Coleção pessoal de michelfm

221 - 240 do total de 1580 pensamentos na coleção de michelfm

⁠Sara
(ao surgir tinha ido)

Rangeu o taco,
Trepidou o piso.
Fingi não ter ouvido,
Mas ela era e estava.
Atrás, nas minhas costas,
Quietinha.
Respiração semi-ofegante,
Ela se continha.
Aguardei-a,
Ela tinha seu próprio andamento.
É maravilhoso repassar,
A sensação de ter fingido.
Guardei-a comigo.
Naquele abreviado baque,
Assustou-me.
Deixei-me assustar
E ao surgir tinha ido.

⁠Quézia

Maquiada.
Por baixo de seu gloss,
Blush, rímel e delineador,
Está a mais plena graça.
Permeada de múltiplas inconsistências,
Ela consegue consistir.
Tem conteúdo,
E o que contém nela
Me agrada demais.
Mas não se resume ao agrado,
É o excesso que conta.
O exagero em abundância,
A redundância.
Demasiadamente
Ela me entusiasma demais.
E sua demasia muito me anima.

⁠Rose

Tempestuosamente firme em sua calmaria,
Tranqüilidade aquecida.
Quem ousaria defender a amabilidade
Como geração de energia ?
Ela ousa !
Defende e desfere suas particularidades.
Recita citações reinventando o que cita
E soa tão original.
Originalidade permanente.
Fizemos um trato,
Ofereço a carona e ela sua companhia.

⁠Danielle

Seu hálito indicava 97% de álcool no sangue,
Completamente embriagada, mas alegre,
Dançava gritando e celebrando sua liberdade.
Tinha herdado dois terrenos de seu falecido pai,
Morava na rua, não quis herdar ausência.
Desapreciava comida japonesa, preferia pinga,
Tinha largado a heroína, dois anos limpa,
As picadas ainda se salientavam no braço.
O que marcava expressivamente
Seus passos e sua honestidade,
Era o trago de cachaça
E o traço de amizade.

⁠Suellen

Furiosa comigo (seu interlocutor),
Estranho, como ela gosta.
Gosta repelindo,
Gosta afastando a causa de seu gosto.
A conseqüência é o encaramento,
Encara sem dó.
Encarnando uma couraça para se proteger,
Do desgosto que possam injetar nela.
Talvez esse afastamento,
Seja a maior prova irrefutável,
Vista, revista e certificada,
De que a distância é segura;
A margem ameniza.
E distanciada de seu inspirador,
Ela pode gostar.

⁠Jennifer

Cinicamente certeira e sincera,
Simpaticamente severa e sádica.
O que aconselho ?
Não afronte, concorde.
Vem normalmente
Com um abraço e um tapa,
Ou um tapa, um abraço e um tapa.
É ou não é uma belezura ?
Quando parte
Deixa seus partidos apertados
E apartados pelo aperto da partida.
Mas, doa a quem doer,
Com sua palma,
Ela delicadamente doa
De bom grado mimos e hematomas.
Nada que seu charme não cure.

⁠Samila

Silêncio, identificação,
Sorriso, aproximação.
Intermináveis emoções
Podem residir dentro
De um simples: Oi !
Bastam três vogais
E Três consoantes,
Para seu nome.
Comportadíssima
Ao se incorporar a fila,
Incorporei-me a ela.

⁠Bianca

Resistência movida à paixão,
Paixão pelo que a faz contente,
Contentamento que a satisfaz.
Para ela aquele objeto oval,
Que uns chamam de bola,
Não é, nem será banal.
A prática traz precisão,
Deixa de ser esporte
Exercício ou distração,
Transmutando-se em
Colírio.

⁠Claras e Gemas
(Milas e Laris)

Camila é clara,
Larissa é gema,
Larissa fala,
Camila encena,

Camila rala,
Larissa pena,
Larissa é novela,
Camila é cinema,

Camila é novena,
Larissa é rosário,
Larissa é peixes,
Camila aquário,

Camila agita,
Larissa sacode,
Larissa grita,
Camila acode,

Camila é siga,
Larissa é pare,
Larissa é Mila,
Camila é Lari.

Soava Suave o Prazer Implacável

Foi a chave, fez a clave,
Veio a ave num suave sobrevôo.
Sobrevoa sobre nós, Sobrevoa
Aeronave que transporta
A consciência que ecoa.

Soava suave o som que me salva,
Soou e salvou e que soe e me salve.
Soava Suave o Prazer Implacável !

Ecoa numa avalanche de esplendor,
Seu esplendor,
Sou seu benfeitor,
Sou seu devedor.

Devo-lhe meu amor como troco
E devo supor
Que o prazer implacável,
Ainda que louco,
Deva ser formidável e recíproco.

Soando suave o som que me salva,
Soou e salvou e que soe e me salve.
Soava Suave o Prazer Implacável !

⁠Ecoa numa avalanche de esplendor,
Seu esplendor,
Sou seu benfeitor,
Sou seu devedor.
Devo-lhe meu amor como troco
E devo supor
Que o prazer implacável,
Ainda que louco,
Deva ser formidável e recíproco.

⁠Soava suave o som que me salva,
Soou e salvou e que soe e me salve.
Soava Suave o Prazer Implacável !

⁠Foi a chave, fez a clave,
Veio a ave num suave sobrevôo.
Sobrevoa sobre nós, Sobrevoa
Aeronave que transporta
A consciência que ecoa.

⁠Soava Suave o Prazer Implacável

⁠De: Mim / Para: Ti

Arranjamos amplos limites,
Tumultuamos nossas autonomias,
Desperdiçamos assuntos pertinentes,
Insensíveis as anestesias.

Recordo-me com requintes,
De desprazeres absolutos,
Das ceias natalinas
Que não passamos juntos.

Das franjas esvoaçantes,
Do ranger do bebedor,
Das transpirações dançantes,
Do calor do cobertor.

Dos poros que te aspiram,
Da mutação das enzimas,
Destes termos que desconheço,
Dos alucinógenos e das morfinas.

Não me interessam as pesquisas,
Nem os avanços da medicina,
Se os astronautas vão a Marte,
Ou se a Arte sincera ensina.

Me atenho ao rito da salvação,
Glória a ti, diva da devoção !

Das agitações desgastantes,
Do furor ao nosso redor,
Das pausas gritantes,
Do adocicado licor.

Do evangelho que lhe teci,
Do inesgotável, daqui e dali,
Das letras tolas que lhe ofereci,
De: Mim / Para: Ti

⁠Do evangelho que lhe teci,
Do inesgotável, daqui e dali,
Das letras tolas que lhe ofereci,
De: Mim / Para: Ti

⁠Das agitações desgastantes,
Do furor ao nosso redor,
Das pausas gritantes,
Do adocicado licor.

⁠Não me interessam as pesquisas,
Nem os avanços da medicina,
Se os astronautas vão a Marte,
Ou se a Arte sincera ensina.
Me atenho ao rito da salvação,
Glória a ti, diva da devoção !

⁠Das franjas esvoaçantes,
Do ranger do bebedor,
Das transpirações dançantes,
Do calor do cobertor.
Dos poros que te aspiram,
Da mutação das enzimas,
Destes termos que desconheço,
Dos alucinógenos e das morfinas.

⁠Arranjamos amplos limites,
Tumultuamos nossas autonomias,
Desperdiçamos assuntos pertinentes,
Insensíveis as anestesias.
Recordo-me com requintes,
De desprazeres absolutos,
Das ceias natalinas
Que não passamos juntos.