Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠Aiaiaiai quebrou a cara outra vez? Não saiu tudinho como planejado? O que era pra ser tudo certinho acabou dando errado? Estava na passarela... toda bel@... quebrou o salto, tropeçou, resvalou, no chão se estrebuchou? Papéis ao vento... que tormento.... e olha que você se esforçou, tudo organizou - começo, meio e fim - pois você sabe que tem de ser assim.

Palavras ensaiadas... mesa arrumada... tudo tão perfeito... pra dar em nada.
Aquele sujeito - mal amado, diga-se de passagem - sempre pra baixo a lhe botar, seus defeitos a escancarar, sua vida a atrapalhar... tirando sarro... mostrando-se superior... todo convencido de que é o melhor, de que é perfeito - mal sabe o babaca que é o sujeito (mas você não precisa dizer isso pra ele não, por favor... lembre-se 'gentileza gera gentileza'... quem sabe o elemento aprenda e se arrependa!?).

Eita vida descontrolada... olha pra mim, pisca e olho e dá uma tremenda gargalhada...
Sucesso... aplausos... assobios... bis, e bis, e bis... era tudo o que você queria... não conseguiu por um triz... um trizinho ou um trizão... que decepção!!

Agora é chorar com o mais amargo amargor... se afundar e se afogar na própria dor. Ou morrer de vergonha, enfiar a cara numa fronha... eu sei que é no travesseiro... só quis rimar ;)

Que sofrimento que nada! Aproveite e aprenda com a vida... ela gargalhou... você acompanhou!

Ria, ria muito - não dos outros, por favor. Sorria! A energia de um sorriso pode por riso no mais duro coração... mas não um sorriso ardiloso... sim um sorriso que saia do fundo de seu coração.

Ria de si mesmo... não se leve tão a sério... não leve a vida tão a sério, brother. Ela gosta de brincar? Que tal acompanhar?

Uma coisa eu garanto: mais feliz é você mesmo quem vai ficar...

⁠Pensamentos coletivos... massa abstrata humana a nos comandar: faça assim, não faça assado... porque todo mundo faz assim - é o argumento sem fundamento - e fim!

Uma simples gelatina incolor, sem cheiro, sem sabor... uma (sub)objetividade fantasmagórica... um atrofiamento da individualidade... uma indefinição... um tomar partido pelo que não faz nenhum sentido... uma reprodução sem reflexão... o pacote inteiro... um pensamento acrítico, descrítico, incrítico... equilíbrio total do coletivo em detrimento do individual.

Quem!? Eu ser do contra? Eu ser o talvez? Não, nunca... never... jamais.

Comigo é sempre sim, sim... não, não... não ando na contramão. Sim... se posso sequer imaginar que você vai odiar meu não. Não... se o não é a sua opinião.

Marasmo total... todo mundo igual. Frases copiadas prontas... tiradas do bolso... amassadinhas...não minhas... de todo o mundo... do mundo todo.
Num mundo de reprodutores, faltam elementos disjuntores... rompedores... reflexores - não no sentido de refletir como um espelho, of course.

Concorda? Discorda? Nunca na corda bamba? Talvez? Ou quem sabe?

Da mentira

⁠E na vida a gente vai cruzando com pessoas de todo tipo. Pra mim, os piores encontros são os que se dão com pessoas mentirosas.

Já li que existem situações em que os mentirosos podem ser considerados como doentes. Eu não entendo... mentira sem ser doença.... mentira como doença... não alcanço isso.

Tudo bem que cada um vê as coisas com seus próprios olhos, sente com o seu próprio sentimento... tá bom - enquanto escrevo aqui - fico pensando: tá certo, mentira como doença claro que pode... é um defeito no olho, nos sentimentos, no coração, na mente. E defeito é doença.

Doença... a gente pode ter nascido com uma... ou pode adquirir na vida... mas seja lá como for sempre há um remédio. Pode até não curar totalmente, mas ajuda.

