Coleção pessoal de RosangelaCalza

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⁠Colecionador

Colecionadores...
Todos nós o somos.
São memórias bem guardadas.
São amores por nós passados.
São ilusões desiludidas.
São tantos momentos de vida bem ou mal vivida.

Tenho me tornado colecionador de desilusões.
Tenho juntado em meus dias calamidades.
Penso que talvez isso seja coisa da idade.

Lembro-me de quando minha coleção se fazia de belos sonhos e esperanças.
Faz tanto tempo....
Queria de volta minh’alma de criança.
Queria de volta aqueles dias em que tudo tinha cheiro de flor de laranjeira.
Queria que minha maior calamidade voltasse a ser dizer besteiras...

Besteiras que não magoavam ninguém.
Besteiras que todo mundo entendia que não passavam de brincadeiras.
Brincadeiras de um coração puro.

Que só queria fazer o outro rir das baboseiras que criava.
Tudo era no claro.

Não havia o submundo.
Não havia o pensamento escuro.
Não havia necessidade do escuso.
Todo mundo entendia... e só sorria... ria.

⁠Até o fim

Nuvens plúmbeas no céu.
Gaivotas em voos rasantes.
Vem as ondas beijar a praia.
Nada mais agora é como era antes.

O sol não madruga mais.
O vento sopra ou não sopra... tanto faz.
A chuva cai alaga ruas, campos, jardins.
Ou não cai... seca tudo.

Racha-se em pedacinhos a terra seca.
Não há alma que não se esmoreça.
Tudo tanto faz... como tanto fez...
Quem foi que assim fez?

Somos só e somente só um contorno nas mãos de um escultor que os criou do pó.
O que tem de vida dentro de mim
Conseguirá respirar até o fim?

⁠Virtual

Lá no infinito ela o encontrou...
Parecia ter encontrado o amor mais bonito.
Mais bonito do que qualquer aurora boreal.
Mas, no fim, era tudo tão irreal.
Os beijos roubados tinham gosto de sal.
Os abraços... desabraçados.
Os sonhos sonhados... num imenso pesadelo transformados.
O tocável...
O palpável...
Tudo tão e apenas virtual.
E fim

⁠Meu porto seguro

Amo-te pela intensidade...
Quando fui precipício sua mão me segurou.
Quando fui escuridão sua luz me iluminou.
Andei por caminhos perdidos.
Você foi o Norte que me guiou.

Houve dias em que fui puro desânimo.
Tu és quem me devolveste todo o ânimo.
Quando fui medo...
Lá estavas tu a me dar coragem.

Quando de tudo quis desistir...
Fizeste uma mala...
Colocaste nela toda a esperança...
Compraste-me um bilhete de uma maravilhosa viagem.

E assim seguimos juntos.
Na loucura, és minha calma...
Tudo em ti traz paz pra minha atormentada alma.

⁠Do pó da terra

Do pó da terra...
De pequenas partículas do solo, o corpo do homem Deus formou...
Em suas narinas o fôlego da vida, Deus lhe soprou...
E alma vivente a ser o homem passou.

Uma breve reflexão:

My friend, você pra terra com atenção já olhou?
Com que cor essa terra a seus olhos se apresentou?
Estou certa de que não foi de uma cor só não...

Então...
Não estaria equivocado aquele que acha haver uma única raça superior?
Não estaria enganado, enganando-se ao classificar uma, e outra, e mais outra, cada uma delas como raça inferior?

Qual é mesmo da terra de que o homem foi criado... a cor?
Quando Deus o pó da terra em suas mãos tomou e o homem formou...
Deus, em distinção alguma, pensou.
À Sua imagem e semelhança todo homem criou.

Somos todos iguais – animais racionais.
Nenhum homem, nenhuma raça é mais.
Cada um de nós foi pelo mesmo Deus criado.

E pra nos fazer – cada unzinho de nós – o mesmo material – pó da terra – por Deus foi usado.

E tudo o que Ele fez, Ele achou muito bom!

Ah! e o pó da terra? Dependendo da composição... tem um tom... outro tom... outro tom

⁠Nas mãos de Deus

Conforto é coisa de alma.
É deitar e dormir.
É não precisar mentir.
nem fingir.

Conforto é não precisar de máscaras
e de que não precisa não ter vergonha de admitir.

