Coleção pessoal de ranish
Olhos passarinhando ruas e arranha-céus.
Respiro passado.
Odes doutros idos.
Peripateteando em zigue-zagues:
centro.
Voláteis sensações:
vida!
Aquilo que acontece uma vez pode ser que não aconteça de novo.
Mas aquilo que acontece duas vezes certamente acontecerá mais vezes.
Me sinto dono de anafada pança
nesse prefácio de ano.
Meus olhos faíscam ígneos reflexos
de infundada ira.
Urge agir.
Amanhã,
quando aparecer a madrugadora aurora
de roseos dedos,
farei uma última libação
a essa terra
de largos caminhos.
Esse ano foi como ir de ônibus a São José
do Rio Preto: demorado,
quente
e cheio de abacaxis pelo caminho.
Saliências sinto. Assados, almoço, excessos. Lombra após a sesta. Quarta de teclado e lembranças: Semana ao meio, sem recheio.
Samedi flambé. Net e elucubrações debaixo do umidificador. Saudades do inverno em Namche Bazaar. Saudades de andar por aí. Saudades...
Lambislar os cantos sobrados do molho. Nessa vírgula nem aromas restam. Agora: olhos marrons secos esperando pelos dedos do sol.
Deveras vez. Eis que o nada se consuma. Os anos de mesmices e ópio escorridos na ampulheta dos dedos. E o que será?! Inútil intento..
Lentes doutros tempos.
Bile: Gotas de uma indizível esperança.
Lágrimas ecológicas.
Através dos olhos
o vazio.
Uma seta singrando os ares
na direção das estrelas,
quatro patas troteando
pelas verdes pastagens do mundo: Sagitário.
Imagens
que teimam em passar
por meus olhos.
Passados palpáveis,
presentes.
Coisas e coisas.
Outros oráculos
para dizer mesmas lágrimas...