O que quero dizer - e não foi com esta intenção que comecei a digitar este texto... mas agora ta aí - é que de nascença ou não, o mentiroso doente (percebi a ambiguidade, sim) pode se tratar, se quiser, of course...

Sabe action-reaction... sempre funciona, ou vem de volta pra você, ou pra alguém que você ama. E você não quer ser alvo de um mentiroso, quer? Tampouco vai querer que o objeto do seu amor seja, não é?

Pois é.... e, ainda, tem aquela frase, mais ou menos, assim: uma mentira dita mil vezes se torna uma verdade.... será que um silêncio mentiroso silenciado mil vezes... também se torna realidade?
Se sim.... o produto desse silêncio também será silêncio?

Não, não .... não tente interpretar minhas palavras, nem meu silêncio... você jamais saberá o que eu quero dizer, nem o que eu não quero...
e... I know you still love me anyway ;)E na vida a gente vai cruzando com pessoas de todo tipo. Pra mim, os piores encontros são os que se dão com pessoas mentirosas.

Já li que existem situações em que os mentirosos podem ser considerados como doentes. Eu não entendo... mentira sem ser doença.... mentira como doença... não alcanço isso.

Tudo bem que cada um vê as coisas com seus próprios olhos, sente com o seu próprio sentimento... tá bom - enquanto escrevo aqui - fico pensando: tá certo, mentira como doença claro que pode... é um defeito no olho, nos sentimentos, no coração, na mente. E defeito é doença.

Doença... a gente pode ter nascido com uma... ou pode adquirir na vida... mas seja lá como for sempre há um remédio. Pode até não curar totalmente, mas ajuda.

O que quero dizer - e não foi com esta intenção que comecei a digitar este texto... mas agora ta aí - é que de nascença ou não, o mentiroso doente (percebi a ambiguidade, sim) pode se tratar, se quiser, of course...

Sabe action-reaction... sempre funciona, ou vem de volta pra você, ou pra alguém que você ama. E você não quer ser alvo de um mentiroso, quer? Tampouco vai querer que o objeto do seu amor seja, não é?

Pois é.... e, ainda, tem aquela frase, mais ou menos, assim: uma mentira dita mil vezes se torna uma verdade.... será que um silêncio mentiroso silenciado mil vezes... também se torna realidade?

Se sim.... o produto desse silêncio também será silêncio?
Não, não .... não tente interpretar minhas palavras, nem meu silêncio... você jamais saberá o que eu quero dizer, nem o que eu não quero...
e... I know you still love me anyway ;)

⁠Estou bem...

Quando decidi pular do penhasco?
Foi escolha minha?
Fui obrigado?
Perdido estou nestas águas escuras e frias.

Seguindo só num barco furado e vazio.
Sigo. Cheio de cicatrizes.
Qualquer toque estarei em cacos novamente.

As águas turbulentas... barulhentas não me deixam ser totalmente restaurado.

Mas... estou tão bem em não estar bem.

Um consolo.
Um doce masoquismo?

O escuro não me deixa ver o quanto estou ferido...
A luz brilhante do sol só vai mostrar o quanto estou perdido.

Então, sigo.
Sigo acreditando na grande mentira que criei pra mim.

Que me importa a turba em alvoroço?
Só as batidas do meu coração é o que realmente ouço.
E ele bate em sintonia com toda a minha agonia.

Estou bem em conseguir me sentir tão bem.

⁠Não quero, não posso, vou tentar

Tentar, invariavelmente tentar; esse é o caminho para dormir em paz com sua imaginação... e com seu coração.

Confesso que o ‘não quero’ sempre era minha primeira alternativa. Deixa pra lá... vivi até aqui sem isso, continuarei a viver sem isso forever...

Daí... a imaginação entrava em ação! Com aquele isso como tudo seria diferente! Com aquele isso eu seria mais feliz! Com aquele isso eu teria o que sempre quis!
...

