'água, abraçou seu corpo
e refletiu a silueta da sua aventura,
para minha trepida vontade...
E eu... Eu fiquei tenso, ao ver, a lua e a água
envolvendo os tic's tac's da minha felicidade.
Diante do fulgor da sua chama
fiquei sem fala, pasmei...
Rodopiei sob a minha centelha,
e nos relâmpagos do meu tremor...
O meu corpo em tempestade, trovejou,
e o meu sangue ferveu,
enquanto meu eco de voz gogo...
Gaguejou sob os timbres da volúpia
envolvendo ali, você e eu.
Encantado me queimei,
emaranhado nos laços dos meus sonhos...
Vaguei pelos trancos do seu labirinto
foi quando, acordei sob o escuro da minha noite...
Ressuscitando as palavras, do meu pensamento
e a, desenvoltura d'aquele sentimento escrito.
Antonio Montes
Há um defeito em sua foto
Que não consegui corrigir
Um defeito que nem a mais competente das maquiadoras conseguirá corrigir
Tá na pele descoberta
No seu rosto tão incerto
Certo de que estou certo
Eu não irei desistir
Tem um defeito perfeito
Uma vírgula mal posta
Que espera uma resposta
Uma resposta de ti
Talvez uma curva
Totalmente sinuosa
Sozinha porém formosa
O momento poderá suprimir
Há uma voz na garganta
Que cada vez agiganta
Toda a esperança que eu tenho por ti
Falta alguma coisa
Que só você poderá
De certo mudar
E desencantar
Há um desenho preciso
Que com seu sorriso
Nos dias que terás juízo
Irá desenhar
Suas mãos preciosas
Seu abraço fértil
Seu peito ardendo
Seu coração batendo
Tudo isso torcendo
Para ao seu lado
Eu existir
Valter lino
NO ASFALTO
Morre no asfalto...
Anta, lobo e gato
onça, bode e sapo
galinha, galo e galo.
Morre...
O cachorro e o dono do pato
a mala o cadeado o saco
morre, jegue, cavalo e gado
jacaré cobra e cagado...
Gente boa e os safados.
Morre no asfalto...
Alegria, dia e noite
sedo meio dia e tarde
tino, sino e badalo.
Morre...
A felicidade, verdade e gabo
montante de hoje e ontem
noite horizonte e fado,
a ponte para o futuro...
A flecha atirada ao monte.
Morre no asfalto...
Combustível, fumaça, embalo
lembrança distancia malho...
Todo tipo de aero tipo
toda grife, todo ralo.
Morre no asfalto...
Toda cor e todos embalos
ritmos, som e seus estalos
todo peso e todo fardo,
as sentenças com seus mandos...
E os encargos com seus horários.
Morre no asfalto,
todas as falas
e todos tiks dos gagos...
Silencio e afretamento
sonho de fé e plano,
e os segredos de fulano.
Morre no asfalto...
O homem a mulher o prado,
e o ritmo do velho diabo.
Antonio Montes
PEDRAS DO MUNDO
Tantas pedras nesse mundo...
Assim, velho insano, fundo
que nem sei, qual pedra minha
que um dia me apedrejou...
O que sei, é que nasci
do outro lado do mundo
d'onde nasceu o senhor.
Quando criança fui rei
vagabundo e tempestade
hoje sigo esse endereço
onde na esperança padeço
e adormeço na saudade.
Tantas pedras nesse mundo...
Sobrou para mim pedregulhos
trincados pelos entulhos,
que o mundo, proporcionou...
Ando atrás da verdadeira
aquela pedra da pirambeira!
Que um dia rolou por amor.
A minha pedra é de barro,
assim como foi Adão
deixado no jardim do éden
para cumprir a paixão...
Mas seu amor serpenteou
e ainda deitou-o pelo chão...
A pedra atirada ao vento,
nunca foi a protetora
como a pedra das oliveiras
ou as pedras da manjedoura...
Pirâmides, castelos e totens
os bustos da ilha de páscoa
e os monumento de Stonehenge.
Tantas pedra por ai,
no caminho do poeta
eu só quero a minha pedra
que seja dura... Mas seja a certa.
Antonio Montes
Passos e passeios
(Victor Bhering Drummond)
Quando a caminhada é feita sob a sombra
Ou sob a luz do luar;
Quando ao invés de contar os passos
Você admira os edifícios, suas formas,
Suas histórias;
Quando ao invés de reclamar do calor
Você contempla o azul do céu,
O revoar dos pássaros.