Conforto é a paz que tudo acalma.
É andar com calma.
É ter fé...
Mesmo em meio a tempestades.
Mesmo na mais completa escuridão.

Conforto é coisa de saber nas Mãos de quem da própria vida está o timão.

⁠Preste atenção!

... perdido,
assustado...sobressaltado,
assolado.

Em círculos andando, andante...
vagando...sempre tropeçando.

Rumo ao precipício
desde o início
...sem ter noção.

Hei! Preste atenção!

Está vendo
Deus as mãos estendendo...
mostrando a direção?

⁠Diferente

Fria... indiferente...
Descuidada... negligente.
Insensível... impassível...
Impiedosa... inclemente.

Apática... antipática...
É o que acham de mim por aí.

Mal sabem...
Por dentro é tudo diferente.

Não sou nada negligente.
Sinto demais... sinto muito
Por mim... por ti...
Por toda a gente.

⁠Nos caminhos dela

Enquanto ele seguia, ele a observava.
Não sabia ele se dela gostava ou se não gostava.
Mas uma atração forte a ela o atraía.
Então ele a seguia.
E quanto mais via o que via,
mais atrapalhado ele se sentia.

E o que sentia claramente não definia
de maneira nenhuma o que sentia.

Nos caminhos dela ele se perdia.
E ele insistia... e a seguia.

Segui-a de noite, segui-a de dia.
Devagar ele aprendia... bem o que não sabia... mas aprendia.

Só tinha um medo: o que no fundo aquele vaso de barro, que ele perdidamente seguia, escondia?

Será que só muito tarde... tarde demais saberia?

⁠Ambiguidade

Em cima da mesa
Um pedaço de papel...
A letra era conhecida,
mas parecia distorcida... tremida.
"Adeus! Te amo... mas não posso mais."
Não poderia ter sido um "até breve"?
Me ama! E não me quer mais?
E o "não posso mais..."?

Sempre teve meu total apoio, fui suporte, fui a forte...
poderia ser até mil vezes mais...
Pois é... sou a que compreende, a que entende,
a que de tudo já viveu mais, viveu demais...

E... a rosa vermelha!?
Ele adora dar...
E eu, ele sabia, eu nunca gostei de ganhar...
Por que junto com o bilhete tinha de deixar!?

Tanta ambiguidade é de matar...
Me deixa cheia de esperança que ele não vai mesmo aguentar...
E pros meus braços ele vai voltar.

⁠Irracional

Irracional.
Vive pra causar mal.
Ama o ringue.
Luta sem razão.
Não há lógica alguma na força da sua mão.

Solitário.
Lobo sem matilha.
Arma pra si mesmo armadilhas.

⁠Alone

You are not alone.
Há todo um Universo a te acompanhar.
Sozinh@ você não está...
Sempre ouvi...

Por que você tinha de partir?
Partiu como segue o rio...
O caminho que bem entende,
Contornando, horas a fio,
O fio que está à frente...

Sem perguntar a qualquer um se consente...
Ou se, em sua ida... partida, tristeza alguém sente.

Frio que congela a alma.
Medo que nada acalma.
Era pra sempre o combinado você me amar...

Como pôde esse amor das minhas mãos escapar?

Eu... que o segurava bem firme.

⁠Há dias

Há dias em que some o Sol
Há dias em que somem as nuvens

Há dias em que some a alegria
Há dias em que só há nostalgia.

Há dias em que some o tempo

Há dias em que some a paz

Há dias em que some o chão

Há dias em que só há a batida do coração.

Hoje sumiram as palavras...
Hoje só o que há é o silêncio
... um silêncio tão silencioso,
gritando que como as palavras ele tão poderoso.

⁠Viva!

Viva... e viva por inteiro.
Não aceite metades, não aceite moedinhas de caridade.
Valorize-se.
Com um valor em peso de ouro.
Você é unic@... é importante

Sinta-se um gigante.
Seja feliz.
E distribua felicidade...
Não há um valor limitado (pra felicidade)
do tipo quem pegou... pegou...
e nada no pote restou.

Viva! E viva de propósito ...
Que sua vida esteja repleta de propósitos
com um passo de cada vez
viva bem... e faça isso de propósito 😘

2022 está à porta... deixe -o entrar como a luz da manhã que começa a brilhar... e acabar com a escuridão da noite é coisa que pra ela menos importa.

⁠Solitário

Solitário – como um lobo sem matilha.
Coração cruel.
Esfola todos os que o amam.
Empurra pra bem longe todos o que por perto o querem.