Mas nuvens escuras vinham tudo nublar... me engolia a água do mar... me sufocava a falta de ar: eram muitos degraus pra subir, muitas pedras pra empurrar, era muito suor pra suar...
Não, não posso isso tudo enfrentar só pra esse isso alcançar!
...

Ah! Mas... e se eu tentar!?
Posso me machucar? Posso em mil pedaços me quebrar? Posso me sufocar?
Posso me curar? Posso os mil pedacinhos de volta no lugar colocar e colar? Posso ganhar? Posso lucrar? Posso melhor ficar?
...

E eu tentava... invariavelmente eu tentava!

Eu sempre o que queria alcançava?

Não, claro que não... mas eu dormia em paz com minha imaginação... e com meu coração.

Sem essa de dar um nó cego na preguiça e no medo de braços cruzados, my dear.

Nem sempre alcançamos o que queremos; o que não
tira o sabor inigualável do fruto chamado tentativa.

Hora da saída

⁠Lamento pelo tempo perdido.
Lamento pelo não vivido.
Nossa vida – preciosa – só vai passando...
Nenhuma semente plantada, germinando.

Quanto tempo já se perdeu...
Quanto tempo não se viveu.
Passou.
Acabou.
Morreu.

De tudo perdi um pouco.
Vida ameaçada constantemente de extinção.

Talvez um esforço sobre- humano
deixe-me de empreender círculos na vida.

E não haja lamentos na hora da saída.

⁠Corpo e alma

Óbvio que é bom ter bons pensamentos, ter pensamentos positivos, pois definitivamente o pensamento tem influência diretamente no físico.

Somos corpo físico... e há também um psicológico em cada um de nós... e óbvio que deve haver alguma interação superhipermegainterconectada entre ambas as partes... não se pode ver um corpo físico saindo da cama e deixando sua parte psicológica continuar a dormir... ou dá?

Ou vice-versa: hoje só meu psicológico vai trabalhar... e o físico vai descansar até o fim do dia... ou dá?

O que é o físico? Ah! Disso ninguém tem dúvida... é visível aos olhos de todo mundo... E o que é o psicológico? É o invisível que existe... são os nossos pensamentos (invisíveis), que geram atitudes comportamentais - que acabam visíveis das mais diversas formas... né, não?

Bom, se o pensamento é o que gera o comportamento, é óbvio que é bom ter bons pensamentos, ter pensamentos positivos, pois definitivamente o pensamento tem influência diretamente no físico... afinal eles são “unha e carne”... ou, melhor dizendo, corpo e alma... visível e invisível visível...

“Procure não olhar a vida com olhos negativos, muitas vezes as dificuldades são plantadas pelas muralhas que edificamos” diz Carlos Adriano.

Olhos positivos, my friend!!! Forever, toujours... pelos séculos dos séculos bem!

Amém!!

⁠Todo mundo tem o direito de ficar de bem com a vida

Deixe ir o que lhe incomoda; não se acomode; lute com fé, otimismo e determinação

Precisamos correr atrás de nossos sonhos... eles não se realizam com o toque de uma varinha de condão...
... mas nem por isso vamos sair matando como se para alcançá-los fosse essa a única solução.

Há o momento de plantar... e o momento de colher o que deseja seu coração.

a) Ou você fica de mal com a vida... mata um leão por dia... planta abrolhos.
Chora, sofre, padece... odeia, mata, se entristece. Acumula dores, dissabores, rancores... num mau cheiro insuportável permanece.
Quebra-se, arranha-se... na sua vida só espinhos... o colorido das flores nela nunca acontece.

b) Ou você fica de bem com a vida... deixa ir o que lhe incomoda... não se acomoda... luta com fé, otimismo e determinação.
Planta sementes de amor, cultiva esperança, agradece quando alcança... adapta-se quando exige a situação.

É ou, ou ou... ou não? Na vida você pode escolher qualquer uma opção.
“Enquanto uns matam um leão por dia... solte um por dia”... um excelente conselho pra ser seguido todo dia.

⁠Tenha paciência, pelo amor de Deus!!!

