Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠Sim, faço muitas coisa por obrigação

Aham... sinto-me no dever... e por isso saio por aí dizendo sim, sim, sim... mil vezes... quando queria dizer NÃO!

Faço muita, mas muita coisa apenas por obrigação... que normalmente vem dentro de um saco de cor escura, vem rodeado de autoprivação, totalmente cheio de sacrifícios em causa própria.

Mobilizo meus esforços, minha energia... uso meu precioso tempo. Tudo por obrigação.

Aaaa mas você pode deixar de fazer se quiser. Não, não é tão simples assim. Minha dificuldade de dizer não vem da idade da pedra. Não há estudos que dizem que lá atrás nossos ancestrais se deram conta de que colaborar uns com os outros facilitaria a sobrevivência? Recebi isso por herança, acredito.

Está tão arraigado em mim essa força de sempre dizer sim... se já me questionei por que motivo tenho dificuldades em dizer não que não seja a herança recebida do meus tatatatatatatatatatravos....?

Claro... pode haver muitas outras razões. Mas, não... não vou listá-las aqui.
Me ensinaram que dizer não se aprende. Devemos desconstruir a imagem de bondade e servidão que foi criada a nosso respeito - por nós mesmos e pelos outros.

Vale lembrar que toda desconstrução causa desconforto no início. Vamos nos sentir estranhos por estarmos agindo diferente do modo como sempre agimos: sim, sim. sim... amém, amém, amém. Por exemplo, estou com os dedos formigando para listar aqui as outras razões de ter dificuldade em dizer NÃO... estou me sentindo estranha por esse meu novo comportamento. Mas, convenhamos, pra você não faz a mínima diferença, né não?

Isso prova que o NÃO afeta mais a mim do que a qualquer outro ;)

Aprendi também que nada como o tempo pra nos acostumarmos com a nova persona. a que diz NÃO... e sabe que isso fará bem a sim mesma... e quiçá aos outros também...

Maybe Yes Maybe No

⁠Meu descansar

Deitada na rede... sonolenta.
Ouço o cantar dos pássaros.
O vento passa suave.
Balança as folhas das árvores.

Nuvens escuras no horizonte.
Certamente irá chover.
A água pelos telhados irá escorrer.
E eu... eu vou me deixar ficar.

Vou esperar as escuras nuvens aqui chegar.
Quero ouvir o barulho da chuva no telhado... lavado.
Quero ver a água em poças se formar.
Quero ver lentamente o dia passar... a noite chegar.
Sem corre-corre.
Sem agonia.

Só quero viver intensamente o dia.
Apagar os inúmeros graus de cinza...
Que somente eu em dias de sol via.

⁠Rotina

Põe-se o sol ao cair da tarde.
Surgem as estrelas no céu...
Vem a chuva depois da chegada de grossas nuvens...
Caem as folhas dos plátanos...
O dia segue a noite.
A noite se encerra com o amanhecer.
Sempre tudo igual...
Vem a primavera depois do intenso inverno.
Antes de montar algo se lê o Manual.
Flores se abrem.
Frutos amadurecem.
Sol que tudo aquece.
Coisas de rotina.
E, às vezes, você nem atina.

⁠Eu... por mim

Eu comigo.
Eu em mim mesma um abrigo.
Eu, meu caminho, desde que nele estou sigo.
Quantos passos?
Quantas lágrimas?
Quantos sorrisos?
Quantos abraços?
Quantas chegadas?
Quantas partidas?
Quantas esperanças pela água salgada do mar engolidas?
Quanta vida!
Sou como a lua... tenho fases.
Sou como o vento – brisa suave, ventania...
Arranco raízes de tudo em um só dia.
Invento – me reinvento.
Vivo com plenitude cada momento.
O passado? Lá atrás ficou.
O futuro? É pra lá que vou...
Vida, presente... aqui estou.
Estou... e estou inteira... em pedaços...
Quebrada. Restaurada.
Estou... ainda me formando.
As peças do meu quebra-cabeças montando...
Eu em mim mesma me encaixando.
Quiçá um dia direi:
Agora sou...
sou tudo o que em mim minha vida juntou.

⁠Nunca igual

Nuvens sombrias pairavam sobre as colinas.
Sentia-se no ar o cheiro que antecede os temporais.
Na enseada um pensamento flutua ao acaso.
As ondas batem forte no costão.
Uma sombra insistia em cobrir o tempo.
Lápis-carvão esfumando o fim do dia.
Uma noite que chega com a força de um tufão...
Sinto o peso do abismo.
Meu olhar direciona-se para o ponto-final.
Morre outro dia.
Como todo dia acontece.
Mas nunca igual.