Mas, mesmo assim, não o ferem.
Não, não é má pessoa.
Sua voz paz ecoa.
Suas mãos aos outros oferece.
Mas a ninguém faz sequer uma prece.

Frio como uma pedra de gelo.
Estilhaçado, não deixa transparecer o quanto está quebrado.
Seus cacos cortam-me devagarinho.
Sangro... choro baixinho.

Amo-o, apesar de tudo.
Faço das minhas dores meu escudo.
Escondo as lágrimas.
Finjo uma alegria que não tenho.

Outra companhia, que não a dele, desdenho.

Do que quero me punir?
Por que continuo ao seu lado eternamente a fingir?
Gosto eu que viva ele a me ferir?

⁠Como uma nota musical

Um olhar de menos de um segundo
e mudou minha percepção do mundo.
Uma nota musical
e nunca mais nada ficou igual.
Uma batida do coração
e a emoção se rendeu à razão.
Muito...muito mais de um bilhão de seres no planeta
e um... só um... um só encontrou morada no meu coração...

⁠Coração amargurado

Coração solitário...
Um barquinho em alto mar
sem rumo a navegar.

Coração quebrado.
Em mil pedaços despedaçado.
Estilhaçado...
No fundo do mar mergulhado...
Quer vir à tona...
Precisa de ar.
Desesperadamente tenta se recompor.
Livre pra bater... viver um eterno e tranquilo respirar.

Coração reconstituído.
No vai e vem das ondas busca sentido.
Um vagalhão carrega-o pra bem longe.
No fundo... bem mais fundo...
Da borda continental às fossas abissais.

Volta refeito pro lugar para o qual foi feito.
Coração – bate no peito.
Constantemente por si próprio.

Esqueceu o que é ser amado.
Mas não esqueceu do coração cruel que transformou sua doce vida de mel...
No gosto mais amargo que o próprio fel.

⁠A outra

Voltei a ser a outra...
cansei desta que todo mundo vê...
assustada, desesperançada
da vida esperando nada.
Voltei... do meu avesso fiquei.
Nas mãos um monte de sonhos
estranhos...
esperando o dia chegar...
a noite sem fim acabar.
Voltei a ser a outra...
esperança não tenho pouca...
dessa vida... que coisa louca...
espero com uma esperança louca
que me dê não coisa pouca.
Sonhos demais?
Nunca olhe pra trás...
a vida é a vida que você faz.
Cansei de ser a outra
com as mãos vazias
esperando o dia
e ver o que ele preparou pra mim...
Esta outra encontrou seu fim.

⁠Fugere urbem

"Vou-me embora pra Pasárgada",
Como Bandeira, me cansei...
Portas e janelas abrirei...
Se chover, então fecharei.

A poesia convida: 'carpe diem'.
Aqui nesta metrópole está difícil...
O barulho na avenida é ensurdecedor...
veículos - e seu potente motor.
o ar está difícil de respirar...
meus olhos chegam a lacrimejar...

O belo que a mãe natureza tanto se esmerou...
A fumaça das fábricas tudo acinzentou.

Ah! Minha Pasárgada...
vou respira o mais puro ar...
bucolicamente pelas pedras dos rios todos eles atravessarei...
Com banhos de cachoeira minha alma renovarei.

⁠Só queria entender

Não quero ser o herói...
não tenho essa prepotência imaginária
mas também não está em meus planos deixar o mundo se rasgar,
adoecer, desfalecer e se acabar.

Parece-me estar sempre vagando em uma tempestade de areia
como se nunca chegasse ao lar
entro nos bares das esquinas...
um intuito: me embriagar.

Um labirinto.
Numa tela em branco pinto.
Depois me equilibro...
num salto quero tudo do avesso virar...
ouço o que está do meu lado a gargalhar.

Estão as árvores apodrecendo?
e o sol escorrendo pelo mundo nada pode mudar?
E o que vejo?
è a escuridão só aumentar.

Iludo-me... cada passo em frente é um passo a menos.
Cada tic-tac do relógio é um instante a menos...

Meu corpo treme.
Desejo mais tempo...

Talvez eu consiga pelo menos entender a confusão que faz com que bata no mundo cada coração.

Ah! Esse céu noturno... tão soturno.
Se eu usar de dissimulação... convenço do que quero quem comanda meu coração?