Qual o limite da sua paciência? Você tem autocontrole emocional? Você suporta, na boa, situações desagradáveis?

Paciência, qualidade daquele que é paciente.
Paciente, que tem paciência...

Haja paciência.... quando procuro uma definição de palavra no dicionário e encontro coisas do tipo aí.
Mas sempre me disseram pra ter paciência e esperar... ou, no caso aqui, procurar um pouco mais que a resposta vem... um lucro sempre tem.
...
Um ano depois... brincadeirinha.

Paciência “é uma virtude do ser humano baseada no autocontrole emocional, ou seja, quando um indivíduo suporta situações desagradáveis, injúrias e o incômodo de terceiros sem perder a calma e a concentração”.

Paciente: “Resignado, conformado. Que espera serenamente um resultado; tranquilo".

Agora sim... já estava no limite da minha paciência... brincadeirinha de novo.

Qual o limite da sua paciência?
Você tem autocontrole emocional?
Você suporta, na boa, situações desagradáveis?

Veja bem: “na boa”... porque, às vezes, a gente suporta só porque não há outro jeito... sem serenidade nenhuma.

Foi sincero nas suas respostas?
Descobriu que é uma pessoa superhipermegapaciente?

Constatou que vive num mar de tranquilidade?
Clap... clap... clap...

Ou... descobriu que o limite de sua paciência é limitadíssimo, ou seja, não há limite? (sim, sim... percebi a ambiguidade).

Li outro dia que a gente pode treinar nossa paciência... se você pesquisar na internet vai encontrar diversas receitinhas que irão lhe ajudar a ser mestre em paciência.

Ah! Você achou que eu iria facilitar pra você? Sorry!

Na verdade, quando comecei a escrever o texto não tinha em mente testar sua paciência... eu queria mesmo era falar sobre esta frase do compositor alemão Beethoven: “Tenho paciência e penso: todo o mal traz consigo algum bem”.
Paciência! Vai ficar pra outra hora...

⁠Gosto de Shakespeare...

Autoajude-se, diz ele; não fique sentado esperando que lhe tragam o que seu coração deseja.

Se gosto de Shakespeare porque batemos longos papos? E ele sempre me ajuda a resolver meus problemas? É aquele amigo com quem posso contar o tempo todo?


Não, não o conheci pessoalmente... conheço alguns de seus textos... como o que acabei de citar, por exemplo.
Vejam que interessante: autoajude-se, diz ele... não fique sentado esperandoque lhe tragam o que seu coração deseja - nada contra em receber uns agradinhos de quando em quando... mas não faça disso sua rotina.

Ah! Pensamento doce: “Não é digno de saborear o mel, aquele que se afasta da colmeia com medo das picadas das abelhas”... diz nosso respeitado escritor.

O medo paralisa? Sim... e ainda bem... em certas situações - se não, haveria centenas de pessoas se jogando precipício abaixo unicamente em busca de adrenalina.

Mas que não seja o medo a impedir você de viver as doçuras que a vida oferece... saboreie, lambuze-se e viva!!! Viva a doce vida, dear friend!

Mas, pra mim, o suprassumo de Shakespeare é: “Seja como for o que penses, creio que é melhor dizê-lo com boas palavras”.
Autoajude-se, car@ amig@... Tome cuidado consigo mesmo... mas, lembre-se: são pessoinhas com coração as que ao seu lado estão.

Então:
a) Preste atenção.
b) Fale com o coração.
c) Cuidado com o tom.
d) E... por fim... se souber que suas palavras podem magoar - um tiquinho que seja -, ponha na sua boca sua própria mão... e não fale nada, não.

⁠Olá, dia comum

Com você o Sol chegou... ou foi você que com o Sol chegou?

Abro a janela... tudo tão igual a ontem, a anteontem... a trasanteontem...
Esvoaça a cortina... o perfume das rosas do jardim... o canto dos pássaros... tudo tão ordinário... tão banal... tão usual.

O passante solitário...