⁠Essa saudade, que dor...
Que dias sem expectativas.
Foi-se seu tempo.
Esvaiu-se no ar como o perfume da flor.
E a vida continua normalmente a bailar.
Como se a morte não tenha acabado de te levar.
Triste.
Sigo.
Ou não...
Sei lá.
Acho que de agora em frente estarei sempre na contramão.
Uma incerteza audaz e intempestiva...
Por que insiste em me manter viva?
Já respirou minha alma a magia...
Já bateu meu coração de alegria.
Já brilharam meus olhos ao te ver...
Hoje me dedico a tentar te esquecer.
Um céu de outono que não se acaba mais.
Um medo do agora... e do que virá depois.
Dor na alma...
O ir e vir tão imperfeito.
Quem escreveu que as vidas deveriam ser desse jeito?

⁠Te foste

Ah! As cicatrizes...
Os meus olhos de silêncio.
Sempre que me cortavas...
Palavras duras.
Palavras silenciadas.
Lembro-me do quanto odiava os dias assim.
Mas não conseguia me desvencilhar.
Estava amarrada.
Presa.
Colada.
Sangrava a pele.
E um algodão-doce me adoçava.
Hoje já não sinto tua falta.
Nem do algodão-doce.
Te foste, graças a Deus, de mim te foste.

⁠Sonhar? Tomo tanto cuidado...

E quando amanhece assim tão devagar?
Sol claro... mas sem brilho.
Um murmurinho de saudade
paira por sobre a cidade.

Os telhados acordam um a um.
Cada amanhecer é assim que acontece.

E depois...
Depois anoitece.

Um dia a dia (a)normal.
Sem brilho.
Sem calor.
Sem amor.

Um dia a dia de sonhos controlados.
O medo de sonhar errado.

⁠Sem cores

Grossas gotas de chuva batem na janela.
A terra está encharcada.
As raízes apodrecem.
As águas dos rios crescem.
E com força extrema vão carregando tudo o que veem pela frente.
Sem dó.

Mundo dolorido.
Mundo sofrido.
Um mundo quase em agonia...
Chove o dia todo... todo dia.

Ouço falar de tristeza.
Ouço falar que se foi junto com as águas toda a beleza.

Queria ouvir falar de flores...

Mas...

O que mais ouço é falar de dores...
De um mundo sombrio, sem cores.

⁠Minha vida

Paredes brancas.
Muros desbotados.
Céu nublado.
Sol apagado.
Há um aconchego pairando no ar.
Está tão fácil respirar...
Ando pelas ruas vazias.
A chuva que passou tudo lavou...
Tudo levou.
Entrelinhas da vida.
Em poucas palavras resumida.
Há risos
Melhor sinfonia da vida.
A tristeza que vigorou ontem foi apagada... esquecida.
Ressignificada hoje a minha vida.

⁠Tenha fé

Está presa.
Pés grudados no chão.
Qualquer luta é lutar em vão.
Num beco sem saída...
A vida deixou de ser colorida.

Chuva forte se aproxima.
Uma porta empenada range.
Os retratos nas paredes olham pra ela com um olhar indiferente.
Um dia foram gente.
Hoje não passam de um pedaço de papel a amarelar no tempo.

O tempo passa.
O relógio tiquetaqueia na sala de jantar.

A toalha ainda segura aquela mancha de café...
Parece estar a dizer: tenha fé... tenha fé... tenha fé.

⁠Não quero fardos

Não quero fardos.
Joguei fora os dardos.
Não faço planos.
Não miro o futuro.
Já sei... o futuro é apenas um tiro no escuro.
Não controlo nada.
Se tento me desestabilizo.
Sinto-me que no gelo deslizo.
E caio.
Um raio.
Forjar-me? Jamais.
Seria como um furo em uma poça d´água.
Seria como controlar um rio... que nas águas do mar deságua.

⁠Desenlace de amor

Tempos turbulentos.
A vida vivida de momento em momento.
Tristeza ao nascer do sol até ele se pôr.
Um dia inteiro passado sem um pingo e cor.

Isolamento total.
Medo mortal.
Bombas que caem.
Pássaros que dos ninhos já não mais saem.

Pessoas que pela linha da vida se equilibram.
Respiram um ar poluído.

Terra que esmorece.
Lentamente adoece.

Sigo.
Trilhas difusas...

Coração partido.
Mente confusa.

⁠Emoções à tona

Tecelão literário...
Entrelaça palavras.
Diz tudo sem dizer nada.
Usa meias-palavras pra tudo dizer.
Esconde-se atrás das brumas.
Revela o irrevelável.
Mostra a crueldade do mundo com palavras amáveis.
Palavras amenas não canta o amor apenas.
Elabora sem medos do submundo os segredos...
Compõe os fios da vida.
Tece esperança.
Emociona.
Vive de trazer emoções à tona.