E se ao invés de medir as distâncias,
Você aprende o valor de uma praça civilizadamente compartilhada com os
Transeuntes, os turistas, moradores e seus sonhos,
A jornada fica muito mais leve, divertida e poética.
Principalmente se foi feito o convite para alguém que aprendeu a enxergar a vida do mesmo modo que seus versos.
(Sob intenso verão de Buenos Aires, 2017/2018)
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Uma amplidão de anil
Contemplo seu corpo celestial
Contorno com meus dedos cada risca
Cada linha e traço de sua colossal formosura
Como há de a ver algo tão belo?
Oh..meu céu cheio de graça
Me dê nem que seja um pouco dessa sua beleza
Resplandece sua imponência
Recebo no meu olhar seu infinito anil
Reconheço ao te contemplar minha insignificância
Rogo-lhe
Oh..meu céu cheio de graça
Me dê nem que seja um pouco dessa sua grandeza
Obrigado, Senhor...!!!
(Nilo Ribeiro)
Obrigado, Senhor...!!!
pela natureza tão bela,
a mesma que vejo pela janela
de encantamento tão fascinante
que me faz anão diante do gigante
Obrigado, Senhor...!!!
por tantas obras de arte
que admiramos por toda parte,
o crepúsculo do entardecer,
a alvorada no amanhecer
Obrigado, Senhor...!!!
pela luz solar,
pelo romântico luar,
pela terra e sua história,
pelo universo e sua glória
Obrigado, Senhor...!!!
pelo mistério da concepção,
pelo fenômeno da reprodução,
pela alegria de um nascimento,
pela vida em movimento
Obrigado, Senhor...!!!
pela existência dos pais,
pela Obra de amor,
pelos anjos da paz
Obrigado, Senhor...!!!
pela bênção que manifesta,
pela bênção de todo dia,
pela bênção ao poeta,
pela bênção à poesia...
Estive pensando,
Como seria o mundo,
Da forma que imaginamos,
E sempre desejamos.
Sonhos possíveis,
Sonhos realizados.
Tudo em tua perfeição,
Sem essa de traição,
O que seria ilusão?
Nada seria em vão.
Seriam histórias contadas,
Histórias sem fim!
Seriam amores correspondidos,
Sem sonhos interrompidos.
Bom seria o sol raiar,
Com o galo a cantar,
Sem nos preocupar,
Em sair para trabalhar.
Uma realidade tão diferente,
Na qual nos encontramos hoje,
Dia bons dias contentes,
Bons momentos para toda gente.
Ah triste realidade que o mundo é hoje,
Tudo está fora de controle,
É tristeza pra tudo que é lado,
São esperanças jogadas pelo ralo.
Janelas e portas trancadas,
Cadeados e grades estampando,
O medo que é viver neste mundo,
Com tudo nele desabando.
Triste realidade,
Triste ser humano,
Viver desta forma,
Viver de engano.
Onde o diamante é o que fascina,
O ouro vale mais que o coração,
Onde se encontra a platina,
Não se encontra a paixão.
Vida Barroca
(Victor Bhering Drummond)
Lá dentro da igreja deixei meus agradecimentos, mantras, conexão com o divino e orações.
Aqui fora, deixei meus pecados, meus desejos, o corpo, o suor, a pele.
Não sou apenas um ou outro. Sou o misto dos dois mundos. O santo e o profano. O claro e o escuro. A leveza e a dor.
E nestes contrastes me entrego à alegria e prazeres de ser quem eu sou.
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DELINQÜÊNCIA
O jornal, anunciou...
A bala se perdeu, mais um descaso
em primeira vista. Caiu um santo lendo,
noticias de horror.
Estava sentado no banco da praça
e o destino lhe perfurou.
A vida esvaiu-se em sangue
findou mais um distinto doutor.
Mais um filho se transformará em numero
de estatística.
Um menino pedinte na rua
sem pai, sem estudar...
A mãe, perdeu a senha da escola
e esse menino será forte candidato,
a delinqüência.
Novas balas voarão sem rumo.
Cadê o futuro do mundo?
Mundo, vasto mundo... Que mundo?!
Antonio Montes
ULTIMA TOMADA
Adeus amor...