O barulho da água do chuveiro... do café o cheiro.

A porta que se abre... o rangido do portão... a multidão. O corre-corre diário... as batidas... tum-tum... tum-tum... do coração.

Dia comum: o Sol nasce e se põe quase sempre no mesmo horário... uma rotina tão rotineira...
... diariamente, dia comum, você acontece: aparece e desaparece... sempre da mesma maneira.

Tudo tão trivial... nada de especial... só mais um dia no meio de tantos outros dias... nada fora do comum... nada incomum... nada insólito... tudo tão corriqueiro... tudo tão normal... natural.

Viver sua chegada... viver sua saída: eterna lida.

“Dia comum, deixe-me perceber o tesouro que você é. Deixe-me aprender com você, amá-lo, abençoá-lo, antes da sua partida.” (Mary Jean Iron)
Dia comum, deixe-me perceber que você é excepcional.

⁠Talvez você só precise disto:

Não é uma prática colocar dois-pontos em título... mas, vamos lá... de vez em quando fazer algo diferente do que prega a gramática tradicional não vai fazer mal nenhum... não é?

a) Respire profundamente... deixe o ar penetrar e massagear suas entranhas... e deixe-o sair e, com ele, levar tudo o que não faz bem.

b) Olhe para as suas mãos... pode ser para os seus pés... ou para qualquer outra parte de você... mas olhe com toda a atenção do mundo... esteja inteiro olhando para você (você pode olhar para você inteiro... ou só para um pedacinho seu... talvez você opte para o pedacinho machucado, dolorido, inflamado... doído... sofrido...
Olhou?

c) Pense: o que posso fazer por mim... agora?

d) E faça... faça algo por você... pode ser aquele chocolate – eu iria querer da Lindt..., com certeza – ou pode ser um enorme hambúrguer com fritas... ou aquela taça com aquele vinho...
... se faça um carinho, my friend.

Aproveite a noite... você não vai levá-la com você... aproveite o fim de semana...

... não preciso repetir mais nada aqui, né?
Você é esperto... já entendeu... porque talvez você só precisasse disso.
"Aproveite a tarde... você não vai levá-la com você." (Annie Dillard)

⁠Farrapos do tempo

O tempo... ah!!! O tempo.
Se parasse por um momento.
Eu juntaria os farrapos...

Teria tempo pra olhar pro lado...
Degustar com meu olhar as flores que estão no meu caminhar...
Sentir das borboletas o leve flutuar...
Ouvir dos pássaros o alegre cantar.

Olhar pra cima... pro céu que me cobre com suas nuvens escuras, pesadas...
Pro céu azul... puro anil.
Pras estrelas... nas noites de céu estrelado
Noites em que a chuva foi chover em outro lugar.

Se o tempo fosse um pouquinho mais gentil...
Teria tempo pra me aprimorar como ouro no cadinho.

Mas o tempo... corre apressado.
Com meu aperfeiçoamento não está preocupado.
Preocupa-se apenas em seguir seu próprio caminho.

Farrapos de tempo.
É o que tenho visto pra todo lado.

⁠Devaneios
Tanto tempo passado.
Você tão ao meu lado.
Tudo parecia tão conectado.
Como estava enganado.

Tanto verbo empregado.
Tanto diálogo só de um lado.

Minha vida... falida.
E agora você está de partida.

Não vi os sinais?
Foi tudo puro devaneio?
Eu me pergunto...
Tento e tento...
Exatamente a que você veio?

⁠Vida

Percurso sinuoso.
Caminho labiríntico.
Equilibrando-se em corda bamba...
Na geometria da vida...
Um ponto inicial.
Um ponto final...
No meio, uma reta nem tão reta...
Há curvas...
Há subidas...
Há descidas...
Um descuido...
Joelhos ralados.
Coração estilhaçado.
Pedaços de mim pra todo lado.
Cuidado.
Nas travessas da vida...
Muita coisa pode dar errado.
Mas...
Um dia tem fim.
Um ponto no começo.
Um meio....
Um ponto no fim.