⁠Recomeçou em outra direção

Tirou sua máscara.
Mas tirou-a tão lentamente que ela demorou tanto a perceber o que ele realmente era.
Um coração partido.
Uma vida sem sentido.
Um nada perdido num emaranhados de nadas...
De uma vida tão desesperada.

E ele conseguiu enganá-la.
Ela foi sendo enredeada como uma aranha enredeia sua presa.
Foi sendo sufocada.
Va-ga-ro-sa-men-te...

Tão vagarosamente que nem sentia mais a falta de ar.
Nem sentia mais as dores das amarras.
Nem sentia mais que ele a estava a matar prazerosamente.

Mas...

Nenhum personagem se sustenta por tempo demais.
E, em tempo, ela conseguiu perceber o que estava ele a fazer...

E tomou, então, a decisão.
Sim, cortou-lhe o coração.

⁠Nada há que me aqueça

Gotas de chuva vêm me molhar.
É o céu a chorar.
Pequeninas lágrimas a escorrer.
Um mundo inteiro quer ver florescer.

O céu.
Azul.
Imenso.
A me cobrir.
Um amor intenso me faz sentir.

Eu e meus pensamentos, apenas.
Na solidão das horas...
No silêncio da solidão.

O sol não aparece.
Nada há que me aquece.
O céu.
A chuva... gotinhas pelo meu corpo a escorrer.
Minha garganta queima e quer gritar.

O vento começa a uivar.
Sinto-me pouco a pouco nos meus pensamentos a me afogar.

Triste fim⁠

Um dia vou jogar no mar minha vida.
É o mar minha única saída...

Tentei viver uma vida normal...
Mas estou tão imersa em minha dor
Que mato todo sinal de amor...
que de mim se aproxima.

Triste mesmo esta minha sina.
Tenho meus segredos.
Tenho meus planos.

Tento viver meu lado mais humano...
mas meus atos são sempre tão desumanos.

Hoje não está nada bem.
Trovões e solidão povoam meu coração.

Um dia eu mato essa dor.
quem não me conhece, talvez vá chorar...
vai pensar: 'por que será que ninguém fez nada pra ajudar?'

É... ninguém fez...

ou... fez sim...

quem podia ajudar me empurrou ainda mais para esse triste fim.

E fim!

⁠Importante manter o emocional equilibrado
Ganhar ou perder faz parte da vida.
Não podemos perder a coragem e deixar
Áspero o nosso caminho com receio de tudo.
Viva intensamente sem preguiça, ame-se!
Informações sobre pavor, medo e temor
A mente receberá e distribuirá ao corpo.

Desesperançada

⁠Hoje é fácil, para ti, apontar o dedo.
Mostrar ao mundo todo o que em mim é puro segredo.

Minh´alma chora.
Em nada mais encontra paz... em nada mais tem alegria.

Sou escravo de mim mesmo.
Mandado para degredo.
Aqui estou eu preso em grilhões.

Ninguém é culpado se o mundo
me tirou a esperança

Se as pérolas espalhadas por aí já não me traduzem mais emoções.

Um barco num mar revolto⁠

Tempestades.... do latim tempestate, 'tormenta, agitação'.... tormenta, também do latim, tormentum 'máquina de guerra usada para arremessar pedras ou um instrumento de tortura'.

Tempestades.... na vida de qualquer um, em qualquer idade. Elas vêm com força de um furacão... que veio do espanhol huracán, derivado de uma palavra do Taino (indígenas das ilhas do Caribe), hurakán, o nome dado a esse fenômeno da natureza na região.

Tempestade sentadinha do lado de um tufão, do grego Typhon, um mitológico gigante de vento, provavelmente derivado de typhein, 'fumegar'.

Mas há outras interpretações possíveis - você já percebeu que cada um, para certas coisas, interpreta como quer... como convém? - como o cantonês tai-fung, 'grande vento'.... um vento catastrófico do Oceano Pacífico.

Pesado isso de tempestades, tormentas, furacões e tufões.... tudo junto, separado ou misturado só tem uma explicação - desconexão.

Sim desconexão com.... ??? Ah, aposto que você pensou que eu iria facilitar heheh.... mas não vou não.

Pense! Pense.... pensar não faz mal a ninguém rsrs

Então pense: do que.... ou de quem você está desconectado, neste mundo virado, atrapalhado, desestabilizado? Haha... já descobriu? Então agora cubra... brincadeirinha... quero dizer: conecte-se e pronto.... tempestades, tormentas, furacões, tufões e o diabo a quatro... só até certo ponto (não, não, você não vai se livrar totalmente deles, não aqui nesse balaio de gatos chamado Terra).

Mas vai entender... e quando a gente entende tudo fica mais fácil.... e dá pra dormir serenamente um sono sereno, sereno.... num barco num mar revolto - é só uma dica, pra você que não descobriu sozinho sobre de quem estou falando ;)