Mesmo contra o meu querer,
estou tirando tudo o que é meu da tomada.
do guarda-roupas e da cômoda...
Peguei também, a nossa carta guardada.
Não deixo nada alem de ti!
Não levo nada além de você.... Nem mesmo
o sorriso, que sempre sorriu feliz.
Vou sozinho, vou contigo alem de mim,
e só por não te ter na minha vida...
Vou chorando, com minha alma ferida.
Aos trote sobre a cela desse coração
estou caindo, caindo, na poça da saudade
lambuzando na lama d'essa paixão.
Sinto que, agulha desse amor
tatuou seu nome, sob o peito meu...
Esse adeus esta sangrando! Não sei, não sei
... Não sei se um dia, eu consiga viver
sem os tenros carinhos seus.
Antonio Montes
Eu poeta
O poeta é assim, escreve o que sente
Seu coração manda e seus pensamentos obedecem
Nada precisa ser preciso, apenas deve ser sentido
Eu penso o que tento pensar
Mas escrevo o que me não me mandam escrever
Enquanto uns justificam de um modo
Eu procuro no contrário uma resposta mais simples
O prazer em contrariar o absoluto é a minha mais singela poesia
Se disserem que o amor é simples e clichê
Eu direi logo que ele é robusto e pomposo
Se disserem que a vida é difícil
Eu encontrarei um modo de dizer que ela é fácil quando soubermos enxergar.
O poeta é assim: pensa, escreve, muda
Procura respostas e responde perguntas alheias
Questiona o obvio, para explicar o mais complexo.
AVE...
(Nilo Ribeiro)
Com seu voo imaculado
venha em nossa alma pousar
nos livre de todo pecado,
do perdão venha nos aproximar
Ave, Seu planar é puro,
Sua essência é cristalina,
nos livre da treva, do escuro,
nos ilumine com a luz divina
Ave, de poder imensurável,
repouse em meu coração,
minha mãe adorável,
me guie para a boa ação
Ave, de espírito maternal,
prometo qualquer sacrifício,
seu amor incondicional
é meu maior benefício
Ave, de olhar consternador,
guia do Nosso Senhor,
nos livre de tanta dor
e nos direcione para o amor
Ave, que é minha alegria,
Ave, que ilumina meu dia
é para você essa poesia,
nos abençoe, Ave, Maria...
“Ave Mãe Bendita,
de bondade infinita”...
" A ansiedade se desfaz
há logo ali um sorriso
o mar está calmo
as ondas beijam nossos pés
noite menina,entrega-se ao luar
a vida por um beijo
entrelaçar de mãos
jogo ao vento uma declaração de amor
sou um pedaço que tenta seduzir
madrugada, amor na areia
sereia
não sei descrever
mas sei que em mim, brota algo maior
até onde iremos
faremos o impossível acontecer...
Doce Menina
Doce menina, alguém doce e tímida.
Com o olhar que intimida.
Sozinha no canto.
Com olhar atento
E jeito encantador
Que me fascinou.
Que tanto impregnou.
Sob olhares atentos.
Que gira como a rosa dos ventos.
Doce menina, não chore mais.
Pois agora está em paz.
De agora em diante procure seu melhor. Estou contigo e sempre estarei.
Para dar amor e sinceridade
Até a prosperidade.
Do meu ser, seria?
Ricardo Lima Brito
04/10/2015
GPS LIGADO
Já liguei o GPS
Peguei a minha Titan
Estou louco de saudade
Tô indo te encontrar amanhã
Nos caminhos dessa vida
Você é a minha paz merecida
Na estrada correndo a mais de mil
Tem uma mulher me esperando ela me seduziu
GPS ligado e você do lado
Não tem nada melhor
Olhar envolvente corpo de violão
Tô na ânsia de beijar
Seus lábios É meu paradeiro
minha paixão.
Poeta Antonio Luis
ÁGUA DO RIO
Sei que um dia você vai lembrar
E vai dizer que foi feliz ao lado
Nesse dia vou estar longe
Hoje me escondo
Do amor que sinto por te
Mais sei que vai passar
Como a água do rio
Que não para se mover
Pra lá e cá
Estou eu querendo te deixar.
Foi amor hoje é só dúvida
Vou embora quero parar de brigar.
Se não me ama fique calada.
Poeta Antonio Luis
💡 Mudanças reais começam com uma boa ideia — repetida com consistência.
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