⁠Meu verdadeiro eu: um monstro

Desistiu... desistiu de mim.
Seus olhos negros como a noite transmitem um desespero sem fim.

Não consegue ver nem um pingo de bondade.
Não há lealdade.

Sou um fracassado.
Um caminhar malogrado.

Creio que ele se sente logrado...
Esperava mais de mim.
Não me queria assombrando seus pensamentos.

É... mas ele tirou dos olhos a venda.
E hoje o que vê é uma tremenda fenda...
uma frincha... uma abertura... uma fresta bem escura.

Uma tragédia. Ele não esperava por isso... nem eu.
Mas foi o que aconteceu: tirou a venda dos olhos e viu meu verdadeiro eu.

Há uma razão nessa escuridão.
Há uma razão... e isso entristece demais os corações... o dele e o meu.

⁠É sobre mim

Na parede da sala...
Tic-tac... tic-tac... tic-tac...
O tempo passa devagar.
Lerdo na ansiedade.
Nem disfarça;
Minha vida uma eterna farsa.

Uma dor intensa que não quer passar.
Chove lá fora.
Sente um frio imenso meu coração.
Uma lágrima que insiste em não cair.
Não quer me trair.

Importa o que os outros veem?
Racionalmente sei que não...
Mas... como faço pra convencer meu coração?

Um dia a máscara cai.
Quem vai sofrer sou eu...
Em mim é que vai doer.
Não e não adiante pra bem longe correr...
Não há lugar que de mim mesma eu possa me esconder.

⁠Estrelas do mar

Não acredito mais.
Cansei de chorar... implorar.
Fecho os olhos pra não sentir mais nenhuma emoção.
Consigo assim anestesiar meu coração.

Cansei dos que dizem que preciso me redimir.
Redimir do quê?
Tentei andar na linha...
Tentei me esforçar a caminhar na luz.
Tentei me fazer perfeito o tempo todo.
Mas... o que ouço é: ‘pare de ser quem é!”

Sim, cometo erros.
Mas não são de propósito.
Tento acertar... juro que tento.
Mas... já percebi: a todos não consigo agradar.

Minhas emoções estão à flor da pele.
Algo, que nem sei explicar o que é, me fere por dentro... me aperta no peito...
Sou mesmo um marginal?
Sigo realmente caminhos opostos ao de todos?

O que eu tenho de tão errado?
Meu sonho: entrar em um barco de estrelas do mar...
E deixar o mar pra onde bem quiser me levar.

Livre... de tudo e de todos... só quero me livrar!

⁠Amar... planeta terra

Queria um lindo presente...
Poderia ser o mais belo pôr do sol...
Ou as luzes do arrebol.
Queria o bailar das andorinhas
Das flores coloridas em um eterno jardim...
Que tudo isso fizesse parte do meu quintal.
Queria uma onda do mar...
Pra nela ir e vir...
Navegar por tantos mares...
Conhecer os mais belos lugares...
Uma onda que brilha no amanhecer...
E se recolhe no fundo do mar quando o dia começa a morrer.
Queria um planeta bem redondinho...
Com tudo no seu lugar...
Queria (com)viver só com quem sabe tudo amar.

⁠Da fome

Que olhar sofrido.
Que lento caminhar...
Lixeiras vejo-o vasculhar.

Um pedaço de quê?
O que espera ele encontrar?
Busca nas cinzas, nos restos um lampejo de vida.

Fecho os olhos pra não ver.
Meu coração se nega a crer...
No fundo do poço?

Quanto fez ele de esforço?
Se deixou levar pelas águas de um rio?
Foi um vento forte... um vento frio?
O que o levou e lá no fundo o amarrou?
Seus lábios amordaçou...
Por que não aproveitou e sua fome matou?

E o que mais assusta é que a humanidade segue... segue como se a fome do outro não importasse.

Vasculhar o lixo...
Isso não é coisa nem pra bicho.