Colegas Pedem Emprestado
Antes de morrer quero saber qual é o meu apelido no trabalho. Todo mundo tem um apelido secreto no trabalho.
Colégio do latim COLLEGIUM, é uma “associação, comunidade ou sociedade”, de COLLEGA, companheiro de jornada”, formado por COM, “junto”, mais a raiz de LEGERE, “escolher”. No colégio podemos encontrar companheiros para construir o conhecimento que levaremos por toda nossa vida!
..."Mesmo que residam em outros países, enquanto os meus amigos morarem no meu coração, a maior distancia entre nós sera a da minha cabeça para o meu peito." ... Ricardo Fischer
..."Quem perde um amigo, perde uma parte de si mesmo e é por isso que amigos são inesquecíveis e eternos."... Ricardo Fischer
"Às vezes, não é o gesto em si..."
Às vezes, não é o gesto em si que fere.
É o que ele carrega nas entrelinhas:
Quem foi lembrado, quem foi ignorado.
Quem recebeu o cuidado, quem recebeu o silêncio.
Às vezes, não é sobre o objeto, a ação, o momento.
É sobre o olhar que passa direto.
A gentileza que escolhe destino.
O respeito que vira privilégio para poucos.
Em ambientes coletivos, o que nos une ou nos separa nem sempre são os grandes conflitos
mas as pequenas escolhas diárias que revelam quem enxergamos e quem invisibilizamos.
Que a gente tenha a coragem de ser gente que inclui, que reconhece, que considera.
Porque o que se constrói com respeito, permanece.
E o que se constrói com descaso, desmorona por dentro e por fora.
Quando o tempo não tinha mais tempo, quando a esperança já estava sepultada, quando minha mente estava há muito deteriorada, quando eu não mais precisava, vocês roubaram palavras da parte de suas línguas que se salvava, a parte em que nunca antes haviam tocado, roubaram palavras e as despejaram frente aos meus olhos, esperando que me ajoelhasse em sinal de gratidão. Mas vocês nunca estiveram lá por mim, nunca quiseram me ouvir dizer que pra mim bastava.
Era quando meu corpo entrava em colapso e meus olhos se afogavam, quando meus pulmões se tornavam pequenos demais, quando meu coração ultrapassava a velocidade de um guepardo, era nestas catástrofes internas que eu ainda podia ver a luz. Mas a vocês só interessava o riso advindo do choro, a piada pontual a não ser perdida; comentários em série encontraram ali sua chance de glória, e bastou, em desespero, expor minha carne ao mundo que o coro ao redor se colocou a gargalhar e reduzir à própria miséria a garota da pele rachada.
Lembranças se esparramaram em minhas veias e minha mente foi transportada aos sofridos dias de um ano passado e com toda a proteção armada, com todo o peito fechado eu digo, digo que doeu.
Nada se fez, nada se faz. A saúde de um aluno só interessa aos bolsos cheios ao final do mês. De nada adiantou tentar se importar com toda aquela história de hospital, a ligação só chegou quando eu já saia de lá.
É apenas o mundo cão a mostrar que até para sofrer é imprescindível chorar. Suas palavras quando ditas não valiam nada; naquele momento eu já não mais precisava escutá-las, pois elas somente eram necessárias quando suas salivas eram desperdiçadas dizendo que era Gillete quem me patrocinava.
Eu pensava que tinha muitos amigos, mas foi no momento de necessidade que descobri que o que eu mais tinha era colegas.
As situações e circunstâncias da vida, naturalmente, nos levam a criar um funil com a função de estabelecer limites de convivência. Por isso,
Conhecidos, temos muitos.
Colegas, alguns.
Amigos, contamos nos dedos.
Essa é a norma da vida.
Parece que nunca nos falamos,
Mas ela já fez parte do meu dia,
Trocou a oportunidade de conhecer,
Por pensar que já me conhecia.
