Coleção pessoal de michelfm

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⁠a cada fuga dos padrões,
ela respirava e vivia.

⁠Ela seguia,
num esforço monumental,
para ser igual a todo mundo.
todavia a pobrezinha
não percebia,
que era justamente isso,
que a entristecia.

⁠Estrofes Derramadas dum Frasco Estilhaçado

A menos que você deseje,
Com cada célula de tua corporeidade,
Fique no chão, não se levante.
A menos que você ame,
A torrente de ocitocina e cumplicidade,
Fique no chão, não se levante.
A não ser que teus neurotransmissores,
Projetem de ti potência incalculável,
Fique no chão, não se levante.
Tu estás inundado de insolência felina,
Dopamina, endorfina, doce serotonina,
Mas fique no chão, não se levante.
Não adianta ouvi-los, nada tendo a dizer,
Te querem prostrado, de joelhos, deitado,
Rastejando no chão, donde não se levante.
Te queremos de pé, flexível potente,
Soberano supremo de porte imponente,
Não fique no chão, respire e levante.
Aqueça as entranhas
Dos propósitos gélidos,
Combativo insistente,
Teu calor é interno.
Só se alcança as nuvens
Com raízes profundas,
Oriundas de instantes,
Engendrados no inferno.


Só se alcança as nuvens
Com raízes profundas,
Oriundas de instantes,
Engendrados no inferno.


Aqueça as entranhas
Dos propósitos gélidos,
Combativo insistente,
Teu calor é interno.

⁠Te queremos de pé, flexível potente,
Soberano supremo de porte imponente,
Não fique no chão, respire e levante.

⁠Não adianta ouvi-los, nada tendo a dizer,
Te querem prostrado, de joelhos, deitado,
Rastejando no chão, donde não se levante.

⁠Tu estás inundado de insolência felina,
Dopamina, endorfina, doce serotonina,
Mas fique no chão, não se levante.

⁠A não ser que teus neurotransmissores,
Projetem de ti potência incalculável,
Fique no chão, não se levante.

⁠A menos que você ame,
A torrente de ocitocina e cumplicidade,
Fique no chão, não se levante.

⁠A menos que você deseje,
Com cada célula de tua corporeidade,
Fique no chão, não se levante.

⁠Autoproclamação da Independência Poética

Eu sou o maior poeta
Que tive a honra de conhecer.
Eu sei o maior poeta
Que tive a honra de conhecer.
Não sei se o maior poeta
Que tive a honra de conhecer,
Cessou no maior poeta
Que tive a honra de conhecer.
Ao mentir para si mesmo
Fala inverdades diante outros.
Agora o poeta está morto,
Vida longa à poesia.

⁠Agora o poeta está morto,
Vida longa à poesia.

⁠Ao mentir para si mesmo
Fala inverdades diante outros.

⁠Improvável Florilégio das Aventuras Impossíveis

Estava a pensar algo
Que não importa,
Passando a me importar
Com o que nunca pensei.
Materializando em cores vivas,
Letras palavreadas invisíveis.
Inauguro neste instante,
Iluminado e supersônico:
O Improvável Florilégio
Das Aventuras Impossíveis.

⁠Inauguro neste instante,
Iluminado e supersônico:
O Improvável Florilégio
Das Aventuras Impossíveis.

⁠Materializando em cores vivas,
Letras palavreadas invisíveis.

⁠Estava a pensar algo
Que não importa,
Passando a me importar
Com o que nunca pensei.

⁠Dedico esta Obra
a tua chama, lutadora, a flamejar

Há de Vir o que Advém

Se tu quiseres hei de querer também,
Submeter-me-ei a seus termos passionais.
Farei tudo o que lhe convém,
Como vem comover, como vais...

Ser a vela em meus castiçais,
Será vela quando navegais,
Dentre as algas dos corais.

Se tu quiseres serei hélice quando voares,
Serei asas enquanto planares,
Sereia minha, água em meu aquário,
Sobre os planaltos elevados, receptor e emissário.

Serei Lince rasgando a neve,
No extremo do hemisfério.
Serás Alícia e serei seu coelho,
Guiando-a no chamariz das maravilhas.

Leve a sério, minha querida,
Imperatriz entre as orquídeas,
Duas passagens pras Antilhas,
Só de ida. Nossa ida.

Se tu quiseres sacrificarei meus compromissos,
Quando me chamarem serei omisso,
Somente a você responderei.

Corresponderei a qualquer gesto.
Ao piscar os cílios tu me resgata.
Farei campana, armarei protesto,
Escalando seu quarto, encenando a serenata.

Ansiarei na enseada avistar-te,
Dia, noite e madrugada, até despontar-te.

Voando baixo, flutuando alto,
Fluindo no fluxo fático,
Fatídico e provável,
Verídico enganável.

Se tu quiseres serei diálogo em seus quadrinhos.
Um quadro moldurado, descanso pros quadris,
Degraus em sua escada; padrinho, noivo e juiz.

Tantas palavras difíceis
Foram com muita dificuldade,
Alinhadas em pé de igualdade,
Com a única finalidade de dizeres:

- Ainda que não me queiras,
Farei tudo o que quiseres !
Contanto que me permita
A condição de verdes;

Verdes como as árvores,
Verdes como a esperança,
Plantada na lembrança
E cultivada a fim de brotar.
Se tu quiseres hei de querer também,
Há de vir o que advém !